28 de dezembro de 2006

A Batalha pela Presidência (CMM)

Desde criança eu ouvia o meu avô falar que na política tudo é possível e imaginável. Ingênuo naquela altura, certo dia eu disse a ele:
- Explica melhor esse negócio aí!
E ele me respondeu com outras perguntas:
- Você já viu boi voar? Jacaré nadar de costas? Jabuti dormir em árvore?
Com o tempo fui entendendo. O exemplo mais recente disso tudo aí é a eleição para presidente da Câmara Municipal de Manaus. Nada diferente das outras eleições, mas oportuna para uma leve e descontraída reflexão sobre as coisas que aí estão acontecendo.
Pergunto: será que alguém imaginava que de repente acabaria eleito para presidente da Câmara, o vereador que mais críticas tem feito ao desempenho da administração pública? Venceu inclusive o fiel e incansável escudeiro do alcaide, que parecia estar vencendo fácil, mas foi implacavelmente abatido a um minuto do apito final.
Pois é! Foi ele mesmo o escolhido, eleito com as bênçãos do alto clero e do baixo clero, e certamente com o compromisso de servir bem a todos, inclusive o povo - pobre povo - que junto com os nobres vereadores, coitados, ultimamente não estão conseguindo mais nem emplacar uma emendinha no orçamento.
A verdade é que fica difícil explicar para as pessoas como é que essas coisas esdrúxulas acontecem. Como se vai explicar o que não tem explicação? Daí os políticos terem descoberto a palavra “dinâmica”, que agora explica tudo, inclusive jabuti plantado em árvore.
- Excelência, o senhor poderia explicar aquele jabuti na árvore de natal dos senhores?
- É a dinâmica meu filho. Você tem algo contra?
- O que isso doutor! Tô só querendo entender. Se avexe não!...
Mas tudo isso acontece desse jeito e dando motivos para mil interpretações, simplesmente por que só se preocupam com a tal dinâmica do poder e se esquecem da transparência, que no fundo deveria ser o exercício permanente de qualquer parlamento. O que se vê hoje é a quase meia transparência. O que é conveniente – a ordem é escancarar. O que não é conveniente – mascara que o tempo passa e o povo esquece.
Isto significa que o povo acaba não tendo acesso ao que de fato acontece nos bastidores de uma batalha infernal como essa de eleger um presidente de uma Câmara Municipal, principalmente em se tratando de uma cidade cuja arrecadação é o sonho impossível de mais de 90% dos prefeitos desse país de tantas mazelas e desigualdades.
A única coisa que se sabe, segundo os próprios atores desse processo, é que nesse tipo de batalha acontece de tudo um pouco: tapas e beijos, chutes, caneladas, pernadas, traições, etc. E quando a coisa pega mesmo para valer, pode terminar até em soluços compulsivos (que normalmente não é de emoção, muito menos de alegria) e alguns prejuízos financeiros para o bolso do contribuinte (equivalentes a uns cargozinhos a mais para honrar pequenos arranjos de última hora).
Na falta da tão sonhada transparência, as pessoas acabam criando as suas próprias interpretações. E mesmo que os políticos tentem explicar, acabam desacreditados, pois agora tudo - certo ou errado - é culpa da tal dinâmica da política. E é por esse caminho que eles conseguem iludir muita gente e dar explicações de tudo, seja do bem ou do mal.
No caso recente da eleição da Câmara, a impressão que ficou é que existia um Leão atrapalhando o ritmo da casa e esse era o momento de acalmar a fera. O Leão, salvo melhor juízo, deu a entender que está feliz com o novo cargo; que não se deixará domar facilmente; e que vai continuar fazendo barulho quando for preciso. Mas como ninguém sabe o que rolou nos bastidores para dar no que deu, ficamos então aqui com a pulga atrás da orelha – será que vai mesmo?
Eu, de minha parte, vou jogar as minhas fichas e apostar nesse Leão. Como aluno lembro que deu muito trabalho, mas nunca me decepcionou; como vereador vem dando seu recado há algum tempo; e como presidente eu espero que ele não decepcione o seu eleitorado e que, na medida do possível, dê prioridade zero aos interesses do município e da comunidade, ainda que isso vá incomodar aqueles acostumados a outros tipos de prioridades.
E se o sucesso de sua administração depender de boa educação, bons conselhos e bons exemplos em família, aí eu asseguro, o presidente eleito com certeza é um cidadão na verdadeira concepção da palavra. Já é meio caminho andado.

26 de dezembro de 2006

Orçamento Municipal

Liguei a televisão e dei de cara com a reapresentação da reunião dos vereadores discutindo a aprovação do orçamento 2007. A minha primeira surpresa com os pronunciamentos foi ouvir alguns vereadores pedirem que todos esquecessem as emendas feitas ao orçamento e que o mesmo fosse aprovado do jeito que veio da Prefeitura.
Por conta disso, outros vereadores, supostamente indignados, pois fica difícil saber quem de fato está ali indignado com alguma coisa, usaram em seguida a tribuna para protestar contra a idéia de afogamento das emendas e para dizer que o orçamento da Prefeitura é um monte de coisas, entre elas - uma peça de ficção.
Certo vereador, demonstrando muita irritação, foi à tribuna perguntar aos parceiros sobre o que eles iriam dizer à população, aos eleitores nos seus currais eleitorais e em particular às pessoas e organizações que foram convidadas a discutir o orçamento e apresentar suas idéias e sugestões.
Pasmem! Ninguém soube dizer nada sobre esse questionamento, numa clara demonstração de confiança no velho paradigma – o povo reclama, reclama, reclama, mas depois esquece!...
Um outro vereador, que me pareceu ser o líder da idéia de afogar todas as emendas, resolveu lançar um desafio à inteligência dos colegas. É verdade - acreditem! Propôs reunir todas as emendas num pacote e transformar num “indicativo” a ser encaminhado ao Prefeito de Manaus. Em se tratando de orçamento, até eu, do outro lado da cena, não me contive em acompanhar o riso irônico e disfarçado de alguns parlamentares diante daquela proposta.
Logo em seguida vieram os protestos à idéia do tal “indicativo”. Um vereador subiu na tribuna e mandou o seu recado. Disse, em outras palavras, que se ele (vereador) não conseguia ver concretizada nem mesma as suas emendas consignadas dentro do orçamento que é aprovado pela Câmara, como acreditar que por meio de um simples “indicativo” ao prefeito ia ser diferente? Traduzindo para o português claro, o recado dado ao proponente do indicativo foi o seguinte:
– Pega leve companheiro! Aqui nós até nos fazemos de bobos quando é conveniente, mas não venha querer nos fazer de otários.
Diante daquelas cenas de discussão para aprovar o orçamento, eu me perguntava:
Como é que fica o povo, as comunidades, as entidades e as organizações que foram estimuladas e convocadas a participarem das discussões do orçamento em seus bairros, estabelecer prioridades, etc? Quantos dias e quantas horas essas pessoas dedicaram a esse trabalho, largaram seus afazeres pessoas e domésticos para ajudar a discutir democraticamente o orçamento da cidade? O quê dizer a essas pessoas? Pode não parecer, mas isso é algo que merecia ser pensado e levado mais a sério.
Ora, se os próprios vereadores fazem questão de dizer que o orçamento é uma peça de ficção – por que então iludir as pessoas, principalmente as mais carentes, fazendo-as acreditar que podem sim contribuir e decidir sobre as obras e melhorias das suas comunidades? Pelo que estamos assistindo, nem mesmo os vereadores, legítimos representantes do povo, coitados, conseguem arrumar ou dar palpite em alguma coisa dentro do orçamento. Alguns inclusive assumiram publicamente terem desistido de fazer emendas. Vai ver se cansaram de bancar os bobos ou se renderam em definitivo aos mais fortes. É a opção mais cômoda, mas não deixa de ser uma opção.
Outra coisa a destacar é que a maioria dos atores dessa encenação (aprovação do orçamento) não é marinheiro de primeira viagem. Pelo contrário! Todos sabem como funcionam os bastidores dessa discussão, portanto, têm o dever de preservar o povo de assistir certos vexames explícitos e ao vivo. Do jeito como terminou a discussão do orçamento, como bem disse um dos vereadores, o único penalizado é o povo, ou seja, aquele que além de aturar tudo isso da forma irritantemente pacífica e ordeira, ainda paga a conta.
O certo é que as pessoas estão decepcionadas com os acontecimentos. Os vereadores, quanto mais desculpas arrumam para o vexame das emendas, mais desmoralizados vão ficando.
Uma pequena parcela do parlamento, principalmente aqueles menos comprometidos com a verdade e a ética, com certeza não terão o menor constrangimento de falar aos seus eleitores:
– Não percam a esperança! Fizemos um “indicativo” e vamos todos ao Prefeito cobrar.
Nesse exato momento, plantado lá no meio dos comunitários, alguém vai gritar:
- É isso aí! Palmas para o Doutor!

21 de dezembro de 2006

DESTRAVAR GERAL!...

Eu ouvi atentamente o discurso do presidente da República durante a sua participação histórica na reunião do Conselho de Administração da Suframa. Entre outras coisas, disse ele que é chegado o momento de se começar a destravar esse país. Confesso que estou torcendo por ele e por nós, principalmente para que essa trava não esteja demasiadamente enferrujada. Torcendo também para que o presidente consiga, no seu próximo mandato, constituir uma equipe mais azeitada e menos atrapalhada, que lhe dê mais alegrias, menos constrangimentos e cabelos brancos. Do contrário, em lugar de destravar - vamos tombar. Minha torcida também para que ao conseguirmos o milagre de destravar, não corramos o risco de descarrilhar logo adiante.

Quando o presidente fala em destravar esse país, eu imagino irmos bem mais longe. Que tal aproveitar para destravar também a nossa irritante passividade e acomodação com tudo o que acontece nesse país, achando que Deus tudo vê lá de cima e um dia vai arrumar tempo para olhar por nós e nos livrar de todas as mazelas. Que tal destravarmos os nossos medos e as nossas gargantas e tratarmos de fazer a nossa parte de forma dura, ordeira e responsável. Entendo que a nossa acomodação e a eterna esperança de que Deus um dia vai fazer a parte dele e a nossa, só contribui para que a corrupção se espalhe ainda mais e a impunidade continue se agigantando e falando mais alto do que as leis e a própria Justiça. Ainda como conseqüência, temos o fato de que continuamos escolhendo mal, resultando nisso aí que temos assistido, ou seja, boa parte de nossos políticos pintando o sete e nos fazendo de bobos, certos de que podem contar sempre com o resto da quadrilha, o voto secreto e por fim a impunidade.

Mas creio estar assistindo os primeiros sinais de que vamos destravar as nossas mentes, medos e gargantas. O exemplo está aí para todos verem. O que antes era tão fácil fazer, ou seja, trabalhar e legislar em causa própria, agora enfrenta a reação e a indignação do povo nas ruas, na Internet e na maioria dos meios de comunicação que passaram a dar mais espaço e oportunidades de manifestação ao cidadão. Já é um bom começo!

Aproveito para expressar o meu reconhecimento à coluna de cartas do jornal A Critica, onde há muitos anos eu, e com certeza centenas, milhares de outras pessoas, sempre tiveram um espaço sagrado e imparcial, para destravar a garganta e manifestar suas críticas, sugestões, revoltas e indignações. Hoje eu tenho o meu próprio blog (clubedabaladeira@blogspot.com), que por sugestões e ajuda de amigos, logo será um site (www.clubedabaladeira.com.br). Nele pretendo reunir outras pessoas para continuarmos fazendo a nossa parte como cidadãos, sem obviamente esquecer uma das fontes do meu processo de aprendizado, ou seja, onde tive espaço e aprendi com o tempo a destravar a minha mente, os meus medos e a minha garganta – cartas de A Critica.

15 de dezembro de 2006

OLHO NELES!...

Mais uma vez a mídia coloca em discussão o número de faltas excessivas dos vereadores de Manaus no Plenário da Câmara. Por conta disso, voltam os mesmos discursos, matérias e depoimentos acalorados, tanto dos prós (que acham isso normal) como dos contras. Porém, nada que nos mostre que alguma coisa vai mudar daqui para frente. Até por que quem deveria dar o bom exemplo dentro da casa, pois tem a responsabilidade de analisar e julgar as faltas dos parceiros, também é um campeão de ausências no parlamento, ainda que a maioria justificada.
Não devemos nos iludir. Não é a primeira, nem será a última oportunidade. Uma boa parcela dos nossos políticos, que nós teimamos em manter onde nunca deveriam ter chegado, continuam apostando alto na passividade e na memória curta do povo.
É preciso dar um basta! Existem coisas que não dá mais para engolir, pois são verdadeiros atentados à nossa inteligência. Nenhum aluno de uma Escola decente consegue passar de ano, com o número de faltas igual ao de determinados vereadores. Nenhum trabalhador do PIM sobrevive numa empresa, com o número de justificativas para não aparecer no trabalho, igual a muitos parlamentares da CMM. A partir desses exemplos, dá para imaginar qual seria o tratamento correto e mais justo a ser dado aos nossos vereadores gazeteiros.
Uma outra questão importante é que não existe a devida transparência às faltas e muitos menos às justificativas apresentadas pelos parlamentares. Pergunto: o que será que leva esses parlamentares a faltarem e terem que apresentar tantas justificativas? Será que as reuniões dos vereadores no parlamento são tão inúteis, desprezíveis ou improdutivas, que justifica uma parcela dos vereadores arrumarem outra coisa melhor para fazer no horário? E o que será que eles fazem de verdade e de tão importante, que justificaria as suas ausências no parlamento?
O certo é que deveria haver critérios e um limite rigoroso para faltas e justificativas. Até pode existir isso, mas, se existe, tem sido só para inglês ver. Do jeito que as coisas acontecem, o vereador falta o ano inteiro, dá lá as suas justificativas fajutas para não dizerem que além de gazeteiro é abusado – e o povo que vá reclamar ao Papa.
Não vejo expectativa de que essa mazela acabe agora. Se depender de um grupo deles (vereadores), do jeito que está com certeza não está bom – mas eles continuam confiantes de que logo-logo a mídia muda de assunto e o povo esquece. Mudança de verdade só mesmo a partir da nossa conscientização de que precisamos escolher melhor os nossos representantes. Para fazer bem isso no próximo pleito, que é daqui a dois anos, é bom guardar o jornal com os nomes dos nobres gazeteiros, para não corrermos o risco de termos que atura-los num próximo mandato. Nem pensar - olho neles!...

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27 de novembro de 2006

BR-174 - ILHA DE MARGARITA

Você já foi a Margarita pela estrada? Não! Então vá enquanto é possível.
Depois de convencido por alguns amigos e intimado pela esposa, aceitei a idéia de ir até a Ilha de Margarita por meio da estrada. Fomos agora em novembro de 2006 pela primeira vez. Saí de Manaus avisado de que iria enfrentar uma BR-174 em condições precárias. Confesso que foi o meu primeiro estresse da viagem. Condições precárias é pouco para traduzir o que vivenciamos ao longo dessa rodovia, de importância estratégica para o amazonense que gosta de um bom lazer nos fins de semana (Presidente Figueiredo) e que precisa de uma opção de férias e praia (Margarita) mais viável e compatível com a sua renda. Porém, antes de continuar falando da BR-174, eu gostaria de fazer alguns comentários.
Até Pacaraima, fronteira Brasil/Venezuela, é uma viagem de muito estresse e tensão. A preocupação, em função da buraqueira, é de você chegar com o seu carro em condições de enfrentar o resto da viagem. Felizmente, ao entrar na Venezuela, você em poucos instantes tem automaticamente três grandes alegrias. A primeira e a segunda refletem no bolso, ou seja, o preço da gasolina venezuelana e a qualidade das carreteiras venezuelanas. A terceira alegria é a paisagem deslumbrante e encantadora da Grande Savana. Uma obra de Deus para ser contemplada infinitamente com os olhos, a alma e o coração.
Como marinheiro de primeira viagem você acaba passando por outros momentos de estresse até chegar ao seu destino. Ora errando o caminho aqui e acolá, e ora tendo que enfrentar o trânsito maluco das cidades mais populosas que estão no caminho.
Quanto a Margarita, eu assino embaixo. De fato é um paraíso que merece ser conhecido. Praias maravilhosas e para todos os gostos. A vantagem de ir de carro próprio é que você pode circular, explorar e aproveitar mais intensamente o que a Ilha tem a oferecer.
Porém, tudo isso pode ficar inviável se a nossa BR-174 continuar no ritmo de destruição em que se encontra. É uma vergonha! Essa estrada é estratégica para os Estados de Roraima e Amazonas. Os carreteiros que fazem viagem para Roraima podem ser considerados verdadeiros heróis. Com certeza boa parte dos lucros com os fretes está indo para a recuperação e manutenção das carretas. Fazer seguro da carga deve estar cada dia mais caro, pois crescem dia-a-dia os riscos de viajar nessa estrada entre Manaus e Boa Vista. A população do Estado de Roraima é quem mais está sofrendo com a destruição dessa rodovia, com fretes e seguros cada dia mais altos. É simplesmente imoral!...
Falar em operação tapa-buraco na rodovia BR-174, depois de Presidente Figueiredo, é uma enganação. Inúmeros trechos estão simplesmente destruídos e não tem tapa-buraco que dê jeito. Sem falar que são raríssimas as oportunidades em que se vê alguma equipe trabalhando nesse sentido. A desculpa a gente já conhece. É a de sempre – as chuvas. Mas placas indicando obras e serviços na estrada não faltam. Difícil é saber onde e quando estão acontecendo. Na verdade são placas que só servem para fazer marketing e propaganda de obras e serviços que, se acontecem, simplesmente devem estar sumidas em meio à infinidade de buracos, valas e crateras que estão dominando a nossa BR-174. Essas placas, aliás, deviam anunciar um endereço eletrônico e um telefone para onde os verdadeiros usuários da rodovia possam encaminhar suas reclamações e denúncias sobre as condições da estrada e em particular com relação aos serviços contratados com o dinheiro do contribuinte. Isso ninguém lembra de fazer, mas fica aqui a sugestão.
Outra situação crítica é com relação à sinalização ao longo da rodovia. Viajar a noite, acredite, é risco quadruplicado. Quando existe placa sinalizadora, boa parte está camuflada em meio ao mato à margem da pista. Outras estão lá de pé, mas já não dizem nada, pois simplesmente foram consumidas pela ferrugem. A novidade é que surgiu agora a placa sinalizadora de aviso de buraco na pista. Uma maneira bem paidégua de dizer que não estão tapando os buracos, não sabem dizer quando pretendem tapar, tampouco vão indenizar os prejuízos de quem cair nos buracos por não prestar atenção no aviso. Tá lá a placa avisando. Se você cair no buraco – azar seu. Maravilha!
Tudo isso é fruto da nossa omissão como cidadãos, que aceitamos pacificamente que essas coisas aconteçam. Não podemos permitir que a nossa BR-174 tenha o mesmo destino da BR-319. Do jeito que vai, num curto prazo de tempo o tráfego na BR-174, principalmente para carros leves, vai estar impraticável. A sociedade precisa se mobilizar e não deixar que isso aconteça. Precisamos criar um movimento em defesa da BR-174 e exigir das autoridades competentes, medidas e ações objetivas e transparentes para a sua recuperação. Tapa-buraco para salvar a BR-174, acreditem - é só enganação!

Mau Exemplo!...

A mídia local (jornal) há bem poucos dias mostrou a situação de uma viatura da polícia rodoviária no momento em que agentes dessa organização faziam uma operação na estrada, de modo a identificar e punir os carros em situações de irregularidade. Perfeito! Irregularidade é para ser punida mesmo.
O que não pode acontecer é a polícia rodoviária dar o mau exemplo, fazendo a operação com um veículo em precárias condições. Pior ainda quando, para justificar as condições precárias do carro oficial, o agente rodoviário engrossa a voz como forma de intimidação e ainda sai com desculpas que só servem para brincar com a inteligência do cidadão.
Ora, se a polícia rodoviária se acha no direito de executar as suas obrigações com uma viatura em péssimo estado, sob a alegação fajuta de que o governo federal não repassa os recursos para manutenção, isso implica dizer que qualquer cidadão, desempregado, por exemplo, também tem o direito de andar com o seu carro em condições precárias, pelo motivo justo de que sem emprego e sem salário não tem como fazer a manutenção e não pode parar de correr atrás de um novo emprego.
A questão, lamentavelmente, é que a lei só funciona para punir o cidadão. Hoje existe no Brasil inteiro uma verdadeira máquina feroz de fazer dinheiro por meio de taxas e multas de trânsito, cuja arrecadação milionária, com certeza, não volta para o sistema, muito menos para a manutenção das viaturas oficiais. Em contrapartida, todos os anos, o cidadão brasileiro é obrigado a renovar e pagar caro pela licença do seu carro. Se bobear, além da multa o cidadão corre o risco de ter o seu carro recolhido. E quando conseguir liberar o carro, ainda corre o risco de recebê-lo depenado, pois na maioria dos casos a garantia da segurança e integridade do veículo enquanto este estiver retido, também é precária.
Mas, façamos justiça. Não só a polícia rodoviária, mais muitas outras organizações públicas, circulam com seus veículos/viaturas em precárias condições e fica por isso mesmo. Não faz muito tempo, uma viatura da perícia de trânsito, por exemplo, foi atender uma perícia na estrada Manaus/Itacoatiara (AM-010) e, chegando lá, o perito teve que arrumar uma lanterna e uma fita métrica emprestada. Como se vê, a precariedade não é só com relação às viaturas – ela é generalizada. Ninguém é punido, ninguém é responsabilizado e a sociedade acaba aceitando esse tipo de mazela e se omitindo de cobrar das autoridades que dêem o bom exemplo. Nós (cidadãos) estamos no dever de cumprir as regras e normas de trânsito, porém também estamos no direito de exigir das organizações que atuam nessa área que dêem o bom exemplo. O Ministério Público com certeza deve estar acompanhando essas notícias e a expectativa é de que atuem em defesa da sociedade, exigindo que as organizações públicas da área de trânsito sirvam de bom exemplo e seus dirigentes sejam punidos (um sonho que pode ser realidade – basta querer) por não manterem suas viaturas de conformidade com a lei que eles aplicam implacavelmente nas esquinas e nas estradas contra o cidadão infrator.

26 de outubro de 2006

Adolescentes Perversos!...

Recentemente o jornal A Critica, na sua página Cidade, trouxe uma reportagem aterrorizadora, falando de adolescentes perversos que matam sem pena e com requintes de muita crueldade. Isso nos faz logo lembrar de um caso recente na cidade de São Paulo e concluir:
– Nós temos também os nossos Chambinhas no Amazonas.
São adolescentes que cometem os seus crimes cruéis, na maioria das vezes conscientes do que estão fazendo e plenamente convictos da impunidade. Ainda que sejam detidos e colocados em Instituições supostamente preparadas e especializadas na recuperação de menores infratores, a única certeza absoluta que temos é que logo serão colocados em liberdade, livres de qualquer responsabilidade pelos crimes bárbaros cometidos.
Imaginem um adolescente de 15 anos violentando uma outra criança, matando, esquartejando o seu corpo em vários pedaços e enterrando. Não se trata de uma ficção! Segundo a Dra. Graça Prola (da Secretaria de Assistência Social do Estado do Amazonas) é uma realidade – aconteceu! acontece!... Esse adolescente, caso esteja ainda recolhido em alguma instituição local, em pouco tempo vai estar solto, sem que tenhamos a menor garantia de que não vai violentar, matar e esquartejar outras crianças. E não será culpa nem do adolescente, pois não foi ele que criou uma legislação que não funciona além do papel, tampouco das instituições encarregadas de promover a recuperação desses adolescentes infratores, pois são instituições que vivem com o pires na mão e só sobrevivem em função do trabalho de profissionais como a Dra. Graça Prola e outros anônimos abençoados e incansáveis. A eles devemos a nossa gratidão, pois sem eles estaríamos numa situação bem pior.
A sociedade precisa reagir. Como diz a Sra. Luissandra (promotora da infância e juventude), são muitas as causas que levam os adolescentes ao mundo do crime ou a praticar determinadas barbaridades que chocam a sociedade. Entre essas causas estão as drogas e a falta de políticas públicas. Estamos iniciando um novo período de governo e, mesmo não levando muita fé na classe política local e nacional, fica a expectativa de que o combate às drogas ganhe o status de “tolerância zero” e que políticas públicas sérias e objetivas, possam ser implementadas em benefício das nossas crianças, jovens e adolescentes.
Para encerrar é bom lembrar que jovens e adolescentes perversos não existem apenas no seio de famílias pobres e/ou desestruturadas. A prova disso está numa recente barbaridade cometida contra o comércio de Manaus, quando uma turma de mauricinhos adolescentes, filhinhos de papai, resolveram passar a madrugada destruindo o patrimônio alheio. Conseguiram não só o que queriam – conseguiram, até prova em contrário, sair impunes desse episódio vergonhoso. Se fossem filhos de pobres, com certeza agora estariam recolhidos ao Dagmar Feitosa ou no Raimundo Parente, como elementos de alta periculosidade. Alguém duvida disso?

6 de outubro de 2006

Sociedade Pestalozzi

É profundamente triste assistirmos uma entidade como a Sociedade Pestalozzi, anunciar que vai fechar por conta de uma dívida. Segundo noticiários, uma dívida de 60 mil reais. Como explicar que existe dinheiro público farto e fácil para tantas coisas, mas não existe dinheiro para ajudar a resolver um problema que inclusive é dever do Estado, ou seja, dar atendimento a crianças e adultos especiais. Até por que o Estado e o Município não possuem estruturas suficientes para oferecer esse atendimento a todos que necessitam.
É bom lembrar que todo ano tem dinheiro público (e não é pouco) para ajudar o carnaval, o boi bumba de Parintins, o Carna-Boi de Manaus, o eterno futebol falido do Amazonas, o festival folclórico, o festival de ópera, cirandas, etc. Ora, se existe grana para tudo isso, fica difícil entender as dificuldades que são colocadas para planejar e/ou ajudar a salvar e manter uma entidade como a Sociedade Pestalozzi. Se existe como arrumar dinheiro, ano após anos, para promover a festa do boi e outras, certamente existe uma maneira de arrumar dinheiro para ajudar a manter todos os anos uma organização como a Pestalozzi, que presta um belo serviço para pessoas especiais e de famílias carentes na sua grande maioria.
É tudo uma questão de vontade política. Nessas horas é que o povo se envergonha e senti a falta de homens públicos sérios e comprometidos com as questões sociais. Por exemplo: se o executivo e o legislativo conseguem tão rapidamente se articularem para mudar e aprovar a forma de aplicação dos recursos destinados à Universidade Estadual para atender outras demandas que julgam importantes e de interesse do Estado, ou então garantir um gordo salário de aposentadoria perpétua para determinado cargo público, com certeza poderão fazer exatamente o mesmo para mudar e aprovar a destinação de recursos de algum lugar para ajudar a salvar uma organização série e de interesse público. Quem disser que não pode, vai ter que explicar por que no caso da universidade e da aposentadoria foi tão fácil e possível.
Em momentos como este da Sociedade Pestalozzi, é que gostaríamos de ver os nossos políticos cobrando uma atitude do Estado e do Município, com a mesma indignação com que cobram os serviços, a pavimentação e/ou tapa buraco para os seus redutos eleitorais e/ou comunidades que lhes asseguram os mandatos por meio do voto. Queria sinceramente de ver políticos se descabelando de raiva na frente das câmaras de televisão pedindo ajuda para a Pestalozzi, como estamos acostumados a ver alguns fazendo isso raivosamente e se aproveitando das circunstâncias e das mazelas sociais que afligem as camadas mais carentes de nossa população. E não venham com aquela conversa fiada de que a entidade é particular e que por isso o Estado não pode ser cobrado por que não tem compromisso e/ou responsabilidade com a mesma. Embromação não!...
Só de energia elétrica, conforme anunciado, a dívida é de 9 mil reais. Tudo bem!... Creio que nesse caso a Manaus Energia, ou seja lá qual for a concessionária, deva usar para não cometer essa maldade de mandar cortar, os mesmos argumentos que usam para manter os olhos vedados e não desligar as centenas de gatos de energia espalhados nas zonas carentes da periferia da cidade, beneficiando inclusive gente que de carente não tem nada. Como eles dizem para não cortar - é uma questão social. Que se aplique essa regra para a Sociedade Pestalozzi ou vão se envergonhar de mandar contar essa energia.
Para encerrar duas coisas muito importantes: primeiro parabenizar a Sra. Silvia Luíza pela determinação e coragem de assumir o desafio de dirigir a Sociedade; segundo expressar a minha mais profunda admiração, respeito e orgulho pela lição de amor e solidariedade das funcionárias Maria Oliveira Mendes e Telma Andrade de Souza que, sem salário há mais de 3 meses, vão trabalhar a pé, sem perder o sorriso, a fé e a esperança. Deus as abençoe!...


4 de outubro de 2006

De olho neles!...

Acabou! Agora não é mais hora de criticas e lamentações. De nada adianta agora ficarmos reclamando do grupo de políticos eleito para o futuro mandato. Se não é aquele grupo que se esperava - paciência!... Vamos respeitar a decisão do povo. Bons ou maus – eles foram eleitos pelo voto e ponto final.
O destaque a fazer é que sabemos que só uma parte dos eleitos representa de fato a vontade da população. Uma outra parte na verdade foi eleita por um mecanismo esdrúxulo e bem sem-vergonha (legenda), que só serve para colocar no poder candidatos que não tiveram a aprovação popular nas urnas. Uma mazela que a maioria dos políticos no fundo quer preservar, pois mais cedo ou mais tarde podem acabar sendo um dos beneficiados. Por conta disso, conclui-se facilmente que nessa democracia que aí estamos assistindo acontecer, político 100% série e 100% ético ainda está por nascer.
O importante nesse momento pós-eleição é tomarmos a consciência de que elegemos o deputado estadual para exercer o mandato de deputado estadual; o federal para exercer o mandato de deputado federal; e o senador para ser senador. Daqui para frente o dever deles (eleitos) é trabalhar pelo mandato que ganharam e justificar a confiança depositada pelo povo. Aliás, alguns vão ter o que nunca tiveram: bons salários, vantagens pessoais, mordomias, assessorias e tudo o mais que precisarem para realizarem um bom trabalho e cumprirem um bom mandato. Não vão precisar se associar ao clube dos vampiros nem jogar no time dos sanguessugas. Também não vão precisar dormir preocupados com as operações da polícia federal ao amanhecer. Porém, se caírem em tentação – pelo amor de Deus resistam!...
Ao escolhermos o deputado estadual, por exemplo, entendo que não lhe demos o voto para que ele, depois de eleito, largue o mandato a qualquer tempo e vá aceitar convite para qualquer outro cargo, seja ele qual for. Até por que na maioria das vezes largam do mandato e vão assumir pastas das quais não entendem coisa nenhuma. É como aquele político que larga o mandato de Deputado Estadual ou Federal e vai ser Secretário de Produção Rural sem saber distinguir um boi de um pé-de-couve. Tudo acaba sendo feito de modo a atender exclusivamente as conhecidas articulações de porão, as conveniências políticas de momento - e o eleitor que se dane.
A renovação que assistimos com certeza não foi aquela que imaginávamos que iria acontecer. Ficou um pingo de decepção. Mas foi a renovação que o povo do Amazonas entendeu que devia fazer. Acredito que esse grupo que foi eleito para o futuro mandato (Assembléia) pode surpreender e começar a limpar a imagem ruim que está sendo deixada pelo atual mandato. Quem sabe desta feita não teremos uma maioria muito mais comprometida com o desejo de bem servir ao povo, do que bem servir e render homenagem ao poder. Na Câmara Federal perdemos um parlamentar que vai fazer muita falta na defesa dos interesses da ZFM, mas surgiram outros que podem surpreender e fazer a diferença. Eu boto fé nisso!...
Agora só nos resta anotar direitinho o que os nossos candidatos prometeram cumprir durante o mandato e em princípio não permitir que venham depois com a conversa fiada de aceitar convite para assumir outros cargos públicos, principalmente se for para atender as famigeradas articulações de porão. Eles ainda nem começaram e/ou recomeçaram – mas já estamos de olho grudado neles.

21 de setembro de 2006

A Revolta de Sandra!


MEU PROTESTO
Texto de: Sandra Monteiro
Gostaria de aproveitar esse espaço para manifestar minha total indignação com a forma deselegante que a turma do Casseta e Planeta encontrou para "satirizar" a passagem da Caravana do Jornal Nacional pela Região Amazônica. Admiro o jeito do grupo fazer humor. Eu mesma costumo não deixar passar muita coisa, faço logo uma gozação. Mas daí a tratar pejorativamente os moradores da região, como aconteceu na noite de terça (19), na "Caravana do Casal Nacional", nem pensar!
Não que esteja radicalizando, mas é que me revolta ver que em pleno século 21 ainda há gente que imagina a Amazônia como "terra de índios", como se os índios fossem seres inferiores e a região uma imensa floresta, longe de qualquer vestígio de civilização, a ponto da "Ótima Bernardes", do casseta Reinaldo, se mostrar aliviada por estar num avião que a levaria embora da Amazônia, porque estava com saudades de um shopping.Ora, será que os "ilustres cassetas" esqueceram das aulas de História? Será que eles não lembram mais que os índios eram os donos não só da Amazônia, mas de todo o território brasileiro?
Gostaria muito de poder dizer aos humoristas que não troco nenhum de nossos "índios" por um civilizado do PCC ou do Comando Vermelho (facções criminosas que dominam os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, onde vivem os famosos cassetas). Nossos índios não induzem crianças e jovens a consumir drogas e praticar crimes, incluindo assassinatos bárbaros, em defesa do tráfico de entorpecentes.Seria muito bom que essa turma se desse ao trabalho de procurar nos eletroeletrônicos que devem ter em casa, a origem de seus aparelhos, onde foram fabricados. Certamente que a grande maioria tem o selo "Produzido na Zona Franca de Manaus". Eles não devem saber que foram os "índios amazônicos" que os produziram. Os cassetas também devem desconhecer que nosso parque industrial dá empregos a muitos e muitos cariocas, paulistas, gaúchos, curitibanos, mineiros, entre que encontram aqui a chance que não conseguiram na "civilização".
Pra finalizar, gostaria de ressaltar que essa é uma opinião de uma carioca que há 24 anos vive em Manaus, terra maravilhosa que vi crescer, evoluir, ficar moderna.É uma pena constatar que ainda existam pessoas que não tiveram a oportunidade de conhecer nossa civilização!
Sandra Monteiro

18 de setembro de 2006

Juiz Trapalhão (Parte II)

Gente! Eu pensei que o juiz Ataíde fosse só um trapalhão. O sujeito, como diz o caboclo, ficou tiririca e resolveu se transformar num homem bomba, digo, juiz bomba. Em lugar de se defender do que fez, afiou a língua e mandou veneno para tudo quanto é lado. Começou colocando todo mundo dentro do mesmo balaio, do governador até os procuradores do ministério público, e concluiu – “juiz que pede benção a quem quer que seja para decidir, não é juiz”.
Sinceramente eu não sei de onde foi que ele tirou essa conclusão de efeito, mas já fico arrepiado só em imaginar que possam existir outros Ataídes de plantão por aí pensando e agindo igualzinho. Ave Maria!...
Para justificar a decisão de soltar os bandidos, o juiz Ataíde não perdoou ninguém - chamou a justiça de paralítica e o Ministério Público de moroso. Como ele faz parte desse meio há algum tempo e já está pensando até em aposentadoria (segundo noticiário), com certeza tem muita gente achando que ele esteja falando com conhecimento de causa. Eu prefiro acreditar que o juiz Ataíde anda meio atrapalhado das idéias, principalmente pelo fato de que não conseguiu justificar de forma convincente a sua atitude de mandar soltar bandido perigoso. Pior ainda quando diz que a segurança pública não é um problema dele, mostrando total descaso com a situação de insegurança e violência que a sociedade vem enfrentando em toda a cidade de Manaus.
Para uma sociedade que vive num clima de insegurança cada dia pior, as declarações do juiz Ataíde acabam funcionando de fato como uma bomba, levando muita gente a se sentir numa situação de desespero total. É só imaginar um Estado que tem um juiz plantonista soltando preso de roldão (segundo ele por incompetência de quem formata mal os processos), uma justiça paralítica, um ministério público moroso e uma segurança pública falida, que aliás até agora não deu conta ainda nem dos meninos danados que passaram uma madrugada inteira brincando de destruir as vitrines das lojas da cidade. Se for isso aí mesmo – só nos resta ajoelhar e pedir a proteção de todos os santos.
Outros destaques interessantes das entrevistas do juiz Ataíde aos jornais da cidade, foram o bigode que ele arrumou para o governador e o novo nome que ele deu para o desembargador Domingos Chalub – o Tal Chalub. Tudo isso, creio eu, depois de já ter recebido o castigo de 30 dias de suspensão.
Vejam a que ponto chegamos. Um JUIZ, em lugar de contribuir para resolver aquilo que ele classifica de paralisia da justiça e morosidade do Ministério Público, simplesmente faz a opção pelo pior. Aproveita-se das supostas falhas de processo, paralisia e morosidade das instituições e promove uma festa no seu plantão de trabalho, dando liberdade na calada da noite para bandidos de alta periculosidade. Resumindo – o povo que se lasque!...
A preocupação maior agora é que este não seja mais um escândalo que vai ser cozinhado em banha maria por algum tempo, a espera que a memória curta do povo se encarregue de enterrar. É importante destacar que a justiça, o ministério público, autoridades do executivo e do judiciário foram duramente atingidas por declarações explicitas do juiz Ataíde. Vamos ficar atentos aos próximos acontecimentos e esperamos que este não seja mais um escândalo a ser vergonhosamente varrido para debaixo do tapete. Àqueles que vão tratar de investigar, analisar e julgar esse caso (seja lá de onde for), o nosso apelo dramático – pelo amor de Deus não nos decepcionem! Será que é pedir muito?

Pacientes Enganados!...

Chamou-me a atenção os depoimentos dados ao Jornal A Crítica, pela Sra. Sheila Maria Sales e pelo presidente do CRM, Sr. José Bernardes, na matéria cujo título já não é mais nenhuma novidade entre aqueles que dependem do atendimento médico público – Pacientes Enganados!...
A Sra. Sheila Sales na realidade expressa o sentimento de boa parte das pessoas que dependem exclusivamente do atendimento público. Disse ela para a reportagem:
– O jeito é ir com qualquer médico. Pelo menos para ter a receita do remédio.
O destaque maior a fazer é que ela (Dona Sheila) não estava e não está buscando atendimento especializado para a sua própria saúde, mas para o seu filho de apenas 9 anos de idade, num pais chamado Brasil, cujas autoridades enchem o peito para dizer que possui a melhor e mais moderna legislação do mundo em termos de amparo, apoio e proteção à infância e adolescência. No papel sem dúvida é tudo uma maravilha. Mas na prática é uma verdadeira enganação. Está aí o exemplo de Dona Sheila, mendigando de um lado para outro um atendimento especializado para uma criança, mas tendo que se contentar em ter pelo menos a receita de qualquer médico que lhe aparecer pela frente, de modo a ter pelo menos a medicação. É lamentável, pois com certeza outras mães devem passar pela mesma humilhação e vexame.
Na mesma matéria o presidente do CRM destaca que é normal que o médico especialista seja substituído pelo clínico geral. Resumindo, disse ele - O importante é que a população não fique sem atendimento.
Eu não questiono o entendimento do presidente do CRM, mas coloco em dúvida a competência e a responsabilidade de alguns profissionais que fazem o atendimento nos postos públicos. E vou contar aqui um caso muito recente.
Sentindo-se mal, a filha de minha empregada doméstica, de nome Francilene, foi buscar atendimento no posto médico do Alvorada (SPA). Foi acompanhada de sua mãe, Dona Fátima. Lá chegando foi atendida pela médica de plantão que, após ouvir as queixas da paciente (Francilene), determinou a realização de um raio X, ficando constatada a presença de água na pleura. Em seguida pediu um exame de sangue, ficando a paciente medicada e internada a noite inteira naquele posto médico (SPA).
No dia seguinte, aparece um outro médico (houve troca de plantão) trazendo em mãos o resultado do exame de sangue de Francilene. Para surpresa tanta da paciente como de sua mãe, o médico informa que o problema dela era só uma ameba.
Mãe e filha tentaram argumentar com o médico, mostrando o Raio X que havia sido feito e que a médica do plantão anterior que fez o atendimento inicial, havia diagnosticado que Francilene estava com água na pleura. Perfeitamente justa a preocupação da paciente e de sua mãe. Afinal qual era o diagnóstico confiável, verdadeira – água na pleura? Ameba? Ou as suas coisas?
Pressionado o médico passou a vista no exame de Raio X e disse que era um equívoco, ou seja, não havia nada de água na pleura, era apenas ameba, conforme demonstrava o exame de sangue que ele tinha em mãos. E ficou por isso mesmo. A paciente foi liberada para ir para casa, levando consigo um receituário para tratamento de ameba.
A paciente (Francilene) e sua mãe saíram do posto médico do Alvorada inconformadas e sem acreditar no diagnóstico final. Entendiam que as dores que ela (Francilene) sentia no corpo não poderia ser resultado apenas de uma crise de ameba. Felizmente tiveram a iniciativa de procurar atendimento em outro local. Foram para o 28 de Agosto, onde foi feito um novo Raio X e um novo exame de sangue. O Raio X confirmou a água na pleura e o exame de sangue não atestou a existência da tal ameba. Em seguida a médica do 28 de Agosto fez o encaminhamento para o Cardoso Fontes, onde Francilene iniciou o tratamento correto.
Concluo dizendo que o presidente do CRM tem razão em parte. O importante é que a população receba o atendimento, mas se for um atendimento do tipo que acabo de relatar, significa dizer que a população vai estar sempre jogando com a própria sorte, em função do mal atendimento e de diagnósticos vergonhosamente equivocados. Felizmente Francilene e sua mãe tiveram a iniciativa de buscar socorro imediato em outro posto médico. Amém!...

14 de setembro de 2006

Detran - cadê o kit?

Recentemente a mídia local divulgou um fato curioso que merece a atenção do contribuinte. Aconteceu um acidente grave na estrada Manaus/Itacoatiara e a perícia foi convocada até o local. Chegando lá, o perito para poder executar a perícia, pasmem, precisou arrumar emprestado uma lanterna e uma fita métrica. A lanterna pelo jeito foi fácil. Quanto à fita métrica, o perito precisou usar os pés para fazer as medidas e executar o seu serviço. Imaginem essa cena! Tão lamentável quanto o próprio acidente.
Destaque-se que não se trata de uma invenção da mídia. O próprio perito aproveitou a chance de ser entrevistado e tratou de denunciar as condições precárias de trabalho. Muito corajoso de sua parte, pois corre o risco de ser enquadrado, desmentido publicamente, ou seja, chamado de mentiroso, e ainda punido por ter denunciado o que não devia.
Temos que reagir a situações dessa natureza. Como contribuintes, pagamos (e não é pouco) para que situações como esta não aconteça. Desta feita está acontecendo com a perícia. Daqui um pouco o contribuinte chama uma ambulância e ela chega ao local do acidente sem a maca para socorrer os feridos ou o paramédico sem luvas, sem estetoscópio e sem esparadrapo para um atendimento de urgência.
É uma situação que podemos considerar imperdoável. O Detran do Amazonas, salvo melhor juízo, é o segundo maior arrecadador do Estado, só perdendo para a SEFAZ. Possui uma máquina de fazer dinheiro, que são os corujinhas espalhados pela cidade, sem falar numa boa parcela dos azulzinhos que ficam nas esquinas gastando mais caneta com a aplicação de multas do que apito com a organização do trânsito. A menor multa paga hoje por um infrator, salvo melhor juízo, é suficiente para comprar e montar no mínimo meia dúzia de kits com 1 lanterna simples, 1 fita métrica simples, papel, caneta, prancheta e giz. E ainda pode sobrar troco para mais alguma coisa.
Imaginem a situação do contribuinte que normalmente espera horas para ser atendido pela perícia e, quando aparece, o perito precisa pedir emprestado as ferramentas mais elementares do seu trabalho. Essa é uma situação que merece a atenção dos contribuintes e em particular dos órgãos de controle e fiscalização. Trabalho também para os nossos ilustres deputados e vereadores - afinal foram eleitos para fiscalizar e defender os interesses do cidadão. Quem sabe uma sessão extra para motivar a discussão dessa questão?
Até prova em contrário, é no mínimo descaso. O contribuinte quando está no trânsito e é flagrado pelos chamados "corujinhas" – imediatamente é chamado para prestar esclarecimentos, é multado, leva ponto na carteira e em alguns casos é até obrigado a participar de um curso de reeducação no trânsito. Tudo perfeito! É isso mesmo que deve ser feito!...
Mas, lamentavelmente, esse não é o mesmo tratamento dado aos dirigentes dos órgãos públicos que negligenciam no cumprimento de atividades estratégicas de atendimento ao contribuinte/cidadão. Normalmente costumam dar as desculpas mais idiotas possíveis para as mazelas e fica por isso mesmo. Por exemplo: qual deve ser a desculpa pela falta da lanterna e da fita métrica no carro da perícia no acidente da Manaus/Itacoatiara? Já sei! – do perito que ficou empolgado com a presença da imprensa no local do acidente e resolveu contar uma mentirinha boba para brincar com o chefe e os colegas de trabalho.
Grande parte disso tudo é culpa nossa (contribuintes) que silenciamos diante desse e de tantos outros casos ainda mais preocupantes. Mudar não é fácil – o importante é não desistir. O Clube da Baladeira é um espaço criado para exercitarmos a nossa cidadania e manifestarmos a nossa indignação com fatos dessa natureza, exigindo das autoridades competentes as providências cabíveis. A gente chega lá!...

Juiz Trapalhão!...

Recentemente ficamos todos revoltados com a atuação dos nossos ilustres deputados estaduais, que optaram pela calada da noite para aprovar um projeto de aposentadoria precoce. Agora é a vez de um determinado juiz que, segundo a mídia local, resolveu também aproveitar a calada da noite para autorizar a soltura de presos perigosos. Diz o noticiário que teve bandido solto às 22 horas do feriado. De certa forma não deixa de ser um horário ideal para soltar bandido perigoso. Simplesmente ele não precisa esperar escurecer para agir – já sai direto à caça de suas próximas vítimas.
Por conta dessa atitude do juiz trapalhão, a polícia local se diz obrigada a fazer o monitoramento dos passos dos bandidos que são soltos sem justificativas convincentes, de modo a impedir que cometam novos crimes. E eles chamam isso de trabalho de inteligência - É brincadeira!...
A verdade é que a sociedade tem que reagir. E logo! – antes que caia no esquecimento. Não podemos mais nos omitir e silenciar diante de situações dessa natureza. Basta de explicações e justificativas idiotas, na expectativa de que a memória curta do povo se encarregue do resto. Chega! Vamos começar acabando com essa coisa de soltar bandido durante a noite. Porque esse privilégio? Se alguém tem ser libertado, seja um bacana, um traficante ou ladrão de galinha, que isso aconteça à luz do dia e não na calada da noite.
Segundo o secretário de segurança do Estado do Amazonas, o mesmo não poderia fazer nada diante de uma decisão equivocada do juiz. Ora bolas!... A sociedade não pode ficar a mercê de decisões equivocadas de juiz nenhum, principalmente em se tratando de libertação de bandido perigoso. Se não tem segurança e/ou competência para dar um despacho correto durante o plantão, então que gaste o tempo e a caneta jogando velha ou fazendo palavras cruzadas. Até isso tem o seu lado bom – o povo vai dormir tranqüilo, sem nenhuma quadrilha solta irresponsavelmente no escuro.
Vejamos algumas declarações dadas à imprensa por autoridades da Justiça do Amazonas sobre esse caso: “o plantonista só pode mandar soltar presos que foram recolhidos a mando dele” – “os presos só poderiam ser soltos após pedido de habeas corpus feito pelos advogados a uma das Câmaras Criminais do TJAM” – “ um plantonista só pode decidir quando ele é designado pelo Tribunal, mas isso em situações especiais”. Tomando por base essas declarações, o juiz plantonista que libertou os bandidos, de equivocado na verdade não tem nada. Ou ele é totalmente desinformado sobre o que pode ou não pode fazer durante o seu plantão, ou então resolveu testar até onde vai a desinformação dos seus parceiros de justiça, sistema prisional e de segurança pública. Pelo jeito – arrumou foi sarna para se coçar.
Diz um jornal que, pelo ritual, cabe ao Ministério Público oferecer representação contra o tal juiz. Sempre que acontece de uma autoridade jurídica estar envolvida em algum tipo de irregularidade, é comum muita gente colocar o rabo entre as pernas e esperar que outro corajoso tome a iniciativa. A verdade é que quando se trata de denunciar e/ou cobrar algo das autoridades judiciais, todo mundo gagueja e se enche de dedos e de desculpas para não fazer nada. Não precisamos ir muito longe. Aí está o caso do quebra-quebra ocorrido na cidade, onde ninguém cobra mais nada, ninguém fala mais nada, em função da suposta participação de um filho de autoridade judicial e de empresários bacanas. Isso é o tipo de coisa que tem que acabar o mais rápido possível - doa a quem doer!...
Diante desses fatos, gostaríamos de ver não só a mídia, mas também os legítimos representantes do povo, tanto da Assembléia Legislativa como da Câmara Municipal de Manaus, subindo na tribuna para exigir não só explicações, mas a aplicação das penalidades cabíveis, caso fique comprovado que a autoridade de plantão agiu incorretamente. Quero ver vereador e deputado cuspindo fogo na tribuna, igualzinho como fazem quando é para criticar e/ou denunciar os seus adversários. Não podemos aceitar a idéia de que um juiz de plantão pode tudo, inclusive atentar contra a segurança e a tranqüilidade da população, mandando soltar bandidos comprovadamente de alta periculosidade. Se ele errou vai ter que pagar, mas para isso é preciso que as autoridades competentes façam a sua parte. É o que estamos esperando que aconteça – quem sabe!...

8 de setembro de 2006

Pelo jeito - abafaram!...

Há pouco tempo escrevemos um artigo falando dos estragos que foram causados a vários empreendimentos comerciais durante certa madrugada na cidade de Manaus. Para quem achava que poderia ter sido uma ação criminosa de marginais ligados ao PCC, veio então a surpresa: os estragos foram praticados na verdade por mauricinhos, também conhecidos como filhinhos de papai. Confiantes na importância e no poder do papai ou da mamãe, e certos da impunidade generalizada, principalmente entre aqueles que podem pagar por ela, esses “jovens delinquentes" resolveram se divertir na madrugada destruindo o patrimônio alheio. Bem pior do que isso é certos papais e mamães que acham isso normal - faz parte da juventude! No meu tempo, diria a minha avó - é falta de peia!...
Algumas colunas de jornais de Manaus bem que tentaram alguma coisa. Denunciaram em pequenas notas e cobraram explicações da polícia, principalmente. Nas entrelinhas deram conta de que entre esses delinquentes que praticaram o quebra-quebra na cidade, imaginem, tinha filhinho de juiz, tinha filhinho de empresário bacana, etc. Pelo menos numa coisa podemos ter absoluta certeza: são todos garotos delinquentes bem nutridos, frequentando boa escola, motorizados e "supostamente" bem educados.
Ao reler o artigo que fiz sobre esse assunto, eu lembrei do caso de uma mãe humilde da periferia que quando descobriu que o filho estava envolvido com marginais perigosos, foi pessoalmente entrega-lo para a polícia na delegacia mais próxima. No dia seguinte, impreterivelmente, estavam ela e o filho servindo de manchete na página policial de vários jornais. A verdade é que a sua coragem e determinação como mãe não foram suficientes para sensibilizar o delegado a não divulgar a ocorrência, tampouco suficiente para abafar e silenciar os repórteres que fazem plantão na porta das delegacias.
No caso que estamos comentando, gravíssimo sobre todos os aspectos, pelo jeito nem papai nem mamãe dos mauricinhos tiveram a mesma coragem e dignidade daquela mãe da periferia, que foi pessoalmente à delegacia entregar o filho, de modo a esclarecer e pagar pelo crime cometido. Mas, em contrapartida, as autoridades parecem terem se sensibilizado com o drama dos pais dos mauricinhos (foi só uma brincadeira de adolescentes) e até hoje, salvo engano, não divulgaram os resultados das investigações. Vai ver o processo está correndo sob segredo de justiça para não causar traumas nos adolescentes. Coitadinhos!...
A mídia, de sua parte, vem decepcionando. Não deu nomes, endereço, origem, tampouco contou qualquer história dramática sobre a vida noturna desses filhinhos de papai que resolveram brincar de destruir o patrimônio alheio desafiando a tudo e a todos.
Para vergonha e indignação de todos nós (até prova em contrário) – esses adolescentes delinquentes planejaram e executaram o que queriam - absolutamente confiantes na impunidade. E conseguiram!...

6 de setembro de 2006

Pão com Filé!...


O ano é 2002. Eu e Adamilton Mourão, que eu vou chamar de Dadá, participávamos da organização da primeira Feira Internacional da Amazônia – FIAM 2002. Estávamos na etapa chamada de pré-evento. Nossa tarefa, junto com companheiros do SEBRAE-AM, era divulgar a feira nos estados da região norte e incentivar as micro e pequenas empresas a participarem como expositores.

Numa dessas viagens, fomos a Cuiabá, no Mato Grosso do Sul. Desembarcamos já no final da tarde e fomos direto ao hotel. A programação de trabalho naquela cidade seria toda ela no dia seguinte.

Preenchemos as fichas no balcão e nos reunimos ali mesmo no saguão do hotel para decidirmos o que fazer naquela noite. De cara fui dizendo que não iria a lugar algum. Eu já tinha uma programação inadiável para aquela noite. Assistir na televisão a decisão da Copa Brasil entre o meu timão do Corinthians e o Brasiliense.

Os outros dois colegas do SEBRAE-AM que nos acompanhavam, conseguiram convencer Dadá a irem juntos comer num restaurante especializado em carne de carneiro. É evidente que Dadá não aceitou a programação por conta da carne de carneiro. Pão-duro que é, só concordou em ir junto quando garantiram a ele que o restaurante tinha também a opção do prato-feito. Depois, fiquei sabendo que ele  jantou uma cumbiquinha de sopa de mandioquinha com torradas, servida como entrada e cortesia da casa, ou seja, 0800. 

Depois de acertarem a hora para se encontrarem no saguão, subimos para os apartamentos. Eu e Dadá tínhamos um acordo de dividir as despesas de hotel durante as viagens precursoras. Por conta disso, optávamos sempre pelo apartamento stand. A ideia era economizar diárias para comer melhor e levar alguma lembrança para casa.

Chegando no apartamento, liguei a televisão para esperar o Jornal Nacional e Dadá foi tomar banho para se preparar para o jantar. Quando ia saindo do apartamento, eu lhe fiz um pedido:

- Bicho! Quando tu voltares trás para mim um sanduíche.

E do que é que tu vais querer? – perguntou ele sem reclamar.

- Trás um de sanduiche de filé e pede para caprichar.

- Mais alguma coisa!

- Para mim basta! Refrigerante não precisa. Tem aqui no frigobar.

Sem perguntar mais nada, Dadá foi embora cheirando mais do que filho de barbeiro. Nem parecia que estava indo atrás apenas de um prato feito. Mas, senti que antes de fechar a porta ele queria me perguntar alguma coisa. Afinal, eu havia lhe feito um pedido que ele ia ter que pagar, mas não lhe dei a grana para fazer isso. Foi proposital! Dadá pagar o lanche de alguém é algo raro. Nessas alturas, descendo no elevador, foi se perguntando: - será que eu vou pagar o sanduíche e ainda ter que dividir o refrigerante na conta do hotel? Esse é o Dadá – meu amigo mão-de-vaca.

Aquela noite de 2002 para mim, até determinada hora, foi inesquecível. Meu Timão foi Campeão e eu me juntei ao grito da maior torcida do mundo: Timãooooooooooo ê! ô! Timãooooooooooooo ê! ô!

Passada a emoção do jogo, fiquei a espera de Dadá com o meu sanduíche de filé. Terminou o Jornal da Noite. Terminou o Jô Soares, a fome foi aumentando e nada do sujeito chegar com o maldito sanduíche. O desespero era maior diante da enorme probabilidade dele chegar sem o sanduíche.

Nessas alturas, o meu arrependimento de não ter dado o dinheiro para o miserável comprar o sanduíche já era maior e mais doloroso do que a própria fome. Só não fiz promessa naquele dia por que a minha dívida com o Homem lá de cima estava no vermelho e o castigo poderia vir mais rápido do que o esperado.

De repente, a porta do apartamento se abre e entra o Dadá com um saco na mão. Era o tão esperado sanduíche que eu havia pedido às 19 horas e já eram 1:30 horas do dia seguinte.

No ato só encontrei uma frase para me expressar - Puta que pariu meo!

Dadá, cínico como sempre, olha para mim e diz:

- Tá vendo como são as coisas! Se eu tivesse esquecido de trazer tu ias agora dormir com fome.

Não respondi a provocação. Peguei o sanduíche, abri uma lata de refrigerante, sentei na beira da cama e tratei de matar quem estava me matando. Com a fome que eu estava, aquele era o melhor sanduíche de filé do mundo.

Mal acabo de morder o primeiro pedaço do sanduíche, Dadá senta de frente para mim, fica olhando para o meu sanduíche e, na maior cara-de-pau, sai com essa:

- Deixa eu provar um pedacinho?

Aí o sangue ferveu!  Brocado como eu estava, confesso que teria preferido que ele me chutasse a canela do que pedir um pedaço do meu sanduiche. O cara tinha acabado de chegar da rua e me vem com essa conversa de querer comer um pedaço do meu sanduíche. Dei-lhe a resposta merecida:

- Vai pedir um pedaço de sanduíche do Caralho. Deste aqui tu não vais comer porra nenhuma.

Mas o cara insistia –  poxa, e só um pedacinho! É só um pedacinho!

Senti que era mais uma provocação, o que ele sabe fazer bem feito. Resolvi continuar comendo meu sanduíche sem me estressar.

Acontece que quando acabei de comer, a sensação de fome simplesmente não havia passado. Pelo contrário! Só fazia piorar quando lembrava do filho de uma égua me pedindo um pedaço. Decidi então tomar uma atitude e comecei perguntando para o sujeito:

- Cara, onde foi que tu comprastes esse sanduíche?

Foi aí na frente do Hotel - responde ele. Tem dois carros de lanches. É o da beira da calçada.

- E quanto foi?

Baratinho, diz ele – Foi 2 reais.

Resolvi então me vestir para descer e comprar o sanduíche. Antes de sair pergunto da figura:

- Vais querer um sanduíche também?

Com a cara de leso, ele me responde - É né! Pode ser né! Trás um filézinho com bacon!

Desci e fui direto ao carro de lanche. O chapeiro já estava se preparando para fechar.

Dá para me atender amigo? – perguntei.

- Sim senhor! O que é que o Sr. manda?

- Dois sanduíches de filé para viagem caprichados. Um com bacon e outro sem bacon.

- Deixe comigo patrão - É prá já!...

Enquanto o chapeiro preparava os sanduíches, separei 4 reais trocados e fiquei esperando.

Na hora que o cara me entrega os 2 sanduíches embrulhados, passo a ele os 4 reais e agradeço.

- Obrigadão meu amigo! Viro as costas e, mal dou o primeiro passo, ouço aquela voz.

- Doutor, seguinte,  num é 4 real não! Os 2 sanduíches é 7 real.

Volto e argumento com o chapeiro:

- Não faz uma hora, um colega que está comigo no hotel, veio aqui com você e comprou um sanduíche de filé por 2 reais. Você está lembrado não?

- Claro Doutor! Não é um narigudo meio engraçado? Tô esquecido não! Esse seu amigo chegou aqui bem vexadinho perguntando quanto era o sanduíche de file. Eu falei – é 3 real e 50 centavos. Daí ele me perguntou assim:

- E se eu mandar tirar o queijo, o presunto, o ovo e a salada?

Ai eu disse - nesse caso 2 real paga a conta. Ele ficou todo alegre e me respondeu – manda um no capricho prá viagem.

Depois desse relato do chapeiro, o meu sangue ferveu da cabeça aos pés. Mas, o coitado do chapeiro não tinha culpa de coisa alguma. Completei o dinheiro e voltei para o hotel disposto a dar o troco. O sujeito me deixou com fome um tempão, me fez comer um pão com filé sem nada dentro e depois ainda me faz comprar para ele um sanduíche de filé com bacon completo. E muita cara-de-pau!

Quando entro no apartamento, puto de raiva, a figura já retruca de lá?

- Pô, cara! Demorou né!...

Completei no ato:

- Seguinte meu irmão! Tu só vais comer a porra desse sanduíche, se tu me explicares por que tu mandastes o chapeiro tirar tudo do meu sanduíche e deixar só o filé.

- Pô cara! Eu só me preocupei com a tua gastrite crônica, pressão e colesterol alto. Tu sabes né: manteiga faz mal, ovo faz mal, queijo faz mal, presunto faz mal e a salada tu podias pegar uma ameba. Sem rancor meu irmão! Fica frio! Vamos comer esse sanduíche e dormir.

É obvio que eu não acreditei e vou morrer sem acreditar nunca nessa desculpa cínica. Isso é armação e coisa de amigo-da-onça. Mas, é meu amigo – fazer o quê? Perdoei a sacanagem que ele me fez e ainda deixei que ele comesse o sanduíche completo de filé com bacon que eu havia comprado. Mas, prometi a ele que o mundo ia ficar conhecendo como age um legítimo amigo-da-onça. Assim, para você que acaba de ler essa história, eu faço apenas um humilde pedido. Ajude-me a cumprir a promessa – passe adiante!...

4 de setembro de 2006

A minha solidariedade!...

Os acontecimentos que envolveram o atentimento médico de Aylla Almeida na UNIMED e acabou num desfecho infeliz, trágico e profundamente doloroso para toda a família, deve merecer a atenção das autoridades e em particular a reflexão de toda a sociedade amazonense. Lamentavelmente a jovem Aylla não foi a primeira nem será a última vítima do mau atendimento ou do erro médico. Se pensarmos bem, isso na verdade acontece todos os dias nas clínicas, nos hospitais e consultórios médicos daqui e de qualquer lugar desse país.
Eu pessoalmente me sinto triste e abatido diante da dor da família Almeida. Eu conheço Aly, pai de Aylla, desde a minha infância. Fomos colegas na adolescência e sei da sua formação e da sua integridade moral. Aly jamais faria qualquer tipo de crítica e/ou denúncia irresponsável levado apenas pela dor que dilacera o seu coração nesse momento. Pelo contrário! - fico imaginando de onde vem conseguindo se alimentar de tanta força para superar essa tragédia e lutar para que todos os fatos sejam devidamente esclarecidos.
Aproveito a oportunidade para louvar a atitude da Camara Municipal de Manaus, que resolveu montar uma CPI para investigar eventuais erros médicos que provocaram a morte de Aylla. Lembro apenas que não basta aprovar a CPI, é precisar que haja disposição e coragem dos vereadores para irem fundo nessas investigações, não deixando que se transforme em mais uma pizza. Para quem anda com o crédito no vermelho junto à sociedade, essa é sem dúvida uma oportunidade para os vereadores mostrarem trabalho, competência, transparência e independência. Vamos dar mais esse crédito! Quem sabe!...
Sabemos também que a UNIMED e o Conselho Regional de Medicina também estão adotando seus procedimentos de investigação e avaliação desse caso. O que o povo espera e vai cobrar - é que haja o máximo de transparência na divulgação dos procedimentos de investigação e dos resultados finais. Não nos decepcionem!...

1 de setembro de 2006

A nossa homenagem!...

Está acontecendo no Studio 5, em Manaus, a III Feira Internacional da Amazônia. Durante praticamente 2 anos, um grupo de pessoas dedicam o seu tempo e a sua vida para que esse evento, em 4 dias, possa mostrar para o Brasil e o Mundo as riquezas e as potencialidades da região, bem como atrair novos investimentos e/ou empreendimentos para o seu desenvolvimento sustentável.

Não tenho dúvida em dizer que a Feira Internacional da Amazônia não é resultado apenas da competência dos seus organizadores, parceiros, montadores e expositores. É um evento que tem alma, emana luz e traduz o esforço da nossa gente pela consolidação de um projeto vitorioso – o projeto Zona Franca de Manaus. Doa a quem doer!...

Este ano, durante a solenidade de abertura presidida pelo Ministro Furlan, com certeza muitos dos presentes devem ter questionado a ausência do presidente da República e de outras autoridades. Eu estava lá naquele momento, mas preferi assistir a solenidade pelo telão que foi colocado dentro do galpão dos expositores do PIM. Durante o Hino Nacional, fiquei acompanhando as imagens que mostravam as autoridades presentes e comecei a buscar a imagem de uma pessoa que, no meu entendimento, e de todos aqueles que conhecem o processo de criação desse evento, deveria estar ali também participando.

Como não o achei, procurei imediatamente saber o motivo da sua ausência e me veio a notícia de que provavelmente naquele exato momento ele poderia estar se preparando ou já passando por uma nova cirurgia fora de Manaus. Sei que não devemos questionar a vontade de Deus, porém, a minha vontade ao sentir a sua ausência na abertura da FIAM 2006, foi escrever essa mensagem e prestar a minha homenagem a essa pessoa que eu considero um exemplo de vida, um profissional competente e acima de tudo um homem público exemplar.

A verdade é que não dá para falar da Feira Internacional da Amazônia, sem falar de Ozias Monteiro, ex-superintendente da Suframa e atual Secretário de Planejamento do Governo do Estado do Amazonas. Foi ele que em determinado momento da sua administração na Suframa, teve a coragem de bater o pó do projeto que teimava não sair da gaveta e promover certas mudanças radicais na sua concepção, assumindo pessoalmente todos os riscos. Primeiro exigiu que a feira fosse criada para mostrar as potencialidades da nossa Amazônia e não apenas do Pólo Industrial; segundo que fosse realizada em Manaus, contrariando o entendimento e o interesse de muita gente. Por último, confiou a um grupo de trabalho formado por servidores e colaboradores da Suframa, a missão de tornar uma realidade o projeto FIAM que, em conseqüência do sucesso da sua primeira edição, logo em seguida foi homologado pelo Conselho de Administração da Suframa como um evento bianual e inserido no calendário de feiras internacionais do Brasil (Itamaraty) .

Da segunda edição para cá, como diz o ditado - a peteca não caiu. A realização da feira passou a ter a firme liderança da atual Superintendente, Dra. Flávia Skrobot Barbosa Grosso. Quem esteve na segunda e agora participa da terceira edição da Feira Internacional da Amazônia, com certeza não tem dúvidas – valeu a pena acreditar! Por tudo isso, a nossa sincera e carinhosa homenagem ao Dr. Ozias Monteiro. Foi só a partir da sua visão, ousadia e determinação, que a Feira Internacional da Amazônia tornou-se uma realidade. Que Deus o abençoe e que logo retorne ao nosso convívio, em particular dos seus familiares e amigos.

28 de agosto de 2006

Outubro vem aí!...

As explicações dos deputados amazonenses para a aprovação da aposentadoria para vice-governador chegam a ser verdadeiras obras primas da hipocrisia. Algumas dessas explicações, de tão idiotas, ferem a inteligência do povo. No fundo querem nos tratar como otários, mas, como dizia o saudoso Henfil – Somos bobos, mas não somos otários.

Um dos deputados foi claro nas suas explicações. Disse conhecer o processo, mas assegura não ter participado das articulações para sua aprovação. Nem precisava! O deputado fez o principal – deu o seu voto a favor da gorda aposentadoria. Outro deputado tratou de dar conselho aos demais colegas, pedindo que resolvessem logo o assunto, alertando para o fato de que em panela suja, quando mais se mexe – mais fede. Esse, pelo menos, tem a consciência de que é parte dessa panelada suja e senti que ele próprio já está exalando mau cheiro por todos os poros. Sabe que quando mais se prolongar essa discussão, maior vai ser o prejuízo junto ao eleitorado.

Um outro deputado envolvido nessa mazela, resolveu dar um tom musical à sua explicação.
Disse ele: - Entrei de gaiato no navio!
Bem! Pelo menos numa coisa ele está certo. O navio que ele embarcou na última eleição (2002) de fato está entulhado de gaiatos. Sendo assim, fica difícil acreditar nessa conversa de que ele entrou de gaiato na história da aposentadoria. Da sua declaração, existe uma única certeza – tem muita gente torcendo mas é para ele entrar pelo cano. Não adianta agora tentar se fazer de bobo. Como bem disse um dos deputados – nenhum deles é ingênuo. Portanto, deputado gaiato – tudo bem, a gente já está acostumado. Agora, deputado gaiato e bobinho, paciência – não existe!

O certo é que todos tentam se esquivar da responsabilidade da aprovação dessa aposentadoria. De muitos desses deputados, principalmente da banda podre, a sociedade é capaz de aceitar qualquer mentira para justificar qualquer coisa. Não faz muito diferença - soa apenas como mais uma mentira entre tantas outras mentiras idiotas que eles pregam todos os dias. Entretanto, com relação a alguns deputados, da chamada ala do bem, que sempre tiveram olhos de águia para tudo que se passa na casa, e que sempre vinham agindo como guardiões da moral e da ética, a sociedade nesse instante se mostra estarrecida e profundamente decepcionada. Muitos eleitores, por conta dessa decepção, vai repensar e mudar o seu voto, com certeza.

Agora, o cidadão desempregado, principalmente, deve estar fazendo as contas de quantos aluguéis ele poderia pagar com a aposentadoria criada pelos deputados; quantos meses ele precisa trabalhar ganhando o salário mínimo, para juntar o que os deputados resolveram pagar por mês de aposentadoria ao vice; quantas cestas básicas poderiam ser distribuídas todos os meses para matar a fome de famílias que vivem diariamente no fio da navalha.

Outubro vem aí! O eleitor tem tempo ainda para refletir sobre esse e outros fatos vergonhosos que marcaram esse mandato político (em todos os níveis) e que felizmente está chegando ao fim. Temos a nossa parcela de culpa nisso tudo que estamos vendo acontecer. É chegada a hora de escolhermos bem os nossos candidatos. É hora de renovação! Um futuro melhor para o nosso Estado e para o Brasil só depende de nós. Façamos a nossa parte.

26 de agosto de 2006

Olha o Abafa!...


É com profunda e indisfarçável indignação que a sociedade amazonense assisti o comportamento lamentável da polícia e das autoridades, diante de acontecimentos criminosos praticados pelos chamados filhinhos de papai. Não faz muito tempo, empresários e comerciantes de Manaus foram vítimas desses elementos, quando tiveram seus empreendimentos destruídos a tiros, paus e pedras. Parecia ser coisa de bandido e, por conta disso, já havia quem imaginasse ter sido uma ação articulada por algum braço do PCC em Manaus. Erraram feio!...
Com a demora na divulgação das investigações, começaram as desconfianças com relação ao comportamento da Polícia. Daí então surgiram os boatos e as notinhas de jornais afirmando que a onda de terror e quebra-quebra havia sido praticada pelos chamados filhinhos de papai e que a policia já conhecia o pedigree de todos os envolvidos.
A não divulgação das investigações passou a ter uma imoral explicação: não expor filhinhos de juizes e/ou empresários envolvidos na noitada de terror, onde muita gente acredita que não deva ter rolado só tiro, paus e pedras. Esses moleques não praticaram esse tipo de crime, tendo na cabeça apenas a certeza da impunidade, por conta do poder e do status social do papai ou da mamãe. O pano sujo colocado pela polícia e pelas autoridades em cima desse acontecimento, dá o direito à sociedade a pensar e imaginar de tudo. A classe de juízes de Manaus, por exemplo, deveria se indignar com as notas publicadas sobre esse episódio, pois quando saem falam na participação do filho de um determinado juiz. Como ninguém aparece, é compreensível que a sociedade coloque a todos os juízes como suspeitos de ser o provável pai do moleque malvado.
Mas se no lugar dos filhinhos de papai estivessem filhos de outros cidadãos comuns praticando esse tipo de crime, com certeza a foto de todos (pais e filhos) já teriam ilustrado a página policial de todos os jornais e TVs da cidade. Os moleques seriam presos, espancados, atirados nus no fundo de uma cela imunda qualquer e expostos à mídia como marginais irrecuperáveis. As notinhas de coluna social, cujos autores normalmente se acovardam na hora de colocar o nome do filhinho de papai (bandido), com certeza agiriam diferente e publicariam tudo: nome, sobrenome, filiação, folha corrida, preferência sexual, etc. É a velha história do vale quanto pesa. Sempre foi assim e não será agora que irá mudar!...
Enquanto a sociedade aguarda por uma explicação confiável da polícia e das autoridades sobre esse caso, a impressão que fica é que eles (policia e autoridades) estão apostando na chamada memória curta do povo. Logo todo mundo esquece e fica por isso mesmo. Mais adiante eles (filhinhos de papai) voltam a aprontar outros crimes, confiantes de que papai e mamãe vão estar de prontidão para oferecer proteção e garantir um novo abafa.

25 de agosto de 2006

Mal Educados & Desocupados


O Amazonas Shopping viveu esses dias momentos de pânico e terror, provocado por grupos rivais de menores e adolescentes mal educados e desocupados. O confronto teria sido decidido pela Internet e o local escolhido como campo de batalha foi o Amazonas Shopping. Na verdade o que despertou a atenção nesse triste episódio, foi a notícia de que um dos moleques detidos, ao se ver diante do delegado, tratou logo de convencê-lo a não chamar a sua mãe. Muito curioso tal fato, pois é muito comum esse tipo de moleque valente, quando levado a uma delegacia, já chegar lá todo urinado e gritando:
- Eu quero a mamãe! Eu quero a mamãe!...
Outros disfarçam um pouco. Mesmo urinados, tentam mostrar rebeldia e enfrentam o delegado:
- O senhor sabe com quem está falando?
Voltando ao moleque que não queria ver a mãe na delegacia, esse foi ainda mais além. Resolveu apelar e confessar ao delegado a verdade:
- Não estudo e passo o dia em casa sem fazer nada.
Pronto! Estava então explicada a aflição e insistência do moleque. Já imaginaram se a mãe do pivete descobre numa delegacia o que o filho anda fazendo além de não fazer nada? Essa vergonha obviamente ela com certeza não merece, por isso a insistência:
- Mamãe não! Mamãe não!...
Nada que uma boa sova não resolva. No meu tempo corrigia e não deixava os tais traumas, que hoje são usados como justificava para proteger crime e malandragem de muito filhinho de papai. É brincadeira!...