23 de abril de 2007

MILLENIUM & AMAZON Park

Ontem, domingo, estive no Shopping Millenium e, a exemplo de dezenas de pessoas que por lá passaram nesse dia, ao sair fui agraciado com a informação de que o nosso Tribunal de Justiça do Amazonas acatou a um pedido da empresa Amazon Park para derrubar os efeitos da Lei Estadual nº 3.028/2005, que criou as regras quanto ao pagamento pelo uso dos estacionamentos. É bom ficarmos preparados, pois esse é apenas o primeiro entre outros golpes que virão a reboque dessa decisão judicial. É bom lembrar que contra os interesses e o bem estar do povo, tudo acontece sempre com muita eficiência e precisão. É bom lembrar também que há poucos dias os freqüentadores do Millenium estiveram a mercê de bandidos, que não encontram a menor dificuldade para assaltar a Bemol. Significa dizer que os serviços de proteção e segurança dos freqüentadores desse empreendimento deixam muito a desejar. Ora, se está fácil assaltar dentro das próprias lojas, onde supostamente existem seguranças armados de revólver e de walkie-talkie circulando, imagine o que pode acontecer no estacionamento.
Agora façamos a seguinte reflexão: a quem mais interessa essa decisão da justiça de derrubar os efeitos da lei, além da empresa responsável pela administração?
Com a entrada em vigor da Lei 3.028/2005, o consumidor passou a exigir a nota fiscal, pois sabe que uma compra única de 30 reais, ou 60 reais acumulada entre mais de uma compra no mesmo dia, isso lhe dá direito a isenção do pagamento da taxa de estacionamento. Derrubando essa lei, o consumidor é desestimulado a pedir a nota fiscal e com isso algumas lojas podem voltar a sonegar abertamente e o Amazonas Park terá o seu faturamento aumentado. O resultado dessa brilhante decisão é simples: vão desestimular os freqüentadores dos shoppings a pedirem a nota fiscal e ampliar a ganância de mais faturamento por parte de uns e o desejo mordaz de sonegação de outros.
Não há menor dúvida de que essa lei vem incomodando desde quando foi aprovada. Só eu, como consumidor e freqüentador de shopping, já enfrentei alguns problemas com a aplicação dessa lei, principalmente com o setor de alimentação, onde os caixas se fazem de bobos (a pedido dos patrões) e só emitem a nota fiscal se o cliente exigir. É a máquina que pifou, é o sistema que não está funcionando, é o talão que acabou. Nessas horas vale tudo para fazer o cliente de otário. E quando aparece uma lei que protege e ajuda o consumidor, acontece isso aí que nós estamos assistindo.
É bom lembrar que esta lei que estão querendo passar o trator por cima, é uma das poucas iniciativas do poder legislativo estadual que podemos aplaudir e considerar como positiva nesses últimos anos. Mas se nem isso os nossos legisladores conseguem mais fazer vingar em benefício do povo, é de se perguntar: será que o poder legislativo está honrando seus compromissos com a sociedade, levando em conta o quanto pesam (e como pesam) no bolso do contribuinte? A mesma pergunta vale para o nosso poder municipal. Senhores e senhoras – mexam-se! Tomem uma atitude e defendam o interesse do cidadão. Aliás, diga-se de passagem, o Millenium parece ser um dos pontos prediletos de muitos parlamentares. O que será que eles estão pensando na hora de pagar o estacionamento e receberem aquele papelzinho da Amazon Park dizendo que a lei que eles criaram está indo para o espaço?
Ainda com relação ao Millenium, já que agora por lá a lei não funciona, então que tratem de liberar o estacionamento geral. Se o consumidor vai pagar, então ele tem que ter o direito de escolher onde vai estacionar o seu carro. Acontece que deixam primeiro entupir o primeiro piso para depois liberar o segundo piso. Isso é malandragem e sacanagem ao mesmo tempo. Respeitem mais os clientes! Se estão faturando mais, então podem colocar mais gente para trabalhar e ter os dois espaços de estacionamento liberados simultaneamente para os freqüentadores.
Já que estamos falando em estacionamento, é bom aproveitarmos para falar também do Studio 5, onde alguém teve a triste idéia de colocar, numa das pistas de saída dos veículos, uma cancela eletrônica no meio da ladeira existente, proporcionando total desconforto para os motoristas. O desconforto é tanto, que já existe um sujeito de plantão na cancela para pegar o ticket e enfiar na máquina. É no mínimo estranho, pois a tal cancela bem que podia ser colocada alguns metros mais adiante, onde o desconforto para o motorista seria bem menor. Será que faltou fio ou foi falta de inteligência e bom senso mesmo? E tem mais! Com um único ponto para o consumidor pagar a tal taxa de serviço, é preciso muito saco para esperar ser atendido sem perder a paciência e depois ainda enfrentar a cancela colocada ladeira acima. É dose para leão meus irmãos!...

Amazonas Shopping

O sinistro deste último domingo deixou muito claro o compromisso que essas organizações têm com o bom atendimento, a proteção e a segurança dos seus clientes. A foto do segurança que depois de espancar um repórter ainda pousou para as câmeras fazendo sinais obscenos, mostra de cara o tipo de gente que essas organizações contratam para lidar com o público e lhe oferecer o mínimo de tranqüilidade e segurança, principalmente nas situações de risco.
Mas isso ainda é pouco se formos levar em consideração o despreparo de todos, inclusive da administração do próprio shopping, na hora de operar uma situação de perigo. Os seguranças, além de se preocuparem em espancar repórteres e pousar para as câmeras com cara de mal, corriam e circulavam feitos bobalhões e não conseguiam sequer se auto organizarem, quanto mais organizarem a saída das pessoas que lá estavam desesperadas naquele momento. E a brigada de incêndio, tão anunciada no início das sessões de cinema, quem viu?
Pelos comentários daqueles que vivenciaram esse drama, parece que quem primeiro correu para escapar do sinistro foi o encarregado do sistema de som. Quando os clientes mais precisaram de aviso e orientação, o som silenciou. Ficaram todos nas mãos de um bando de seguranças desnorteados. É brincadeira! O estacionamento virou um caos, com todo mundo querendo sair e não havia quem organizasse o fluxo de carros, o que não é novidade, pois isso já acontece até mesmo nos dias normais.
Esse episódio, que felizmente não terminou em tragédia, precisa ser olhado com responsabilidade, principalmente pelas autoridades competentes. Considerando o tamanho da estrutura do shopping, os serviços de proteção e segurança dos freqüentadores precisam ser planejados com competência e, o mais importante, serem operados por funcionários treinados para esse fim. Se os que operam esses sistemas de proteção e segurança passaram por treinamento, o que se presenciou nesse último domingo mostrou claramente que estão muito aquém do que se espera deles num momento crítico.

CONCESSIONÁRIAS - Olho nelas!...

Hoje, qualquer cidadão em Manaus que desejar comprar um carro novo, por exemplo, deve estar muito atento com relação à qualidade da prestação de serviços da concessionária escolhida. Se não tiver essa preocupação, pode estar arrumando aborrecimento num curto espaço de tempo. Recentemente, a proprietária de um carro Renaut levou o seu veículo para a concessionária local. Lá chegando, entregou o carro nas mãos dos mecânicos para que fizessem uma avaliação e identificassem o problema que o mesmo estava apresentando. Até aí tudo bem. Não precisou muito tempo para que eles chegassem a uma conclusão e apresentassem o diagnóstico.
Daí para frente é que começou a dor de cabeça da proprietária. É que a solução do problema do seu carro dependia da compra de uma peça que a concessionária não tinha em estoque. Num primeiro momento a proprietária ingenuamente achou que se tratava apenas de uma peça que acabou no estoque. Depois é que descobriu que a peça na verdade não faz parte dos itens de estoque da concessionária. Quando surge algum problema que exige a tal peça, o proprietário do veículo é avisado que não existe no estoque e que vai ser preciso buscar lá fora.
Para infernizar definitivamente a cabeça da proprietária do veículo, veio então o golpe fatal. Para mandar buscar a peça, foi avisada que precisaria primeiro desembolsar 50% do valor, caso contrário não teria a peça e o serviço não seria executado.
Ora, para que servem as concessionárias? Quando é para lhe empurrar um veículo, tudo é uma maravilha. Água, chá, cafezinho, sucozinho, muita lábia, cortesias que muitas vezes torra o saco de qualquer cristão, além de muitas promessas de um atendimento e de um serviço de manutenção nota mil. É você comprar o carro e já na primeira revisão começa o seu processo de desilusão e de arrependimento por ter escolhido a concessionária errada para comprar o seu carro.
Por tudo isso, fica o alerta para quem vai comprar um carro. Cuidado! Quando você precisar dos serviços, vai ter dores de cabeça, com certeza. E quando precisar de determinadas peças, vai ter que ouvir que irá ter que pagar 50% do valor antes de ser atendido. A cortesia e a lábia para lhe vender um carro de 30 mil reais, se transformam em desconfiança na hora que você precisa de uma peça de alguns reais e que a concessionária teria a obrigação de dispor em estoque e, não havendo essa disponibilidade, teria que ter a dignidade de mandar buscar e só cobrar depois do serviço pronto. É o mínimo que se espera de uma concessionária de respeito.