18 de dezembro de 2008

Não foi só vandalismo?

A nota emitida pela Associação dos Magistrados Brasileiros, em solidariedade ao juiz Jorsenildo Dourado Nascimento, deixa claro de que a notícia do saque praticado à sua residência e as ameaças deixadas registradas nas paredes, está muito longe ser o que foi publicado, ou seja, que teria sido um suposto vandalismo praticado por adolescentes desocupados da sede do município de Autazes, que depois de tomarem emprestadas algumas motocicletas abandonadas nas ruas, resolveram brincar com a polícia local de esconde-esconde. Para colocar mais adrenalina nas coisas e mostrar que a brincadeira era para valer, os pivetinhos decidiram então escolher a casa do juiz Jorsenildo para se esconderem, sem obviamente perder a oportunidade de saqueá-la e, antes de ir embora, deixar uma mensagem boba de ameaça na parede ao dono da casa. Em resumo foi isso que eu entendi, depois que eu li o que foi publicado na imprensa a respeito desse episódio. Salvo engano, informações resultantes de investigações policiais.

Ora bolas! Se a coisa toda foi só uma brincadeira de vandalismo, porque então o juiz vai ter que voltar à cidade protegido pela polícia e envolto num colete a prova de bala? É o que se ouve falar que vai acontecer. É uma inversão total de valores! Aqueles que não se intimidam em defesa da lei e da sociedade, agora vivem sob ameaças de todas as naturezas. Enquanto isso, nada acontece com quem devia estar recolhido atrás das grades para pagar pelo que fazem de ruim para a sociedade.

A minha opinião, independente se existe uma conotação política ou não nessa história, é que esses moleques, pivetes, vândalos, ou qualquer outra coisa ruim que queiram chamar, cometeram crimes graves numa única noitada. Não é porque são adolescentes que não devem pagar pelo que fizeram. Como normalmente são covardes quando pegos, vai ver estão todos debaixo da saia da mamãe ou da asa de alguém, chorando e pedindo proteção. No mínimo mereciam uma boa surra de galho de goiabeira ou de um bom cinto de couro molhado. Se é que em casa existe alguém para cobrar alguma coisa desses malandros. Aliás, esse episódio nos faz lembrar também o caso dos filhinhos de papai que saíram quebrando tudo aqui na cidade de Manaus, e que até hoje não se sabe no que terminou, depois que o assunto passou para a competência da polícia e da justiça. A coisa ficou tão esquisita que nem mesmo as vítimas dos filhinhos de papai ousaram levar o assunto até as últimas consequências, com os malandros punidos exemplarmente e os papais obrigados a pagar pelos prejuízos até o último centavo. Será que em Autazes vai ser assim também?

Encerro me solidarizando com o juiz Jorsenildo Dourado Nascimento, na certeza de que não lhe faltará coragem, determinação e proteção de Deus para continuar honrando o compromisso assumido perante a sociedade e dignificando a sua classe que, desculpem a sinceridade, anda tão desacreditada pelos episódios desagradáveis que estão espocando Brasil a fora envolvendo autoridades do judiciário nacional em todos os níveis. Com exemplos como do juiz Dourado, eu mantenho a fé de que um dia a coisa muda.

Território Sem Lei!...

Se levarmos em conta o que presenciamos diariamente nas ruas da nossa cidade de Manaus, não é exagero dizer que ainda existem sim os chamados territórios sem lei. Vejamos, por exemplo, o caso dos lanches do Bairro do Parque 10, que ficam localizados na pracinha e em torno dela. Salvo engano, tudo ali é comércio de lanches e comidas diversas, com a exceção de uma loja de locação de vídeos. É como se fosse uma mini-pracinha de alimentação mal arrumada, o que não significa dizer também que a comida e o lanche são ruins.

Quem conhece o território do qual estou falando, sabe que quem passa de carro por ali depois das 7 horas da noite, só passa se tiver muita paciência e se for bom de malabarismo para desviar do que encontra pela frente. O local se transforma exatamente naquilo que podemos chamar de território sem lei. Ninguém parece estar ali depois das 7 da noite preocupado em observar onde termina os seus direitos e começa o do vizinho. Para quem está só de passagem e de carro, é um saco. Um verdadeiro teste para a paciência de qualquer cristão.

Antes, o problema maior naquele local dos lanches se resumia às filas de carros que se formavam no meio da rua, depois que as laterais da pista ficavam congestionadas. Daí, com certeza, alguém deve ter reclamado e as autoridades competentes mandaram alguém até o local para analisar e decidir o que fazer. Pois bem! Resolveram então colocar aquilo que ouço chamarem de “tijolo baiano”, dividindo ao meio a via em frente à praça e os lanches. Creio que a “idéia baré”, para não chamar de “leseira baré”, tinha por objetivo impedir e/ou acabar com a fila de carros que se formava no meio da rua, o que já seria uma grande vitória.

A impressão que eu tenho, passando todos os dias nesse local, pois moro no bairro, é que as autoridades ou técnicos que tiveram a “idéia baré” de colocar os tijolos baianos, nunca mais voltaram para saber no que deu. Até hoje, pelo jeito, eles não sabem ou ninguém os avisou de que a idéia dos tijolos transformou o que era ruim em algo bem pior.

Agora, pasmem, aproveitando a idéia da colocação dos tijolos baianos, os freqüentadores motorizados do local, quando não encontram mais lugar onde estacionar, simplesmente aproveitam os tijolos baianos que lá estão para formar fila dupla de carros no meio da rua, uma de cada lado dos tijolos. O que parecia simples de resolver, virou um inferno em dose dupla! O território sem lei está instalado.

Considerando que não dá para esperar que os autores da “idéia baré” voltem para conferir no que deu a colocação dos tijolos baianos; considerando que a mini-pracinha de alimentação do Parque 10 provavelmente não seja caminho, nem faça parte das opções de lazer das autoridades de trânsito da cidade e seus subalternos; e considerando por último que os vários políticos do bairro não podem alegar desconhecimento dos fatos, preferindo optar pela omissão ou pela velha mania do deixa como está, para ver como é que fica - resolvi então pelo menos publicar esse desabafo, enquanto posso. Quem sabe alguém lê e algo acontece.

4 de dezembro de 2008

Faixa de Pedestre - E eu com isso!...

Sábado passado, pela manhã, saí de casa caminhando para ir cortar o cabelo no bairro onde moro – parque 10. Em frente ao banco Bradesco, parei na faixa branca para tentar atravessar. Outras pessoas já esperavam na beira da calçada. Como nenhum motorista nos dava passagem, resolvi fazer sinais com as mãos para mostrar que estávamos diante de uma faixa de pedestre e que eles (motoristas) tinham que observar para nos permitir atravessar.
De repente, um carro diminui a velocidade e passa bem devagar, mas sem parar. Uma mulher, sentada no banco do carona, abaixa o vidro e grita para mim:
- Sai da frente idiota!
- Não está vendo a faixa de segurança gaiata – respondi no ato e sem pensar.
De lá, mais adiante, a cidadã grita – E eu com isso!
Fiquei sem saber mais o que dizer. Nem adiantaria! O carro já ia distante. Das pessoas que também esperavam para atravessar, apenas uma senhora permaneceu ao meu lado e comentou em voz alta:
- Povo mal educado meu filho! Sorri, peguei no braço da simpática senhora de cabelos grisalhos e juntos atravessamos para o outro lado da pista.
O que chama a atenção nesse episódio, é que isso deve acontecer certamente em todas as faixas de segurança para pedestres da cidade de Manaus. A maioria delas estão encardidas, imperceptíveis ou mal pintadas. Servem apenas de enfeite. Faixa para pedestres respeitadas pelos motoristas, provavelmente só mesmo aquelas onde existe um semáforo. E nem assim é confiável! Onde não tem o semáforo, como no caso da faixa branca onde fui chamado de idiota, ninguém respeita. Daí eu fico imaginando aquele turista descuidado, que vem a Manaus, precisa atravessar uma rua e pisa numa faixa achando que a galera do volante vai parar em respeito. Esse, coitado, tem a chance grande de morrer esmagado ou ser atropelado distante de casa. Aliás, quantos turistas e/ou amazonenses já não foram mortos ou aleijados por conta disso.
Outra coisa curiosa é que existe placa por toda a cidade para alertar o motorista sobre o pardal controlador de velocidade. Lamentavelmente não existe a mesma preocupação com placas para avisar aos motoristas sobre as faixas de segurança para dar passagem ao pedestre e que a sua parada é obrigatória. É respeito à vida! Fica latente a preocupação de colocar placas para proteger o bolso do motorista irresponsável para que não seja multado pelos pardais, porém não se observa a mesma preocupação com placas para proteger os pedestres de serem atropelados e esmagados na tentativa de atravessar uma faixa de segurança.
É um apelo que certamente a sociedade faz aos nossos parlamentares e dirigentes de trânsito. Um dia na semana, pelo menos, para trabalhar na prática e nas ruas essa questão da segurança nas faixas de pedestres. Em lugar de colocarem 2 azulzinhos numa esquina, onde um fica caçando multas e o outro conversando ao celular e na sombra, pega um desses elementos e coloca de plantão nos pontos mais críticos, onde o pedestre precisa hoje de proteção até divina para conseguir atravessar a faixa sem ser atropelado, nem xingado. Idem no caso das placas. Coloquem placas de atenção ao motorista, avisando de que estão diante de uma faixa de segurança e que é obrigatória a sua atenção. Assim como existem as placas para avisar e proteger o bolso do motorista irresponsável das multas pelos pardais, que venham as placas para proteger esses mesmos irresponsáveis de se transformarem em assassinos do trânsito, ceifando vidas de pessoas que já não têm mais condição de atravessar uma faixa com segurança e sem medo.
Aproveito para dizer algo mais. Se tem dinheiro para conveniar com as ong’s e fundações (de políticos, inclusive), porque então não conveniar com os grupos de escoteiros e bandeirantes que existem em Manaus, por exemplo, montando uma programação onde eles ( escoteiros e bandeirantes), aos sábados ou domingos, quando normalmente realizam suas atividades, possam se distribuir nos pontos de faixa de segurança da cidade, próximo de suas sedes, e fazer um trabalho educativo com os pedestres e motoristas. Eventualmente podem inclusive fazer isso nos dias de semana. Sai mais barato do que usar os próprios azulzinhos para fazer esse trabalho ou contratar estudos que não levam a nada. Vão ajudar inclusive a manter ativos esses grupos tradicionais de escoteiros e bandeirantes, que tanto contribuem para a sociedade com as suas atividades, mas que estão cada dia mais esquecidos e sem apoio das autoridades constituídas.

3 de dezembro de 2008

Vou te matar!...


Foram muitos os elogios feitos na mídia local para o trabalho da justiça eleitoral na cidade de Manaus. A idéia passada para a sociedade é de que os dias de pleito (1º e 2º Turno) aconteceram de forma tranqüila, transparente e sem aqueles abusos tradicionais praticados. Até o sistema de transporte da cidade, que faz o que bem entende em Manaus (e não é novidade), passou maus momentos com a atuação do presidente Ari Moutinho e seus assessores, visitando pessoalmente os estacionamentos de cada empresa, de modo a comprovar denúncias e mandar recolher quem estava fazendo corpo molhe ou não cumprindo a lei.

O que pouca gente sabe é que nesse trabalho de acompanhamento e fiscalização do sistema de transporte gratuito aos eleitores, durante o segundo turno em Manaus, estava também atuando o juiz Jorsenildo Dourado, que havia sido presidente do pleito do município de Autazes. Este jovem e competente juiz da nova geração, chamado a colaborar no segundo turno do pleito em Manaus, é o mesmo que teve agora a sua residência invadida na cidade de AUTAZES, com os assaltantes deixando o seguinte recado – VOU TE MATAR!

Numa cidade pequena, do tamanho de Autazes, cá para nós - todo mundo sabe direitinho onde fica a igreja, a delegacia, a casa do delegado e a casa do juiz. Quem entrou e assaltou a casa, sabia que estava entrando e assaltando a casa do juiz do município. Ao deixarem a mensagem escrita - VOU TE MATAR! – sabiam com certeza que estavam deixando uma ameaça de morte contra uma autoridade. Quero dizer com isso que não dá para brincar com uma situação dessa natureza e achar que a mensagem foi só uma ousadia de um ladrãozinho de utensílios domésticos. Até torço para que eu esteja errado e exagerando. Menos mal!

Entretanto, é importante relatar que o juiz Jorsenildo Dourado comandou com rigor a eleição do município de Autazes e logo em seguida assessorou o presidente do tribunal de justiça eleitoral do Amazonas, Dr. Ari Moutinho, na fiscalização dos serviços de transporte gratuito, durante o segundo turno em Manaus. O rigor com que esses juizes conduziram suas missões, com certeza feriu e/ou contrariou interesses de pessoas diversas, acostumadas a se darem muito bem nos pleitos eleitorais.

Quando falo em se dar bem, quero dizer que ao final da contagem dos votos, não ganha apenas aquele sujeito anunciado oficialmente como eleito. Acreditem! Por trás do voto e de determinados candidatos (e não são poucos) existem muitos interesses em jogo e que pouco ou nada têm a ver com o mandato político disputado e o bem estar comum do povo.

É bom ficar atento! Muito atento! Cuidado é pouco com aqueles que não medem conseqüências para atingir seus objetivos e chegar ao poder de qualquer jeito. Quando não chegam, são capazes sim de montar armadilhas contra aqueles que os contrariaram. Como habitualmente são frouxos e covardes, normalmente utilizam-se de terceiros para mandar recados, intimidar e até mandar matar. O juiz Jorsenildo Dourado merece a solidariedade da sociedade e com certeza muitas pessoas, principalmente a sua família, deve estar preocupada com a sua segurança. A polícia deve agir com muito rigor nessa investigação e trazer os resultados para conhecimento da população. Vamos aguardar!...

20 de novembro de 2008

O vereador mais votado!...


O vereador mais votado de Manaus teve o seu mandato confirmado pela maioria dos votos dos juízes do TRE do Estado do Amazonas. O questionamento que se faz agora, diante desse resultado, é o seguinte: – o que temos a comemorar de fato?

O que estamos assistindo é algo que nos deixa profundamente preocupados. De certa forma até envergonhados. Sob o argumento da Lei Arcaica, daqui um pouco quantos crimes e quantos criminosos estarão sendo agraciados. Se não bastasse, ainda vamos ter que agüentar assisti-los saindo dos tribunais festejados e carregados no colo como vitoriosos. Daí eu volto à pergunta - vitória de quem? Neste país que tem Lei para tudo o que se pode pensar, imaginemos o que pode acontecer se a onda da lei arcaica vingar daqui para frente para impedir de que seja aplicada e cumprida.

Nada contra o candidato mais votado. Tem seus méritos! É um sujeito muito inteligente e que de posse de uma arma poderosa nas mãos, soube usar as mazelas do povo e a desgraça alheia para garimpar simpatia e milhares de votos. Usa uma arma bem sem-vergonha para captar votos, mas faz isso dentro da lei. Aliás, todos condenam os programas do tipo explorado pelo vereador mais votado, principalmente os próprios políticos, mas nenhum deles se dispõe a discutir o tema e a criar uma lei para impedir, pois no fundo sonham com a oportunidade de terem para si também um programa similar.

Sob o argumento da Lei Arcaica, entendo que acaba debaixo do tapete as falhas cometidas com relação ao acompanhamento da vida funcional do vereador, que é servidor da TRE, e que era obrigação da casa saber que ele não podia se candidatar e impedir a sua candidatura no ato da sua inscrição. Da mesma forma errou o candidato que não podia alegar desconhecimento da sua situação funcional junto ao TRE e seus impedimentos, preferindo dar uma de João sem braço. Vai ver não estava acreditando no seu potencial e achou que não ia ganhar como das outras vezes. O resultado é isso aí que estamos vendo, ou seja, a justiça dando justificativas que não convencem a sociedade e o candidato comemorando uma candidatura conquistada atropelando a lei. O mais triste é que essa Lei qualificada como arcaica vai continuar por aí causando mais estragos, mais descrédito e mais vergonha.

Boas Notícias!...

Nesta véspera de feriado, durante breve contato pessoal com o vereador Massami Miki, conversamos rapidamente sobre a última campanha eleitoral e sobre alguns assuntos de interesse dos munícipes. Entre esses assuntos falamos de propostas de trabalho da futura administração da prefeitura de Manaus, a partir de janeiro próximo, já sob o comando de Amazonino Mendes. Das informações que Massami me passou, duas me chamaram a atenção e me deixaram ansioso para acompanhar os resultados. A primeira e mais importante, é de que Amazonino Mendes pretende dedicar uma atenção especial para a questão da educação no âmbito do município. A segunda, é que o futuro prefeito está decidido a dar um perfil técnico e jovem à sua equipe de primeiro e segundo escalão.

No que diz respeito à educação, entendo que o prefeito tem ao seu alcance o material humano e os instrumentos necessários para começar uma revolução em todos os sentidos na educação do município de Manaus. É só uma questão de vontade política, começando pela boa escolha de quem vai planejar e executar essa ação. Creio ser interessante citar aqui o próprio estado do Amazonas, onde o governador optou pela criação do CETAM, que apesar de todas as dificuldades, vem fazendo um belo e interessante trabalho de apoio às escolas estaduais da capital e do interior, abrangendo tanto alunos como professores; de preparação e capacitação de pessoas das comunidades na área de informática para facilitação do acesso ao mercado de trabalho, também na capital e no interior; e de apoio às empresas locais na capacitação de seus quadros técnicos, de conformidade com suas demandas específicas. Falei apenas do que tenho conhecimento, até porque observo que o CETAM tem sido pouco divulgado, merecendo uma cobertura melhor dos seus trabalhos e de seus resultados. O único que vejo falar com entusiasmo sobre o CETAM é o próprio governador. Creio que este seja um bom exemplo a ser seguido pela Prefeitura, onde se destaca a responsabilidade e o bom senso político no momento da escolha da pessoa certa para conduzir determinadas missões, cujos resultados têm merecido o reconhecimento e os aplausos da sociedade e em particular dos beneficiários diretos dessa salutar idéia de criação do centro.

Para encerrar, quero parabenizar Massami Miki pela sua reeleição. Queixou-se o ex-colega de trabalho de que eu tenho lhe enviado duras críticas, mas o importante a lhe dizer é que essas críticas não são dirigidas exclusivamente à figura do vereador Massami Miki, mas às situações, momentos, comportamentos e mazelas que assistimos no âmbito dos poderes e em particular no meio político local e nacional. Tem horas que a paciência do cidadão se esgota. As críticas e reflexões que escrevo, partem de um cidadão simples, que valoriza o exercício da cidadania praticado de maneira positiva e responsável, sem jamais agredir de forma gratuita e irresponsável as pessoas, sejam elas autoridades ou não. Desejo sucesso a Massami Miki no seu novo mandato e vou ficar aqui torcendo para que as notícias que ele me trouxe se transformem em realidade, para o bem daqueles que mais precisam e que ainda não perderam a esperança de construir dias melhores para suas vidas O primeiro passo é simples – basta vontade política de fazer.

19 de novembro de 2008

Parque 10 pede socorro!...

Moradores do Bairro do Parque 10 e adjacências, em particular aqueles residentes nos Conjuntos Residenciais Novo Mundo, Portal Japão e Jardim Oriente, apelam para as autoridades constituídas, em particular para aquelas autoridades que se intitulam representantes políticos dessas comunidades (alô Gilmar Nascimento, Irmãos Souza e outros), para que busquem dar uma solução para a precariedade do fornecimento de energia elétrica nessa área. A situação é crítica e de prejuízos diversos. A ausência de transformadores para o atendimento dos conjuntos citados, segundo moradores, contribui para a instabilidade da rede e para as quedas freqüentes e prolongadas de energia. Para aumentar o estresse, os moradores reclamam ainda da perda freqüente de alimentos pela falta prolongada de energia e a queima freqüente de aparelhos como geladeiras, televisores, liquidificadores, ventiladores, etc.

Reclamar da falta de energia ou dos prejuízos é outro verdadeiro estresse. Conseguir completar uma ligação e ser atendido do outro lado da linha (leia-se plantão da Manaus Energia) pode-se classificar como um verdadeiro teste de paciência para qualquer mortal. Conseguir montar um processo para receber uma suposta indenização pelos prejuízos que a queda de energia provoca em equipamentos elétricos, aí já é uma verdadeira batalha. As exigências e a burocracia empregada levam qualquer consumidor à desistência.

Constata-se que a situação só se agrava com o passar do tempo e não se vê nenhuma solução confiável. Mais triste ainda é constatar que juntos com os moradores do Parque 10, do Novo Mundo, do Portal Japão e Jardim Oriente, Manaus inteira vive hoje o mesmo problema.

1 de novembro de 2008

TERNO E GRAVATA NO PARLAMENTO!...

Pelos recentes noticiários, observa-se que resolveram discutir sobre o uso ou não do terno e gravata no parlamento. Curioso que a discussão parece girar apenas em torno do uso do terno e gravata. Não vejo nenhuma disposição em discutir se devem ou não continuar metendo a mão no bolso do contribuinte para que os parlamentares tenham uma verba gorda e extra para comprar e renovar todos os anos o tal terno e gravata para trabalhar.

Tudo bem que o terno e a gravata são mais elegantes. Alguns apelam para a tradição dos parlamentos. Nada contra! Sem dúvida que dá uma imagem e um visual mais sério para as casas legislativas, apesar de que por baixo de muitos ternos e gravatas se escondem alguns homens públicos que não demonstram qualquer preocupação com honrar as calças que vestem e que são pagas pelo contribuinte com muito sacrifício através dos impostos.

A questão não é deixar de usar terno e gravata. O que é feio, ridículo e imoral nessa história é colocar o contribuinte para pagar pelo terno e pela gravata todos os anos. Difícil acreditar que um vereador, deputado ou senador não possa tirar do próprio bolso ou do próprio salário, o dinheiro para pagar o terno e a gravata para ir ao parlamento trabalhar por algumas horas. Difícil acreditar que precisam meter a mão no bolso do contribuinte para comprar terno e gravata, enquanto que milhares de contribuintes que pagam essa conta todos os anos, não possuem o suficiente para comprar a cesta básica para alimentar a família todos os meses. Muitos dos parlamentares que são vestidos pelo contribuinte, além do mandato e do salário de político, possuem outras rendas de suas atividades profissionais (médicos, empresários, comerciantes e outros), sendo difícil acreditar que não sobra uma pontinha para comprar um ou mais paletós completos todos os anos e aliviar o contribuinte de mais esse sacrifício. Curioso que alguns parlamentares, quando questionados com relação a essa verba extra para vesti-los e calçá-los para trabalhar no parlamento, manifestam-se contrários a esse privilégio, mas não deixam de embolsar todos os anos a tal verba. Tem aqueles que, envergonhados com essa mazela, destinam a verba do terno e gravata para atender programas sociais. Mas se o dinheiro é para comprar terno e gravata, como é que fica a prestação de contas dessa verba? Pode mentir dizendo que usou para outra coisa?

Difícil acreditar que essa discussão resulte em algo positivo para o contribuinte. Mas no caso da Câmara Municipal de Manaus, renovada em mais de 50% nesta última eleição, onde vários dos novos parlamentares eleitos espalharam pela cidade outdoors prometendo honrar e dignificar o mandato recebido, fica a esperança de que comecem bem, batalhando para acabar com essa coisa feia de meterem a mão no bolso do contribuinte para ter uma verba extra para comprar terno e gravata. Quem sabe a coisa não começa a mudar agora. Não custa sonhar!...

A Polícia que mete medo!...

O caso recente divulgado por A Critica, onde a industriaria Elizângela Abrantes foi perseguida na direção do seu carro e baleada com um tiro na nuca, não pode ter como resultado o esquecimento proposital ou representar apenas mais um dado estatístico negativo da ação de supostos policiais covardes e despreparados. O mais grave nessa questão é que são supostos policiais atuando no escuro, sem farda e na direção de um veículo com placa falsa. Seriam eles membros daquilo que chamam de serviço de inteligência da polícia ou de policiamento velado? Que inteligência seria essa? Que policiamento velado é esse? Como explicar a polícia no uso de carros com placas falsas, onde seus ocupantes atiram e perseguem pessoas inocentes?

De acordo com a matéria de A Critica, o Coronel Oliveira Filho reconhece que a Parati é da Polícia e que policiais suspeitos estão sendo investigados. Aliás, a família de Elizângela Abrantes, que não tem condição de bancar um advogado para acompanhar esse caso, deposita toda a sua confiança na ação do Coronel Oliveira, do Ministério Público Estadual e do Delegado responsável pelo inquérito. Destaque-se, também, que a família não tem condição de bancar o tratamento de recuperação da vítima. A bala não foi retirada do local e as primeiras seqüelas já surgiram. Daí o nosso apelo ao Ministério Público no sentido de exigir do poder público estadual a cobertura do tratamento da vítima e uma indenização justa pelas seqüelas que irá carregar pelo resto da vida. Sem falar que está afastada do emprego e com o risco de ser demitida a qualquer momento que voltar.

Quando se trata de falar de ações negativas de maus policiais, por medo a omissão prevalece. A sociedade local, entretanto, tem que estar atenta para esses casos e cobrar transparência e punição para os criminosos. Nossos deputados estaduais, por exemplo, como representantes e fiscais do povo, não podem se omitir de acompanhar e exigir explicações. Trata-se da segurança da população, onde diante da presença de policiais não sabemos mais se o melhor a fazer é pedir socorro ou correr, como fez a industriaria. Desta feita a vítima foi a industriaria Elizângela Abrantes, amanhã pode ser qualquer um de nós. Curiosamente, através da mídia, já sabemos de toda a vida da vítima, da mãe da vítima, dos irmãos, familiares e até de supostas dívidas pessoais da industriaria. Nessas horas, para proteger os supostos policiais, vão surgir histórias até do outro mundo. O importante é desacreditar a vítima e livrar a cara dos responsáveis pelo atentado.

Já de parte dos supostos policiais, ninguém se dispõe a divulgar o nome dos elementos que por pouco não acabaram com a vida de uma pessoa inocente. Sob a desculpa de que não há provas contra os suspeitos, os nomes são omitidos e com certeza já devem ter construído suas falsas versões para dizer que agiram em nome da lei e que só atiraram revidando os tiros desferidos pela vítima e seu acompanhante. Mais um pouco e a vítima, que nunca portou uma arma, pode ser transformada numa pistoleira.

Por último convocamos a sociedade para ficar atenta a esse caso. Um de nós pode ser a próxima vítima se não forem tomadas as providências cabíveis e aplicadas as punições severas. Estamos confiantes na PM, no Ministério Público Estadual e no Delegado responsável pelo inquérito. Mas não basta! Convoco a Assembléia Legislativa, através dos seus deputados, para não só acompanhar esse caso, como investigar e analisar os procedimentos do que chamam de policiamento velado, que se utiliza de carros com placas falsas/frias e seus elementos demonstram despreparo para as missões e saem por aí perseguindo e baleando pessoas inocentes.

31 de outubro de 2008

Educação Municipal!...


Uma dos assuntos que chamou a atenção durante os debates entre aqueles que disputavam a Prefeitura de Manaus , foi a questão da educação no âmbito no município. Sem dúvida que é lamentável e extremamente vergonhoso, tanto para o Estado como para o município, os resultados das últimas avaliações efetuadas. Mais triste ainda é assistirmos algumas autoridades buscarem desculpas esdrúxulas para explicar o que não tem explicação. A verdade é que o Estado e o Município precisam urgente rever suas políticas para a educação, de modo a colhermos melhores resultados dos investimentos que eles dizem fazer nesse segmento.
Até não colocamos em dúvida os investimentos que eles afirmam realizar. A questão é que esses resultados que temos a olho nu nos levam a uma outra interpretação. São resultados que estão indiscutivelmente muito distantes daquilo que se espera para o volume de recursos que supostamente são investidos. De nada adianta soltar foguetes anunciando que foram construídas novas escolas, com todas as salas refrigeradas, refeitório, merenda farta, carteiras novas e banheiros decentes, se essas escolas não são devidamente aparelhadas com professores capacitados e com o material necessário e indispensável para uma boa preparação e formação dos alunos. Com a arrecadação invejável que o Estado e o Município possuem, não se justifica mais que em Manaus, por exemplo, ainda existam Escolas que não possuem um laboratório de informática e sinal de internet. Mesmo aquelas escolas que possuem, os laboratórios na maioria dos casos são subutilizados ou mal utilizados, carecem de uma manutenção preventiva adequada, os professores não estão preparados e/ou capacitados para utilizá-los, etc.

No caso específico da educação, o prefeito eleito anunciou algumas ações que são estratégicas para dar um novo rumo para a educação promovida pelo município. Entretanto, para que isso seja possível, a primeira medida a ser tomada pelo prefeito precisa estar à altura do que prometeu ao povo. Vai precisar deixar de lado os conchavos e compromissos políticos e partidários de campanha e escolher a pessoa certa para conduzir o destino da educação municipal. Em 4 anos dá sim para promover ou pelo menos começar uma revolução que seja motivo de orgulho num futuro breve.
Tudo isso acontecer passa a ser uma questão apenas de vontade política. Amazonino sabe disso! Outra coisa importante na escolha de quem vai conduzir esse projeto, é que não basta escolher um profissional experiente da área de educação. Experiência conta, mas nesse contexto não é tudo! É preciso que essa pessoa esteja também familiarizada com a modernidade, conhecedora das novas ferramentas disponíveis e que o poder público pode perfeitamente adquirir e se utilizar para promover a educação. Precisa ser um profissional tocador de projetos, assessorado por “pessoas” que queiram de fato engajar-se nessa proposta de mudar a cara da educação do município. Essas “pessoas” existem e com certeza a maioria pode ser encontrada e escolhida dentro do próprio quadro de servidores e educadores da secretaria municipal de educação. Vamos aguardar e torcer para que o prefeito eleito leve em frente de fato aquilo que ele prometeu em termos de educação para o município.

Transporte Coletivo de Manaus

O vereador José Ricardo, do PT, está chamando a atenção para as notícias que dão conta de que vem por aí mais um aumento da tarifa dos serviços de transporte coletivo da cidade de Manaus. Louvável a preocupação do vereador e assim deve ser a preocupação de todos aqueles que formam o parlamento municipal e que acabaram de sair de uma eleição prometendo de tudo um pouco, principalmente dignidade e responsabilidade no trato das coisas públicas. Apesar do descrédito que existe hoje da política e dos políticos, não podemos perder a esperança de que as coisas possam mudar. É um novo parlamento, não tão renovado como alguns dizem, mas que pode fazer a diferença e começar a resgatar a dignidade e a honra da casa (CMM)

Voltando à questão da tarifa do transporte público, começo lembrando o que disse o Desembargador Ari Moutinho durante o pleito ocorrido recentemente. Pode ser que agora, diante do pronunciamento do desembargador, que é um homem sério, não apareça nenhum idiota e baba-ovo para dizer que é exagero e que o sistema de transporte coletivo de Manaus melhorou muito. É bom lembrar também que no último reajuste da tarifa de ônibus, tivemos o episódio do espancamento de estudantes na porta da Prefeitura, que lá foram para debater a planilha de reajuste e foram recebidos com cacetetes. Aliás, o Sr. Mario Frota, agora vereador, conhece bem essa história, pois foi com ele que os estudantes espancados haviam marcado uma audiência para discutir o assunto e deu no que deu. Agora como vereador, na hora de discutir a planilha com os estudantes, em lugar de ir para casa com dor de cabeça, esperamos que ele junte-se aos estudantes e faça valer o interesse maior da coletividade.

Quando do último reajuste, foram feitas muitas promessas por parte do poder público municipal. No final das contas o único beneficiado acabou sendo apenas os proprietários das empresas que já atendiam mal a Manaus, mas que conseguiram se reunir num único grupo para ganhar a nova licitação e continuar servindo mal ou até pior os usuários amazonenses. Os ônibus articulados, coitados, estão velhos e tão abandonados como as paradas milionárias construídas nos canteiros centrais. É ridículo vermos as ruas asfaltadas, sinalizadas e, no meio delas, as paradas do falido sistema expresso, abandonadas e caindo aos pedaços. É o dinheiro do contribuinte atirado no ralo e que pelo jeito não tem sensibilizado aqueles que têm o dever de fiscalizar e cobrar o bom uso do dinheiro público. Aliás, vereador eleito Mário Frota prometeu que também vai colocar esse assunto, junto com a questão do cimento, em pratos limpos durante o seu mandato. Não custa nada acreditarmos na disposição do parlamentar. Se seus parceiros vão lhe ouvir e ajudar é outra história, afinal de contas cabeça de político depois de eleito...

Por último, é bom não esquecer os chamados transportes alternativos. É outra vergonha na cidade. Fazem o que bem entendem. É um sistema perverso de disputa pelo usuário, onde vale de tudo e não respeitam ninguém. Dirigir por onde circulam os chamados alternativos é um estresse e um risco permanente. Andam lotados, quando deviam circular apenas com os usuários transportados sentados. Como não tem fiscalização, eles transportam os usuários como carga e pagando mais caro, sem falar que param em qualquer lugar, doa a quem doer, e fica por isso mesmo. A redondeza da Bola da Suframa, ponto preferido de espera dos alternativos, é um verdadeiro caos.

Vamos ver se dessa vez o sistema de transporte coletivo de Manaus cria vergonha muda para melhor. Vamos abrir esse crédito ao novo prefeito e ao novo parlamento municipal.

20 de outubro de 2008

TIROS DE BALADEIRA (XVII)


ABERTURA DE VALA
No V8, no sentido de quem vai para a Bola do Coroado, em frente ao Condomínio Ephigênio Sales e passando alguns metros do Posto de Gasolina, alguém precisou de água e resolveu abrir um rasgo na pista que vai da calçada até a passarela central. A impressão é que o serviço foi feito para atender a obra de um campo de futebol society que faz divisa com o posto de gasolina. Lamentavelmente a eficiência para abrir a vala não foi a mesma para tapá-la. A vala ficou lá e as chuvas estão se encarregando de aumentar o estrago. Reclamar eu já reclamei direto para a Prefeitura. Difícil é saber quando vão lá para resolver o problema.

MICROÔNIBUS ALTERNATIVOS
A idéia de acabar com as Kombis e colocar os microônibus alternativos foi interessante. O problema é que os motoristas dos microônibus criados acabam sendo os mesmos das Kombis, ou seja, o que eles antes faziam com as Kombis, estão fazendo agora com os microônibus. É um verdadeiro inferno. Não respeitam ninguém. A disputa pelo passageiro vale qualquer coisa. Na Bola da Suframa o caos está instalado por conta desses microônibus que pegam e descarregam passageiros em qualquer lugar. Para piorar a situação, nos momentos mais críticos não tem ninguém do Detran, Polícia Militar, Azulzinho ou coisa parecida para ajudar a moralizar o trânsito naquele local.

CADÊ A PASSARELA?
Depois que a obra fica pronta e é entregue, descobrem a necessidade de uma passarela para que as pessoas possam atravessar a pista. Daí vem um idiota e propõe colocar de volta um semáforo. É brincadeira! Quando da elaboração do projeto, seus responsáveis tinham a obrigação de analisar todas as possíveis necessidades. Será que ninguém percebeu que a obra, ao desafogar inteiramente o tráfego, ia exigir uma ou duas passarelas para atender aos pedestres? Sinceramente não sei dizer se foi incompetência, esquecimento ou esperteza. A questão é: quanto custaria essas passarelas se suas obras tivessem sido previstas lá no projeto original ? Quando vai custar agora, com um projeto só para as passarelas?

ELEIÇÃO 2008 - Parte III


Mario Frota (I)
Segundo noticiário de jornal local, Mário Frota pretende assim que assumir seu mandato de vereador, criar duas CPIs. Uma do CIMENTO e outra do EXPRESSO. No caso do cimento acho até que já existe CPI. Quanto ao EXPRESSO, é curioso que só agora Frota se mostre tão interessado em investigar esse abacaxi. Enquanto vice-prefeito, mesmo com o sistema falido e servindo muito mal aos usuários, defendeu inúmeras vezes o último aumento da passagem, levando inclusive estudantes a serem espancados pela polícia, quando prometeu um encontro para discutir a planilha de reajuste da tarifa e, na hora H, os estudantes acabaram sendo recebidos pela polícia e alguns foram covardemente espancados.

Mario Frota (II)
No caso de uma CPI para investigar a questão do CIMENTO, é muito estranho que essa causa não receba tantos adeptos importantes. É um mistério! Ninguém coloca a cara de fora. Não vejo nenhum construtor imobiliário local fazendo a sua parte ou colocando a cara de fora para protestar. Vereador Nasser, por exemplo, que supostamente teria todo o interesse de liderar essa CPI, simplesmente pulou fora alegando, salvo engano, tratamento de saúde. O único que de fato parece ter assumido essa causa e não dá sossego para ninguém, é o Garotinho da Difusora, mais o Marcos Rotta, Vanessa e outra meia dúzia de gatos pingados. Fica a expectativa de que Mario Frota fortaleça esse grupo que resolveu lutar contra o abuso do preço do cimento. Se vão conseguir – aí já é outra história!

De Olho Neles!
Muita gente se preocupou em gravar as promessas que os candidatos fizeram durante a campanha, com o objetivo de cobrá-los durante o mandato. Perfeito! É isso mesmo que temos que fazer daqui para frente. O político tem que trabalhar sob pressão permanente dos eleitores. Tipo marcação cerrada. Como isto normalmente não acontece, boa parte deles, por conveniência, faz a opção de rezar 4 anos na cartilha do prefeito e esquecer os interesses daqueles que os elegeram. Com as facilidades que existem hoje, o cidadão tem como acompanhar todos os passos do seu vereador, grudar no pescoço dele e exigir que exerça seu mandato com dignidade e responsabilidade. Se soubermos agir - a moleza acaba!

8 de outubro de 2008

ELEIÇÃO 2008 - PARTE II

Mandato para Vereador
Vamos moralizar o mandato de vereador. O vereador é eleito para exercer um mandato e não para ser secretário municipal, sombra, guarda-mala ou guarda-costa do Prefeito. Para conquistar o voto o vereador engana os seus eleitores prometendo que vai fazer isso e aquilo. Depois de eleito, para atender normalmente conveniências pessoais, de terceiros ou partidárias, esquece o eleitor, aceita conchavos imorais e termina por ceder a cadeira que conquistou, sem nenhuma preocupação em ouvir o que pensa os seus eleitores. Isso é indecente! Vamos lá! Quem entre os vereadores assume o compromisso de trabalhar para mudar esse cenário? Não precisa ser um vereador macho, basta ser um vereador decente e comprometido com o seu eleitorado.

Político Apresentador!
Está na hora de acabar com o político apresentador de programas oportunistas e clientelistas de rádio ou televisão. Só é bom mesmo para aqueles que arrumam esses espaços para explorar cinicamente a miséria e a desgraça alheia. Uma meia dúzia fica o mandato inteiro fazendo dos seus programas palanque para conquistar votos no pleito seguinte, enquanto a outra grande parcela de vereadores fica omissa, vergonhosamente acovardada, falando por trás das portas que é contra, mas no fundo achando que de uma hora para outra vai arrumar um padrinho ou padrinhos para lhe patrocinar um programa de rádio ou televisão. Dão a entender que preferem serem olhados como farinha do mesmo saco. Taí uma coisa que vai precisar aparecer um vereador macho para comprar essa briga e propor acabar com essa malandragem, ou seja, o aproveitamento da miséria alheia em causa própria. Sei não! Essa renovação não nos parece ter trazido para dentro da CMM um vereador com disposição para mudar esse cenário. Se dependermos dos que já estavam na casa, se até agora não fizeram nada – é melhor esquecer!

ELEIÇÃO 2008 - PARTE I

Renovação? Sei não!
Pô! Dizer que a renovação da Câmara Municipal de Manaus foi de 55% só pode ser pura sacanagem. Não precisa pensar muito! O gordo Carijó e o falante Mario Frota representam que tipo de renovação? Acredito que esteja mais para uma ré com o freio de mão meio frouxo, do que mesmo uma renovação? Nada contra nenhum dos dois. Pelo contrário! Mas chamá-los de renovação é apelação.


Sistema Expresso & Cimento Barato
O Carijó, como passou pela cadeira de Prefeito e viveu o terror do sistema expresso, pode começar bem seu mandato abrindo a caixa preta e falando para os amazonenses do fracasso e falência desse sistema que vai pesar por muitos anos no bolso do contribuinte, sem que ninguém pague pela porcaria que fizeram. Já o Mario Frota é bom que não esqueça que prometeu lutar na questão do preço do cimento. Está difícil acreditar que vão fazer o preço da fabrica local cair ou pelo menos permitir que haja concorrência no comércio local. Só vendo para acreditar! Mas não custa dar um voto de confiança para o Mário Frota.


Adeus à verba do paletó!
Que tal uma campanha implacável de ADEUS para sempre à verba do PALETÓ na CMM? É isso mesmo! Vereador que tem salário para comprar carro novo, ambulância e gasolina para transportar eleitores, manter programa de rádio e televisão, com certeza tem uma sobra para comprar o seu próprio paletó, sem ter que cinicamente enfiar a mão no bolso do contribuinte. Tirem a mão do meu bolso gente! Envergonhem-se e tratem de pagar suas contas de paletó com o suor de seus salários e não com verba extra que sai do suor dos outros. Alto lá! Comecem dando um bom exemplo. Nem que seja o primeiro e único no mandato inteiro. Sabemos o quanto é difícil arrancarmos um bom exemplo da maioria, mas não custa tentar.

19 de setembro de 2008

Cadê o Alvará?


Os jornais locais anunciam que a Boite Rêmulo`s foi fechada por decisão judicial. A notícia com certeza não agradou a uma clientela fiel e permanente da boate, que é sem dúvida um dos ícones da noite manauara no item divertimento e prostituição.

O que causa surpresa é o motivo do fechamento da boate. Dizem os jornais que a boate não tem o alvará de funcionamento. É brincadeira! E como é que essa boate vinha funcionando numa boa? Desde quando esse tal alvará não existe? Nesse ponto as matérias jornalísticas deixam muito a desejar, pois não passam as informações com maior riqueza de detalhes e transparência.

Para fechar a boate, segundo noticiário, os responsáveis por tal procedimento precisaram chegar ao local com um aparato que envolveu a polícia militar e polícia federal. Égua! Precisava de tudo isso? Ou será que foram a procura de algo mais além do alvará de funcionamento que já sabiam que não existia? Sei não! - tem boi nessa linha...

A decisão e os procedimentos não temos nada a questionar. Foram corretos e deve merecer o aplauso da sociedade. O que se questiona é se esse procedimento se estenderá a outras categorias de casas noturnas que proliferaram pela cidade de Manaus. É só ler os noticiários para saber que existem casas noturnas que além da falta do tal alvará de funcionamento, suas estruturas físicas não oferecem conforto e segurança aos seus freqüentadores, abrigam e permitem menores de todas as idades e em algumas dizem até que corre solto o uso de maconha, para não falar de outras coisas bem piores.

Cadê o Alvará? Depois do fechamento do Remulo`s, essa é a pergunta que certamente deve estar zumbindo feito apito do cão no ouvido dos proprietários dos inferninhos espalhados pela cidade. Repito! Seria bom que essa caça aos alvarás chegue também em outras categorias de casas noturnas de Manaus. Não custa nada acreditar que isso seja possível. Afinal, lei foi feita para todos cumprirem.

Psiu! Eu sei! Não precisa querer me lembrar que estamos no Brasil.

18 de setembro de 2008

LÁ VEM AUMENTO!...


Lá vem aumento de tarifa! Da última vez que deram aumento de tarifa, quem se arriscou a protestar levou porrada. Com certeza todos estão lembrados do episódio em que um grupo de estudantes, depois de entendimento com o ex-prefeito Mário Frota, foi debater o aumento da tarifa na sede da Prefeitura e lá foram recebidos pela policia armada de cassetete. Aliás, é bom que se diga que nem mesmo os ilustres vereadores da CMM tiveram oportunidade ou mostraram disposição de discutir a planilha com a transparência que a sociedade espera. Uma minoria tentou alguma coisa, mas ficou só mesmo na tentativa.

Para aprovar o último aumento foram feitas algumas promessas, o que não é nenhuma novidade quando o poder público, seja ele qual for, deseja meter a mão no bolso do contribuinte ou do usuário de seus serviços. Do último aumento para cá tivemos uma mudança de gestor do sistema que, aliás, tentou fazer um barulho danado, mas depois caiu fora para buscar uma reeleição para camara municipal de Manaus. Confesso que não sei dizer se esse cidadão, vereador do PCdoB e ex-gestor do IMTU, fez um bom negócio em aceitar o desafio, pois deixou o sistema de transporte sem promover algo de fato relevante e/ou extraordinário, e depois disso ainda ganhou a antipatia dos donos do seu partido. Não resolveu o problema do sistema e ainda corre o risco de não se reeleger. Como diria Ribamar Bessa – viche maria!...

Além da mudança de gestor do sistema, presenciamos também uma licitação no mínimo curiosa. Simplesmente o sistema foi parar nas mãos das mesmas empresas furrecas. Os que exploravam antes de forma precária e perversa o sistema, são os mesmos de hoje, praticando os mesmos erros e as mesmas mazelas. Deixe-se claro que não estamos aqui colocando em dúvida os procedimentos de licitação. Temos certeza que aconteceu com a lisura necessária. Apenas lamentamos que o resultado final tenha sido o pior, ou seja, manter os usuários do sistema submetidos às mesmas empresas. É dose!...

Depois de tudo isso, leio agora nos jornais que dirigentes do IMTU fizeram uma visita informal a uma das empresas do sistema e que encontraram muitos ônibus com problemas. Ora bolas! O que pensavam encontrar esses dirigentes que são conhecedores e sabedores de que os vencedores da última licitação são os mesmos de carnavais passados? Será que não estavam realizando periodicamente uma fiscalização séria (formais, e não informais) no pátio das empresas acreditando que o impossível acontece? Bobinhos! Qual é minha gente! Papel de bobo deixa para nós, usuários do sistema, em particular para aqueles que acreditam que esse castigo de andar de ônibus em Manaus é uma birra de Deus para testar a nossa paciência.

Por último uma curiosidade. Diz uma matéria de jornal local que o IMTU apresentou aos dirigentes da empresa cacareco visitada, no últmo dia 11 de setembro passado, um relatório sobre as condições ruins dos seus coletivos. Para mim ficou a impressão de que essa data escolhida para a entrega do relatório foi proposital. Como todos sabem, 11 de setembro não é uma data boa de ser lembrada. Essa data nos lembra uma coisa ruim e que a humanidade inteira reza para que nunca mais se repita. Guardada as devidas proporções, é exatamente aquilo que os usuários do sistema de transporte de Manaus vêm fazendo de longa data, ou seja, rezando para que um dia esse sofrimento coletivo passe e todos possam ser atendidos por um sistema de transporte justo, com ônibus limpos, seguros e decentes. Com esses que estão aí explorando o sistema – haja reza!

11 de setembro de 2008

Reflexão sobre o exercício da cidadania em período eleitoral

Texto de Marilza de Melo Foucher

«Escolha e consciência são uma só e mesma coisa». Sartre-LÉtre et le Néant».

Em período de eleições municipais os políticos se lembram dos seus concidadãos e pedem votos, coisa normal para os candidatos. Todavia, é normal também para que o eleitor ou eleitora se informe e se prepare para escolher os candidatos. Saber, por exemplo, que tipo de mandato exerceu o vereador ou prefeito, verificando que atividades e projetos foram realizados em beneficio do município. Inclusive se informar se houve relação de transparência na aplicação dos recursos públicos, afinal ele é contribuinte do município, tendo em vista que enquanto cidadão ele paga os impostos e algumas taxas que irão se constituir em receitas municipais. O cidadão não é um consumidor dos serviços prestados pela municipalidade ou governo estadual, ou federal. Ele é um cidadão com direitos e deveres. Como concidadãos devem pagar os impostos corretamente e exigir que o orçamento público oriundo dos impostos possa ser aplicado com critérios e honestidade. Os governantes devem ser cobrados se as metas programadas nos planos não sejam cumpridas tendo em vista as verbas alocadas.

A vida política local foi sempre marcada por certos escândalos de desvios de dinheiro publico. Um dos exemplos corriqueiros é a falta de transparências nas licitações para execução de projetos de infra-estruturas urbanas e de certos serviços. Obras sem licitações ou certas maracutaias entre o poder econômico e político são fatos banalizados por muitos concidadãos. Sabe-se que no passado os maiores atos de corrupção se davam nesse domínio. Sabe-se também que existem vereadores e fiscais públicos que por vezes fecham os olhos ou são cúmplices de corrupção. A corrupção é a enfermidade de maior contágio na esfera publica e seu tratamento é recente, faz poucos anos apenas que ela vem sendo cuidada com mais atenção, todavia, sua cura depende muito do comportamento de cada cidadão. Enquanto cidadão, você tem o direito a exercer o controle social e saber a destinação dos gastos públicos. A constituição brasileira assegura, por exemplo, ao contribuinte cidadão o direito de exigir transparência dos gastos públicos no plano municipal. As contas dos municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade nos termos da lei.

Lamentavelmente são poucos os que participam no fortalecimento da democracia do poder local. Eleger alguém quer dizer exercer um poder de escolher os ocupantes temporários do governo. A democracia é fundada na noção dos direitos entre governados e governantes. Daí a exigência de vigilância do poder político. As desigualdades sociais se expressam também desigualdades de poder. A participação dos cidadãos organizados nos conselhos municipais pode, por exemplo, ser sano para o combate à corrupção e qualquer abuso de poder.

O ideal seria em período pré-eleitoral de poder contar com a imparcialidade da mídia local e nacional, existem analistas políticos exercendo a profissão de jornalista, que poderiam contribuir na formação política dos cidadãos. Existem questões elementares que poderiam alimentar vários debates nas rádios e televisões, além de publicações de entrevistas com os candidatos. Mas o cidadão ou cidadã pode e deve também saber que projetos de lei foram elaborados pelos vereadores e executados pelo prefeito para melhorar a qualidade de vida na cidade. Que propostas alternativas, inovadoras apresentam os novos candidatos. Qual a trajetória profissional e política dos candidatos que estão solicitando um mandato eletivo para assumir o governo local?

As eleições para os governos municipais representam uma das mais importantes do país, onde os cidadãos se sentem mais concernidos. Trata-se evidentemente da gestão do quotidiano de milhares de eleitores(as) que vivem em cidades pequenas, médias, grandes e cidades metropolitanas. Será nesse chamado espaço urbano que a cidadania é exercida, onde os direitos e obrigações formam a base comum para uma vida civilizada. É localmente que se buscam as soluções para assegurar um desenvolvimento territorial integrado com sustentabilidade. Daí o papel fundamental da mídia comprometida com a verdadeira política, seria de alertar e contribuir para o fortalecimento da educação cívica nesse período. Ainda é tempo de se exercer a cidadania política que vai além do direito de votar. O cidadão e cidadã podem se informar melhor antes de escolher o prefeito e vereadores. Sobretudo se o prefeito e vereadores se apresentam para um segundo mandato.

Ao longo de quatro anos de mandato, por exemplo, que atividades e projetos foram realizados na área de saneamento básico, a rede de distribuição de água foi expandida? A qualidade no tratamento da água melhorou? Os esgotos de águas usadas e pluviais correspondem ao crescimento hoje da cidade? Que projetos de drenagem de igarapés, despoluição de rios (entre outros) foram implementados? Que exigência foram feitas junto às construtoras imobiliárias na preservação dos espaços verdes? Que investimentos foram feitos na área de habitação com finalidade social, destinados às famílias de baixa renda? Quantas praças arborizadas foram instaladas ou recuperadas? A pavimentação das ruas obedeceu a critérios de qualidades prevendo duração de longa vida com manutenção prevista todos os anos antes dos períodos de chuvas? As calçadas foram recuperadas? Os espaços destinados aos pedestres são suficientes para passeios com crianças e para pessoas idosas?

Como funciona hoje o serviço de assistência social municipal? Que tipos de serviços? Que investimentos foram feitos na área cultural? Quantas bibliotecas foram instaladas nos bairros? Quantos cursos de pintura, artesanato, de musica e outros são financiados pela prefeitura para populações de baixa renda ou classe média?

Quanto à preservação e melhoria dos ecossistemas urbanos o que foi feito? Existem campanhas nas rádios e televisão para educar o cidadão(ã) sobre esta questão? Nas escolas da rede municipal os professores foram formados para educar os alunos sobre o meio ambiente? A rede educação municipal contribuiu para melhorar a qualidade do ensino? Quantos professores municipais receberam formação pedagógica para desenvolver melhor o programa escolar? Que estímulos foram dados para a criação de trabalho e renda nas periferias da cidade? Sem contar outras prioridades básicas ligadas à saúde publica e ao bem-estar dos concidadãos.

Finalmente governar uma cidade, significa ter uma visão global para por em pratica um desenvolvimento territorial integrado e sustentável. Os vereadores e o prefeito devem pensar a cidade como um todo e devem agir de modo mais articulado com os organismos estaduais e federais objetivando a criação de cidades mais humanas, mais fraternas, combatendo de fato todas as formas de violência e exclusão.

O bom político quando eleito deve ter o balanço das ações negativas e positivas do prefeito anterior e dentro do espírito de homem publico, ele deve dar continuidade aos projetos e atividades considerados benéficas para a população evitando assim o desperdício do dinheiro publico investido. Quanto ao vereador, ele é reconhecido em suas responsabilidades de co-gestão e de controle face ao poder executivo. Com o Prefeito, a Câmara elabora decisões aplicáveis localmente. A Lei Orgânica de toda municipalidade deve precisar os objetos de sua competência legislativa e seu papel de adotar os programas gerais e o Orçamento Municipal. O poder legislativo é competente para votar as resoluções referendarias, para aprovar, autorizar ou elaborar pareceres independentes daqueles preparados pelo executivo municipal. A Constituição também atribui competências para o poder legislativo exercer o controle das finanças municipais com o auxilio do Tribunal de Contas dos Estados ou dos municípios se houver. Vários mecanismos são previstos: solicitação de informações ao Prefeito, convocação de assessores diretos deste, instalação de comissões de inquérito, requerimento de exame de contas da municipalidade... Enfim, o poder Legislativo Municipal tem a tarefa de julgar a política do Prefeito em casos de infrações político-administrativas.

10 de setembro de 2008

MENINA BRUNA!

O jornal A CRITICA do dia 05.09.2008 trouxe uma matéria sobre as circunstâncias da morte da menina BRUNA. É algo profundamente chocante e que não pode jamais cair no esquecimento da sociedade amazonense, como tem acontecido com tantos outros episódios dessa natureza. Se não reagirmos com toda a indignação que o caso merece, amanhã corremos o risco de estar sofrendo na própria pele a dor dilacerante da perda de um filho ou de um ente querido, como aconteceu desta feita com os pais de Bruna. Faço inclusive um apelo ao jornal A CRÍTICA, no sentido de que acompanhe de perto essa questão (dure o tempo que tiver que durar), até que a verdade prevaleça e, se houver condenados, que o processo não venha a mofar até ser arquivado, livrando assim os culpados de cumprir as suas penas.

Não estamos aqui para condenar ninguém antecipadamente. O que não dá mais é ficarmos aceitando o uso da “fatalidade” como desculpa para mortes absurdas. Como também não dá mais para assistir o anúncio de arquivamento de processos judiciais, onde condenados por erros médicos não pagam suas penas. Isso tudo tem um nome que já tornou o Brasil uma referência mundial – impunidade! É hora de reagirmos. Chega de omissão ou a próxima vítima pode estar na nossa própria família. Eu não quero jamais passar por essa dor e vou tentar fazer a minha parte.

Diz o jornal que a menina BRUNA sofreu uma parada cardíaca não detectada pelos aparelhos. Ora bolas! Que porcaria de aparelhos são esses? Que tipo de hospital é esse que disponibiliza ao médico num procedimento cirúrgico, equipamentos que não funcionam ou que não oferecem segurança aos médicos e pacientes? Se é que foram os aparelhos que falharam no caso da menina Bruna, eu pergunto: onde estão esses supostos aparelhos usados na cirurgia? Porque não funcionaram? Por acaso já foram retirados e lacrados para uma perícia, ou será continuam no mesmo lugar e servindo de apoio a outras cirurgias? Quantos outros médicos e vítimas fatais vão ser traídos por esses equipamentos até que sejam periciados?

O jornal diz que o médico estava fechando os últimos pontos da garganta, quando percebeu que o sangue mudou de cor e ficou mais escuro. Muito estranha essa afirmação. E os aparelhos? Quem estava monitorando os equipamentos? O que fazia exatamente o anestesista que não percebeu coisa alguma? Quanto tempo já teria se passado até que o médico constatasse que o sangue havia mudado de cor e a criança já estava roxa? Como é que um médico, dito experiente, acompanhado por um anestesista, uma enfermeira e mais o apoio de equipamentos normais de qualquer cirurgia, não perceberam coisa alguma a tempo de salvar a vida da criança? Pensando bem até já se sabe de quem vai ser a culpa – é dos equipamentos que estavam ligados, mas que inexplicavelmente não registraram coisa alguma de errado. Pela morte da criança, é óbvio, vão querer nos convencer mais uma vez de que a culpa é da fatalidade – a eterna e manjada fatalidade.

A matéria do Jornal A CRITICA, pasmem, afirma terem tido acesso ao relatório da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), onde são apontadas 24 irregularidades no Hospital onde Bruna foi operada. Diz mais ainda, ou seja, que o relatório está ricamente ilustrado. Diante dessa informação, qualquer cidadão vai querer saber por que o centro cirúrgico continuou sendo usado pelo Hospital e pelos médicos? Será que o relatório apenas ilustra ricamente as irregularidades do Hospital, mas em momento algum impedi ou recomenda a não utilização do centro cirúrgico? Que irregularidade são essas que não impediram o uso do centro cirúrgico?

Como a FVS está citada na matéria, entendo que fica no dever de esclarecer essa situação à sociedade, sob pena de acharmos que as inspeções que realizam não são levadas a sério pelos Hospitais. São ou não são? E aí – como é que fica? Qual será a situação real dos demais centros cirúrgicos espalhados pelos Hospitais de Manaus? Quem se digna a dar essa informação, em nome da tranqüilidade das pessoas que estão na expectativa de realizar um procedimento cirúrgico? Por enquanto só uma sugestão – fiquem longe do centro cirúrgico do Hospital São Lucas.

Outra informação absurda na matéria de A CRITICA, diz respeito à enfermeira que supostamente participava da cirurgia da menina BRUNA, e que saiu da sala de cirurgia a procura de um aparelho usado para reanimação - o desfibrilador. Pelo amor de Deus! Não dá para acreditar numa cena dessas. No atual contexto, um centro cirúrgico de um Hospital dentro da cidade de Manaus, sem um desfibrilador, é caso de polícia. É omissão grave! É negligência pura! É falta de respeito com a vida alheia! É cadeia!

O médico responsável pela cirurgia fez uma declaração no mínimo curiosa para o jornal A CRITICA. Disse ele que as “paredes não falam”. Lamentavelmente não é só isso! Elas também não registram nada, tampouco podem servir de testemunhas para nos ajudar a impedir que coisas absurdas continuem acontecendo em salas de cirurgias e que ficam sem explicações pelo resto da vida. O azar é de quem morre. A dor fica para os que perderam seus entes queridos por culpa da negligência, da omissão e da imperícia de maus profissionais, acobertados pela eterna impunidade.

Para acabarmos com isso a sociedade tem que se indignar e se mobilizar para fazer as cobranças devidas. Cobrar para valer! Já que estamos em eleição, é hora inclusive de cobrar do futuro prefeito e dos futuros vereadores, que honrem não só os votos recebidos, mas as próprias calças, não se omitindo nem se acovardando de fazer o que precisa ser feito. Por último quero mandar duas mensagens: uma mensagem para o Ministério Público Estadual, onde o jornal informa que os pais de BRUNA registraram um pedido de instauração de inquérito – não nos decepcionem! A segunda mensagem vai para o Conselho Regional de Medicina Local – ajudem-nos a nos proteger (em tempo hábil) dos péssimos Hospitais e dos maus profissionais. A sociedade agradece!



6 de setembro de 2008

O Buraco é mais embaixo!


Desculpem-me a sinceridade, mas, parar para ouvir o discurso de um político nos dias atuais deixou de ser algo prazeroso para o cidadão fazer. No caso do Amazonas a resposta é até muito simples de dar. São raríssimos aqueles políticos locais que nos dão o prazer de parar para ouvi-los falar de algo agradável, inteligente e útil. Em contrapartida, se for para ouvir besteiras e muitas mentiras, não precisamos nem parar em lugar algum. Basta ligar o rádio ou a televisão. Lá estarão eles quase todos com o mesmo discurso, com a mesma conversa fiada e, pasmem, com as mesmas promessas de sempre. E não é só isso! São as mesmas figurinhas carimbadas de outros carnavais.

Como estamos falando de políticos e de seus discursos, há bem poucos dias atrás eu ouvi um desses candidatos a reeleição dizer diante de uma platéia, que estava indignado com os buracos das ruas do Distrito Industrial de Manaus e que por esse motivo votou a favor da instalação de uma CPI.

Tudo bem! Até compartilhamos com a indignação do nobre vereador e apoiamos qualquer CPI para esclarecimento ao povo. O que ficou estranho no discurso do vereador é que ele fala com tanta indignação dos buracos do Distrito, esquecendo que ele vive numa Manaus mergulhada em buracos. Daí então indagamos: E aí vereador! Cadê a CPI da buraqueira de Manaus? Será que Vossa Excelência não está enxergando, não quer enxergar, prefere bancar o cego, surdo e mudo ou está faltando mesmo é coragem? Ora, se a CPI se justifica porque está prejudicando as empresas e os empregos, o que dizer de uma Manaus cujo sistema viário virou uma tábua de pirulito e o sistema de transporte um caso de polícia. Como diria o jovem de hoje - Se liga meo! Onde está o bom senso? O eleitor não é assim tão bobo quanto parece. Ele sabe que a eleição deste ano, principalmente para vereador, está sendo uma guerra de foice e que pela oportunidade de uma reeleição, tem candidato emprestando a alma ao diabo e arrumando chifres em cabeça de cavalo para ocupar de qualquer maneira espaço na mídia escrita, falada e televisionada.

Encerrando, para você eleitor que está lendo este comentário e vem acompanhando toda essas encenações, muito cuidado – principalmente quando o assunto for buraco.

5 de setembro de 2008

ESQUINAS e PORTA-BANDEIRAS

Dia esses, parado numa dessas esquinas movimentadas de Manaus, fiquei observando o movimento ao alcance dos meus olhos e indagando a mim mesmo: - Como é que algumas pessoas conseguem permanecer horas de pé numa esquina de rua, debaixo de um sol de mais de 40 graus, empunhando um mastro com uma bandeira com a cara estampada de um candidato a prefeito ou vereador?

Essas pessoas ficam ali durante horas, submetidas a todos os tipos de poluição sonora, da pele, dos olhos, das vias respiratórias, dos pulmões, etc. E não bastasse isso, ainda têm que suportar aquele cabo eleitoral cheio da moral, que fica lá de longe, escondido na sombra do poste, gritando e exigindo mais animação da turma de porta-bandeiras.

É uma cena muito curiosa. Contrastando com a cara dos candidatos que estão estampadas nas bandeiras, normalmente sorridentes ou mutiladas, a porta-bandeira de pé na esquina não consegue, coitada, sorrir nem dos galanteios e xavecos que recebe das pessoas bem humoradas que passam pelo local. Quando são intimadas a mexer as cadeiras ao som dos jingles dos candidatos, ai então só você vendo para acreditar!

Se você ainda não observou essa cena – faça isso! Acredite! - é algo no mínimo interessante. Muita daquelas bandeiras que estão ali tremulando nas esquinas, pelo perfil dos donos das caras nelas estampadas, é jogar suor e energia fora. Terminada a eleição, os mastros se transformarão em carvão e as bandeiras vão ser aproveitadas quem sabe em algo mais útil – um bom pano de chão, toalha para enxugar cachorro, lenço para limpar mão de mecânico, etc. Como a compra, a confecção desse material e o serviço de porta-bandeira não sai do bolso dos candidatos (essa é a única coisa certa e transparente nesse cenário), é óbvio que nenhum deles está preocupado com o destino a ser dado a esse material, porém jamais vão perder a chance de ver suas caras tremulando nas bandeiras espalhadas nas esquinas da cidade, como se fossem verdadeiros pop-stars.

A verdade é que esse tipo de contratação e serviço em época de campanha eleitoral, que dizem ser organizado, bem pago e de carteira assinada, mereceria um estudo. Já soube que boa parte das pessoas que estão ali trabalhando nas esquinas como porta-bandeira, nunca viu de perto o candidato (a) com a cara estampada na sua bandeira. Muitas delas provavelmente dirão até que nem precisa conhecer, pois diante da maquininha na urna, a única foto que não vão querer ver aparecer na telinha é exatamente aquela da bandeira. A não ser que exista um esquema muito bem tramado que não permita ao porta-bandeira exercer a sua vontade e ter que obrigatoriamente votar em quem lhe pagou para trabalhar nas esquinas.

Como vivemos no Brasil e na política brasileira jabuti sobe em árvore, jacaré nada de costa e boi voa, é bom ficarmos com a barba de molho. E que Deus nos proteja, dando aos brasileiros e em particular aos amazonenses, mais juízo e responsabilidade na hora de consagrar o seu voto. Já está na hora de começar a mudar a cara do Brasil.

24 de agosto de 2008

OPORTUNISMO!...


Com o mandato chegando ao final, políticos se mobilizam para querer mostrar o que não conseguiram ao longo do mandato – seriedade, imparcialidade, compromisso com a coisa pública, em particular com o erário público.

Querer agora às vésperas de um novo pleito por fim no nepotismo, é simplesmente esdrúxulo. Só tem um entendimento - oportunismo puro! Só agora, depois de passarem praticamente os 4 anos gerando emprego na própria família às custas do nepotismo e do erário público, resolvem mudar de discurso como quem muda de roupa? No mínimo acreditam que somos todos nós um bando de trouxas.

A verdade nesse episódio é uma só. Os políticos estavam conscientes de que essa mazela do nepotismo no ambiente público havia escapado do controle deles e que a qualquer momento despencaria sobre suas cabeças como resultado de uma manifestação/decisão que viria do supremo tribunal federal (contribuindo com os anseios da sociedade) e não da vontade da maioria da classe política local ou nacional.

Sabedores disso, os mais espertos resolveram se fantasiar de cordeiros e tirar proveito da maneira mais cínica possível nesse pleito eleitoral. Imaginem! Até o pai do nepotismo no Amazonas, brincando com a inteligência do povo, agora quer se passar por VILÃO e HERÓI da mesma novela. Quer ser o FAVORITO do eleitor amazonense, vivendo no mesmo corpo os papéis de FLORA e DONATELA. Se o desempenho for medido pelo número de empregos gerados na família, dos salários sugados dos cofres públicos e da raiva que ele nos causa com o seu cinismo, sem dúvida um BELO trabalho. Merece todos os troféus, incluindo uma banana.

Na Câmara Municipal de Manaus, até convencimento em contrário, a demonstração de oportunismo em véspera de campanha foi algo inédito. Numa única seção conseguiram discutir, reunir assinaturas e instalar uma CPI para investigar a aplicação de recursos na recuperação e tapa buraco no Distrito Industrial. Em termos de eficiência sem dúvida é algo inédito - nota mil.

Tudo bem! Façamos de conta que acreditamos nos propósitos daqueles que instituíram a CPI. Vamos acreditar que os ilustres vereadores estão de fato sensibilizados e preocupados com os buracos do Distrito Industrial. Daí então, eu pergunto: porque em 4 anos de mandato eles não demonstraram a mesma disposição e eficiência para instalar uma CPI para os buracos que transformaram Manaus numa tábua de pirulitos? Para a licitação do sistema de transportes que acabou mantendo Manaus como refém das mesmas mazelas e das mesmas empresas falidas e de quinta categoria? Para o falido projeto EXPRESSO, cantado em verso e prosa como a solução para Manaus, e que levou mais de 150 milhões do bolso do contribuinte e que até hoje não se sabe qual é a dívida acumulada, quanto já se pagou desse prejuízo, quanto falta pagar e quem está sendo julgado e condenado por esse prejuízo milionário causado ao povo? Por enquanto, o contribuinte está respondendo sozinho por esse prejuízo milionário, com a ajuda de 33 pessoas que ganharam um mandato e não conseguem honrá-lo em sua plenitude e mais o nosso povo que não consegue reagir, sair do marasmo e deixar de ser omisso na defesa dos seus direitos e da coisa pública.

10 de julho de 2008

Êta política rasteira!

A manchete do Diário do Amazonas de 08.07.2008 mexe com a cabeça de qualquer cidadão preocupado com o exercício da sua cidadania. Certo ou errado, o assunto tratado na manchete deveria merecer a reflexão das pessoas, principalmente daquelas que vão às urnas para escolher os seus ilustres representantes. Eu não conheço nem tenho nada contra o parlamentar que emoldura a matéria, ou seja, o presidente da ALE. Aliás, já temos hoje, 10.07.2008, a notícia de que o mesmo foi reconduzido à presidência da casa pelo voto folgado da maioria. Destacam as matérias que tive oportunidade de ler, que foi mais um BELO golpe de antecipação aplicado pelo presidente da ALE. Quem sabe não foi dos belos golpes políticos que tem praticado (com o apoio dos regimentos fajutos e da mediocridade das leis vigentes) que acabou nascendo o apelido que o caracteriza perante a sociedade.

O que me chamou a atenção na manchete de 08.07.2008 é o sorriso do parlamentar. Aquele sorriso de torcedor que se prepara para ir a campo no dia seguinte, na certeza de que seu time vai ganhar e ainda leva um cartaz dizendo – EU JÁ SABIA! Além do sorriso aberto, me chamou também a atenção o paletó aparentemente bem engomado. Se você leitor ainda não sabe – ACORDE! O paletó que o cidadão veste na foto, acredite, também somos nós contribuintes que financiamos. Para ser mais justo - o dele e de todos os seus parceiros de parlamento, diga-se de passagem.

Porém, calma minha gente! Nada de errado, obviamente. Nem com o paletó do parlamentar, tampouco com os seus parentes e agregados que trabalham na casa ou em casa, todos eles também remunerados com salários pagos por todos nós contribuintes. Aliás, afirma a matéria do jornal, que o presidente da foto emprega até a própria mãe de mais de 80 anos. Eu, cá com meus botões me pergunto - e mamãe sabe disso?

Ora, diante desse quadro, se existe algo errado, esse errado tem tudo a ver conosco - o povo. Ficamos feitos lesos assistindo essas coisas acontecerem diante de nossas narinas e cinicamente transferimos a culpa para aquele lá de cima – Deus. É a vontade Divina! – diriam os mais conformados. Outras pessoas, confiantes de que milagres acontecem, diriam - se Nossa Senhora deixar, um dia essas coisas do capeta vão acabar. Mas, com essa disposição patética de nós amazonenses, se dependermos do perfil e da vontade do ator principal da manchete de 08.07.2008, por exemplo, e da maioria de seus parceiros de parlamento, estamos definitivamente ferrados. Como diria meu amigo da banca de peixes lá do Adolfo Lisboa – estamos fritos!

Concluindo, na verdade estamos diante de uma situação ridícula. Sabemos que é legal o que o presidente da casa faz, sob o amparo de regimentos e leis esdrúxulas que ninguém quer mudar, porém trata-se de algo estupidamente imoral. Por mais que seja legal tudo isso, a verdade é que estamos andando na contramão e não dá mais para ficar calado. O que Manaus pode esperar de políticos que chegam ao poder com a preocupação exclusiva de tirar proveito do cargo, dos regimentos e das facilidades das leis para distribuir emprego e renda entre os seus agregados? Mais triste ainda é assistirmos a maioria dos membros de uma casa legislativa, querendo perpetuar essa mazela, provavelmente confiantes de que um dia chega a sua vez e dos seus. Êta política rasteira e sem-vergonha!

7 de junho de 2008

Tiros de Baladeira (XVI)

MULTA AMBIENTAL (1)
O anúncio de multa milionária, no valor de 380 milhões contra a empresa GETHAL, na verdade acaba tendo um impacto negativo perante a sociedade. É simples o motivo! Quem no Brasil já recolheu de fato aos cofres públicos uma multa nesse valor? Até prova em contrário, fica só na notícia e nas prateleiras dos órgãos controladores e da justiça, acumulando tempo, papel e recursos intermináveis. Aliás, a preocupação do estado e da mídia em anunciar as multas, não é mesma com relação a informar quando e quanto é que de fato já foi pago dessas multas aplicadas. Quem se dispõe a dar essa notícia para a sociedade?

MULTA AMBIENTAL (2)
Quem lembra as várias vezes em que a mídia anunciou multas milionárias aplicadas contra a PETROBRÁS, por exemplo. Quanto do total das multas aplicadas contra essa empresa já foi de fato recolhido aos cofres públicos. Não adianta dizer que a empresa desenvolve grandes e belos projetos relacionados ao meio ambiente. Parabéns! Mas não misturemos as coisas. Estamos falando de multas. Quem sabe dizer quanto a Petrobrás já recolheu em espécie aos cofres públicos? Vale para todas as outras empresas que já receberam multas milionárias. Falei de multas milionárias!

MULTA AMBIENTAL (3)
Um sujeito estrangeiro compra uma área de terra que cabe um país inteiro dentro, menti publicamente e cinicamente que está fazendo investimentos em benefício das comunidades existentes na área, deixa abandonado um volume enorme de toras de madeira arrancadas da floresta, e nós aqui ficamos vendo as autoridades batendo boca e cabeça sem saber o que fazer contra essa aberração. Já sei até o que vai acontecer! Vão aplicar uma multa milionária no gringo, ele não vai pagar, tampouco vai deixar de ser dono da terra. Isso mesmo – dono da terra!

5 de junho de 2008

E aí?


Eu já comentei sobre este assunto e gostaria de retornar ao mesmo, independente se terei ou não a atenção daqueles que julgamos em condições de intervir em nome da população. Aliás, na verdade falo daqueles a quem confiamos os nossos votos, acreditando que vão estar sempre entrincheirados para defender os interesses da comunidade, doa a quem doer. Pode parecer cômico, mas não custa sonhar e tentar!
Eu quero retomar o assunto da diminuição do tempo de carência nos estacionamentos dos shoppings. Repito! A redução do tempo de carência de 30 para 15 minutos é imoral. É um atentado à inteligência do cidadão, portanto, um atentado também à inteligência das autoridades e dos políticos que deviam estar atentos para esse tipo de desrespeito à comunidade local. Não é por que nos outros estados já fizeram isso, que eles aqui vão resolver agora bancar o macaco, repetindo medidas esdrúxulas e imorais.

Com todo o respeito aos dirigentes dos shoppings, eu gostaria de vê-los colocar seus familiares, idosos e/ou deficientes, para tentarem entrar, estacionar, ir ao shopping pagar uma conta e sair em 15 minutos. Eu pago para assistir! Aproveito e convido também os nossos vereadores e deputados a colocarem seus idosos e/ou deficientes para tentarem fazer a mesma coisa. É evidente que não vão conseguir. O novo tempo de carência é exatamente para ninguém conseguir.

Ora, se a intenção é aumentar a receita administrativa dos shoppings, então tomem uma decisão mais digna, mais decente e mais honesta. É simples! Que eles anunciem o fim do tempo de carência. Deixar em 15 minutos é assumir que são desrespeitosos e que estão simplesmente nos tratando como idiotas, ou seja, aqueles que primeiro reclamam feito bobos, mas depois pagam como se nada tivesse acontecido.

Autoridades! Políticos! E aí? Vamos ter que engolir mais essa? Se os senhores se omitem, em quem o cidadão vai poder buscar apoio para defesa dos seus interesses? Vamos lá – mexam-se! Aceitamos até que fiquem favoráveis ao novo tempo de carência. Só não aceitamos que se comportem como avestruz, como se nada disso fosse importante ser discutido com responsabilidade e sem brincar com a inteligência do cidadão.

23 de maio de 2008

DESAVERGONHADOS!...

Todos os jornais da cidade estamparam junto com as suas manchetes de primeira página sobre o escândalo de COARI, as malas encontradas recheadas de dinheiro vivo numa casa supostamente desabitada. Creio que seja a imagem mais repugnante dos últimos tempos publicada na página principal dos jornais de Manaus. Sem dúvida - Revolta! Dá náuseas!

O dinheiro encontrado, que não nos causou nenhuma surpresa, é dinheiro público, é dinheiro que saiu do bolso do contribuinte, portanto, é assalto, é dinheiro roubado. E não basta chamar e/ou enquadrar os responsáveis como corruptos. É pouco! Precisamos ser bem mais explícitos e gritar com todas as forças de nossas gargantas – são ladrões, são homens públicos e cidadãos desavergonhados.

Quando digo que não é surpresa o que estamos assistindo, é porque muitos sabiam da corrupção reinante na administração daquele município. O que pior! Podiam sim ter feito alguma coisa bem antes. A própria Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas teve a chance de implodir esse processo antes mesmo da justiça e da polícia federal agirem. Preferiram se apequenar e não o fizeram. Embromaram, enrolaram e ainda surgiram aqueles que publicamente saíram em defesa dizendo que tudo não passava de intriga e inveja dos adversários inconformados com o sucesso da administração coariense.

Agora, depois que o circo pegou fogo, alguns políticos ensaiam querer armar uma CPI. Alto lá! Esqueçam! Não atrapalhem! Deixem que a justiça e a polícia federal acabem o que começaram. Quando a Assembléia teve a chance de montar uma CPI, as forças ocultas se mobilizaram e transformaram a idéia numa comissãozinha que não chegou naquilo que a sociedade esperava. O melhor que a Assembléia faz agora é não fazer nada. Já tem quem cuide de fazer o que precisa ser feito e essas instituições com certeza, no atual contexto local e nacional, estão bem mais conceituadas e credenciadas perante a população.

16 de maio de 2008

Estacionamento - Tolerância Zero!


Foi destaque no jornal local a seguinte notícia: "Depois do Amazonas Shopping, chegou a vez do Millenium reduzir de 30 para 15 minutos o tempo de carência no estacionamento. MPE/AM vai analisar se mudanças ferem os direitos do consumidor (Em Tempo/página Economia, de 14.05.2008)"

Essa questão dos estacionamentos em Shoppings é algo que vem irritando e mexendo com a paciência de qualquer cidadão. Até aceito que queiram nos fazer de bobos, porém não me venham agora querer nos transformar em otários. Diminuir para 15 minutos o tempo de carência no estacionamento dos shoppings é brincar com a inteligência dos seus usuários. Se querem acabar com a carência desse jeito, é bom não esquecer que estão acabando é com a tolerância das pessoas. Se imaginam aumentar a receita com os estacionamentos, então que sejam mais dignos, mais honestos e mais responsáveis com os usuários. Acabem com a tal carência definitivamente, mas não façam isso que estão fazendo, reduzindo para um tempo que na verdade é a mesma coisa que acabar com a carência. Deveriam era se envergonhar de atitudes e medidas dessa natureza. Isso que está anunciado, repetindo, é brincar com a inteligência do cidadão, e não nos adianta apelar aos políticos, tampouco à justiça. Quando os políticos tentaram intervir em benefício dos usuários, criando a lei que desobrigava o freqüentador dos shoppings a pagar o estacionamento a partir de um determinado valor de compras, a justiça acatou o recurso impetrado pela direção dos shoppings e os usuários e os políticos ficaram chupando o dedo. A única saída, já que vamos pagar pelo estacionamento, com ou sem carência, é cobrar bem cobrado para que a segurança seja atuante e que o atendimento e os serviços desses estabelecimentos (shoppings), em todas as suas dependências, particularmente os banheiros, sejam bem limpos, não falte material e não fiquem fedorentos.

O próprio Millenium, citado na matéria de Em Tempo, e que está anunciando reduzir o tempo de carência, devia se preocupar mais com os serviços oferecidos aos seus freqüentadores. Os banheiros, por exemplo, quando o movimento de pessoas é grande, principalmente no horário noturno, ficam sujos, fedorentos, pois o serviço de limpeza/manutenção, que deveria ser mais presente nessas ocasiões, é ruim e ineficiente. Sem falar nos cinemas, onde uma das salas tem os assentos numerados. Se você entrar depois que fecham as luzes, com certeza não consegue mais enxergar a letra da fila, tampouco o número da cadeira. Não faz muito tempo assisti um filme que foi interrompido por 4 vezes devido falhas no sistema de som. Sem falar na pipoca, cujo preço cobrado é mais caro do que a entrada do cinema - um verdadeiro assalto ao bolso dos freqüentadores.


14 de maio de 2008

Manaus dos Buracos


Tenho ouvido os programas de rádio no caminho do trabalho e ontem um assunto me chamou a atenção: a polêmica em torno dos buracos nas ruas do distrito industrial. Ano político e todo mundo quer tirar proveito dessa situação. Na verdade esse é um assunto de embrulhar o estômago para quem conhece e sabe o que acontece nesse processo. O vereador Massami Miki, por exemplo, por ter trabalhado na Suframa como assessor técnico (conforme currículo publicado no site da Prefeitura), sabe perfeitamente o que está por trás de tudo isso. É nítida a intenção de se desviar e concentrar as críticas nos buracos do distrito industrial e, do outro lado, maximizar na mídia, em particular na televisão, a falsa idéia de que existe uma ação colocada em prática para resolver o caos das vias públicas da cidade de Manaus, dominada pelos buracos de todos os tamanhos e de todas as naturezas. Entretanto, o convívio com os buracos não é só um problema de quem transita nas vias do Distrito Industrial, mas sim um problema de toda a nossa cidade de Manaus.

Eu já convidei o vereador do PT, José Ricardo, bem como o vereador Massami Miki, para tirarem um dia para acompanhar a tal campanha de tapa-buracos que dizem estar tomando conta da cidade. Pedi que acompanhem "in loco"as operações, marquem um determinado lugar e voltem com uma semana depois para verificar em que estado estão os buracos supostamente tapados. Em alguns casos eu adianto que vão estar até piores do que antes, pois a operação é feita praticamente na marra. Passam uma vassoura nos buracos, tiram a água, jogam o piche, lascam um bocado de asfalto por cima, espalham e passam o rolo em cima. Em seguida vem os carros e coletivos, desmancham tudo em poucas horas ou em poucos dias. Pergunto: adianta isso? Tem coisa que exemplifique melhor o que é jogar o dinheiro do contribuinte no ralo, ou melhor no buraco do buraco? Será que o povo é tão rude para não perceber que isso é apenas uma operação para amansar o espírito e a revolta da população com os buracos que atormentam o dia a dia de todos nós? Algumas equipes de trabalho até tentam fazer algo mais decente, pelo menos preparando e maquilando melhor o buraco antes de jogar o piche e depois passar o rolo por cima. Mais ainda assim não resistem e logo ficam até pior do que antes.

Quanto ao Distrito Industrial, a Suframa na verdade nunca se omitiu de cuidar das suas vias. A situação tornou-se difícil a partir do contingenciamento dos recursos da Autarquia por parte do governo federal. Diferente dos poderes estadual e municipal, que não enfrentam problemas de contigenciamento de suas contas e cujas receitas crescem ano a ano a partir do faturamento cada ano melhor do Pólo Industrial de Manaus. Curioso ver políticos e empresários atacarem a Suframa por conta dos buracos do Distrito, omitindo-se covardemente, por outro lado, de cobrarem dos poderes municipal e estadual que ajudem ou façam a sua parte. As empresas do Distrito, para quem não sabe, não estão isentas do IPTU e das taxas de serviços. Tem dinheiro para as coisas mais esdrúxulas, mas não tem dinheiro para priorizar e ajudar a manter as vias da galinha dos ovos de ouro (Distrito Industrial). É mais facil transferir a responsabilidade e o ônus político para a Suframa. O que não é surpresa nem novidade, considerando o perfil preponderante da classe política em rede nacional. Em ano político ninguém se dispõe a dividir ônus, mas faz qualquer coisa para ficar e tirar proveito do bônus. É triste, mas é a realidade.

Não bastasse isso, é lamentável assistirmos ONGs anunciarem que vão denunciar a Suframa para o MP por conta dos buracos. ONGs que, por outro lado, se omitem, se acovardam, e não fazem a mesma coisa para denunciar no MP o caos da vias da cidade, dos postos de saúde, da segurança em todos os sentidos, seja nas ruas ou dentro de casa, as invasões orquestradas por grupos organizados, a prostituição e a inoperância dos conselhos tutelares por falta de apoio e investimento do poder público, as alagações por falta de política de saneamento básico nas áreas mais carentes, a educação que sempre vem nos envergonha no processo de avaliação nacional, a idéia de aumentar o número de vereadores em lugar de primeiro lutarem para resgatar a honra e a dignidade da casa, etc, etc, etc. Vou parar por aqui, antes que apareça outra ONG achando que tudo isso que falei também é culpa exclusiva da Suframa e corra para o MP para denunciar e cobrar providências. Duvido não!...

9 de fevereiro de 2008

Cartão Corporativo nas Escolas Públicas


O assunto do momento é o tal cartão corporativo. O cartão ou a idéia do cartão na verdade não tem culpa alguma das péssimas notícias que rolam em torno dele. Isso me faz lembrar o caso da SUDAM, quando seus gestores a levaram para o abismo. Nenhum dos gestores e empresários corruptos foi e/ou está preso pelo mal que causou à instituição. Daí então o que fizeram as autoridades? Acabaram com a organização que não teve culpa alguma dos maus gestores que por lá passaram. Depois de alguns anos resolveram ressuscitar a antiga SUDAM, que na verdade continuara existindo com outro nome - ADA. E o que acontece agora? Simplesmente quando alguém hoje pronuncia esse nome, SUDAM, na cabeça do cidadão a primeira coisa que vem na memória é a imagem de um belo exemplar Bull Frog (tipo de rã). Para quem conhece a história, não preciso explicar.

No caso do cartão corporativo está sendo a mesma coisa. Vão acabar com o cartão e aqueles que o utilizaram mal ou indevidamente, vão ficar andando por aí confiantes que a memória curta do brasileiro vai prevalecer, a CPI (se sair) vai virar pizza e os processos administrativos de ressarcimento que porventura forem em frente, acabem caducos na gaveta de alguém.

Em Manaus, exatamente quando o cartão é alvo de todos os ataques, surge a notícia de que vão usá-lo nas escolas públicas. Quem conhece ou já ouviu falar do dia a dia das escolas públicas, com certeza sabe da importância da direção da Escola dispor de uma verba para cuidar dos problemas e dos imprevistos que acontecem no cotidiano. Em algumas escolas, e não vou aqui falar nenhuma novidade, diretores(as) e professores(as) se cotizam para poder ter a Escola limpa, para ter água potável para os alunos e professores beberem, eliminar goteiras, ratos, etc. E mais! - autoridades, políticos, pais e alunos sabem disso – e fica por isso mesmo, pois tem sempre alguém que aparece prometendo que tudo vai ser resolvido, principalmente em ano político.

Sou a favor do cartão corporativo para as Escolas. Repito! O problema não está no cartão, e sim na mão de quem você coloca esse cartão. No caso das Escolas, vai estar nas mãos dos diretores das unidades e a fiscalização da aplicação da verba pode e deve ser fiscalizada por um comitê formado por professores, alunos e pais. Creio até que já existam esses comitês com outro nome, no caso da merenda escolar. Obviamente que não se deve criar uma camisa de força no caso do cartão corporativo, pois o(a) diretor(a) precisa ter flexibilidade para decidir o que fazer com uma determinada parte da verba, principalmente nas situações de emergência, mas não poderá se eximir de explicar e prestar contas do uso da verba para a comunidade da Escola.

Entre os alunos, em qualquer escola, existe com certeza muitos com responsabilidade, liderança e bom senso. Meninos e meninas humildes, mas com boas idéias, discernimento e conduta de fazer inveja a qualquer marmanjo e/ou autoridade. Se orientados sobre a importância do cartão corporativo, para que serve e como devem proceder para que a verba seja bem aplicada dentro da Escola e em benefício deles próprios, creio que temos garantido 90% da sua boa aplicação. Hipocrisia achar que só os adultos, só a polícia, só os fiscais da secretaria de educação podem oferecer uma boa fiscalização. Não é esse o exemplo que temos visto na nossa sociedade.

Acredito no cartão corporativo nas Escolas, pois o cartão não é o problema, é uma solução. O que pode vir a ser problema na aplicação desse cartão, a solução não é mistério, basta vontade política para criar uma boa fiscalização envolvendo professores, pais e alunos, sem diminuir nem menosprezar a enorme contribuição que os próprios alunos podem oferecer a esse processo, se devidamente orientados e estimulados.

8 de fevereiro de 2008

Tiros de Baladeira (XV)

Ruas do Distrito Industrial (I)
A manchete de que algumas empresas resolveram recuperar as vias do distrito, infelizmente não passou de uma encenação ao cair da tarde, provavelmente ou propositalmente realizada às 17 horas para não causar insolação nos atores. Uma carrada de areia com brita só mesmo para chamar a atenção, uma máquina e um maquinista brincando de espalhar material, pelo tempo suficiente para as gravações da mídia previamente convidada. Legal! Contou até com a ajuda dos azulzinhos. Se a intenção foi essa – além da imundice que ficou, pois não resolveu o problema, faltou mesmo foi coragem aos seus idealizadores para cobrarem de forma mais justa e transparente os serviços, não jogando a culpa exclusivamente sobre a Suframa. Eles tiveram a chance, mas, na falta de coragem, descarregaram suas baterias apenas na administração da Suframa. Quem esperava algo mais deve ter se decepcionado.

Ruas do Distrito Industrial (II)
Uma alta autoridade local sempre cobrou e deixou bem claro nos seus discursos que as empresas do Distrito Industrial podem e devem fazer mais pelo Estado. Deve ter seus motivos para cobrar isso. Imagino o seu desapontamento ao saber que a disposição das empresas que ameaçaram ontem começar uma operação tapa-buracos era só uma encenação para chamar a atenção das autoridades, focando suas críticas preferencialmente na Suframa, e só na Suframa, que na verdade é a única que nunca negou o seu compromisso com a manutenção do Distrito e nunca se omitiu de realizar as obras quando há disponibilidade financeira.

Ruas do Distrito Industrial (III)
Não é nenhum segredo que todas as empresas pagam (ou deveriam pagar) IPTU para a Prefeitura local. Nesse caso, o que nos parece esdrúxulo, é que nunca aparece uma empresa ou empresário reclamando do poder público municipal, pedindo que dê sua parcela de contribuição à manutenção das vias do Distrito. Porque será? Será porque ninguém paga IPTU ou porque poucos pagam IPTU? Quanto representa a arrecadação de IPTU das empresas da área do D.I. no montante arrecadado pelo poder público municipal? Eis aí um dado interessante que a comunidade local gostaria de conhecer. E de outros impostos também recolhidos pelas empresas ao município, se não for pedir muito.

Ruas do Distrito Industrial (IV)
Curioso que a via do Distrito que as empresas escolheram para fazer a encenação de tapa-buraco é a Buriti. Ora, a Buriti há muito tempo deixou de ser Distrito Industrial, passando a ser uma via totalmente engolida, incorporado pela malha viária da cidade de Manaus, por onde passam todos, indistintamente, e não apenas carros, coletivos e carretas de empresas, empregados ou fornecedores. Tem até órgão público nessa artéria. Na outra margem da pista da Buriti (sentido Puraquequara), para os que não são cegos, surgiram moradias, casas de comércio e serviços diversos. Creio, salvo engano, que nenhuma delas está livre das taxas municipais e do IPTU. E aí! Porque será que só cobram responsabilidade da Suframa? Agora só falta mesmo é essa nova clientela das margens da Av. Buriti montar uma outra encenação para cobrar da Suframa, calçada, meio-fio, capina, esgoto e saneamento. Duvido não!...

4 de fevereiro de 2008

BB - Banco do Brasil

Todos nós sabemos que existe uma lei que trata da questão do tempo de espera nas filas dos bancos. O que nós não sabemos é se algum dia, algum banco, de fato pagou as multas que lhe foram aplicadas. Eis aí uma coisa que os nossos políticos poderiam exigir explicações e mais transparência. Quanto será que os Bancos já recolheram em multas pelo não cumprimento da lei em 2007, por exemplo? Quem se dispõe a dar essa informação à sociedade?

A questão do tempo de espera é crônico e eu aproveito para narrar um fato recente. Devido um problema na transferência de valores que a minha esposa havia feito antes de sairmos de férias, ao retornarmos tivemos que voltar ao banco BB (agência da Marcílio Dias) para anular o processo de transferência. Deu zebra! Segundo o funcionário do banco, os dados fornecidos não conferiam. Tudo bem! Aceitamos as explicações e a opção era cancelar a operação.

Quando da ida ao banco para efetuar a transferência de valor, a minha esposa já havia me comentado sobre o chá de cadeira, entre idas e vindas, que ela tomou até conseguir ser atendida e cumprir as exigências burocráticas da instituição. A sua preocupação, já que a operação não se concretizou, passara a ser o fato de ter que tomar outro chá de cadeira para reverter o processo e ter de volta o dinheiro em sua conta.

Como eu ainda estava de férias, a patroa não perdoou:

– Dessa vez você vai comigo! E, obviamente, mesmo contrariado, lá fui eu.

Chegando ao banco, BB (Ag. Marcílio Dias), subimos as escadas, pegamos a senha e sentamos para esperar o atendimento. Felizmente não foi preciso perguntar nada a ninguém. Se fosse preciso - pelo menos durante o tempo que lá estivemos - não havia ninguém do banco naquele ambiente disponível para prestar qualquer tipo de informação. Quem precisava de alguma informação, tratava de encostar-se à mesa de um dos funcionários e, na cara de pau, interrompia o atendimento que estava sendo feito e pedia as suas explicações. Na máquina de retirar a senha para o atendimento, por exemplo, aqueles que chegavam e não sabiam operá-la, apelavam para a boa vontade de quem estava por perto ou recorriam ao agente de segurança. Aliás, o tal agente de segurança bem que merece uma gratificação extra pelo trabalho de relações públicas, orientando e encaminhando os usuários e clientes que a ele recorrem.

Diante desse quadro colocado, passei a prestar a atenção no funcionário do banco que iria atender a minha esposa. Era o mesmo que lhe atendeu na vez anterior. Até porque não parece existir outro para fazer o que ele faz. Eu vou aqui chamá-lo de “zen” e vocês vão entender os motivos. Observei que esse funcionário de nome bíblico, sozinho, atende telefone, dá explicações para quem está do outro lado da linha lhe consultando, atende o cliente que está ali à sua frente, digita, levanta incontáveis vezes para tirar xerox de documentos e para conferir outros. Esse funcionário, repetindo, sozinho atende as pessoas interessadas em fazer transferência de valores, recebimento de remessas externas, troca de moedas, presta informações e tira dúvidas via telefone, e sei lá mais o quê. Pensando bem, são atendimentos que, dependendo da situação, exigem certo tempo para acontecer. É lamentável e vergonhoso que essa agência do BB coloque uma única pessoa para executar esses serviços, pouco se importando com as pessoas submetidas ao constrangimento e ao chá de cadeira diário. Essa demora, que acaba não sendo culpa do funcionário, termina estressando a todos. A situação só não é mais grave porque lá está o “zen” fazendo o atendimento. Um funcionário cuja eficiência e atenção oferecida ao cliente, acaba minimizando o estresse da espera. Até quando não sei!

Nesse mesmo dia, por exemplo, em dado momento o funcionário (zen) levantou, olhou para as pessoas sentadas a espera de atendimento, perguntou quem estava ali para trocar dólar e disse – não tem dólar!

Ao meu lado, uma das pessoas que estava há mais de 40 minutos esperando exatamente para fazer uma troca de reais por dólar, respirou fundo, levantou muito contrariado e foi embora. Ainda bem! Se descarregasse ali um monte de desaforos contra o funcionário, seria compreensível a sua conduta. Não bastasse a demora do atendimento, o banco ainda submete seus clientes a situações esdrúxulas, deixando pessoas/clientes sem atendimento porque em dado momento alguém do banco se lembra de avisar aos presentes que não tem dólar para trocar.

Quanto ao nosso assunto, cancelamos a operação e o “zen” deu a garantia de que em 2 dias o dinheiro estaria de volta na conta de minha esposa. Até sábado de carnaval, 4 dias depois da promessa de “zen”, o dinheiro não voltou, porém as taxas e os impostos pela operação não concretizada, o banco já engoliu há muito tempo e também já avisou que não devolve. Banco do Brasil – que belo exemplo! Se os de casa não cumprem, qual a moral do governo para cobrar das instituições privadas?

Alguém deseja conferir o relato? Então, quando precisar trocar seus dólares ou efetuar uma transferência de valores – vai lá! BB, Agência Marcílio Dias. Logo na entrada, suba as escadas à sua direita e, para ir mais rápido, procure o agente de segurança, pergunte onde deve ir para trocar seus dólares (se for o caso), pegue a sua senha, sente relaxado para esperar e cuide de rezar para que não apareça ninguém anunciando que o banco não tem dólar para trocar. Boa sorte! Ah! Eu ia esquecendo – reze também para que o “zen” não esteja doente ou de férias. É a única garantia de que você vai esperar muito, mas pelo menos vai ser bem tratado.