1 de fevereiro de 2008

(BR-174) De volta a Margarita


Pelo segundo ano consecutivo voltei à Margarita com a família para curtir minhas férias. Da primeira vez fiz um comentário sobre a viagem e, em particular, sobre as condições da BR-174. Como dever de justiça, tenho que admitir que a estrada neste momento está em melhores condições de tráfego do que em novembro de 2006. Entretanto, nada que mereça de fato uma comemoração, pois a rodovia continua um horror, representando um risco para as vidas das pessoas que por ela trafegam e uma vergonha para os responsáveis pela manutenção da infra-estrutura rodoviária deste país.

Ainda com relação à estrada BR-174, faço a seguir alguns comentários:

O primeiro é sobre a satisfação de não encontrar apenas placas de marketing do DNIT anunciando obras de recuperação ao longo da estrada. Desta feita encontramos pessoas e máquinas trabalhando em pontos distintos da rodovia. Acreditem! Já é alguma coisa. Lembro que no ano passado, nessa mesma época, a desculpa que me deram para não encontrar homens e máquinas na estrada foi o período das chuvas. Como não somos bobos, tampouco otários, sabíamos que a desculpa era falsa e que a mentira não demoraria a se revelar. Aí estão homens e máquinas trabalhando em pleno período de chuvas.

O segundo comentário é sobre os trechos (supostamente) recuperados da estrada. Nesse caso, pelo meu desconhecimento da matéria, acabei ficando preocupado com o que observei. Refiro-me à qualidade do acabamento da superfície da pista. Colocaram um asfalto rugoso que dá a impressão de mau acabamento do piso da rodovia. Pode ser um novo produto ou uma nova tecnologia de pavimentação. Se for o caso – ótimo! Pode ser também que o serviço ainda não esteja completo e que o acabamento ainda esteja por ser feito. O certo é que o asfalto que está colocado não dá uma boa impressão. Alguém tem que dar uma explicação para o tipo de asfalto que está sendo colocado na BR-174, pois com certeza absoluta não está deixando boa impressão quanto ao seu acabamento. Perguntar não ofende e não custa nada o órgão e/ou as autoridades competentes darem os devidos esclarecimentos. Aliás, é bom pedir também que providenciem a sinalização dos trechos recuperados enquanto eles existem.

O terceiro comentário é sobre o trecho nas proximidades do km 50 da BR-174, entre Manaus e Presidente Figueiredo, onde os buracos e a insegurança existentes, pelo tempo que lá estão infernizando a vida dos usuários, desmoralizam e espelham o grau de incompetência daqueles que têm a responsabilidade de resolver o problema. Entra administração e sai administração, e ninguém consegue realizar um trabalho decente para acabar com os buracos existentes nesse breve trecho de estrada. Tentativas por meio das famigeradas operações tapa-buracos já foram várias, porém todas mal sucedidas, de péssima qualidade, dando-nos a impressão de que são mal feitas propositalmente, com a benevolência/omissão daqueles que fazem a fiscalização, se que ela existe e/ou acontece. É óbvio que buracos existem por toda a BR-174, mas esses buracos nas proximidades do km 50 chamam a atenção e já se tornaram espelho e referência do órgão competente e de seus gestores.

Salvo engano, deputados federais, estaduais e até vereadores amazonenses, trafegaram na BR-174 de ponta a ponta nesse final/início de ano, rumo à Margarita, e devem ter tido a oportunidade de observar o que estou comentando neste artigo. A estrada, como já disse, há 1 ano atrás estava bem pior, mas nada que mereça ainda uma comemoração. A expectativa é que esses deputados e vereadores usem de suas prerrogativas e, em nome dos usuários e do bom uso dos recursos públicos, cobrem as explicações que são necessárias, exijam a colocação da sinalização o mais rápido possível nos trechos recuperados e cobrem mais dinamismo e qualidade das empreiteiras na execução dos serviços e mais investimentos públicos por parte do governo federal para a recuperação total da rodovia. Será que é pedir muito?