1 de fevereiro de 2009

CHORADEIRA DOS PREFEITOS


Eu tenho a opinião de que ninguém perde mais tempo para ler notícias sobre as prefeituras do interior. O que parece ser novidade, quando você vai ler na verdade é a novidade de sempre. Prefeituras saqueadas, falidas, funcionários sem receber seus salários e credores sem agüentar mais esperar para receber os seus créditos. E se prestarmos bem atenção, os autores, atores e coadjuvantes dessa lambança também são quase sempre os mesmos.

Para quem acompanha política local, início de mandato é sempre essa mesma conversa. O prefeito que entra encontra sempre a casa falida e obviamente não perde tempo em detonar quem saiu. Daqui mais 4 anos vamos ouvir a mesma conversa fiada. E se você duvidar, caro leitor, vai ter prefeito reeleito dizendo que pegou a Prefeitura falida dele mesmo. É sério! Eles se acham muito espertos e acreditam que todos nós somos bobos ou idiotas.

Quem se dispor a procurar, com certeza não vai achar um único prefeito corrupto preso por ter deixado a prefeitura falida e/ou saqueada. Falei de Brasil e não só de Amazonas. Boa parte dos que estão no poder vão continuar se aproveitando e saqueando o que podem. Enquanto isso, aqueles que perderam a cadeira de prefeito e estão fora, com certeza vão aproveitar bem o tempo para aprimorar seus métodos para quando voltar saquear com mais volúpia, eficiência e eficácia.

Se direcionarmos as nossas atenções para o TCE, a quem supostamente cabe dar um jeito nos prefeitos que usam mal os recursos públicos, são raríssimos os casos em que eles (prefeitos condenados) recolhem as multas que lhe são aplicadas. Daí então o questionamento de muita gente - para que servem os TCEs? Que falta fariam se o que fazem ou decidem não dá em nada? O TCE do Amazonas, por exemplo, é mais notícia na hora da disputa pelas vagas de conselheiros, do que pelas notícias do cumprimento fiel dos seus deveres.