16 de dezembro de 2009

Quem está a serviço de quem?



Os jornais desses últimos dias estão ricos em  matérias que deixam a sociedade amazonense estarrecida e ao mesmo tempo indignada. Da tribuna da Assembléia, o deputado Moreno colocou sob suspeita a atuação do MPE-AM no caso dos irmãos Souza. Outro deputado, Angelus Figueira, também da tribuna, declarou que a relação do presidente do TCE-AM com as autoridades do Estado é perniciosa e promiscua. O que dizer diante desses pronunciamentos. 

Afirma o deputado Moreno que o MPE-AM está a “serviço de alguém” para destruir a família Souza. Nesse caso, eu pergunto ao nobre deputado: tem algo a dizer sobre a atuação e a conduta do juiz Mauro Antony? Afinal, este juiz tem sido um ator importante desse processo, colocando muita gente desse caso, além de membros da família Souza, dormindo atrás das grades. Por conta disso o citado juiz tem merecido a admiração, o respeito e as honras da sociedade amazonense pelo seu desempenho.

Se o deputado Moreno não sabe dizer quem é quem, não sabe quem está mandando no MPE ou quem está a serviço de quem ou de alguém, então devia ficar de bico calado. Boca fechada, como diz o velho ditado - não entra mosca. O que não pode acontecer é o ilustre deputado usar das suas prerrogativas para sair cuspindo acusações e insinuações vazias e levianas, colocando todos os membros de uma Instituição local sob suspeição. Sabemos, obviamente, que o MPE-AM tem tido uma atuação sofrível, é bastante criticado e questionado, mas isso não serve de motivo para colocar a conduta de seus membros, indistintamente, sob suspeita. Não é justo! Em todas as organizações existem os bons e os maus indivíduos. Não é generalizando as acusações aos seus membros que vamos saneá-las e aperfeiçoá-las. A classe política brasileira, segundo pesquisas, é sem dúvida a mais desmoralizada e decadente deste país. Mas, não é por isso que vamos generalizar e dizer que todos os nossos políticos amazonenses, por exemplo, estão dentro desse imenso balaio fedido. Existem sim os bons políticos, são exceções, raras, mas existem. Não é mesmo deputado?

Como cidadão, assistindo tudo isso estarrecido e indignado, juntamente com centenas ou milhares de outros amazonenses, entendo que o deputado está agora no dever moral de voltar à sua tribuna e colocar as coisas nos devidos lugares. Em pratos limpos, como diria minha avó. É muito simples de fazer. Basta o parlamentar, sem rodeios e sem muitas firulas, mandar ligar os refletores, arrumar o microfone e dar nomes aos bois que estão a serviço de alguém e trabalhando para destruir uma família. Denunciar um a um, se for o caso. Vamos lá deputado! Diz a música que - quem sabe faz a hora! Dê essa contribuição para o saneamento da Instituição (MPE-AM) e, acredite, some um crédito importante para a sua categoria (políticos) que há muito tempo vem desacreditada e em débito com a sociedade. Fique certo que estamos todos de saco-cheio com os discursos inflamados e que não geram resultados. Discursos para preencher o tempo, para desviar a atenção, para provocar constrangimentos em adversários, sejam eles culpados ou inocentes. Fica a impressão de que o que importa é está na mídia, depois o tempo passa, os jornais esquecem e o povo também. Acontece que o povo não agüenta mais tanta pouca vergonha e conversa fiada. Queremos mais ação! Exigimos resultados! Queremos saber quem é que está mandando em quem. Coragem!