20 de março de 2010

Programa da Manazinha!...

Essa madrugada de sábado, a procura de algo interessante para assistir na televisão até o sono chegar, acabei concentrando-me na entrevista de Pedrinho Aguiar no Programa de Manazinha. Com simplicidade e riqueza de detalhes, Pedrinho relembrou das coisas boas e dos bons tempos vividos pela sua geração e pela minha geração na cidade de Manaus. São tempos inesquecíveis que não voltam nunca mais!

Antes de continuar, para não parecer uma promoção gratuita do Programa, gostaria de destacar que não tenho amizade com a apresentadora, tampouco com Pedrinho Aguiar, mas tenho sim uma admiração e respeito pelo trabalho de ambos. Na verdade, é bom que se diga, são poucas as pessoas dos anos 60, 70 e 80 que não sabem dizer algo sobre Pedrinho Aguiar, em função da dinâmica dos seus trabalhos envolvendo a sociedade local, em particular no âmbito do carnaval. Era um tempo em que, nesta cidade de Manaus, praticamente todo mundo se conhecia de alguma maneira.

Pedrinho lembrou o Baile do Pierrot que acontecia todos os anos na sede da União Esportiva Portuguesa, na Avenida Joaquim Nabuco, hoje transformada numa garagem para veículos. A cada detalhe contado por Pedrinho, passava um filme na minha cabeça. O Baile do Pierrot era tão concorrido e belo quanto todos os demais Bailes tradicionais dos grandes clubes de Manaus à época. Meus pais, Luiz Aguiar e Rosalina Aguiar, não perdiam um único Baile. No melhor daquele período, eu ainda era menor de idade, tinha que me contentar em acompanhar os preparativos da festa, mas não podia participar do Baile. Naquele tempo, menor de idade era tratado como menor de idade e ponto final.

No dia do Baile do Pierrot, nossa casa, ou melhor, a casa de meus saudosos avós, Graziela Ribeiro e Manuel Ribeiro do J. Soares, na Getúlio Vargas, já nas proximidades da esquina com a Ramos Ferreira, se transformava num grande, alegre e divertido salão de preparação, maquiagem e pintura dos brincantes do bloco formado por  meus pais e a legião de amigos que eles possuíam. Quanta saudade! Era gente alegre, feliz e que sabia aproveitar como ninguém o período de carnaval. Meu pai, um homem sempre muito sério, de poucas palavras ou sorrisos, simplesmente se transformava. Era ele quem ajudava a pintar os rostos dos brincantes, enquanto minha mãe e sua prima Sandra (do antigo e tradicional Messody’s Cabeleleiro, na Eduardo Ribeiro) cuidavam de preparar a mulherada para o Baile. Eu e minha irmã Diana, tínhamos apenas o privilégio de assistir toda aquela farra que antecedia o Baile. O máximo que nos era permitido, por sermos menor de idade, era acompanhar o bloco que saia feliz cantando em um ônibus da porta de nossa casa, indo até a entrada do clube. Depois disso, a ordem era voltar para casa e dormir.

Pedrinho lembrou também o tempo das festinhas que aconteciam nas casas das pessoas, embaladas normalmente ao som de uma boa eletrola ou um bom conjunto de som importado pela Zona Franca de Manaus, e mais os aperitivos (bebidas alcoólicas) com nomes curiosos como, leite de tigre, calcinha de seda e outras. Para acompanhar, existia o que Pedrinho Aguiar chamou de “sacanagem” na entrevista, que era normalmente um espetinho/palito de dente com pequenos pedaços de queijo, salsicha e azeitona espetados. No fundo não precisávamos mais do que isso para nos divertirmos e sermos felizes naquela época. Em algumas festinhas, isso é importante destacar, dependendo dos pais da dona da festa, era permitida a famosa luz negra, que nada mais era do que um papel próprio ou colorido, que era colocado em volta da lâmpada da sala para deixar o ambiente mais propício para os casais de namorados ou paqueras dançarem de rostos colados e arriscarem a troca de alguns beijinhos. Nesse tempo, freqüentei muito as festinhas no Bairro de Aparecida, onde os estranhos que por lá apareciam para curtir os embalos, não eram lá muito bem vindos pela rapaziada do Bairro e, quando se metiam a besta ou valente, normalmente saiam de lá corridos para não mais voltar. Eu na verdade era um privilegiado, pois além de ter colegas do Bairro que estudavam comigo no Colégio Dom Bosco, eu também jogava futebol de salão pelo juvenil do Juventus, time tradicional do Bairro de Aparecida, e isso facilitava a minha vida social naquele território de muitas mulheres bonitas e disputadas.

Outra coisa interessante dita por Pedrinho, é que naquele tempo andávamos todos a pé. Bote pé nisso meus amigos! Íamos e voltávamos das festas na maior tranquilidade, o que hoje é inimaginável. Eu e alguns amigos saíamos de casa na Getúlio Vargas para ir a pé às festinhas no Bairro de Aparecida todas as sextas-feiras e/ou sábados. Na esquina de casa eu dava uma parada e, meio escondido, comprava uma carteira de cigarro Hollywood e colocava no bolso. Naquele tempo, em função das propagandas de incentivo ao fumo, isso dava um tremendo status. Só que quando eu voltava para casa a carteira estava vazia sem que eu tivesse fumado um único cigarro. Na verdade eu atendia todos os pedidos dos amigos que me filavam. Meus pais fumavam muito, mas, felizmente, apesar do esforço e das inúmeras carteiras compradas, não consegui emplacar esse vício na minha vida. Amém!...

Encerro esse comentário com os olhos pouco marejados pela emoção e saudade, mais feliz e grato a Pedrinho e Manazinha por me proporcionarem uma madrugada muito bacana e de boas lembranças. Confesso que depois do programa o sono acabou custando a vir, pois fiquei ansioso a espera do dia amanhecer para escrever esse comentário simples, mas do fundo do coração. Pedrinho e Manazinha – fiquem com Deus!

(imagem/foto: conexaojovemminas.blogspot.com)

O cearense Praciano!...

Li hoje e me chamou a atenção o que escreveu o articulista Holanda, retornando no tempo para relembrar os anos de 1997, quando Mauro Costa era Superintendente da Suframa e o cearense Praciano era vereador da cidade de Manaus. Nesse período, relembra Holanda, o vereador Praciano foi pego de surpresa com uma manifestação preparada por Vicente Fillizola. Recorda o enterro simbólico do então Superintendente da Suframa (idealizado por Filizzola), que à época, entre outras coisas, havia tomado a decisão de retirar os lanches clandestinos que existiam espalhados no calçadão da Suframa e que atentavam contra qualquer regra básica de higiene, pois os banheiros improvisados que existiam eram buracos abertos no próprio chão, cercado de tábuas de madeiras improvisadas, onde ali as pessoas faziam as suas necessidades. O aspecto era de uma favela de pequenos lanches improvisados, mas o mau cheiro, exatamente por conta das improvisações, era o que havia de pior. Já encomodava quem por ali passava a pé ou de carro, imagine no caso dos frequentadores. Aliás, no caso da frequência, até pelo próprio aspecto do local, o ambiente não era dos melhores e, volta e meia, a ronda polícial tinha que ser acionada para resolver conflitos entre frequentadores.  

Algumas lanchonetes, segundo levantamento feito à época, já serviam inclusive de moradia permanente para seus exploradores. Por conta desses detalhes, todos eles sabiam que no caso de uma fiscalização séria do órgão de saúde, a interdição das lanchonetes era 100% provável. Além disso, bem em frente às lanchonetes improvisadas do calçadão, também acontecia todas as quintas-feiras uma feira de produtores, onde a maioria na verdade era de indisfarçáveis atravessadores.

Quando vazou a informação de que a direção da Suframa estava se articulando para desmontar os lanches do calçadão e desmobilizar a feira das quintas-feiras, os principais interessados, donos dos lanches e das bancas da feira, recorreram obviamente ao apoio de determinadas lideranças locais, até por que, segundo os próprios donos dos lanches clandestinos, todas as sextas-feiras, à época, uma figura passava a sacolinha de barraca em barraca (mais de 35) para recolher uma certa taxa de contribuição (dinheiro vivo), supostamente em troca de apoio à aquela atividade comercial irregular dos lanches naquele local e particularmente contra qualquer possível iniciativa de movê-los de lá. No caso da feira de produtores das quintas-feiras, não era diferente. Os feirantes também recebiam religiosamente a visita do homem da sacolinha, onde a taxa, nesse caso, dependia do tamanho do negócio do feirante, que ia desde a simples lona estendida no chão, uma banca improvisada de madeira ou uma barraca de lona desmontável. Era assim que funcionava a esdrúxula relação entre supostos protetores e protegidos.

Com o anúncio da intenção de retirada dos lanches e a desmobilização da feira, começaram então a acontecer os entendimentos diretos entre os principais interessados (lancheiros e feirantes) e dirigentes da Suframa, sem a participação de terceiros. Isso obviamente desagradou aqueles que supostamente atuavam como supostos guardiões dos interesses dos lancheiros e feirantes. Após a união dos donos dos lanches (a maioria pessoas honestas e do bem, lutando para sobreviver com dignidade), que perceberam a possibilidade de uma solução pacífica e boa para ambas as partes, acabou acontecendo um entendimento. Com o apoio do prefeito de Manaus à época, Alfredo Nascimento, foi encontrada uma alternativa e os barracos improvisados foram substituídos gradativamente pelas lanchonetes padronizadas que permanecem na área do calçadão até hoje. Pode não ser o melhor, mas, comparado ao que era antes, certamente a coisa evoluiu. Transformou-se num ponto alternativo de encontro dos trabalhadores do Distrito Industrial, principalmente. No caso da feira dos produtores das quintas-feiras, acabou acontecendo também um acordo e a mesma foi deslocada para outro espaço próximo, na mesma via, onde também funciona até os dias de hoje, mas sem causar os contratempos de antigamente. Salvo engano, a feira conta hoje inclusive com apoio do poder público para acontecer naquele local.

Antes de encerrar esse comentário complementar ao que escreveu Holanda, e antes que alguém venha me perguntar o que aconteceu com aquela figura que passava a sacolinha supostamente em troca de apoio e proteção de determinada entidade aos lancheiros e feirantes, respondo sinceramente que não sei dizer o que foi feito dessa figura, que suponho inclusive não haver mais motivo de existir. Assim espero!

17 de março de 2010

Parque 10 - Lá vem ele de novo!

Hoje cedo, quando me aproximava com meu carro da agência Bradesco, no Parque 10, quase em frente a Rua do Comércio, veja na calçada central uma senhora de idade acenando com as mãos e praticamente pedindo pelo amor de Deus que alguém parasse para ela poder atravessar com tranqüilidade e segurança.

Alguém vai dizer: - lá vem esse sujeito de novo com esse assunto da faixa de segurança do Parque 10 em frente ao Banco Bradesco.

Calma! Eu explico os motivos: primeiro por que a idéia é não desanimar nunca e cobrar sempre a responsabilidade do poder público. O trânsito no Bairro Parque 10, na zona do Banco Bradesco durante o dia inteiro e na área de lanchonetes no horário noturno, continua uma verdadeira zorra. Nem mais, nem menos! É só perguntar para qualquer morador. Felizmente ainda não tivemos uma tragédia na passagem em frente ao Banco Bradesco, onde havia uma faixa de segurança para pedestres, mas afirmo que estamos dando sopa para o azar.

O segundo motivo de voltar a esse assunto, é que eu li em algum lugar que o IMTT (salvo engano a sigla é essa), órgão da Prefeitura local, recebe informações, sugestões e consultas da população e se dispõe a ir ao local, analisar os fatos narrados e tomar as providências que julgarem cabíveis. Bem, se é assim, então, em nome dos moradores do Bairro do Parque 10, em particular dos idosos que precisam todos os dias caminhar naquela área, pelo amor de Deus imploramos ao titular desse órgão, que mande imediatamente seus técnicos/fiscais verificarem a situação caótica em frente ao Banco Bradesco. Pelo menos isso! Aceitem esse apelo.

Além de terem sumido com a faixa de segurança para que as pessoas possam atravessar com tranqüilidade, as placas dispostas no local (na calçada do Banco) e que sinalizam para o motorista não estacionar, simplesmente não servem para coisa alguma. Funcionam como um entulho e nos dão a razão de classificar a situação como uma zorra total. Os motoristas param de qualquer jeito para ir ao caixa eletrônico, não respeitam a sinalização e os idosos para atravessar precisam se desviar dos carros estacionados e ainda sinalizar com as mãos para que algum cristão, normalmente dirigindo às pressas para chegar ao trabalho, tenha dó e pare para lhe dar passagem. É difícil acreditar que esse órgão, IMTT, não tenha ainda informações dessa situação caótica. Se nada fazem por que entendem que aquilo normal, é de praxe acontecer ali e em outros pontos da cidade, então é melhor acabar com o IMTT e deixar que o Capeta cuide do trânsito de Manaus.

Fica mais esse apelo. Quem sabe alguém do IMTT tenha acesso a mais essa crítica e resolva fazer alguma coisa pelos moradores do Parque 10. Afinal, pagamos os nossos impostos e estamos apenas exercitando os nossos direitos de cidadania, doa a quem doer. Se você que está lendo este comentário neste instante, conhece ou tem acesso a alguém do IMTT, preste essa ajuda ao Bairro do Parque 10 e encaminhe esse nosso apelo quantas vezes puder. Quem souber o e-mail secreto do Prefeito, mande para ele - quem sabe!