3 de abril de 2010

Cachoeira do Tarumã

No domingo passado, com o tempo ensolarado pela parte da tarde, resolvi dar uma volta de carro com meu filho Phillip, pegando pela antiga estrada do Tarumã e seguindo no rumo da Praia de Ponta Negra. Ao passar pela primeira Cachoeira, resolvi parar para bater algumas fotografias. Desci do carro, cheguei mais próximo da cachoeira e logo me veio uma profunda tristeza com a paisagem. Estávamos diante de uma cachoeira com as águas totalmente poluídas e um ambiente em volta tomado pelo mato, pela sujeira e pelo descaso.


Rapidamente me veio à memória os anos 60, início de 70, quando naquelas mesmas pedras ali diante dos meus olhos, eu e meu saudoso pai, aos domingos, tantas vezes sentamos juntos para nos deliciar com as águas frias e cristalinas caindo sobre nossas cabeças. Era tudo muito bonito, mágico e divertido. Bem diferente do cenário atual, onde a poluição e a sujeira tomam conta do ambiente que outrora foi um dos pontos mais belos e preferidos de lazer das famílias amazonenses. As pessoas hoje passam pelo local e nem sequer mais param ou olham para aquele espaço, que um dia já foi motivo de muito orgulho da nossa gente. É uma pena ver o descaso praticado pelas autoridades e pelos nossos políticos em relação a certos espaços públicos como o Tarumã, Tarumãzinho, Ponte da Bolívia e outros. Resta-nos a esperança de que Manaus sendo uma das sedes dos jogos da Copa do Mundo de 2014, esses espaços sejam pelo menos organizados e humanizados.

2 de abril de 2010

Passeio de Bicicleta - Uma boa idéia!

Esta semana meu sobrinho e afilhado querido, Thiago Costa, me telefonou para desafiar o tio a participar dos passeios de bicicleta de um grupo que ele e outros amigos estão criando para incentivar essa atividade na cidade de Manaus. Eu usei o termo “desafiar” por que meu sobrinho me falou que os passeios do seu grupo normalmente são de 30 km. Égua! Para um gordinho sedentário de 55 anos, 30 km não é passeio, é tortura. Quer enfartar o tio e perder o padrinho antes dos 10 km.


É uma idéia maravilhosa! Fico imaginando Manaus aos domingos e feriados dominada pelos grupos de amigos em passeios de bicicleta pela cidade, bairros, etc. Pena que hoje Manaus não tenha pelo menos faixas de segurança para garantir que as pessoas atravessem com tranqüilidade. Com relação às ciclovias a situação é ainda mais vergonhosa. Não existem!

Soube que tramitam projetos, inclusive um de autoria de Arthur Bisneto, voltado para essa questão da criação das ciclovias. O difícil é imaginar que isso possa sair do papel para as ruas de Manaus, com a cidade vivendo o caos do sistema de transito e de transporte urbano. Resta a esperança de que a COPA DE 2014 sirva de instrumento para viabilizar um projeto que vai humanizar a cidade, trazer muitos benefícios para as pessoas, principalmente de qualidade de vida.

Para encerrar, quando meu sobrinho falou dessa idéia, lembrei que nas minhas idas ao Japão, uma das coisas que mais me chamava a atenção é a importância que os japoneses dão para o uso da bicicleta, em plena cidade de Tóquio. Mandei as fotos para ele e, uma delas, tirada agora em março de 2010, vai junto com este comentário.

Detalhe final: aceitei o desafio! Mas o maior desafio meu não será vencer os 30 km, mas comprar uma bicicleta com tantas marchas quanto o tamanho da minha preguiça de fazer exercício.

29 de março de 2010

Tiros de Baladeira XXXIII

BBB10
Depois de desmoralizar a macharada em mais de uma competição de fôlego e resistência e deixar os seus adversários sem saber o que dizer no confissionário com a sua estratégia de votar em Dicesares sem que eles esperassem, FERNANDA sem dúvida mereceria ganhar o prêmio do BBB10. Entretanto, como as mulheres sempre serão desunidas, é lógico que elas vão preferir ajudar os machos da final a ganhar o prêmio maior.

DOURADO
Revoltado com o próprio desempenho em uma das provas de escolha do lider, Dourado resolveu espancar com murros o chão de grama e areia. Só não entendi por que ele não optou por usar a cabeça e escolheu a parede para descarregar suas energias. Cá para nós! Como estratégia com certeza teria sido bem mais emocionante e convincente.

ZAGUEIRÃO ARTILHEIRO
Nunca tinha visto uma cabeçada tão certeira quanto aquela que o zagueirão do São Paulo deu ontem a favor do Corinthians. Foi linda! Nós da FIEL agradece mano!

DANOS MORAIS
Jogadores do OLARIA não devem estar nada satisfeito com as palavras de Rubens Ricupero à revista VEJA, quando comparou o time atual com os homens públicos do presente. Os homens públicos do passado ele comparou com a seleção brasileira. Calma Professor! Menos! Menos!

FANTÁSTICO
O Fantástico desse último domingo classificou o transporte coletivo de São Luiz, capital do Maranhão, como o pior no atendimento aos portadores de necessidades especiais (cadeirantes). Se o Fantástico tivesse dado uma esticadinha até Manaus, com certeza teriam mudado de opinião e a matéria que foi ao ar espelharia melhor a realidade desse tema no Brasil.

COMPLEXO GILBERTO MESTRINHO
O que parecia estar resolvido, na verdade está virando um pesadelo na hora do rush. Todos os dias pela manhã o congestionamento, no sentido Distrito, já chega na parte mais alto do viaduto. E pelo jeito tão cedo não teremos uma solução.

PRIORIDADE ÀS AVESSAS
Manaus hoje tem mais pardais espalhados pela cidade para caçar multas, do que faixas de segurança decentemente pintadas nas ruas para ajudar os pedestres a atravessarem com segurança. É só contar!

HABITE-SE!
Até pode existir um igual, mas com certeza não existe em Manaus e no Brasil nenhum outro instrumento legal mais desmoralizado do que o Habite-se?

AZULZINHOS
Dia desses, 4 azulzinhos em frente a entrada da UFAM tentavam organizar o congestionamento vindo do complexo Gilberto Mestrinho. Um controlava o tempo do semáforo; o segundo ajudava o primeiro a controlar o tempo do semáforo; o terceiro encostado na porta do carro do IMTT (salvo engano) parecia fiscalizar os dois primeiros a controlarem o tempo do semáforo; e o quarto, em pé e em cima do canteiro central, com uma mão segurava um celular no ouvido e com a outra gesticulava para os carros andarem mais ligeiro. Precisa dizer mais alguma coisa?

SHOPPING MANAURA
Se você é frequentador do Shopping Manaura e lá vai para passear e se desestressar, aconselho fazer suas necessidade básicas, desde o mais simples xixi, antes mesmo de sair de casa ou de onde estiver. Vá por mim!  

28 de março de 2010

HABITE-SE! Afinal, para que serve mesmo?

Quem não já ouviu falar de Habite-se?

Com certeza muitos já responderam mentalmente - é lei!

Pois é! Por ser lei, imagina-se que deveria ser respeitada, mas, lamentavelmente, é o instrumento mais desmoralizado na nossa cidade e em todo o Brasil. Esta semana os jornais voltaram a falar desse assunto e a prefeitura reconhece que muitos prédios estão irregulares com seus projetos, suas instalações, habite-se, etc. Nada disso é novidade, afinal, o habite-se, como dito, constitui-se, sem medo de errar, no instrumento mais desmoralizado do poder público municipal. Quando funciona, normalmente é para punir quem está no final da cadeia.

Não só já escrevi várias vezes sobre esse assunto, como já estive no meio desse furacão. Tenho cartas guardadas comigo onde sou xingado por um empreiteiro por questionar o habite-se do meu imóvel. Eu estava apenas defendendo os meus direitos contra quem se achava no direito de desrespeitá-los. O investidor não tem obrigação de ficar esperando, além do prazo de lei, nenhuma construtora se regularizar e resolver a questão do habite-se. Elas (construtoras) não esperam um único dia para receber o quem tem direito e são implacáveis na aplicação de juros e correções. Religiosamente eles transferem o problema do Habite-se para a Prefeitura e ficam achando que com isso o investidor/comprador vai ceder e ficar esperando pacientemente que um dia o Habite-se seja parido. O pior de tudo é que acaba cedendo mesmo.

Recentemente comentei esse assunto com relação a uma amiga que comprou um apartamento. Ocupá-lo sem pagar o valor da chave – nem pensar! Está lá no seu contrato com todas as letras. Ou paga o valor pactuado no ato de entrega das chaves ou do habite-se, ou nem pensar em entrar no apartamento. Na verdade, para quem conhece o histórico de obras na cidade, a citação do habite-se aparece aí nessa cláusula só mesmo para fazer graça. É verdade! Você lê e dá vontade de dar risadas.

Ao questionar formalmente como ela (minha amiga) iria ocupar o seu apartamento sem levar em conta o que determina a lei, ou seja, que para ocupá-lo precisa dispor do habite-se, as explicações que lhe foram passadas são prá lá de curiosas e, obviamente, todas informais, pelo menos por enquanto. Segundo a empresa, o habite-se só será entregue no fim da obra toda, em 2011. Até lá, pelo jeito, a decisão de ocupar o apartamento é exclusiva da compradora. Eles entregaram as chaves, agora ocupar o apartamento contrariando ou não a lei, esse é um problema para a compradora decidir. A verdade é que, até onde eu sei, a minha amiga ainda não recebeu nenhum documento formal ratificando as explicações que lhe foram passadas por funcionários, por ocasião das várias inspeções que já realizou no apartamento, sem que o mesmo esteja definitivamente em condições de ser recebido. Ainda assim, bem que tentaram convencê-la a assinar o termo de entrega. Sua carta, entregue há um bom tempo, segundo dizem, está no setor jurídico para elaborar a resposta.

Quanto ao discutido habite-se parcial, que também foi questionado na carta endereçada à empresa, eles convenceram minha amiga de que isso não existe. Ela foi à Caixa Econômica, onde fez o empréstimo e, também lá, pasmem, lhe asseguraram que o habite-se parcial não existe (não seria necessário) e em nenhum momento deram a entendê-la de que não é legal e que existem sim riscos de sua parte em ocupar o apartamento sem a emissão do habite-se parcial do prédio. O Habite-se parcial, em resumo, foi qualificado como algo inútil, desnecessário. Pra quê né! Nenhuma preocupação nem mesmo com o choque de moralização anunciado pela Prefeitura.  A Caixa parece só preocupada em fazer o empréstimo, a Construtora em entregar logo as chaves para receber uma gorda parcela e o Comprador que vá dar o seu jeito de como fazer para cumprir ou deixar de cumprir a Lei do Habite-se.

Como todo mundo está careca de saber, o Habite-se é emitido pela prefeitura da cidade e atesta a legalidade do imóvel. Não é invenção! A ausência do Habite-se deveria resultar em multas progressivas e mensalmente crescentes, mas é de praxe por aqui, não só entregarem imóveis sem habite-se como o poder público negligenciar a ausência desse instrumento legal e na aplicação de multas; como também é de praxe a omissão dos investidores/compradores dos imóveis, que acabam sendo os mais prejudicados. Quando resolvem abrir o olho para o problema a encrenca já está consumada.

A lei diz que os prédios não podem constituir Condomínio legal sem o Habite-se. Contratar seguros fica inviável e, se contratado, a Seguradora poderá se negar a pagar prejuízos ou danos. Asseguraram à minha amiga, verbalmente, que a construtora, até a entrega do Habite-se, em 2011, responsabiliza-se pelo seguro daqueles que vão ocupar os seus apartamentos desde agora. Só não deixaram claro onde é que isso está escrito, qual é o tipo de Seguro e o que de fato fica assegurado depois de entrarem nos apartamentos sem que o prédio tenha recebido o habite-se do órgão público competente. Afinal, para que serve essa coisa?

Foto: acervo emmanuel de aguiar