4 de abril de 2012

CMM - O gatilho!

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Os jornais estão noticiando um suposto escândalo com os salários dos dirigentes administrativos daquela casa. Nesse episódio cabe fazermos uma reflexão para que as coisas sejam avaliadas com mais objetividade e transparência.  O argumento dos funcionários é de que os supostos pagamentos irregulares realizados estão sendo feitos de acordo com a legislação, ou seja, de conformidade com o que os próprios vereadores aprovaram, e não os funcionários. Já o presidente da CMM alega que foram feitos “gatilhos” para promover os aumentos de salários e isso é inconstitucional. Afinal, com quem está a verdade?
A pergunta inicial seria: não teria faltado mais dedicação, mais empenho e mais tempo dos vereadores e de seus assessores de gabinete na análise e apreciação desses assuntos antes de serem aprovados em plenário? Afinal, envolve dinheiro público e o povo não aguenta mais pagar tantos impostos para dar conta de despesas dos três poderes que, ultimamente, através de escândalos, resolveram apostar qual deles causa mais desgosto e indignação à sociedade. Está na hora de dar um basta!
Agora que a coisa veio a público, é obvio que fica mais fácil transferir a responsabilidade para os servidores. Afinal, meus caros, a corda sempre rompe do lado mais fraco e não será a CMM que vai mudar esse paradigma em pleno ano eleitoral.
Vejamos o seguinte: a lei que supostamente aumentou os salários, segundo os noticiários, foi aprovada em dezembro de 2011 pelos nobres vereadores. Daí fica a dúvida: terá sido a proximidade dos festejos natalinos que acabou impedindo uma análise mais apurada e criteriosa da citada lei que trata de incorporação de salário e que simplesmente não cuida de distinguir clara e objetivamente o funcionário que está ocupando o cargo daquele que já passou pelo cargo, sabe Deus quando? Não parece um esquecimento esdrúxulo?   
Nesse episódio divulgado nos jornais, também chamou atenção a observação do presidente da CMM ao dizer que a incorporação do servidor só pode ser feita uma vez, e que os beneficiados agiram de forma ilegal. Poxa, como seria bom se o presidente pensasse da mesma forma quando o assunto é em causa própria, como é o caso do auxílio-paletó, o famigerado bolsa-paletó, que se de um lado é legal, de outra é profundamente imoral, pois é mais uma daquelas mordomias aprovadas na manha, sem nenhuma preocupação de consulta à sociedade para saber se ela está disposta a bancar. E aí temos que concordar de fato com o presidente – haja ironia!  Haja zombaria! Haja desrespeito à inteligência do povo. Mas, é sempre bom lembrar o que dizia o inesquecível Henfil: - até podemos ser bobos, mas não somos otários.   

ALE - Regimento Interno.

migalhas.com.br 
O deputado José Ricardo, do PT, adorado pela maioria dos seus parceiros pela ideia de acabar como o famigerado auxílio-paletó, camuflado de 14º e 15º salários, agora resolve desafiar os seus colegas a fazer uma revisão no regimento interno da casa. Diz o deputado que o Regimento em vigor é confuso e cheio de brechas, ou seja, sujeito a gatilhos de todas as espécies. Vai mais além  dizendo ainda que o Regimento atual foge aos reais objetivos do parlamento. Em resumo, é o que eu pude entender lendo rapidamente a reportagem sobre esse assunto em A Crítica.
Diante dessas afirmativas, o cidadão já com a pulga atrás da orelha por outras coisas, deve estar se perguntando: dá para chamar isso que está aí de Regimento Interno? Ou seria um Arrumamento Interno?
Mas, considerando que seja de fato um Regimento Interno, uma única coisinha, aparentemente boba, já justifica a ideia de uma revisão desse instrumento. Estou falando da questão da presença dos políticos no plenário, onde uma falta pode ser abonada pela simples justificativa “por motivo de força maior”. Que tal irmos até o trabalhador assalariado, na porta das fábricas, perguntar o que ele acha dessa justificativa usada pelos políticos para não pegar falta, nem ter descontado o dia do seu salário? O que acha dessa justificativa o trabalhador que tem prazo para justificar sua falta ao trabalho e não poder usar o argumento do “por motivo de força maior”, pois esse termo é considerado ofensa ou palavrão no departamento de recursos humanos da sua empresa? Está na hora de rever essa questão, pois o mesmo trabalhador que é descontado do salário por não justificar suas faltas (atestado), é o mesmo que paga o dia não trabalhado do político que não aparece no parlamento e se acha no direito de ganhar o abono com a desculpa do “por motivo de força maior”. É ruim né!...
Outra questão diz respeito ao próprio tratamento entre os nobres parlamentares dentro do parlamento. Enquanto um fala da Tribuna, gesticula e grita defendendo as suas ideias e/ou propostas, outros estão no celular, no cochicho animado com o colega do lado, lendo jornal ou fazendo de conta, conversando no telefone e até dormindo fora de hora. Isso mesmo – dormindo! Até isso é flagrado. Só quem está vendo isso da galeria ou na TV, sabe dizer quanta indignação esse tipo de situação causa. É uma falta de respeito ao parlamento, aos colegas, aos seus eleitores e ao povo de modo geral, que é na verdade quem paga essa gente para outra coisa e não para esse tipo de exposição e maus exemplos. Vamos lá! Se a intenção é corrigir para melhor, então não vão esquecer pelo amor de Deus de colocar regras de respeito ao próximo e ao povo dentro do parlamento. A sociedade desde já agradece.

Cidadão Corrupto & Político Corrupto

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Corrupção no Brasil tem regras próprias e depende muito de quem comete e de quem é pego com a boca na botija.
Se for um cidadão corrupto comum, sem costa-larga, sem padrinho no lugar e na hora certa, e sem uma poupança gordinha para arcar com os possíveis imprevistos, então esse está ferrado e fadado a trilhar o caminho do inferno. Pode até dar sorte de não ir para a cadeia, mas vai ter muitas dores de cabeça pelo resto da vida com a polícia e a justiça no seu encalço.
Se for um político corrupto, congressista, aí então o tratamento é outro. Gente corrupta, mas de fino trato, é outra coisa. O primeiro passo do político corrupto é negar tudo e fazer todas as juras necessárias e imagináveis. Chorar em público às vezes cola para ganhar mais um tempo. Basta lembrar do chorão do Arruda.  Se não der certo, o segundo passo é tratar de colocar a culpa nos inimigos políticos, na Veja, na Isto É, na Época, nos Jornais, no Além, nos vizinhos, no irmão também pode, e no quer for preciso. Alegar de pé junto que é vítima de perseguição política feroz e atroz.
Mas, pode ser que o segundo passo também dê zebra e as coisas continuem não dando certo. Aí, brother, o jeito é devolver na cara de pau o dinheiro amealhado por meios ilícitos. O político corrupto, quando é para permanecer no poder e não largar do osso, está disposto sim a devolver o que roubou publicamente, pois tem a certeza da impunidade, a certeza do perdão dos colegas, e a certeza de que a memória curta do povo e em particular dos seus eleitores não falha nunca. Nada de polícia, nada de justiça e nada de cadeia. 
Apesar de tudo isso, uma vela lá no fim do túnel, teimosamente ainda queima e ilumina nossos sonhos. Continuemos acreditando que o Brasil tem jeito e que as futuras gerações, nossos netos e bisnetos, quem sabe, ainda viverão numa sociedade brasileira mais digna, mais justa e menos corrupta. Amém!

CPI das Águas!

É curioso ouvir o político falar que está em busca da verdade, principalmente em ano eleitoral. Agora, com essa onda da CPI das águas, que os próprios políticos já antecipam que vai terminar em pizza, surge essa conversa fiada de que a CPI tem por objetivo buscar a verdade para mostrar à sociedade. Como é que vamos acreditar nessa suposta busca da verdade, se a ferramenta usada para isso (CPI) há muito anda desmoralizada e os próprios integrantes já antecipam o final em pizza? É aquela velha história de tratar o povo como um idiota, onde parece que qualquer coisa dita resolve. Esse tempo está acabando.

1 de abril de 2012

Corrupto & Corruptor


A corrupção é um tema diário no cotidiano dos brasileiros. Todo dia temos novidades.

Mas, quando o assunto é corrupção, a sociedade precisa estar mais atenta para alguns detalhes. Não se combate corrupção punindo apenas uma das bandas podres.  Todos nós sabemos que não existe corrupto sem corruptor.  Nesse caso, sempre estamos ouvindo o  governo federal anunciar o número de servidores públicos demitidos por envolvimento em corrupção. Isso é ótimo! Entretanto, pouco se sabe do que aconteceu com os corruptores em cada um desses casos de servidores públicos demitidos. Está faltando mais transparência.

Caras de Pau!

Senador da República, infelizmente da nossa região, revoltado com a possibilidade da perda do seu 14º e 15º salário, resolveu brincar com a nossa inteligência. Foi para a tribuna dizer que político ganha pouco. Tudo por conta do fato de que ele e seus parceiros estão ameaçados de perder algo que eles com certeza nunca pagaram aos seus empregados, ou seja, 14º e 15º salários.

Como desculpa idiota para seus argumentos, o senador da república apelou feio. Disse que não pode deixar de atender os eleitores que batem na sua porta pedindo ajuda para remédios, por exemplo.  

O senador, cá entre nós, é mais um daqueles que acha que está falando para um bando de idiotas. Atender um eleitor que bate à sua porta para pedir ajuda para remédios ou qualquer outra coisa, é algo que ele faz se quiser. E, quando o faz, com certeza faz aborrecido, pois não tem garantia alguma de que a retribuição virá com o voto, que é o começo,  o meio e o fim de tudo nessa relação. Na maioria das vezes deve mandar dizer que não está em casa ou coisa parecida. Depois de eleito, é de praxe o político passar a ter outras prioridades e, com certeza, entre essas prioridades não está a de receber seus eleitores em casa para fazer caridade.  Outra coisa! Também não está escrito em lugar algum que o político tenha a obrigação de pagar o remédio dos seus eleitores.  

A única obrigação que o político tem com os seus eleitores é a de honrar o seu mandato. Em contrapartida, pasmem, é obrigação de todo cidadão honrar com os políticos certos compromissos esdrúxulos como, por exemplo, ajudar a pagar a renovação anual do guarda-roupa de trabalho (auxilio-paletó, bolsa-paletó, 13º e 14º salários, etc). E se não bastasse isso, depois que o senador é reprovado no Congresso por não atender mais os anseios de seus eleitores, o povo é obrigado a bancar o seu plano de saúde pelo resto da vida. É isso mesmo! Pelo resto da vida... Tudo isso, meus caros, criado e aprovado por eles, entre eles, sem uma consulta previa à sociedade para saber se ela está de acordo e disposta a bancar todas essas mazelas.  Depois acham injusto chamá-los de Caras de Pau...