27 de julho de 2012

Tiros de Baladeira!...

FICHA-SUJA
Do jeito que vai, logo todo o esforço para se criar a lista dos chamados fichas-sujas vai começar a cair no descrédito. Isso se é que já não começou a cair. São impressionantes as dificuldades que surgem para se colocar um(a) ficha-suja na lista negra, e imoral a forma como eles conseguem dela sair rapidinho e com tanta facilidade. Procurem observar com atenção no pleito deste ano, quantos candidatos fichas-sujas, amparados por decisões judiciais, pasmem, estão em campo à caça de votos para eleição ou reeleição.

SANGUE NOVO!
Tem candidato dizendo que o POVO quer sangue novo na prefeitura. Depende né! Tem muito candidato por aí de sangue novo, mas já contaminado pelos vírus antigos dos políticos que dominam os quintais dos partidos e dos poderes executivo e legislativo. Mas, tudo bem! Que venha alguém de sangue novo, mas que venha para ser um executivo que dê prioridades à honestidade, à transparência e às boas práticas de gestão pública. Que se disponha a ser um executivo dinâmico, aberto ao diálogo com a sociedade fora de campanha, com novas e boas ideias, auxiliado por assessores competentes e não por cabos eleitorais, apadrinhados ou políticos desempregados e derrotados em campanha.

CARTOLADA se dando bem...
Saiu a notícia de que a CBF reuniu um grupo de presidentes de federação de futebol do Brasil para levá-los à Londres para assistir as Olimpíadas. Ô maravilha! Não é à toa que a cartolada luta para não largar desse osso. Os presidentes escolhidos devem estar adorando a oportunidade. Os critérios para as escolhas deve ter seguido o padrão CBF, valendo para aqueles que obviamente não contrariam os interesses do presidente da Entidade maior. Nesse trem que embarcou rumo a Londres, segundo comentários, não estão fazendo parte aqueles presidentes de federação que contrariaram as orientações políticas da CBF. Lembro também que há muito se fala numa CPI do futebol no Brasil e, recentemente, o mundo inteiro ficou sabendo de um escândalo na FIFA envolvendo os brasileiros Havelange e Ricardo Teixeira. Enquanto isso, aqui pelas bandas do Norte, mais precisamente no Amazonas, o futebol continua falido e condenado ao fracasso. Para derrubar o Vivaldão e construir a ARENA, muito gente lembra da promessa de colocar um dos nossos times na série A e, se depender do esforço que estão fazendo, é possível chegarmos na série Z.

Vai faltar grana para campanha...


A entrevista de um dos líderes empresariais de Manaus mexeu com as bases dos partidos e o sonho de várias dúzias de candidatos ao pleito de outubro próximo. O alerta é geral - foi acionado o sinal vermelho. Não bastasse a crise nas vendas, os empresários agora reclamam que estão sendo vítimas das greves de servidores públicos em algumas atividades estratégicos em todo o Brasil. Nessa situação de crise e de ameaças de paralização, as empresas não faturam e, consequentemente, não vai sobrar dinheiro para as doações de campanha. O recado foi dado com todas as letras.

Agora, a preocupação é tanta com a possível falta de grana, que até a terceirização, tão criticada, condenada e odiada por muitos políticos na máquina pública, já está sendo apontada como a melhor e mais rápida solução. As atividades econômicas não podem parar – dizem eles.

Êta mundo cão! Quem achava que ia arrecadar um bom trocado para esta campanha, já começa a se sentir feliz se conseguir pelo menos metade do trocado inicial planejado. O único que pode ficar indiferente a essa situação é o candidato liso. Este, coitado, não tem de onde tirar um centavo, mas até tem motivo para sorrir um pouco, pois a falta de dinheiro na campanha vai diminuir o desequilíbrio que existe na disputa entre os candidatos, e certamente vai estressar e tirar o sono de muitos, cuja eleição ou reeleição só acontece na base de muito dinheiro - dos outros.

É a porra da impunidade!...

A corrupção neste país é tão sem vergonha, que até as medidas que são criadas para dar mais flexibilidade e celeridade aos serviços públicos, passam a ser criticadas e condenadas equivocadamente. Por exemplo: quem trabalha no serviço público sabe o quanto é válida e importante a dispensa de licitação para pequenos serviços e compras de produtos. Os gestores honestos e comprometidos com o seu dever, seja de onde for, fazem o uso correto dessa alternativa legal e tenho certeza que são muitos. O problema é que só se dá destaque e espaço na mídia aos maus exemplos dentro da máquina pública, aos corruptos, e só quando estes são pegos ou denunciados. 

Como seria ótimo termos espaço também para as boas práticas administrativas no serviço público, que inclui inclusive o bom uso da dispensa de licitação em questão. O serviço público não é o monstro que muitos pintam. O serviço público na verdade tem sido vítima dos leilões e das disputas políticas, rasteiras, perversas e subterrâneas pelos seus cargos.

Entendo que o problema não está na dispensa de licitação para pequenos serviços e compras. O problema está na impunidade que reina neste país. O problema está no gestor corrupto que encontra facilidades e parceiros para operar e praticar a corrupção. É a porra da impunidade! Tudo acontece na maior naturalidade e, curiosamente, ganha dimensão quando chega o período eleitoral. Aí todos se vestem de justiceiros e cavaleiros do combate à corrupção, até que a eleição passe. É bom lembrar também que só existe o corrupto se existir o corruptor. A Instituição é a maior vítima desses maus gestores e, nesse caso, é sempre bom lembrar o exemplo da SUDAM. Mergulhada na corrupção e exposta nacionalmente, em lugar das autoridades puniram os corruptos que por lá passaram, puniram a região extinguindo a instituição. Felizmente reconheceram a burrice que fizeram e a SUDAM foi resgatada. Quanto aos corruptos que a colocaram na lama, confesso que não tenho nenhuma informação, nem arriscaria procurar saber para não ter mais raiva e decepção.

26 de julho de 2012

A grana vai rolar!...


Uma das coisas que mais chama a atenção neste início de campanha são os valores anunciados do que será gasto por cada candidato nessa batalha pela prefeitura de Manaus. É uma grana maravilhosa! Aliás, cá entre nós, é curioso como os políticos mais poderosos conseguem mobilizar tanta gente e tantas empresas para fazerem caixa de campanha e, depois de eleitos, não conseguem mobilizar ninguém para arrumar grana semelhante para resolver os problemas das comunidades onde passaram em campanha para pedir votos e fazer promessas. Depois de eleitos não conseguem mais arrancar dinheiro das empresas, aí passam a arrumar jeito de legislar em causa própria e arrancar dinheiro do bolso do trabalhador, para bancar o famigerado auxilio-paletó, por exemplo.

O bom mesmo da campanha política é que ela mexe sempre com a economia local. Dentro de poucos dias, todas as esquinas de maior circulação desta cidade vão estar cheias de cabos eleitorais e de pessoas humildes, umas balançando bandeirinhas ou bandeirões, outras segurando cartazes de todos os tamanhos dos candidatos mais abastados. Os candidatos pobres ou mais pobres, sem padrinho forte prá nada, coitados, esses se conseguirem imprimir uns santinhos de graça para distribuir entre parentes e amigos, já podem se considerar vitoriosos nesse pleito.