25 de agosto de 2012

Julinho da Adelaide



No mundo da música, principalmente quando o tema é compositores da nossa MPB, algumas coisas precisam ser contadas ou lembradas às novas gerações. Conversando esses dias com alguns jovens sobre música, eu resolvi brincar com a turma. Perguntei se eles conheciam e/ou ouviam os cantores e compositores da geração de seus pais, que com certeza estão todos na mesma faixa da minha idade, entre 50 e 60 anos.
Rapidamente todos se manifestaram e revelaram as suas preferências. Um disse adorar Chico Buarque e Caetano; outro que idolatra Vinicius de Morais; outro lembrou Cartola, Roberto e Erasmo Carlos, e até confessou timidamente que estaria curtindo uma fossa danada ouvindo as letras desses compositores na voz de Bethânia, Gal e Simone. O roqueiro da turma repetiu várias vezes o nome de Raul Seixas, Cazuza e Rita Lee, mas disse gostar também de Milton Nascimento e Gilberto Gil.
Maravilha! Fiquei feliz vendo aqueles rapazes falando com orgulho e satisfação dessas pessoas ilustres e impagáveis da nossa música, mas de uma geração diferente da deles.Vários outros nomes foram lembrados com o andar da conversa.
Resolvi então fazer uma "pegadinha" sabendo, entretanto, que o tiro poderia sair pela culatra. Disse que concordava com todos eles, mas que o meu cantor e compositor preferido não era nenhum daqueles que eles haviam revelado. Declarei a minha paixão pelas letras e pelas músicas do cantor e compositor Julinho da Adelaide.
Ficaram todos surpresos com a minha revelação. Afinal, quem é esse tal de Julinho da Adelaide. Um deles arriscou e perguntou se eu gostava de samba, pois com esse nome, poderia ser algum cantor e compositor de samba do morro carioca. Outro aproveitour e já foi dizendo – eu acho que esse aí é cantor e compositor do estilo brega Reginaldo Rossi. Emendei dizendo que Reginaldo Rossi era o compositor e cantor de uma das minhas músicas preferidas – A raposa e as Uvas. Aproveitei e revelei também algo inédito: – foi dançando e cantando ao pé do ouvido as músicas de Reginaldo Rossi que eu conquistei a minha mulher Adriana Lisboa Rosa, filha do Armandão e da dona Rosa. Só não sei assegurar até hoje o que de fato influenciou mais neste item para a conquista. Pode ter sido o meu estilo pé de valsa, no dois para lá e dois para cá (com paradinha) que só eu sei o compasso, ou terá sido a minha voz aveludada cantando ao seu ouvido:  - sou metade sem você / mon amour, meu bem, ma femme...
A dúvida sobre quem era Julinho da Adelaide seguiu frente. Combinamos que era proibido usar o celular para procurar na internet. Mas, enquanto tentavam adivinhar quem era Julinho da Adelaide, um deles bancou o mais esperto e afastou-se para ligar do celular para o pai. De repente, ele desliga o celular e grita na minha direção: - Já sei! Já sei! É o Chico Buarque de Holanda. 
Acabou o mistério. Julinho da Adelaide e Chico Buarque de fato são as mesmas pessoas. Na época da censura, durante o regime militar, Chico, para driblar os elementos da ditadura, adotou o apelido de “Julinho da Adelaide”. Foi graças a esse codinome que Chico fez chegar aos brasileiros de sua geração, canções provocativas que ajudavam as pessoas naquela ocasião a refletir sobre os males da ditadura.  A Chico, resta-nos dizer com orgulho: - Obrigado Chico por você existir e ainda ser brasileiro que nem nós.      

20 de agosto de 2012

DISCURSO de sempre...

Se existe uma coisa que irrita qualquer mortal em campanha eleitoral, é essa coisa do candidato ficar repetindo feito uma matraca o que fez ou deixou de fazer no passado:

– Eu fiz isso! Eu fiz aquilo! Eu deixei isso! Eu deixei aquilo!
Desculpem a sinceridade, mas essa ladainha é de encher o saco e a paciência de quem assiste qualquer programa eleitoral.

O que os candidatos fizeram em outros tempos – passou! E com um detalhe importante: o que fizeram nada mais foi do que cumprir com a obrigação do mandato que receberam do povo. Ora bolas! Foram eleitos e pagos exatamente e exclusivamente para isso.

Se os candidatos efetivamente realizaram o que propagam hoje nos discursos e nos debates na TV, nada mais fizeram do que cumprir com seus deveres perante a sociedade. Ótimo! Parabéns! Mas, chega de glorificar as supostas realizações do passado. O presente, o dia de hoje da nossa cidade está caótico e, o futuro, do jeito que as coisas andam, é uma tremenda e tenebrosa incógnita.

Os candidatos preferem continuar nos tratando como bobos. Falam alto do que fizeram ou supostamente deixaram feito para o povo em mandatos passados, mas esquecem de falar do que prometeram e não cumpriram. Se formos comparar o que eles prometem antes de assumir, com o que deixam efetivamente quando saem, veremos que existe um imenso abismo em desfavor do povo, pois é esse que sempre paga a conta por ter acreditado ou escolhido mal, pelas más gestões que se repetem a cada 4 anos, e pelas eternas promessas feitas e não cumpridas. Basta né!...

Campanha na televisão...

Está chegando a hora! Dia 21 de agosto, daqui mais dois dias, começa o horário político eleitoral pela televisão.

Preparem os ouvidos, pois a campanha promete! Serão dias de muitas promessas, muita conversa fiada e, pelo jeito, poucas novidades.  

Fiquem atentos aos mínimos detalhes! É hora de assistirmos os candidatos a vereadores, na sua imensa maioria, por exemplo, lutarem contra o tempo para conseguirem falar e divulgar o próprio nome e o número de campanha. De praxe, o candidato a vereador gasta mais tempo promovendo, bajulando e pedindo voto para o prefeito da sua coligação do que para si próprio.Por conta disso, ou seja, de terem um tempo tão curto para sua candidaturas, muitos candidatos preferem vender os seus míseros segundos para aqueles candidatos mais abençoados financeiramente. E viva a democracia!...

ASAS ROTATIVAS em campanha...


www.gartic.uol.com.br
Anunciaram que em Manaus um certo candidato a Prefeito decidiu incrementar a sua campanha com a ajuda de um helicóptero. Alguns adversários parecem incomodados com essa idéia.

Pensando bem, creio que não existe nenhuma proibição quanto ao uso de helicóptero em campanha. Ora bolas! Quem tem, pode... Quem tem, é para usar... Quem tem, aproveita e vai por cima, como um pássaro de ferro. Agora, quem não tem - paciência né! Vai ter que enfrentar o caos urbano da cidade e fazer campanha se arrastando feito uma tartaruga pelas ruas da cidade, até chegar ao destino.   

Creio, sinceramente, que não fica legal agora os adversários quererem criticar e atacar o candidato que está usando um helicóptero na sua campanha eleitoral, independente se ele é o proprietário ou não do dito cujo, se é emprestado ou se é alugado. Fazer isso agora é bobagem, é pura hipocrisia.

O melhor que os adversários tem a fazer agora é ficarem calados e assistir o candidato desfilar na sua máquina de asas rotativas. Todos eles, provavelmente, já sabiam da existência desse passaro de ferro que, salvo engano, já fora usado em algum episódio político passado.  Por que então só agora resolveram questionar a sua existência na vida ou no patrimônio do deputado candidato? Porque não trataram de fazer esse questionamento ou essa denuncia bem antes?

Aliás, essa fofocagem em torno do helicoptero do candidato, acaba colocando uma pulga atrás da orelha de muita gente. Por exemplo: - quem, entre aliados e adversários de campanha do deputado candidato, já teriam dado um  passeio ou pego carona no helicóptero que só agora está dando o que falar?Quem souber, fale agora ou cale-se para sempre...