25 de janeiro de 2013

AEROCLUBE de Manaus...

Quem foi que se surpreendeu com o acidente do avião que ia pousar na pista do AEROCLUBE e acabou pousando sobre o teto de uma dúzia ou mais de carros estacionados nas proximidades?  Eu creio que ninguém! Na verdade, meus caros, eu acho que as pessoas já esqueceram o acidente dessa semana e já estão na expectativa do próximo.
Neste último acidente, com a graça de Deus, tripulantes e passageiros saíram todos vivos e inteiros. Os danos felizmente foram só materiais, inclusive no caso dos carros atingidos, cujos proprietários devem agradecer a DEUS por não estarem no local na hora do pouso da aeronave, mas devem começar a rezar e pedir a DEUS para que não tenham que enfrentar uma longa espera para receberem o ressarcimento de suas respectivas perdas.
O AEROCLUBE de Manaus, para surpresa minha ouvindo esta manhã a rádio CBN, não tem CATEGORIA.  Dá para imaginar o que seria isso? O que significa um AEROCLUBE não ter uma categoria? Pode não ser nada, mas pode ser tudo. É bom? É ruim? Como um aeroclube, sem categoria, pode operar da forma como o AEROCLUBE de Manaus vem operando? Será que pelo menos as instalações do AEROCLUBE de Manaus tem o HABITE-SE? Tem o ALVARÁ das autoridades competentes? E os nossos BOMBEIROS, o que tem a dizer da segurança do AEROCLUBE e de seus vizinhos?
Diante das situações de riscos oferecidas pelo AEROCLUBE de Manaus, o que leva as autoridades a darem a chancela para que ele opere normalmente? Quem ou quantos vão precisar morrer para que se tome uma atitude com relação ao local do aeroclube?  Quem se dispõe a mandar publicar, se é que existe, o último laudo ou relatório atualizado sobre a segurança das atividades e das operações no AEROCLUBE?
Em resumo, a cidade cresceu e não comporta mais um aeroclube no local onde ele está. Não dá para acreditar que vão querer manter o aeroclube operando, até que outro seja construído para que as aeronaves sejam transferidas de local. É brincadeira!





24 de janeiro de 2013

GRACILENE BELOTA (II)



No primeiro depoimento, falei de Gracilene Belota e da nossa amizade que vem de longa data. Agora, vou tentar dizer alguma coisa de Gracilene como profissional, como colega de trabalho, como guerreira em tudo que fazia e participava. Gastaria muito tempo para escrever e dizer de tudo, daí a decisão de falar de fatos mais recentes, que mostram exatamente o que era Gracilene Belota como profissional.
Desde o início de janeiro, Gracilene, que já era elétrica em tudo o que fazia e buscava, vinha me manifestando com frequência a sua preocupação com as atividades da sua unidade de comércio exterior. Parecia mais ansiosa do que de costume, preocupada principalmente em deixar tudo pronto e tudo arrumado dentro de sua coordenação, antes de sair de férias.  
O coleguismo e a amizade que nos unia no ambiente de trabalho, permitia que ela (Gracilene) mal acabasse de enviar uma mensagem para mim, e antes mesmo de eu ler o assunto, interfonasse para o meu ramal para repetir tudo o que já havia escrito na mensagem.  Pense numa mulher insistente! E não adiantava eu dizer que não havia lido ainda a mensagem, muito menos tentar empurrar a conversa para outra hora. Ela me fazia escutar tudo e do jeitinho dela.  Essa era a Gracilene Belota, na defesa das atividades de sua unidade e na defesa da sua equipe de trabalho.  
Olhando o comportamento profissional de Gracilene, uma das coisas boas que ela possuía, era o fato de não ter medo ou vergonha de encarar qualquer reunião e de fazer perguntas, muitas perguntas, por mais bobas que pudessem parecer.  Outra coisa. Sabia agir com humildade para aprender e se chegar aos mais sábios, o que lhe permitia crescer e se tornar uma referência nos temas que dominava, ajudada pelo fato de que também falava fluentemente o inglês e se relacionava bem com todas as pessoas. Não era uma profissional só competente, era também uma profissional admirada e querida.
Nesta segunda-feira, 21.01.2013, Gracilene teve um despacho de rotina com o Dr. Thomaz Nogueira, no final do expediente da manhã.  Com certeza absoluta Gracilene falou muito e também deve ter ouvido muito (ambos falam e argumentam muito para defender suas ideias). O despacho durou por mais de 1 hora e Gracilene saiu do gabinete com outro semblante, nitidamente alegre com os resultados. Uma Gracilene diferente daquela inquieta, anciosa e irritada que estávamos vendo nesses primeiros dias do ano.
Nesta mesma segunda-feira, 21.01.2013, já praticamente no final do expediente, depois de nos reunirmos com o Superintendente, este decidiu convocar para o dia seguinte, 22.01.2013, a partir das 9h:30min, uma reunião com todos os coordenadores-gerais, adjuntos e assessores, para discutirmos juntos as ações que estão sendo trabalhadas para compor o plano de gestão da Superintendência. O que não imaginávamos é que essa reunião não viria a acontecer, por conta de uma tragédia que nos abalaria a todos.
Quando saímos do gabinete do Superintendente, o horário de expediente já estava se encerrando. Do lado de fora, encontramos animadamente conversando, de pé, outro grupo de coordenadores. Eram os próximos a entrar para reunião com o Superintendente, mas haviam sido dispensados por conta da reunião marcada para a manhã do dia seguinte, 22.01.2013. Estavam ali naquele instante, Jorge Vasques, meu filho Frederico Aguiar, a secretária do Gabinete, Socorro Abtibol, e ela, Gracilene Belota, sempre alegre e sorridente, falando de viagem, da filha Gabriela, do cachorro de estimação, da sobrinha na Alemanha. Comentou alegre a audiência com o Superintendente no final da manhã, mostrou fotos, tomou café, derramou café, sem jamais imaginar que estava ali participando do seu derradeiro momento em vida com alguns de seus colegas de trabalho.
Eu não parei para participar da conversa e da brincadeira dos colegas que estavam ali fora do gabinete, como normalmente faço. Eu passei por eles apenas acenando e, ao bater os olhos em Gracilene Belota, ela sorria. Dessa vez não mexi com ela, nem ela mexeu comigo. Continuei andando rumo à minha sala, sem imaginar que estava levando comigo a última imagem de minha colega e amiga, viva. A imagem do seu sorriso. A imagem que vou guardar carinhosamente para sempre.
As 19h:47min minutos do dia 21.01.2013, Gracilene Belota confirmou para a secretária do gabinete da superintendência, a leitura em seu computador da convocação da reunião do dia seguinte, 22.01.2013, às  9h:30min. Para quem conheceu Gracilene, já deve ter saído da Suframa, rumo ao seu condomínio, pensando e reunindo na memória as informações para defender suas ideias e ações na reunião convocada. Só não imaginava que estava a caminho de uma tragédia, para uma armadilha dentro de sua própria casa, montada por quem dela só recebia atenção, carinho e amor.

Gracilene Belota (I)


Vou tentar deixar a raiva e o ódio de lado, para falar e prestar uma homenagem carinhosa à minha colega e amiga Gacilene Belota, falando de momentos alegres e felizes do nosso grupo de amigos. Depois eu falo um pouco da sua personalidade e da sua energia como profissional.
Gracilene Belota é parte da minha saudosa e inesquecível época de aluno do Grupo Escolar Antonio Bittencourt, no Bairro de São Raimundo. Nesse mesmo bairro, fui também frequentador assíduo das tradicionais festas juninas, Festival Marquesiano e da Praça Ismael Benigno. Nessa época, Gracilene reinava absoluta num grupo de belas e disputadíssimas jovens garotas do Bairro. Já na Suframa, passei a criar crônicas/histórias para falar desse tempo e, obviamente, brincar com a Gracilene, dizendo, entre outras coisas, que ajudei muito Mário Belota na sua conquista, vendendo rifa de galinha com farofa para elegê-la rainha caipira das festas juninas do bairro. Em resumo, lembrarmos-nos daquele tempo rendeu muitas crônicas, muitas brincadeiras engraçadas e muitas gargalhadas.  
Dentro desse grupo eu era a única pessoa que Gracilene permitia, durante as nossas brincadeiras, chamá-la de “bucheirinha”.  Fazia cara de zangada, mas ela sabia o motivo e o contexto do apelido, como também sabia que eu o usava de forma carinhosa para provocá-la e para animar as brincadeiras do grupo nos momentos que nos encontrávamos para comemorar alguma coisa ou simplesmente jogar conversa fora.
 Certa oportunidade, uma amiga de Gracilene enviou-lhe uma mensagem pelo facebook, manifestando estar assustada com a conversa que estava acompanhando entre eu e ela (Gracilene).  Foi muito engraçado! Sem entender nada, na cabeça de sua amiga nós estávamos numa briga pública, feia e interminável.  Gracilene morreu de rir com o susto da amiga. Contou esse fato para todo mundo, mas primeiro teve que, obviamente, tranquilizar a amiga e dizer que não era uma briga, e que “bucheirinha” não era uma ofensa a ela, mas um tratamento carinhoso entre dois colegas e amigos de longa data.
Para mexer ou encrencar com Gracilene, no bom sentido, eu buscava alternativas ao meu alcance. Entrava propositalmente no seu facebook e curtia as fotos que ela postava, sozinha ou com colegas. Copiava para o meu computador, fazia balões criando pequenas e engraçadas histórias, distribuía entre os amigos do grupo, me fazia de morto e esperava a reação. Usava também as fotos dos nossos eventos ou dos nossos encontros de amigos, e da mesma forma colocava balões, criava pequenas histórias, sempre com a intenção de divertir os amigos e criar um ambiente alegre  e de muitas gargalhadas.
Gracilene, entre os colegas e amigos da Suframa, se destacava exatamente pela sua gargalhada gostosa, largada e inconfundível. Sabia aceitar e brincar de forma sadia. Por tudo isso,  sinto-me feliz ao lembrar-me de suas gargalhadas. Mais ainda! Sinto-me feliz por tê-la feito gargalhar muitas e muitas vezes. É assim que eu vou guardá-la na minha mente e no meu coração.  
Deus a tenha junto com sua filha amada em seus braços, minha querida colega e amiga bucheirinha.