24 de novembro de 2016

PODERES & CORRUPÇÃO

Para o bem do Brasil, sanear os 3 poderes é um desafio que não cabe titubeio, medo ou covardia.  
Com o lava-jato mostrando as entranhas da corrupção envolvendo principalmente o poder executivo, o poder legislativo e a iniciativa privada, a sociedade parece começar a despertar para a realidade e para a necessidade de cumprir o seu papel nesse processo de moralização/higienização dos poderes.
O que nos deixa de certa forma apreensivo é que todos os movimentos de combate à corrupção parecem focar prioritariamente em 2 poderes, o executivo e o legislativo, sabendo todos nós que o poder judiciário também precisa passar por esse processo rigoroso e doloroso de higienização.
Quando é para falar de corrupção no executivo, no legislativo ou na iniciativa privada, as pessoas se sentem à vontade e encorajadas para falar o que bem entendem sobre o assunto, muitas vezes até extrapolando a civilidade e o bom senso. Basta acessar a rede social e você comprova tudo isso que estamos falando. Com muita facilidade as pessoas se encorajam, se indignam, escrevem, comentam, relatam, compartilham casos de políticos corruptos, de governadores corruptos, de empresários corruptos e servidores corruptos.
Entretanto, meus caros, raramente se vê comentários públicos na rede sobre corrupção no poder judiciário. Raramente alguém arrisca falar de venda de sentenças, de juiz corrupto, de desembargador corrupto, etc. Quando esses comentários acontecem, é sempre em diálogos de preferência ao pé do ouvido e que, ironicamente, sempre terminam com o seguinte recado:
- Cuidado, guarda isso como segredo pois pode ser perigoso...
O agente que tem a missão de ministrar a justiça, quando corrupto, torna-se extremamente perigoso e temido, pois tem a seu favor uma arma poderosa - a caneta. Com ela ele manda prender, mandar soltar, faz de tudo um pouco - menos justiça. A caneta na mão desse tipo de corrupto é fatal e tão afiada como um punhal. Assim, combater a corrupção no judiciário não é tão simples para o cidadão comum. E aí!  Vamos esperar a ajuda da justiça divina? Brincadeira né! A única certeza que se tem é que nenhuma ajuda divina virá, pois esse é um problema exclusivamente nosso, mortais e pecadores, e não de Deus.
Ninguém em sã consciência dirá que o poder judiciário está imune à corrupção e que não precisa passar pelo mesmo processo de higienização dos outros poderes.
Não devemos ter motivos para temer falar em corrupção em todos os poderes, até porque ela existe, é presente, é latente, é corrosiva e precisa ser combatida por todos nós, em todas as esferas, em todos os escalões e em todos os sentidos. 
Eu confio e acredito que em todos os 3 poderes existe uma maioria de pessoas dignas, honradas e honestas. Pessoas que, diante de tanta corrupção, sentem a mesma indignação que cada um de nós senti e que também desejam ver o Brasil livre e protegido da insanidade dos corruptos espalhados Brasil afora em todos os poderes.

O juiz Moro e outros estão dando a demonstração de que temos todas as armas possíveis para combater a corrupção e tenho a certeza de que eles também devem estar preocupados em sanear e higienizar o próprio poder ao qual estão servindo com coragem e com o reconhecimento da maioria da sociedade brasileira. Existe a necessidade de o poder judiciário aproveitar essa maré e também cortar na própria carne e dar o bom exemplo. Expurgar os juízes corruptos e não premia-los com gordas aposentadorias, por exemplo. 
Como disse no início, sanear os 3 poderes para o bem do Brasil, é um desafio de todos nós onde não cabe vacilo, medo ou covardia.