13 de abril de 2007

A culpa é da lavanderia!...

O prefeito da cidade foi à televisão ser sabatinado no programa roda viva local e, obviamente, a questão do IPTU e as chuvas que alagaram e assustam Manaus dominaram as perguntas. Numa das vezes em que o Prefeito se defendia dos problemas de alagação com os temporais que castigaram a cidade, acabou fazendo uma revelação que nos deixa naquela condição – ou rir ou chorar.

Disse o Prefeito que um dos motéis tradicionais desta cidade de Manaus, ao definir o local para colocar a sua lavanderia, escolheu exatamente em cima do igarapé que passa pelo terreno do motel, o que contribui para o agravamento dos problemas quando acontecem situações de chuvas como essas que estamos vivenciando esses dias. Contou essa história, mas não deixou claro o que vai ser feito, nem quais medidas vão ser tomadas para que a maldita lavanderia saia do lugar onde está e deixe os moradores da vizinhança do motel dormirem pelo menos mais tranqüilos nos dias de temporais. Vai ver seja difícil mesmo fazer alguma coisa contra o motel, já que deve estar com todos os seus alvarás devidamente pagos. A lavanderia é apenas um detalhe que passou desapercebido e o problema real é os vizinhos teimosos que não querem deixar o motel e seus frequentadores em paz.

O que nos deixa estarrecido é que Manaus tem um Código de Obras e os projetos de construção, salvo melhor juízo, são analisados, aprovados e fiscalizados pela própria prefeitura. O que nos deixa estarrecido é ouvir a prefeitura reconhecer que existe uma maldita lavanderia no lugar errado há muitos anos e nada foi feito para tirá-la de lá. O que nos deixa revoltado é saber que a lavanderia vai continuar no mesmo lugar, para voltar a servir de desculpa na próxima alagação. Por fim, o que nos deixa desanimado é saber que existem as leis para serem aplicadas, mas falta disposição, determinação e coragem para tê-las de fato cumpridas.
E nós, cidadãos, também temos a nossa parcela de culpa nisso tudo. Uma parte por omissão e outra parte por achar que tudo isso acontece pela vontade de Deus e não pela falta de homens públicos verdadeiros, confiáveis, que olhem mais pelo bem estar comum da população e menos para o próprio umbigo.