24 de setembro de 2010

Cachoeira de Presidente Figueiredo


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Cachoeira do Urubui.
Ponto Turístico do Município de Presidente Figueiredo

Estacionamento Fluvial

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Manaus Moderna - local onde os barcos de passageiros ancoram.
Transportam carga e passageiros para o interior do Amazonas. 

Choro de político - dá prá acreditar?

Assistimos há poucos dias atrás o governador do Amapá, em público, cair em prantos dizendo-se perseguido e humilhado politicamente. Confesso que faço um esforço muito grande para tentar acreditar neles (políticos). No atual contexto, precisamos estar mais espertos e atentos às lágrimas derramadas por políticos, seja ele qual for. Este recente episódio nos faz lembrar o governador José Arruda. Estão lembrados dessa figura? Pois é! Ele também caiu em prantos diante das câmeras, enganou o povo com lágrimas de crocodilo, suficientes para voltar ao poder nos braços dos seus eleitores, só que ainda mais esperto e corrupto do que antes. A turma de Arruda, todos virão na televisão, tinham inclusive a sórdida preocupação, a cada assalto praticado ao erário público, de agradecer a Deus pela facilidade que encontravam para a prática de corrupção.

Neste episódio vergonhoso do Amapá, segundo os noticiários, foram parar na cadeia, além do governador do estado, outras altas autoridades locais e uma cambada de auxiliares. Foram prisões realizadas por determinação da justiça, após longo processo de investigação e constatação de prática de corrupção. Não dá para imaginar que instituições como a justiça e a policia federal, criem situações esdrúxulas, mentirosas, simplesmente para levar gente inocente para a cadeia e com isso criar um fato político capaz de prejudicar e/ou destruir esse ou aquele grupo político. Se a nossa justiça e a nossa polícia federal chegarem a essa prática, seremos então definitivamente um país doente e condenado.

Ainda com relação a esse episódio, é questionável o circo e a muvuca que é criada em torno das operações deflagradas pela polícia federal. Mas, com toda a sinceridade, acaba sendo a única coisa que sobra como punição àqueles que são presos por corrupção neste país. As imagens dessas figuras corruptas, as vezes realçadas pelo brilho das algemas, são estampadas em todas as páginas policiais dos mais importantes veículos de comunicação do Brasil e do Exterior. Passam a ser vedetes de um mundo a parte. O mundo dos corruptos. Esse, no final das contas, acaba sendo o único castigo de fato aplicado a essa gente ruim. Se levantarmos todas as operações feitas pelo polícia federal nesses últimos 6 ou 7 anos, principalmente de combate ao chamado crime do colarinho branco, quantos corruptos vamos encontrar ainda na cadeia? Quem tem essa resposta?

21 de setembro de 2010

Verdades e estórias sobre a agricultura.

Autor: (*) Paulo Sérgio Benzecry Cal

Muito vem se falando sobre a agricultura desde o tempo em que o homem se estabeleceu no vale da Mesopotâmia há mais de 10.000 (dez) anos.
imagem:juinavernelha.blogspot.com

De cem anos para cá muitas questões novas ou ressuscitadas que apresentam o viés contraditório com os acontecimentos históricos e comprovados do crescimento da agricultura enchem o imaginário de pensadores que não reconhecem ou não querem reconhecer os avanços que a moderna tecnologia trouxe ao setor.

Separar as verdades dos mitos tem sido uma luta inglória, posto que, dependo dos interesses envolvidos ou das ideologias presentes nos artigos publicados a visão vem recheada de questionamentos dúbios e imprecisos. A dubiedade é certamente a mais perigosa das questões envolvidas, isto porque, trazem, sim, uma parcela de caráter verdadeiro que confundem e dão credibilidade as mais desbaratadas teorias.

As questões perpassam por idéias filosóficas, astrológicas, religiosas, políticas, sociais, técnicas, humanísticas, sanitárias e etc. Vá se acreditar em tudo e depois fazer uma doação mensal ao Analista, para tentar conviver harmoniosamente com tantos medos.

Parece-me que a muito já é chegada a hora de encararmos a questão de forma racional e cientifica. Afinal, nos dias de hoje o conhecimento cientifico da agricultura transforma qualquer solo em solo fértil e propício à atividade agrária.

O Brasil deve ao trabalho magnífico realizado pela Embrapa, através do seu corpo técnico, desde a sua criação na década de 1970 (7/12/1972), à agricultura baseada na pesquisa cientifica e no árduo trabalho de campo e de laboratório, que colocou o Brasil no lugar de vanguarda e na liderança da produção de muitos produtos agrícolas.

Salvo os falsos amantes dos casebres com cobertura de palha e piso de paxiúba (olha a questão da degradação ambiental), logicamente para os outros, já que as suas casas ou apartamentos contam com os ares da modernidade, é que são propagadores de uma agricultura arcaica, devastadora do meio ambiente e improdutiva, os demais, que fazem parte de uma maioria silenciosa, sabem perfeitamente que os corretivos de solo, fertilizantes, pesticidas e etc., são os responsáveis pela pujança da agricultura moderna. Sem ela a fome teria, já nos tempos atuais, uma dimensão catastrófica global.

A questão principal hoje é combater a fome de uma população mundial beirando os 7 (sete) bilhões de indivíduos, situação que deverá se agravar na próxima década, se o crescimento populacional continuar no ritmo atual, principalmente porque os países que mais crescem são exatamente aqueles mais pobres. Uma das soluções e a mais viável é a intensificação de investimentos na produção de alimentos, através da pesquisa e do desenvolvimento. A ciência é a única saída possível para a questão da fome. Não é tempo de buscar na utilização da agricultura primitiva, devastadora e improdutiva, a solução dos problemas.

Os problemas gerados pela agricultura com a utilização de agrotóxicos e fertilizantes, da devastação da cobertura vegetal, da derrubada das matas ciliares dos cursos d’água e das suas nascentes, devem ser encarados e a sua solução encontrada com a utilização da ciência, não é um mágico ou xamã que resolverá a questão.
(*) Coordenador-Geral da CGPAG - Coordenação Geral de Análise e Acompanhamento de Projetos Agropecuários da Suframa.

20 de setembro de 2010

Zona Franca Primitiva

Logomarca dos produtos produzidos no
Polo Industrial de Manaus
Apesar dos 43 anos de idade, muitas pessoas ainda têm dúvidas quanto às origens da Zona Franca de Manaus. Um aluno de segundo grau, atento durante uma palestra sobre o tema, questionou o seguinte ao final: - se a Zona Franca tem 43 anos de idade, porque algumas pessoas dizem que ela começou em 1957? Não seriam então 53 anos?

De certa forma o aluno tem razão. Quando destacamos apenas os 43 anos, pós 67, na verdade deixamos de reconhecer, de alguma maneira, os esforços daquelas pessoas que foram os idealizadores ou os pioneiros desse mais importante projeto de desenvolvimento para a Amazônia Ocidental. Francisco Pereira da Silva, conhecido como Pereirinha, não chega a ser totalmente esquecido, mas é na maioria das vezes timidamente lembrado por ocasião das grandes comemorações a respeito do modelo Zona Franca de Manaus.

Diante dessa questão, voltemos então no tempo. Francisco Pereira da Silva, ou Pereirinha, foi deputado federal pelo Estado do Amazonas. É da sua autoria o Projeto de Lei nº 1.310/51 propondo a criação do Porto Franco de Manaus. Como curiosidade, naquela ocasião o Amazonas era governado por Álvaro Botelho Maia. Foram seis anos de tramitação e espera até a aprovação do projeto de Pereirinha pelo Congresso Nacional, através da Lei nº 3.173/57, que foi sancionada naquele mesmo ano pelo presidente Juscelino Kubistchek. Estava instituída então a pioneira ou primitiva Zona Franca de Manaus (1957), tendo como governador do Amazonas, Plínio Ramos Coelho. Daí em diante, a efetiva implementação da primitiva ZFM passou a depender da regulamentação da citada lei. Sem regulamentação não haveria como operacionalizar o projeto. Foram simplesmente mais três anos de espera. A regulamentação da lei só veio a se concretizar no ano de 1960, por meio do Decreto nº 47.757, de 02 de fevereiro, já com o Amazonas governado por Gilberto Mestrinho de Medeiros Raposo. Observem que foram quase dez anos entre a proposta de projeto de lei apresentada por Pereirinha ao Congresso Nacional e a efetiva regulamentação da lei que aprovou a criação do Porto Franco de Manaus. Fica claro que tudo o que era pensado ou idealizado para a Amazônia naquele tempo, era tratado pelas autoridades federais com elevada dose de lentidão. Pode-se dizer que conduziam os interesses da região a passos de tartaruga.

Cumprida a etapa de regulamentação, a Zona Franca de Manaus primitiva foi finalmente instalada no Armazém ZERO do Porto de Manaus. Funcionou de forma precária e, para tristeza e frustração daqueles que acreditaram nessa idéia, acabou não dando certo ou não atingindo os objetivos para os quais fora criada. Mas, ainda assim alguém vai perguntar: e quais foram esses objetivos não atingidos?

De acordo com o Artº 1º da Lei nº 3.173/57, a Zona Franca fora criada com o objetivo de promover o armazenamento ou depósito, guarda, conservação, beneficiamento e retirada de mercadorias, artigos e produtos de qualquer natureza, provenientes do estrangeiro e destinados ao consumo interno da Amazônia, como dos países interessados, limítrofes do Brasil ou que sejam banhados por águas tributárias do Rio Amazonas.

A Zona Franca idealizada por Pereirinha acabou tendo o mesmo fim frustrante de outras tentativas governamentais com o intuito de promover o desenvolvimento regional da Amazônia. Não causou o impacto esperado na economia da Amazônia, ou seja, os incentivos previstos na lei não foram suficientes para se promover com sucesso a atração de investidores para a região. Uma das tristezas/frustrações do deputado Pereirinha com relação ao seu projeto, e que de alguma forma contribuiu para o seu insucesso, foram os recursos alocados ao projeto que nunca foram liberados pelo governo federal. Em 1967, veio o governo militar e deu uma repaginada no projeto Zona Franca de Manaus primitivo, através do Decreto-Lei nº 288, de 28 de fevereiro. As mudanças propostas no projeto original permitiram o surgimento do mais importante e exitoso projeto de desenvolvimento da Amazônia Brasileira, que a gente deixa para falar em outra comentário.
Fonte: Biblioteca da Suframa.