13 de fevereiro de 2013

DJANGO (1966) & DJANGO (2013)



Quem já assistiu ao filme DJANGO, um western enviesado, produzido por Quentin Tarantino, o mestre dos filmes de violência? O elenco é dos melhores e, para quem gosta de violência, sem dúvida é um prato cheio. A ideia de Tarantino em manter a trilha sonora do filme original, independente dos excepcionais atores escolhidos, sem dúvida foi uma grande sacada para o sucesso do filme. Destaque também para a inclusão de Franco Nero fazendo uma ponta na fita.

Entretanto, para gente da minha geração, o filme original DJANGO, com Franco Nero, dos anos 60, vai continuar inigualável, insubstituível. Eu tinha 11 anos de idade quando este filme foi lançado e fez um tremendo sucesso. A diferença é que naquele tempo o juizado de menores era mais presente e sempre tinha um agente plantado na entrada dos cinemas. Em função disso, não foi da primeira vez que assisti o DJANGO original. Tive que me contentar com os relatos feitos por meus irmãos mais velhos de criação que assistiram ao filme.

Tempo depois, assisti DJANGO no cine Guarani acompanhado do meu irmão de criação Cláudio. Insisti com ele para que me levasse, pois sozinho seria mais difícil passar despercebido pela figura do juizado. Aproveitamos um descuido do agente e entramos sem problemas. Eu suava frio e só me tranquilizei quando as grandes portas laterais do cinema começaram a ser fechadas. Lembro que o cinema estava lotado e a maioria das pessoas em nossa volta comentavam cenas do filme, ou seja, estavam ali para assistir DJANGO no mínimo pela segunda vez.

Esta é uma passagem simples da minha vida, da minha adolescência, que eu guardo com muito carinho na lembrança. Ao relembrar dessa passagem, bate inclusive uma tremenda saudade, pois meu irmão de criação, Cláudio, com quem assisti DJANGO pela primeira vez, já não está mais entre nós.




POLÍTICO HONESTO e bonzinho...


Político honesto e bonzinho é aquele político que faz tudo certinho, presta conta de tudo o que faz, mas, por outro lado, não faz nada, absolutamente nada para combater explicitamente os colegas traquinos de parlamento, que geralmente estão aprontando e fazendo algo errado a todo instante.

Cá para nós! Cercado de colegas traquinos no parlamento, o político honesto e bonzinho não tem muita utilidade para a sociedade. Acaba consciente ou inconscientemente fazendo um pacto com os traquinos: – não mexam comigo que eu faço de conta que vocês não existem. É como servir a Deus e ao Diabo ao mesmo tempo. Fica de bem com os eleitores passando a imagem do político íntegro, e melhor ainda com os colegas traquinos do parlamento, omitindo-se de combatê-los abertamente na tribuna ou em qualquer outro lugar. Esse na verdade acaba sabendo viver politicamente melhor do que os próprios colegas traquinos, que sempre vão ter a mídia nos seus calcanhares atrás de traquinagens. É a turma que gosta de viver a vida política com riscos e emoções permanentes.

Tem mais uma coisa interessante. Quem já ouviu falar que o político honesto e bonzinho acaba se transformando em gozação dos próprios colegas traquinos? Pois é! Quando um deles se aproxima, os traquinos se divertem. Sempre tem aquele que puxa a gozação e diz: - olha lá, lá vem o babaca que dispensou o auxílio-paletó, não falta uma reunião de plenário, não emprega parente nem aderente, economiza no cotão e não se importa com quem faz tudo diferente do que ele faz. Vem outro e completa ironicamente: - que Deus o conserve sempre assim. Quando o gozado (político honesto e bonzinho), finalmente chega na roda dos traquinos, vem então a pompa: tapinhas nas costas e a tradicional saudação - bom dia excelência!  Já perceberam como político adora tratar o outro por "excelência". 

Em resumo, queremos políticos íntegros, honestos, mas queremos também que sejam homens e mulheres corajosas, ousadas e implacáveis com aqueles colegas, indistintamente, que sujam e mancham o parlamento com condutas inadequadas, reprováveis. Está passando da hora de mudarmos a realidade da vida política deste país. Já temos aqui alguns políticos tentando mudar a postura, criticando até o próprio partido e os colegas de sigla. É ainda uma coisa que não passa muita segurança, pois as criticas que fazem ao próprio partido e aos colegas de sigla tem muitas conotações que precisam ser observadas com mais atenção. Mas é um bom começo...

12 de fevereiro de 2013

Transporte Escolar...


 Lamentável o acidente com o transporte escolar que culminou com a morte da menina Eduarda. Não tenho todas as informações sobre as investigações. Mas, pelo que já foi dito e escrito, o acidente não teria acontecido se o veículo estivesse em boas condições de manutenção. 

Não nos surpreende o fato do motorista ter abandonado o local do acidente. Como argumento de defesa à polícia, o motorista alegou ter ficado com medo de ser linchado pelas pessoas. Entretanto, não teve medo algum quando foi para colocar um veículo sem as condições de segurança adequadas para transportar crianças e levar uma delas à morte.  Esperamos que esse motorista pague exemplarmente pela sua omissão e irresponsabilidade.

Não se passaram 24 horas e outro ônibus escolar esteve envolvido em acidente, felizmente sem vítimas fatais. Teve origem, entre outras coisas, na má conservação e manutenção do veículo. É lamentável essa situação a que estão expostas centenas de crianças que fazem uso de transporte escolar.  É óbvio que existem exceções, mas, o número de veículos em condições precárias dentro do sistema de transporte escolar desta cidade é preocupante. Não dá para continuar desse jeito ou vamos assistir tragédias seguidas envolvendo veículos de transporte escolar.

Na falta de uma fiscalização rigorosa, fica até difícil para os empresários sérios manterem-se nesse tipo de serviço. Não dá para concorrer com aqueles que praticam preços atrativos, porém se utilizam de veículos velhos, não fazem manutenção adequada e ainda circulam sem serem incomodados pela fiscalização dos órgãos competentes.  Aproveitamos para chamar aqui a atenção para alguns pais que, ao contratarem os serviços de transporte escolar para os filhos, deixam de atentar para as condições do veículo, priorizando a suposta economia com o valor cobrado pelo serviço. É o barato que pode custar uma tristeza e um remorso para a vida inteira.

Outra situação importante nessa questão, e que precisa ficar mais transparente para a população, e aos pais em particular, é sobre quem está autorizado a pegar no volante desses veículos especiais e conduzir crianças todos os dias. Como funciona e como é fiscalizado esse tipo de serviço. Na hora de denunciar ou prestar uma queixa sobre o transporte escolar, onde e como fazer isso?

Felizmente não deu certo!


Quando vejo alguns amigos lutando desesperadamente para se libertarem do cigarro, fico imaginando que hoje eu poderia ser um deles. Meu falecido pai fumava - e não era pouco. Minha mãe fumava, mas felizmente deixou de lado o vício. Meu saudoso avô morreu com mais de 90 anos e fumava diariamente o seu cigarrinho numa boa.

E eu, quando o assunto é cigarros, o que foi que deu errado?

Apesar de fumante inveterado, meu pai não apoiava essa ideia na vida dos filhos. Estava sempre atento e marcava de perto. Não dormia enquanto eu não chegasse das festinhas. Ficava na janela fumando o seu cigarro e de olho no relógio. Conferia e cobrava o horário que pactuava comigo para estar em casa. Cumprir o horário para estar em casa na sexta-feira, era a garantia de ganhar a permissão para sair também no sábado. Eram outros tempos.

Eu, na verdade, bem que tentei ser fumante. Nas noites de sexta-feira e sábado, antes de sair para as festinhas, principalmente as festinhas que aconteciam no bairro de Aparecida, passava no bar da esquina de casa e comprava um maço de cigarros Hollywood e uma caixa de fósforos. Hollywood era a marca do momento. As propagandas de cigarros naquele tempo eram fantásticas. Chegar à festinha do bairro com maço de Hollywood no bolso fazia a diferença. Eu, pelo menos, achava que fazia a diferença.

Assim que comprava o maço de cigarros, abria a carteira, acendia um cigarro e já subia a Ramos Ferreira fumando, rumo ao Bairro da Aparecida. Antes de chegar à festinha, acendia o segundo cigarro. Chegar com o cigarro aceso tinha algum significado que eu não sei dizer qual era até hoje. Mas, uma coisa era certa. Servia para que os filões de cigarros se aproximassem para pedir. O filão cara de pau não se contentava em pedir só um cigarro. A cada cálice da batida “calcinha de seda”, o filão ficava mais sem-vergonha e vinha atacar a minha carteira de cigarros. Mas, tinha um detalhe importante: eu não reclamava. Eu dava os meus cigarros com o maior prazer, independente se o filão era conhecido ou não. Aliás, conheci muitos amigos filando os meus cigarros.

Na hora de voltar para casa já não tinha mais um único cigarro na carteira Hollywood, da qual, pasmem, normalmente só fumava de 2 a 4 cigarros, no máximo. Restava apenas a caixa de fósforos com alguns palitos dentro, que eu tinha sempre o cuidado de me desfazer dela antes de entrar em casa. Não queria que meus pais desconfiassem de nada, principalmente de cigarros. Apesar de fumantes, eles com certeza iam pegar no meu pé. Ora se iam!

Como meus amigos estão vendo, eu bem que tentei ser um fumante. Felizmente não deu certo!