31 de dezembro de 2007

Tiros de Baladeira (XIII)


Ambulantes!
O Ministério Público determinou o cumprimento da Lei Orgânica do Município, ou seja, a proibição da venda de bebida alcoólica por vendedores ambulantes. Ano passado uma autoridade municipal disse que não ia fazer nada, pois entendia que isso fazia parte da cultura do povo da cidade. Um vereador este ano alegou que é a favor da venda, pois o problema não é o ambulante vender bebida alcoólica, é não ter policiais suficientes nas ruas. Traduzindo: policiais suficientes para impedir que os bêbados se matem entre si ou matem quem não tem nada a ver com a bebedeira deles. Isso é lindo! Deixa claro que não vai acontecer absolutamente nada do lado representado pela lei, pela ordem e pela segurança da população. Vai prevalecer a impunidade, a imprudência, o risco e o desrespeito às leis. Os ambulantes já anunciaram que não vão acatar a decisão/ordem do Ministério Público, a Prefeitura vai dizer que o problema é da policia, e a polícia vai dizer que não tem pessoal suficiente para impedir. E o Ministério Público como é que fica? Pelo jeito vai ficar mais uma vez desmoralizado.

Coração molhe!
Quem achava que o Sr. Onildo Elias era o sujeito mal da Prefeitura, que defendia e defende com unhas e dentes, entre outras coisas, o ajuste do IPTU, agora já deve estar fazendo uma outra avaliação da sua pessoa. É que além de pensar em arrecadar mais para fazer mais investimentos na cidade de Manaus, o Secretário também anda preocupado com os baixos salários dos vereadores. Coitados, eles ganham muito pouco, segundo avaliação do Sr. Onildo. E nada melhor para agradar e reconhecer esse fato, do que arrumando uma agenda de reuniões extraordinárias no final de ano, de modo a proporcionar um natal e um ano novo mais bacana para essa turma que passa o ano inteiro trabalhando exaustivamente por Manaus. Não é mesmo Seo Onildo? Acreditem se quiser!...

PT – Sensatez!
Poxa! Enfim apareceu alguém de dentro do PT para dizer alguma coisa sensata com relação à realidade local e nacional do partido. Segundo o Sr. José Barroncas, o partido deixou de ser e de praticar aquilo que fazia a diferença com relação aos outros partidos. Pena que uma maioria expressiva do partido (PT) prefira manter uma postura omissa diante dessa cristalina realidade. Aqui em Manaus, por exemplo, é triste ver um de seus membros (com mandato) chegar à liderança interna por meio de votos conseguidos de forma suspeita. O que é pior – sem dar qualquer explicação sensata e verdadeira à sociedade sobre as denúncias públicas a respeito do assunto. Isso envergonha os militantes e afasta qualquer simpatizante.

Promoção política!
O transporte coletivo é uma concessão pública. É lamentável que esse sistema esteja sendo usado como ferramenta de promoção política por parte de alguns. Um dos jornais locais mostra no dia de hoje como isso está sendo feito de forma explícita e imoral. Pergunto: será que um político adversário da administração pública municipal consegue esse espaço para fazer a sua auto-promoção? E quanto será que custa esse tipo de promoção? Paga para quem? Como se trata de uma concessão pública, entende-se que o cidadão tem todo o direito de saber como funciona esse mecanismo. É legal? Quem vai dar as explicações?

27 de dezembro de 2007

Tiros de Baladeira (XII)


Autoridade & Competência
Tenho por costume ouvir rádio durante o caminho até o meu trabalho. Não tenho preferências, mas confesso que ouço muito o Garotinho. Ouço também o Magrão, de preferência nos dias em que ele consegue deixar os seus entrevistados falarem ou completarem as suas respostas. Hoje, por exemplo, a entrevistada do dia se impôs e conseguiu dar o seu recado. Foi a Dra. Marilene, reitora do UEA, esbanjando competência e autoridade não só com os assuntos abordados, mas com o próprio entrevistador. Deu conta do recado e não deu muita chance para a língua nervosa do Magro. Valeu!...

Mudança de Hábito
Quem escuta rádio pela manhã, com certeza tem observado que determinadas autoridades estão acordando cedo demais para dar entrevistas nos canteiros de obras públicas em andamento na cidade. Se a rivalidade se acirrar mais do que já está, vai ter mandatário dormindo nas obras para não ter que fazer os repórteres esperarem para fazer as entrevistas. Que legal! Eu quero acreditar que essas entrevistas aconteçam de fato “in loco” e ao vivo, por isso o meu esforço em confiar no madrugar dessas pessoas, tudo em prol do bem comum das comunidades que os elegeram. Isso é muito bom! Até quando vai - não sei!

Viaduto da Recife
Quando estávamos em pleno verão, passava-se pelas obras do viaduto da Recife e dava para contar nos dedos o número de trabalhadores no local. Quanta coisa poderia ter sido feita nesse período, colocando mais gente para trabalhar durante o dia e durante a noite, como está sendo feito agora que o inverno e as chuvas chegaram?

PT
A guerra e a disputa pelo poder dentro do PT local servem apenas para manchar e desacreditar ainda mais a imagem do partido e de seus membros no Estado. Serve também para afastar definitivamente um grande número de simpatizantes. Fraude no pleito interno, troca de favores, impugnações de votos, desavenças pessoais e públicas entre seus líderes, coisas que antes pareciam ser inerentes apenas aos outros partidos, agora é pauta permanente do partido que mais combateu e criticou essas mazelas. Como simpatizante – é triste assistir esse declínio.

CINEMAIS & CINEMARK


Um jornal da cidade relatou um problema surgido numa das salas de cinema do CINEMAIS do complexo MILLENIUM. Pelo que foi publicado, os espectadores que assistiam a um determinado filme, saíram revoltados devido a problemas com a legenda durante a projeção. Maravilha! É bom saber que as pessoas não perderam a vontade de se indignar com as coisas que acontecem e que ferem os seus direitos. Salvo engano, muitos conseguirem inclusive rever o valor pago na bilheteria. Quando mexe no bolso, parece que as pessoas tomam um choque elétrico e ficam mais espertas na defesa dos seus direitos e tratam de exercer com maior vigor a sua cidadania. Como é bom exercitá-la! Faz bem para nós todos, faz bem para o Brasil do futuro.

Ainda com relação às salas de cinemas operando em Manaus, seja de qual for o empreendimento, CINEMAIS ou CINEMARK, algumas coisas precisam ser observadas e melhoradas. Destaco o serviço de pipoca e refrigerante na entrada das salas. Além de ser a pipoca mais cara do planeta, o atendimento é ruim demais. E não coloquem a culpa nas pessoas que estão fazendo o atendimento. Pelo contrário! Dá pena ver aquelas criaturas tendo que se desdobrarem para atender no caixa, montar os pedidos e ainda limpar as sujeiras que vão ficando no balcão. São verdadeiros malabaristas. Imagino o quanto devem ficar antenados para não tomarem prejuízo no caixa, e ainda manterem o sorriso quando são xingados e insultados pelos consumidores por conta da demora no atendimento. Entre na fila da pipoca e você com certeza terá oportunidade não só de pagar a pipoca mais cara do planeta, como assistir do outro lado do balcão o malabarismo de pessoas fazendo de tudo ao mesmo tempo, e por um salário certamente irrisório e incompatível com o preço que você paga pela pipoca.

Infelizmente é verdade! Pipoca tem tudo a ver com cinema. Porém, por conta disso, não se justifica o assalto que é praticado todos os dias nesses locais contra os freqüentadores. Ninguém diz nada e ninguém faz nada para mudar esse cenário de exploração. Salvo engano, não permitem sequer concorrência. O assalto enfim - é completo. E fica por isso mesmo...

21 de dezembro de 2007

PASSE LIVRE

Quem acompanha essa questão do sistema de transporte urbano da cidade de Manaus, cá entre nós, tem que ter estômago para digerir qualquer tipo de coisa. Quem não usa o sistema já não agüenta mais ouvir falar desse assunto, imagine as pessoas que vivem e dependem dele. Fico imaginando o astral da classe estudantil amazonense nesse final de ano, com o presente de natal idealizado a eles por alguns vereadores da nossa capital.

Nessa discussão algo nos chama a atenção e nos deixa com a pulga atrás da orelha. Quem conhece o vereador, autor do projeto, sabe que se trata de um cidadão muito inteligente, portanto, pode ser tudo - menos abobalhado. Não creio que se meteria sozinho numa roubada, como nessa questão do passe-livre, sabendo que dentro de menos de um ano vai ter que enfrentar novamente as urnas. Todos eles, indistintamente, estão de olho em 2008 e com certeza já trabalhando, rezando e fazendo promessas a Deus e ao Diabo, antes mesmo de saírem prometendo um novo mundo e até o paraíso aos seus eleitores.

Estará mentindo qualquer um dos vereadores(as) que disser que coloca os interesses da comunidade acima dos seus próprios interesses, a ponto de arriscar o próprio mandato. Isso não existe! O que não significa que não existam os vereadores e vereadoras que honram direitinho os seus mandatos. Tem gente boa sim, honrada - acreditem! Mas, ainda que exista um único vereador (a) que pense e aja exclusivamente em nome dos interesses da comunidade, vai passar por mentiroso, pois a classe política continua em declínio, descendo a ladeira no que diz respeito aos valores de compromisso, seriedade e credibilidade, entre outros, perante a sociedade brasileira.

Pelo que está anunciado na mídia, essa discussão sobre o passe-livre em Manaus já foi empurrada para o próximo ano, o que deixa claro que a intenção era apenas não encerrar o exercício sem colocar a CMM em destaque na mídia local, por bem ou por mal. Na falta de boas propostas, inteligentes e defensáveis, acabaram escolhendo a questão da meia passagem. Deu ibope, gerou uma tremenda muvuca e é disso que muitos vivem na política local, regional e nacional.

Não nos preocupemos. Esqueçamos o que foi dito nesse momento pelos nobres vereadores sobre a questão do passe livre, pois no próximo ano, de eleição, com certeza boa parte deles mudará o discurso, passando a defender as idéias exatamente contrárias àquelas que pregam hoje. Como a maioria não sabe ou não possui argumento para explicar de que lado está, tampouco porque muda de lado como quem muda de roupa, dirá o que todos dizem – é a dinâmica da política. É a dinâmica, na verdade, da pura esperteza e da malandragem.

Esperemos 2008! Quem sabe o povo resolva ele próprio adotar a figura do passe livre, dispensando do mandato de vereador aqueles que nos decepcionaram e nos desonraram. Será o feitiço dando o troco no feiticeiro. Vai ser bom demais!


7 de dezembro de 2007

VIVAX/NET & NET/VIVAX


Os maiores desconfortos e contratempos vivenciados pelo cidadão brasileiro se originam nos serviços prestados pelas grandes empresas que, pela lógica, deveriam dar o melhor exemplo. Quem é cliente, por exemplo, da VIVAX ou da NET, agora VIVAX/NET, sabe perfeitamente do que estou falando neste momento. E justifico o motivo desse desabafo, do qual não espero muita coisa, afinal estamos num país chamado Brasil.

Desde quando tive a infeliz idéia de trocar a NET pela VIVAX, em função do serviço de INTERNET (a tal banda larga), passei a ter os desconfortos tradicionais de quem é mal servido e mal atendido pela grande maioria das empresas prestadoras de serviço desse país. Não estou inventando nada ou falando algo de novo.

Para começo de conversa a VIVAX me ofereceu um serviço que até hoje ela não consegue cumprir, ou seja, uma internet com a velocidade e a qualidade que ela me prometeu, e que me levou a tomar a decisão de trocar de prestadora de serviço. Não estarei sendo indelicado se disser que na verdade caí no conto do vigário. Ofereceram-me uma banda do tipo Airton Sena, e me implantaram em casa a Banda Rubinho Barrichello. Se soubesse que seria do jeito que é – não teria trocado. O mais triste é que agora VIVAX/NET é tudo uma coisa só. Pelo jeito está conferindo/confirmando o que diz o velho ditado – é tudo farinha do mesmo saco.

Não foram poucas as faturas que chegaram em minha casa com o valor cheio do serviço contratado, sem que a empresa VIVAX, um único dia, tenha me oferecido a Internet com a velocidade e a qualidade pactuada no ato da contratação do serviço. Se eu reclamava, e só quando eu reclamava, vinha aquele descontinho na fatura do mês seguinte, por conta do não cumprimento do que foi pactuado quanto à velocidade da internet. Tem sempre uma desculpa idiota, pois na verdade nos tratam como verdadeiros idiotas, achando que qualquer desculpa nos convence.

Apesar de todo esse desconforto e falta de respeito da VIVAX, agora NET/VIVAX, havia pelo menos algo de positivo. Afinal, nem tudo nessa vida é pesadelo. Nem tudo nesse Brasil tem a marca da malandragem. Eu podia fazer o pagamento da minha fatura tranquilamente no meu Banco (Banco da Amazônia), que possui uma agência no meu local de trabalho. Restava-me pelo menos esse conforto. Porém, hoje, ao chegar no balcão da minha agência, fui surpreendido pela informação da caixa de que as faturas NET/VIVAX agora só podem ser pagas nas agências conveniadas, onde o meu Banco, pelo visto, foi descartado. Aliás, porque será que o meu banco foi descartado? Tem lá suas deficiências, mas será que anda tão ruim assim que não consegue manter determinados convênios para a comodidade de seus clientes? Estou perguntando, mas fique claro de que não estou esperando que me dêem explicações, até porque já sofro desconforto com a VIVAX/NET de longa data e o único conforto que me restava (pagar a conta no BASA) me foi tirado. Aqui por essas bandas, não é a prestadora de serviço que tem que buscar o conforto do cliente, é o cliente que tem a obrigação de se enquadrar aos interesses da prestadora de serviço. E não adianta reclamar que não acontece nada.

Pegue a sua fatura NET/VIVAX e lá está escrito cinicamente assim: “evite desligamento do seu sinal efetuando o pagamento até a data do vencimento”. Eu confesso que faço um esforço para pagar a minha conta em dia, mesmo que a VIVAX/NET procure de todas as formas alterar o meu estado de espírito e de humor, como tirou o meu conforto de pagar a fatura na agência do meu Banco.

Se eu não pagar em dia, tenho a mais absoluta certeza que terei o meu sinal cortado, sem falar no meu nome ameaçado de compor a lista do SERASA. Essa ameaça é de praxe e nisso eles são eficientíssimos! Porém, se a VIVAX/NET deixar de me prestar o serviço como pactuado (principalmente com relação à Internet, chamada de Banda Larga, que mais parece uma tartaruga fantasiada de coelho), no final do mês ainda tentam me fazer pagar a fatura cheia. É aquela velha aplicação – cobram a fatura cheia para ver no que vai dar. Se o bobão do cliente perceber e reclamar, o desconto sai na fatura seguinte sem maiores discussões com a empresa. É a Lei de Gerson mais atual do que nunca esteve.

Na mesma fatura NET/VIVAX você ainda encontra o seguinte aviso importante: “pagamentos após o vencimento serão cobrados juros diários de 0,033% e multa de 2%. Daí eu pergunto: e os juros diários e as multas pelo fato da prestadora de serviço não cumprir o que foi pactuado, como é o caso da tal Banda Larga, que nunca consegue chegar na velocidade prometida na hora de venderem o serviço? Porque vendem um tipo de serviço, pelo qual não estão em condições concretas de honrar? Onde está a seriedade? Onde estão os órgãos de controle e fiscalização? Onde estão os nossos políticos que têm a missão de defender os interesses do cidadão? Onde anda a vergonha nesse país?

25 de novembro de 2007

Goleiro JUVENAL


A mídia todos os dias nos enchem os olhos e os ouvidos com as notícias que falam de tragédias, miséria, fome e outras tantas mazelas e injustiças que acontecem de norte a sul desse nosso país. Uma dessas últimas notícias mexeu com o coração e a sensibilidade de todos os brasileiros que amam o futebol. O Brasil inteiro ficou sabendo da situação dramática em que vive um ex-ídolo do futebol brasileiro. Um atleta que teve a honra de vestir a camisa mais bela, mas sagrada e mais respeitada do futebol mundial - a camisa da seleção brasileira.

Quando JUVENAL jogava futebol eu ainda não havia nascido. Eu não sofri com a tragédia da final de 1950, mas por tudo que eu já li a respeito do futebol, foi uma das mais belas equipes que o Brasil já formou. JUVENAL fazia parte daquele time que encantou o mundo, mas que acabou sofrendo aquele inesquecível castigo uruguaio em pleno maracanã.

O que nos deixa profundamente indignada vendo essa situação de JUVENAL, é sabermos que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), tem dinheiro para encher um avião de convidados para assistir uma copa do mundo com tudo pago, mas não tem dinheiro para ajudar um ex-atleta da seleção a cuidar da sua saúde e oferecer-lhe uma condição de vida mais digna. O dinheiro do torcedor e dos clubes que vão parar nos cofres da CBF, deveria ter uma destinação mais transparente e honrosa. Se não é uma obrigação da CBF ajudar ex-atletas da seleção, é seu dever sim respeitar o torcedor brasileiro e dar uma destinação transparente e digna aos recursos que são arrecadados e que são gastos de forma esquisita e leviana, como por exemplo, para proporcionar viagens com tudo pago para apaniguados em épocas de copa do mundo.

Lamentavelmente o nosso congresso se acovardou e não quis realizar a CPI do futebol, da CBF, permitindo assim que tudo permaneça do mesmo jeitinho, com os clubes cada dia mais falidos, pois passaram a ser administrados por espertalhões, por pessoas mal intencionadas e que fazem dos clubes um meio de vida e, na maioria dos casos, um trampolim político. O Congresso está cheio desses espertalhões do futebol (com raríssimas exceções) e a CBF continua sendo uma caixa preta, cheia de lodo e sem nenhuma transparência.

Felizmente surgiram pessoas dignas e com disposição para ajudar JUVENAL. Aliás, o presidente do Flamengo, pressionado pela repórter da Globo, disse que o clube vai fazer a sua parte no caso de Juvenal. Que parte é essa ninguém sabe, mas espera-se que ele cumpra a palavra, se é que palavra de dirigente de futebol esteja valendo ainda alguma coisa.

20 de novembro de 2007

Bebida Alcóolica & Churrasquinho de Gato

Não faz muito tempo, creio que nas proximidades do carnaval, eu fiz um comentário a respeito da venda de bebidas alcoólicas por parte de vendedores ambulantes, em cima do que determina a legislação do município de Manaus. Resolvi fazer o comentário em função do depoimento na mídia local por parte de uma autoridade do município, quando o mesmo dizia que não ia combater a venda de bebidas alcoólicas nas ruas e calçadas da cidade, porque entendia que isso fazia parte da cultura da população. Ora, se faz parte da cultura da população, quem foi o bobalhão que trabalhou contra isso?

Agora que o Ministério Público está determinando o cumprimento da lei para a venda de bebidas alcoólicas por parte de vendedores ambulantes, a desculpa passa a ser que não existe condição de fiscalizar essa atividade. Mas isso na realidade não é nenhuma novidade. A Prefeitura não tem demonstrado eficiência para fiscalizar aquilo que lhe pode render dividendos aos cofres do município, como por exemplo, o Habite-se, imagine fiscalizar a venda de bebidas alcoólicas por parte de vendedores ambulantes, que muitos vêm como uma coisa antipática, e que no fundo só vem servindo para baixar o ibope do Prefeito e de todos os políticos que compõem a sua base de sustentação.

É bom lembrar Arthur Virgílio, senador da República, quando este esteve à frente da Prefeitura e tinha o atual prefeito como secretário municipal. Tentou fazer o que era certo - retirar os vendedores ambulantes do centro da cidade. O resultado dessa iniciativa todos os amazonenses sabem. Hoje, numa rápida passagem pelo centro, conclui-se que não adiantou coisa alguma. Os vendedores ambulantes voltaram a ocupar o centro e o senador Arthur Virgilio ficou marcado para sempre como o carrasco dos ambulantes. Por mais que tente, segundo os analistas de plantão, no cenário político do município de Manaus está difícil o senador conseguir reunir votos suficientes até para uma eleição de gari. O atual prefeito, apesar de nunca ter se manifestado contrário à medida adotada pelo senador enquanto prefeito da capital, parece ter aproveitado bem a lição e não está disposto a correr o mesmo risco, pelo menos nesse primeiro mandato.

Resumindo – é difícil acreditar que vai mudar alguma coisa nessa questão dos vendedores ambulantes, mesmo com a pressão do ministério público. Devagar, como sempre, a coisa tende a cair no esquecimento. É exatamente assim que acontece, e pelo jeito é assim que vai acontecer mais uma vez. Até torço para que eu esteja errado, mas confesso que não arrisco uma aposta porque as possibilidades de perder são bem maiores.

Estamos próximos de uma eleição. Municipal, diga-se de passagem. Logo vão surgir os políticos para usar essa mazela como moeda de troca, culpando o Ministério Público e seus procuradores de estarem trabalhando para tirar o pão da boca das famílias que vivem da atividade de vendedor ambulante por falta de oportunidade de emprego. Aguardem – vai aparecer candidato derramando lágrimas por conta desse assunto.

Poderiam até mudar a legislação para evitar a desmoralização e legalizar o que está proibido sem nunca ter sido na prática. Acontece que nenhum desses políticos vai estar disposto a fazer isso agora. Uma parte por conveniência política, pois entendem que é bem melhor usar essa mazela como discurso nos palanques da periferia e tirar o máximo proveito disso nas urnas; outra parte simplesmente não vai fazer nada porque não consegue pensar, escrever, propor ou mudar coisa alguma.

De resto nos resta esperar a futura propaganda eleitoral e ouvir nos palanques e nas telinhas da TV as promessas de sempre – se eu for eleito...

6 de novembro de 2007

Férias em Margarida

O final de ano está chegando e as pessoas já começam a programar as férias. Hoje, um dos melhores passeios para a família amazonense, e que está mais próximo das suas possibilidades financeiras, são as praias de Margarida, na Venezuela. Eu já estou querendo ir novamente com a família e um grupo de amigos.

Mas, a questão é a seguinte: está valendo a pena correr os riscos que a BR-174 oferece à vida, à segurança e ao bolso de quem quer ir curtir as praias de Margarida? Quando eu falo no bolso, estou falando nos prejuízos e na depreciação do veículo para cobrir o trecho Manaus/Pacaraima e de Pacaraima/Manaus.

Em novembro de 2006 eu estive em Margarita e fui pela estrada. Na volta fiz um comentário, publicado inclusive na Folha de Boa Vista, de Roraima, falando do sufoco que enfrentei no trecho que liga Manaus até o município brasileiro de Pacaraima, na fronteira com a Venezuela. A estrada, naquela ocasião, já vivia uma situação crítica, ou melhor, lamentável.

Placas no caminho anunciando as obras de recuperação não faltavam – encontramos muitas. Só não tivemos o prazer de testemunhar operários de fato trabalhando nessas obras. Nem na ida, muito menos na volta. De novembro/2006 para cá, já ouvimos muita coisa sobre essa estrada BR-174, principalmente promessas de recuperação. De resto só mesmo notícias ruins de que a estrada está cada dia pior.

Pergunto: o que de fato foi feito nessa estrada nos últimos 12 meses? O que de concreto foi realizado no sentido de não atrapalhar o sonho de quem está programando as suas férias nas praias de Margarida? De antemão, pelo amor de Deus não venham colocar a culpa nas chuvas para não terem feito nada?

Eis um serviço de utilidade pública que a mídia local (jornais e televisão) pode prestar para a sociedade amazonense, principalmente para aqueles que estão se programando para curtir as praias de Margarida agora nas férias entre dezembro/2007 e fevereiro/2008. Investigar e informar ao cidadão quais são as reais condições de tráfego da BR-174. Informar quais trechos e quantos quilômetros da BR-174 foram efetivamente recuperados nesses últimos 12 meses e o investimento realizado.

As praias de Margarida representam uma excelente opção de férias para os amazonenses. Essa opção tem que ser olhada com mais carinho e responsabilidade pelas autoridades competentes, zelando para que essa opção seja mantida/preservada. Tem muita conversa e muita promessa, mas na verdade o que se tem assistido é a destruição da estrada avançar em grande velocidade, enquanto os serviços de recuperação andam em passos de tartaruga (quando andam) e se limitam, na maioria dos casos, a operações de tapa-buraco (que é dinheiro jogado fora) aqui e acolá.

O certo é que ninguém sabe e ninguém tem uma informação correta e confiável para oferecer à sociedade, e em particular para as pessoas que querem ir para Margarida nas férias, sobre as condições da estrada BR-174. Repito: eis um tema para a mídia local prestar um serviço aos amazonenses, ajudando-os a decidir se vai ou não vai para Margarida usando a estrada. Vamos aguardar!



26 de outubro de 2007

VADIAGEM & VANDALISMO

30 paradas de ônibus e 11 vitrines. Esse foi o resultado do último crime cometido por um grupo de VADIOS e VANDALOS da classe média/alta da sociedade local. Um crime praticado contra o patrimônio público e contra a população local. Não é nenhuma invenção minha - são números divulgados pelo jornal Diário do Amazonas, em matéria bem articulada por Mônica Prestes.

Gente! 30 paradas e 11 vitrines destruídas. É ou não é coisa de vadio? Na verdade esses números são as únicas coisas que o cidadão amazonense sabe de concreto a respeito desse lamentável fato ocorrido no último mês de agosto. Aliás, foi o segundo ataque em menos de 12 meses. Diante de tanta impunidade, já estamos inclusive na expectativa de quando vai ser o próximo. Punição, que é o que todos esperavam – até agora nada.

O segundo e último ataque, de acordo com declarações do delegado Cavalcante, foi o maior ato de vandalismo já praticado em Manaus. Ora, atos dessa natureza só podem partir de pessoas acostumadas à vadiagem nas madrugadas da cidade. Nenhum deles é ingênuo ou bobinho, apesar de frouxos e chorões depois de pegos. Na verdade são todos vadios de carteirinha, conscientes do que fazem, e principalmente certos de que contam com a proteção de papai e mamãe se o bicho pegar.

Analisando essas aberrações, fico eu aqui imaginando com meus botões, como será o terceiro e próximo ato de vandalismo e destruição. O que pode acontecer se os VADIOS resolverem aplicar, do segundo para o terceiro ataque, o mesmo índice de agregação de valor (violência), aplicado do primeiro para o segundo ataque. Só em pensar já fico com pena das paradas de ônibus, vitrines e caixas eletrônicos espalhados pela cidade. E do meu bolso também, pois quem no final das contas paga a recuperação de tudo somos nós os contribuintes.

Mas, fiquem frios. Nem tudo é motivo de tristeza. Há motivos também para boas gargalhadas. Segundo declarações da polícia, o inquérito do último vandalismo avançou muito pouco, ainda não sabem quando vai ser concluído, já foram ouvidas mais de 10 testemunhas, mas nada que ofereça elementos de provas para colocar os VADIOS na cadeia. Quanta novidade - não é mesmo? Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ih! Ih! Ih! Ih! Ih! Ih! Ah! Ah! Ah! Ah!...

Chega! Tá bom! Calma! Puxem a respiração! Deixem para gargalhar mais depois.

Quanto ao primeiro ataque, aquele de julho de 2006, também não mudou muita coisa. Já sabemos que a galera era constituída pelos vadios, Aninha, Carlinhos, Claudinho e Costinha. Querem saber mais alguma coisa? Não sei! Ficou chateado? Vá reclamar para o Wagner Moura, ou melhor, Capitão Nascimento, da Tropa de Elite. Quem sabe ele não vem a Manaus dar umas dicas de como devemos fazer para amansar e nos proteger dos vadios e das vadias que atormentam as madrugadas da cidade.

Sei não! Se fosse meu filho ou o filho(a) de qualquer cidadão da periferia, além de muito cascudo e muita porrada para entregar o resto da galera, eles ainda teriam suas fotos publicadas em tamanho pôster em todos os jornais impressos e virtuais dessa cidade. Quem sabe até jornal nacional.

Não faz muito tempo, meu filho foi protestar na frente da Prefeitura de Manaus por causa do aumento da tarifa de ônibus (depois de ter sido enganado pelo vice-prefeito que prometeu receber os estudantes) e acabou covardemente espancado pela polícia, transportado para o 28 de Agosto numa ambulância, permanecendo sob observação médica 24 horas, sob suspeita de grave agressão aos órgãos internos.

Quatro horas da madrugada do dia seguinte à agressão ao meu filho, eu fui comprar os jornais no lanche próximo ao PS 28 de Agosto, e a sua foto já estava lá. Corpo estirado no chão, quase que desmaiado, em função da agressão sofrida por parte da polícia. Na matéria, a acusação de que ele seria um dos líderes do movimento que supostamente tentou invadir a Prefeitura. Pô! - ele estava exercendo o seu direito de cidadania (repito, depois de ter sido enganado pelo vice-prefeito), não quebrou nada da Prefeitura ou do patrimônio público. Pelo contrário! - ele é quem foi quebrado e espancado covardemente, e deu no que deu. Foram 24 horas de agonia, rezando para que o pior não viesse a acontecer.

Já os vadios da madrugada dessa cidade, as aninhas, os carlinhos e claudinhos, quebram tudo, desafiam todos os poderes constituídos desse Estado, não apanham (nem mesmo em casa), não vão presos, e ainda contam com a benevolência da mídia local, que vez ou outra coloca o assunto em discussão, mas que não demonstra a menor intenção de colocar a cara desses vadios para a sociedade conhecer e se proteger. Como seria diferente esse tratamento (polícia + mídia) se os vadios fossem outros.

Como! Como é que é? Onde anda a democracia? E os direitos iguais?
Ora bolas – acordem! Isso aqui é Brasil!

5 de outubro de 2007

LINHA 119

Podem até achar que é encrenca de minha parte. Afinal, só tenho feito comentários ruins sobre o sistema de transporte coletivo de nossa Manaus. Mas, nesse caso que vou relatar, antes mesmo de iniciar, eu faço um apelo: acreditem! eu juro - é verdade!...

Na rota 119, da empresa chamada Soltur, quem quiser subir - tem que descer primeiro.

Calma! Eu explico. Uma amiga jornalista, que me pediu para resguardar a sua identidade, dia desses saiu para uma missão e, ao terminá-la, deu conta de que havia ficado sem uma carona para ir para casa.

Acostumada com os batentes da vida, a amiga tratou então de dar o seu jeito. Pegou suas coisas e saiu no rumo da parada mais próxima. Quando já estava se aproximando do ponto, olhou para trás e avistou o 119, ou seja, o coletivo que faz a rota que lhe deixa praticamente na porta de casa. Para não perder o ônibus, tratou de apressar o passo. Nesse momento, olha para o lado e percebe que uma senhora de bem mais idade, passando dos 60, também apressa o passo no rumo da parada, provavelmente com o mesmo objetivo de não perder o 119. A cada passada que dava, minha amiga sentia que ia ficando para trás em relação àquela senhora. De repente, a preocupação de perder o ônibus e a novela das oito, se tornara algo irrelevante diante da triste constatação de que estava perdendo uma disputa (caminhada) com uma sexagenária. E perdeu! Só não foi pior porque deu tempo ainda de entrar no ônibus. Ufa!

Esbaforida, faltando fôlego até para cumprimentar o cobrador, a única coisa que minha amiga queria naquele momento era um lugar para sentar dentro do coletivo. Sabia que o tempo até chegar à sua casa seria suficiente para se recuperar do cansaço físico, mas o mesmo não poderia dizer da inesperada derrota para a senhora sexagenária. Depois de pregar o troco e passar pela roleta, senta no primeiro banco que encontra. Quando mal dá o primeiro suspiro de alívio do cansaço, escuta uma voz que diz:

- Vamos lá gente! Desçam todos do ônibus porque ele está sem força para subir a ladeira. Era o cobrador dando ordem para que todos descessem do coletivo para que o motorista pudesse subir a tal ladeira e esperar os passageiros lá em cima. E foi isso mesmo o que aconteceu.

Eu, cá com meus botões, pensei: - será que a minha amiga, subindo a ladeira da Leonardo Malcher até chegar no sinal com a Ferreira Pena, dessa vez ela conseguiu ser mais ligeira do que a senhora sexagenária? Pior que não!

A desculpa para a segunda derrota para a sexagenária, no mesmo dia e em menos de 10 minutos entre uma corrida e outra, é que a mesma parecia já conhecer o motorista, o cobrador e a mazela do ônibus da rota 119. Mal o cobrador falou - vamos descer... - e a sexagenária já estava de pé na porta do coletivo, pronta como se estivesse concentrada na primeira fila da linha de largada de uma maratona. Abriu a porta e a senhora desembestou ladeira acima, puxando aquela fila de passageiros cansados de mais um dia trabalho e, pelo jeito, conformados com o tratamento que recebem das empresas e do poder público.

Esse episódio, agora falando sério, serve para mostrar o grau de respeito e de responsabilidade que esse sistema que aí está implantado (poder executivo + empresas) dedica aos usuários do sistema de transporte coletivo da cidade de Manaus. Colocar um ônibus que não consegue subir uma ladeira para transportar pessoas que são tratadas como bobas e que acabam tendo que se sujeitar a subir e descer dos coletivos a qualquer comando do cobrador, é algo que deveria merecer maior atenção, por exemplo, da Câmara Municipal de Manaus, cujo dever, entre outros, está o de fiscalizar esse tipo de serviço público que, em nossa cidade, passou a ser uma pouca-vergonha, temperada com muita conversa fiada e malandragem. Qualquer dia desses, do jeito que vai, o cobrador além de dar ordem aos passageiros para descer, só vai deixar subir de volta aqueles que ajudarem a empurrar. E fica por isso mesmo!

30 de setembro de 2007

Regime especial para bandido.

São Paulo e o Brasil inteiro mais uma vez assistem horrorizados um crime bárbaro praticado por bandido cumprindo pena em regime especial (semi-aberto e/ou aberto). Duas crianças foram torturadas, abusadas sexualmente e depois assassinadas. Quantos crimes são praticados todos os anos por bandidos de extrema periculosidade, que são colocados para cumprir a pena em regime semi-aberto ou aberto? Pensando bem, são crimes que poderiam ser evitados, mas que acontecem porque existe uma lei que oferece a esses bandidos a chance de passar o dia nas ruas, voltando apenas para dormir na cadeia e ter o tempo necessário para planejar a ação criminosa do dia seguinte.

A questão maior é que não se vê disposição alguma das autoridades de discutirem a maneira como essa lei vem sendo aplicada, dando chance ao bandido perigoso, principalmente, de sair às ruas para cometer barbaridades, num país onde nenhum Estado oferece ao cidadão de bem a segurança necessária para se proteger dos ataques desses animais que deixam diariamente as cadeias para caçar suas vítimas. Alguém tem que dar um basta nisso.

Qual são os critérios aplicados para conceder regime especial para esses bandidos? Isso nunca ficou claro para a sociedade. Os esclarecimentos, pelo menos aqueles que eu ouvi até hoje, são ridículos, nada esclarecedores e nada transparentes. É só muito oba-oba, muita filosofia e discurso difícil (proposital, para ninguém entender mesmo). Pergunto: aplica-se o regime aberto ou semi-aberto em função estritamente do que está escrito na lei? Se for assim, então a barbaridade do crime é ainda mais estarrecedora. Como explicar conceder regime especial a bandidos que não passam antes por uma avaliação psicológica e/ou psiquiátrica séria, realizada, obviamente, por pessoas com competência para tal. A impressão que temos é que essa avaliação não existe e, se existe, deve ser acumulada pelo juiz que concede o regime especial. Daí então, eis os resultados que estamos assistindo indignados, porém eternamente omissos, deixando a coisa acontecer e se repetir sempre, correndo inclusive o risco de sermos a próxima vítima. Não brincamos apenas de cidadão indignado. Na verdade vivemos brincando com a própria sorte, achando que esses bandidos colocados em regime especial vão sair às ruas e sempre encontrar, torturar e abusar dos filhos dos outros, mas nunca dos nossos.

A autoridade que concede regime especial a um animal como esse que matou as crianças em São Paulo, sem ter o resguardo de uma avaliação psicológica e/ou psiquiátrica séria do bandido, será que ele se sente bem achando que cumpriu apenas o que estava previsto na lei? Quando essa autoridade vai para casa e encontra os filhos vivos e felizes, será que lembra em algum momento que existe um pai e uma mãe que não tem mais essa alegria, pois os filhos foram barbaramente assassinados por um criminoso perigoso que estava solto nas ruas graças a uma decisão sua que levou em conta apenas o que está escrito na lei, sem levar em conta o perfil e as condições psiquiátricas do bandido premiado. Que lei é essa que vem premiando bandidos e ajudando na destruição de famílias de bem?

Quem se dispõe a fazer essa discussão com a sociedade? Quem aparece para mostrar a estatística nacional de crimes praticados por bandidos em regime especial e dizer quantos desses bandidos passaram por uma avaliação médica, psicológica e/ou psiquiátrica antes de usufruírem do regime? Quem paga pela dor das famílias vítimas de bandidos premiados com regime especial? Só o bandido? E quem o colocou de volta nas ruas sem levar em conta a sua extrema periculosidade? Vamos lá – quem mais ajuda a puxar essa discussão entre as autoridades e a sociedade, de modo a impedir que essa lei continue premiando bandidos perigosos e enlutando famílias de bem.

22 de setembro de 2007

Polícia e Justiça - Falta entrosamento?

Há pouco mais de um ano tivemos um primeiro ataque de vândalos destruindo o que encontravam pela frente na madrugada de Manaus. Desse ataque, até a presente data, a única coisa aparentemente certa, é que a polícia conseguiu descobrir quem são os pivetes responsáveis pelos estragos. Além disso, só mesmo o velho discurso do secretario de segurança pública, dizendo que a POLÍCIA já cumpriu a sua parte, passando a BOLA (processo investigatório concluído) para a JUSTIÇA. Por conta dessa conversa toda e a falta de atitudes concretas, já tomamos um segundo ataque, até mais ousado e destruidor do que o primeiro e, agora, só nos resta esperar pelo anúncio do terceiro, quarto e assim por diante. Na falta de iniciativa e punições exemplares, a pivetada da classe média e alta se diverte na madrugada cometendo crimes dos mais diversos.

Pelo que já foi dito e publicado a respeito desse caso, a conclusão que se chega é que essa TROCA de PASSE de BOLA entre a POLÍCIA e a JUSTIÇA, é que é na verdade o grande desafio, querendo ser otimista para não dizer que é um problema crônico de solução imprevisível no tempo e no espaço. Fazendo uma leitura futebolística, eu diria que está faltando estilo e, na falta de estilo, não há precisão. Estou falando de estilo e de precisão de passe, do tipo GERSON ou ADEMIR DA GUIA, onde a enfiada de bola, por exemplo, da polícia (no meio-campo) para a justiça (no ataque), chegue com a medida certa, onde o atacante, no estilo ROMÁRIO, só tenha o trabalho, quando necessário, de pentear a gorduchinha (bola) e aplicar a sentença (GOL).

Porém, como não se fabrica mais por essas bandas gente com estilo e competência para dominar o meio-campo e fazer a diferença no ataque, e julgando pelo que se escuta e se lê todos os dias, conclui-se que o meio-campo (polícia) vai continuar dando uma canseira danada nos atacantes (justiça), com tanto passes errados. A cada passe errado do meio-campo, a justiça tem que correr atrás da BOLA para corrigir o passe e, se sobrar tempo, tentar ainda correr em direção ao GOL, rezando para que não apareça no caminho um adversário do estilo NELINHO, que num só chutão pode definir o jogo mandando a BOLA (processo) para o MATO (arquivo morto).

Isso tudo na verdade só aumenta as nossas suspeitas de que as ESCOLINHAS de forjar meio-campo (delegados) e atacantes (juizes) não estão ensinando DIREITO as técnicas e as malícias que devem reger uma boa TROCA de PASSE entre POLÍCIA e JUSTIÇA. Essa turma não pode deixar a ESCOLINHA sem antes aprenderem que a troca de um bom passe é tudo, e que só assim é possível fazer a BOLA (processo investigatório) morrer no fundo da rede dos ADVERSÁRIOS (bandidos), para a alegria de uma TORCIDA (o povo) desanimada e sem esperanças de que um dia essa dupla, polícia e justiça, acertem a troca de passes, eliminando as chances dos adversários levarem quase sempre vantagens.

20 de setembro de 2007

E daí!...

É o seguinte! Existe uma Prefeitura de um determinado município do Amazonas - rica e prospera pelos royalties da exploração de riquezas (petróleo) no seu território – que possui duas grandes e cristalinas diferenças em relação às demais prefeituras do Estado. A primeira é que a maioria das outras prefeituras, com a exceção da capital, são pobres. O que não é novidade. A segunda diferença, essa sim pode ser novidade para alguns, é que essa Prefeitura e o Prefeito, são campeões em horas de exposição em outdoors, em programas diurnos e noturnos de rádio e televisão (principalmente na madrugada), jornais, colunas sociais, etc e tal. Toda semana tem babado que vai de uma extrema a outra, ou seja, do céu ao inferno. O leitor é quem escolhe o que vai querer ler. Aqueles que são aliados obviamente optam por assistir os programas e entrevistas que falam de grandes festas e eventos promovidos para o entretenimento do povão da cidade ou de polpudos investimentos realizados em obras sociais de colocar qualquer prefeito de capital no bolso. Os adversários, como é de se esperar, preferem as notícias do tipo policial, como a último que fala que a Prefeitura teve suas contas glosadas, e o Prefeito, coitadinho, vai ter que reencarnar algumas vezes seguidas para conseguir juntar os milhões que o Tribunal de Contas o condenou a devolver aos cofres do município, numa única prestação de contas. Êta cabra danado!
Assistindo tudo isso, eu fico pensando comigo mesmo. Pelo tempo que essa Prefeitura e o seu ilustre Prefeito estão fazendo tudo isso que é notícia circulante noite e dia, dia e noite (entrando pela madrugada), porque será que ninguém consegue fazer alguma coisa para tirar esse cidadão do trono? Vai fazer traquinagem noutro terreiro maninho!

Mas, considerando que nada disso acontece, e nada tem acontecido mesmo, o que devo eu concluir e acreditar: que a Prefeitura e o Prefeito são exemplos a serem seguidos em termos de gestão, eficiência e de resultados, o resto é intriga e inveja deste cronista, da oposição, do tribunal de contas, do ministério público, da justiça e o escambau; ou acredito definitivamente que a Prefeitura tem o Prefeito que merece e o caboclo é que está certo quando, perguntado, responde enfezado –E daí doutor! O homem é traquino, mas faz...

16 de setembro de 2007

Eu quero meu quinhão!...

Neste último fim de semana, mais uma vez o leitor amazonense deu de cara com páginas inteiras de jornal local revivendo denúncias que há pouco tempo atrás ocuparam inclusive outdoors espalhados na cidade de Manaus. O autor da denúncia é o mesmo – Sr. José (Zeca) Nascimento.

Explicitamente o denunciante continua apelando ao governador do Estado do Amazonas e para as autoridades locais, pedindo providências para os fatos denunciados publicamente. Considerando quanto custa ocupar outdoors e páginas inteiras de jornais aos domingos, nenhum idiota gastaria essa grana para fazer denúncias bobas ou vazias. Pelo tamanho da encrenca que envolve os fatos denunciados, de bobo e de idiota o denunciante não tem nada. Está claro que estamos presenciando uma briga de cachorro grande, dispostos a levar essa luta até as últimas conseqüências ou até alguém chamar a corrocinha (ou seria melhor chamar o camburão?).

O denunciante insiste em alertar ao governador do Amazonas e às autoridades locais, que a área de terra em discussão pública nos jornais e outdoors pertence ao Estado. Ora, se pertence ao Estado, pertence ao povo do Amazonas. Pô! Se isso é verdade, tem malandro metendo a mão no que é meu. Aí a coisa pega! Se eu tenho participação – eu quero o meu quinhão! Como não tenho grana para pagar outdoors, tampouco para pagar página inteira de jornal, o jeito é botar a boca no trombone:

- Devolvam a minha parte – eu quero o meu quinhão.

Na verdade essa disputa de terras no Amazonas, e em particular no município de Manaus, é coisa antiga e muito nebulosa. Bote nebulosa nisso! Eu, particularmente, já ouvi coisas cabeludas a respeito dessa questão. Mas, na falta de provas concretas, nos resta ouvir e calar. Se levarmos em conta os comentários a respeito dessas disputas de terras na cidade de Manaus, lamentavelmente chegaremos à conclusão que algumas fortunas em termos de patrimônio (glebas de terra) foram forjadas em cima de ilegalidades e de práticas de crimes que, num país sério – dá cadeia.

O que nos deixa indignado é que essa discussão em torno desse assunto é antiga, mas até hoje não apareceu ninguém com disposição para explodir essa caixa preta. Na verdade não sabemos dizer até que ponto o Sr. Zeca Nascimento está interessado em ver essa caixa preta de fato explodida. Aliás, não sabemos sequer quais são os reais motivos dessa atitude extrema do denunciante. Será que ele está agindo exclusivamente em defesa da verdade e do bem comum? Será que o cara se lembrou que foi meu colega de Dom Bosco e resolveu defender o meu quinhão? Pô, legal brother - brigadão!...

Várias autoridades locais são citadas na denúncia do Sr. Zeca Nascimento e, ao mesmo tempo, são convocadas também a adotarem providências. Por enquanto, salvo melhor juízo, está todo mundo se fazendo de cego, surdo e mudo. Mas, considerando que a denúncia fala de uma suposta apropriação indevida de um patrimônio que, segundo o denunciante, pertence ao Estado, consequentemente pertence ao povo amazonense, essas autoridades estão sim no dever de esclarecer direitinho essa denúncia para a sociedade. É lamentável, mas não chega a ser surpresa, o silencio que impera nessa questão. No caso do MP Estadual, apesar do prestígio baixo perante a população, quem sabe não faz alguma coisa para esclarecer o cidadão, afinal, a esperança continua sendo a última que morre. O que não pode é continuar essa pouca-vergonha. Fica a impressão que querem nos fazer (cidadãos) de bobos e eu confesso que não tenho mais paciência de acompanhar essa pouca-vergonha por meio de jornais e outdoors.

Repito! Se for verdade o que diz o Sr. Zeca Nascimento, eu não abro mão de minha parte – eu quero o meu quinhão.

8 de setembro de 2007

É hora de reagir!...

Imagens de um trágico acidente de trânsito em Manaus, segundo comentários de alguns amigos, passou a semana inteira disputando a liderança de acesso na Internet. Eu vejo apenas como mais um acidente de trânsito resultante do abuso de velocidade. Pior! É mais um acidente de trânsito envolvendo jovens adolescentes que perderam a vida estupidamente numa disputa imbecil de carros. O próprio nome escolhido para essas disputas é idiota – pega!

Por conta disso, não sinto a menor curiosidade para acessar essas imagens de terror e não vou com isso ajudar a amenizar a dor e o sofrimento das famílias que perderam seus filhos.
O mais triste disso tudo, é a certeza de que esta foi só mais uma tragédia por conta dessa brincadeira idiota. Brincadeira de gente que simplesmente acha lindo e divertido brincar com o perigo e desafiar a morte. Hoje mesmo, enquanto escrevo essa crônica, amanhã ou na primeira madrugada do próximo fim de semana, vamos estar novamente lamentando outro acidente e assistindo outros jovens serem enterrados antes do tempo. Exatamente isso que estou dizendo – antes do tempo. Ninguém vai me convencer que essa estupidez é obra do destino ou a vontade de Deus. Não me venham com essa conversa fiada.

Agora, com a tal Internet, quando vejo anunciado que milhares de pessoas estão usando uma de suas ferramentas para assistir as imagens de mais essa tragédia no trânsito envolvendo jovens, eu fico imaginando:

- O que leva essas pessoas a acessarem a Internet para assistirem cenas tão terríveis de um acidente de trânsito? Qual será a lição que as pessoas tiram dessas imagens depois de assisti-las, principalmente quando são jovens e adolescentes, como aqueles que perderam a vida estupidamente? Diante de tamanha brutalidade, qual será a atitude desses jovens e adolescentes para tentar impedir novas desgraças dessa natureza? Qual a chance de nascer um movimento comandado por jovens e adolescentes para ajudar as autoridades a acabar com os “pegas” nas madrugadas e impedir que pais e famílias inteiras chorem por toda a vida a perca de um filho?

Sabemos das dificuldades que existem para as autoridades combaterem os “pegas”, porém é hora de pensar como apertar o cerco para valer, não só contra jovens e adolescentes irresponsáveis que representam perigo no volante de um carro, mas também contra a irresponsabilidade de pais que colocam um carro nas mãos de um filho que não tem idade para dirigir, não respeita a própria vida e pouco se importa com a vida das pessoas e dos colegas que lhe acompanham. É preciso combater essa situação com mão de ferro.

Hoje, em Manaus, grupos de jovens e adolescentes dirigem sem carteira impunemente, desafiam e ameaçam os educadores nas escolas, promovem quebra-quebra de vitrines, fazem arruaças e arrumam confusão nos bares e nas casas de show onde passam. Muitos, lamentavelmente, depois de praticarem essas imbecilidades, ainda contam com a proteção do papai e da mamãe, que acham normal o comportamento desajustado de seus filhos.

O pai que de livre e espontânea vontade coloca a chave de um carro nas mãos de um filho que é menor de idade e irresponsável, tem que responder por todos os atos praticados pelo mesmo. Na hora que os pais sentirem na própria pele o peso da lei pelos atos praticados pelos seus filhos menores dirigindo no trânsito ou promovendo arruaça por onde passam, com certeza essa realidade toma um outro rumo. Alguns pais fazem de conta que não sabem de nada, outros simplesmente não fazem a menor idéia do que os filhos menores fazem nas ruas dirigindo ou freqüentando os lugares na madrugada. Na hora que tiverem que pagar de fato pelos atos desses menores, com certeza vão prestar mais atenção no tipo de criação e liberdades oferecidas aos seus filhos. Repito: é hora de reagir, é hora de apertar o cerco para salvar vidas.

1 de setembro de 2007

Está na hora!...

O brasileiro que acompanha o noticiário nacional, seja no rádio, jornal ou televisão, todos os dias vive momentos de euforia e desesperança. Uma notícia boa normalmente é tombada por uma dúzia de notícias ruins. Recentemente fomos surpreendidos pela decisão que mantém aquele promotor assassino de São Paulo em condições privilegiadas, até que aconteça o seu julgamento. Além de continuar livre, leve e solto, com o salário integral pago pelo contribuinte, o promotor assassino ainda deve escapar do julgamento popular, devendo enfrentar como julgadores, aqueles que, salvo melhor juízo, estão lhe outorgando os privilégios que vêm revoltando a sociedade brasileira. Aliás, em São Paulo, essa coisa de oferecer privilégios para bacanas da justiça e/ou promotoria, e que deviam estar na cadeia, tem como grande exemplo o juiz Lalau, digo, Nicolau. E ainda tem quem tenha pena dessa figura dizendo: coitadinho – está velhinho! Os mais cínicos apelam até para a aplicação do código do idoso para justificar os privilégios ao velhinho Nicolau. Tudo bem! – velhinho, mas safadinho toda vida.

Não precisamos pensar muito para saber qual rumo tomaria esse caso do promotor, se o dito cujo, que usou uma arma e disparou vários tiros para eliminar sua vítima, tivesse tido a coragem de enfrentá-la de homem para homem, de igual para igual, e, no final do embate, terminasse na sarjeta surrado ou então correndo feito um louco para não apanhar mais. Nesse caso, o agressor do promotor com certeza já estaria preso até hoje, sob a acusação de agredir uma “autoridade” do ministério público. Os privilégios que o promotor consegue arrancar para se manter livre da cadeia, se constituiriam em dificuldades intransponíveis para o cidadão agressor conseguir responder livre pela surra dada no promotor. Mofaria na cadeia esperando pelo julgamento e com certeza não ganharia uma linha ou um minuto na mídia para pedir socorro.
Isso é Brasil! Por isso já não nos surpreendemos mais. Falta-nos (brasileiros) sair do marasmo e da condição de expectador sonolento, de sangue de barata, que só reclama e lamenta, que só reza e espera pelo milagre divino, e partirmos para a revolta popular. Está na hora de tirarmos a bunda da cadeira e acompanhar aqueles que estão se mobilizando (de forma organizada e ordeira) e indo às ruas e praças públicas para cobrar de todos os poderes, mais dignidade, mais respeito, mais vergonha, mais decência e mais compromisso com o futuro da sociedade brasileira.

A gente já sabia!...


Nada produz mais notícias em Manaus do que o sistema de transporte coletivo.
Desta feita, um vereador do PT, segundo noticiário local, resolveu enfrentar os colegas para provar para a sociedade amazonense que houve uma operação abafa para sepultar a instalação da CPI para investigar as empresas de transporte coletivo da cidade de Manaus.

Faz isso não maninho! A gente - o povo - já sabia que isso ia acontecer. Se o vereador vai a campo de futebol ou assisti pela televisão, já deve ter visto aqueles cartazes que o torcedor leva para o campo de futebol com os dizeres – EU JÁ SABIA!? Pois é! Faltou alguém levar esse cartaz para o plenário.

Mas fique tranqüilo nobre vereador - ninguém foi surpreendido. Se alguém foi surpreendido, creio que foi só você. Provavelmente pelo fato de não estar ainda perfeitamente familiarizado com a rotina da casa, onde uma CPI dorme instalada e amanhece tranquilamente abafada, morta e sepultada. Como dizem os políticos quando são convidados a explicar essas mazelas – é a dinâmica da política. Sendo assim, é bom o vereador se conformar, pois pensar que vai conseguir ressuscitar esse defunto, eu lhe asseguro – vai ser mais fácil o meu FAST chegar um dia na primeira divisão do brasileirão. Mas, se o vereador conseguir contrariar essa tal “dinâmica”, eu lhe prometo – na próxima eleição o meu voto é seu.

O vereador disse também na mídia, segundo noticiado, que conhece as motivações que levaram os vereadores a retirar o apoio ao pedido de CPI.

Ô maninho – fica frio! Não é só você que sabe disso. Todos os seus colegas de parlamento sabem. O povo (incluindo os seus eleitores), que não é bobo, também conhece direitinho o que é que leva um político a mudar de idéia na maior moleza. Com certeza, em determinados casos, como este do transporte coletivo, mudar de idéia está longe de ser algo para o povo, pelo povo e até a morte se for preciso. Sonhar não custa nada, não é pecado, mas diante do que temos assistido, eu prefiro acreditar em papai noel. Não doe e não faz raiva.

Continuando, vejamos o seguinte: se nossos políticos mudam de partido na maior cara de pau, qual seria a dificuldade de mudar de idéia para tirar a assinatura de uma folha de papel pedindo uma CPI. Pensando bem, não podemos descartar inclusive a possibilidade de ter gente que colocou e depois tirou a assinatura, sem ter lido uma única linha do documento. Tudo na valsa! Tudo balela, oba-oba e ponto final. Faz parte do jogo de cena que estamos carecas de assistir. E, depois disso, eles (os políticos) continuam botando fé na memória curta do povo.

Quanto à falecida CPI, salvo engano, ela pretendia investigar as empresas que operavam, ou melhor, operam o sistema e não recolhiam suas obrigações. Aliás, a fiscalização desses serviços públicos também é um dever do parlamento municipal. As regras estão definidas na legislação do Município, onde, aliás, também está claro que o parlamento não poderia funcionar numa obra sem HABITE-SE. Falando nisso, a casa do povo já tem o seu HABITE-SE ou continua dando o MAU EXEMPLO para os munícipes? Alô! Alguém aí para responder?

26 de agosto de 2007

Tiros de Baladeira XII

Parque dos Bilhares (1)
Sem dúvida essa obra é um dos pontos positivos da administração municipal. O projeto concluído ficou muito bonito e a população vem marcando presença naquele local. Espera-se que as pessoas que frequentam esse espaço ajudem a mantê-lo limpo e conservado. Quem presenciar atos de vandalismo e de destruição no parque, não deve deixar passar batido. O certo a fazer é no ato chamar e/ou alertar os policiais presentes no local.

Tolerância ZERO! (2)
O Parque dos Bilhares ganhou a simpatia da população. Pessoas de todas as idades circulam alegres por todos os espaços e ambientes criados dentro do parque. Isso é muito gratificante! Mas a continuação desse ambiente alegre, saudável e festivo, com a presença diária de pessoas de todas as idades, vai depender muito de uma política de tolerância ZERO contra galerosos, viciados, vândalos e toda espécie de gente ruim.

Boi Bumbá de Manaus (3)
Neste último sábado a noite, no Parque dos Bilhares, quem passou por lá teve a oportunidade de matar a saudade dos bons tempos dos nossos Bois Bumbás de Manaus. Sentei um pouco na platéia e, ao som de algumas das antigas toadas, voltei no tempo e relembrei momentos inesquecíveis de minha infância e juventude. No palco, reunidos para cantar e contar suas histórias, eu vi com satisfação e orgulho, os velhos e incansáveis batalhadores e guerreiros do nosso Boi Bumbá local. Confesso que a emoção e a saudade bateu forte. Recordei do Festival Folclórico que acontecia todos os anos no Campo do Estádio General Osório, hoje pertencente ao Colégio Militar. O festival era muito rico de atrações. Tudo era muito bonito de assistir. Porém, as noites mais esperadas eram das apresentações dos Bois Bumbás. E a única noite imperdível, era a noite do meu Boi Bumbá Corre-Campo.

25 de agosto de 2007

Vândalos!...


A sociedade amazonense viveu mais um momento de indignação, mas com certeza não está surpresa com o novo ataque dos vândalos (?) na cidade de Manaus. O mais certo é que a impunidade com relação ao caso ocorrido no ano passado, serviu como um convite para mais uma noite de terror e destruição, praticada por um bando de idiotas, que encontram proteção em casa para as imbecilidades que praticam nas ruas. Por conta desse novo ataque, o caso passado foi relembrado e o nome dos envolvidos divulgados em um jornal local. Para minha surpresa, entre os vândalos do ataque passado, existe uma mulher. Eu que imaginava que todos os imbecis eram apenas mauricinhos, me enganei redondamente. Daí eu ficar imaginando qual teria sido a participação da patricinha naquela noitada de ataque ao patrimônio alheio. Vejamos: teria sido ela quem escolhia os alvos do ataque? Será que cuidava do reabastecimento da munição de destruição? Na minha imaginação, eu acho que a pivete devia só comandar os gritinhos histéricos de comemoração da galera, a cada alvo destruído no caminho.

Tem quem acredite, e não são poucos, que o caso atual vai ter o mesmo destino do primeiro. Vai ser investigado, vão descobrir quem são os imbecis, mas o processo vai mofar em algum lugar, como vem mofando o primeiro. O secretário de segurança do estado disse na rádio que a polícia fez a sua parte, ou seja, de investigar e apontar quem foi que destruiu o patrimônio público. Fica entendido que o processo, depois de concluída a fase de investigação policial, está emperrado em algum lugar. E qual seria o motivo? Ninguém vem a público, ninguém coloca a cara de fora para esclarecer a sociedade em que pé está esse processo e porque está demorando tanto a ter uma conclusão.

Essa situação nos leva a pensar: será que o problema dessa lentidão são as falhas ocorridas no processo na etapa de investigação? Digo isso porque estou careca de ouvir que os processos ficam encalhados na justiça por serem mal conduzidos e/ou mal instruídos. Traduzindo, significa dizer que a demora é fruto de incompetência profissional, o que de certa forma não se justifica, pois nossos delegados, aqueles que conduzem o processo na fase inicial de investigação, são todos, salvo engano, formados em direito e são contratados mediante concurso público e não pelo antigo método do QI (quem indica).

Tem também a questão dos cartórios. Salvo engano, é por onde passam os processos para serem distribuídos. Recentemente tivemos um escândalo na justiça local por conta dessa distribuição de processos. Sei não – será!... Do jeito que as coisas andam, temos que começar a desconfiar até da própria sombra. Mas, como esse segundo atentado contra o patrimônio público e privado está ainda na fase de investigação policial, vamos dar um voto de confiança para a policia e aguardar os resultados (sentados de preferência).

Vamos torcer também para que a investigação desse novo caso não venha a ser transformada numa investigação ultra-secreta, caso um ou mais dos imbecis envolvidos no atentado venha a ser um mauricinho ou uma patricinha desajustada, que saem às ruas para descontar no patrimônio público e privado os seus recalques, em lugar de fazer isso na louça e nos bens da própria casa, ou seja, no patrimônio do próprio papai e mamãe, que certamente, na maioria dos casos, foi construído com muito sacrifício. Dito isso, reflitam e observem que de bobinhos esses imbecis não têm nada. Entre destruir o que possuem dentro de casa e correrem o risco de levarem uma baita surra, é bem melhor destruir o que é dos outros na rua, pois além da proteção e influência de papai e mamãe para não ter o nome da família na lama, ainda existe a garantia da morosidade dos processos e da impunidade.

23 de agosto de 2007

A novela continua!...


O sistema de transporte de Manaus continua dando ibope. A indignação não cresce só com o que presenciamos nas ruas, mas no que é publicado nos jornais, onde o cidadão, principalmente o usuário do sistema, é sempre tratado como bobo. Nessa novela de capítulos intermináveis, acreditem - não existe nenhum bobo. Mocinho, nessa história – nem pensar! É o tipo de novela em que o tranco e a coisa ruim está sempre reservada exclusivamente para o expectador.

Depois do último capítulo dramático dessa novela, quando uma turma resolveu tocar fogo no que não presta mais de uma empresa e quebrar o que presta de outra, os jornais trouxeram notícias e entrevistas que mexeram com a indignação e a paciência de qualquer cidadão. Lembremos o que foi escrito nos jornais:

“O sindicato dos rodoviários prometeu realizar uma manifestação com as catracas dos ônibus livres na próxima terça-feira...”

Vejam que até o sindicato agora brinca de fazer de bobo o usuário do sistema. Avisaram que circulariam com a catraca livre numa tal próxima terça-feira, só não disseram qual próxima terça-feira seria essa. Só mesmo um bobo acreditaria nessa chance de andar de graça nos ônibus, nem que fosse só por algumas horas, por conta de uma operação de greve de sindicato, supostamente preocupado com o bem comum. O risco, caso essa operação tivesse acontecido, era o usuário, ao descer do ônibus sem pagar, ser recepcionado pela polícia da mesmo forma como foram recepcionados os estudantes que foram até a Prefeitura debater o aumento da tarifa. No fundo só não acontece nada com os maus gestores do sistema e os maus prestadores do serviço.

Todos lembram que a tarifa foi elevada sem nenhuma discussão prévia. O povo, e em particular o parlamento municipal, coitado, não teve a menor chance de questionar. Quem questionou e se arriscou a ir para a porta da Prefeitura acabou apanhando. E da parte do sistema, ou melhor, da parte das empresas que estão operando na cidade, qual foi a contrapartida oferecida por conta do aumento da tarifa? Eu não sou usuário do sistema, mas pelo que escuto de quem usa, a resposta é - nenhuma! Continuam oferecendo um serviço ruim e o usuário que agüente o tranco. E não venham com a conversa fiada de que estão tendo prejuízos, pois nesse ramo, traduzindo palavras do governador no seu programa de rádio, não existe bobinho e com certeza nenhum deles pratica caridade com a sua frota em troca de prejuízo. Prova disso é o depoimento de um dos empresários do sistema, que disse ter condições de participar da futura licitação, pois tem condições financeiras para isso. Sinal de que enquanto as suas empresas prestam um mau serviço para a população, não pagam ninguém, não pagam os impostos, não recolhem FGTS, tampouco INSS (segundo o presidente da IMTU) ele (empresário), presidente do GRUPO, sabe muito bem o que fazer com os lucros, com o dinheiro das férias dos empregados e dos impostos não recolhidos.

Coisa feia sô! – como diz um velho amigo. Já imaginaram se todos os outros fossem crias dessa mesma escola? Viche Maria! – exclamaria Ribamar Freire.

Toda essa triste realidade poderia pelo menos ser minimizada, se a Prefeitura e a CMM de Manaus fizessem a sua parte em termos de acompanhamento e fiscalização, como manda a legislação pertinente. Acontece que a Prefeitura e a CMM na verdade não estavam cumprindo bem suas funções. O resultado é esse que aí está. Eu disse “não estavam” porque, não faz muito tempo, saiu uma matéria nos jornais onde o presidente da Câmara mostrava-se preocupado com essa falta de fiscalização de parte da CMM, e disse que ia tomar as devidas providências. Ficou só nisso e, salvo engano, de lá para cá nada mais foi dito nem publicado sobre as providências adotadas pelo presidente. Já está em tempo dele nos dizer como é que anda essa promessa.

Finalizando, quero dizer que, independente desse comentário, continuo acreditando que Marcelo Ramos, com a sua juventude e capacidade, pode contribuir para mudar esse cenário. Deus lhe proteja (de colete, preferencialmente) e lhe dê a luz e a inteligência necessária para - como diria um bom mineiro - arrumar esse trem.

11 de agosto de 2007

Vereador Marcelo - não nos decepcione!...

Quando a população começa a achar que alguma coisa pode mudar no caótico sistema de transporte de Manaus, surge uma novidade para jogar tudo novamente à estaca zero. Em pleno sábado, véspera dos dias dos pais, o único dia livre na semana que a maioria dos trabalhadores tem para sair às compras dos presentes, um bando de idiotas resolve parar o sistema, tocar fogo e destruir o que já está praticamente destruído, achando que com isso vão resolver o problema e atrair a atenção e o apoio da população.
Decidamente o sistema de transporte de Manaus tem um problema crônico. Seja para qual lado do sistema que a gente olhar, conclui-se que a incompetência reina triunfante. Mas no episódio deste sábado, algo mais, que não tem nada a ver com a rotineira incompetência do sistema, com certeza mobilizou e incentivou essa ação. O próprio titular do sistema, pelo lado da Prefeitura, Vereador Marcelo, deixou claro isso nas suas entrevistas. O governador do Estado, falando no seu programa, em poucas palavras nos disse tudo: o sistema de transporte, não só em Manaus, mas em todo o Brasil, é comandado por meia dúzia de empresas. Para mim significa que, nessas condições, o sistema em todo Brasil está entregue nas mãos de grupos que agem como os mafiosos, não admitem novos concorrentes, e quem atrapalha o caminho acaba recebendo um tratamento especial.
Qual tratamento especial? É simples! Basta lembrar de algum filme que o leitor já assistiu e concluir quais são os possíveis métodos utilizados. Mandar queimar e/ou quebrar os ônibus dos concorrentes, por exemplo, não pode ser descartado. O que acham?
Independente de mais esse triste fato, eu confesso que o Vereador Marcelo, pela coragem de assumir esse caos, arriscando o próprio mandato, deve continuar merecendo a confiança dos usuários do transporte coletivo de Manaus. O fato de já existir uma licitação em processo, sinaliza que podemos ter uma outra realidade a curto e médio prazo. Quanto ao episódio de hoje, é de fundamental importância que o vereador leve a fundo as investigações, para que a sociedade fique sabendo quem são os mafiosos que estão por trás dessa sacanagem. Não deve se intimidar e acompanhar as investigações até as últimas consequências. E que a Câmara Municipal não esqueça de exercer o seu papel nesse episódio, ficando de preferência do lado dos usuários e não em cima do muro, olhando apenas para o próprio umbigo. Caso contrário, vão condenar a população a viver esse inferno que é o sistema de tansporte de hoje, ainda por muito tempo. Em nome de todos que dependem do sistema de transporte de Manaus, eu diria: vereador Marcelo - não nos decepcione!...

10 de agosto de 2007

Pobre Futebol!...

Apesar de ser um apaixonado por futebol, confesso que no atual estágio que se encontra o futebol brasileiro, já não sinto, como em tempos passados, aquela ansiedade de chegar logo cedo em casa nas quartas-feiras, ou não sair nas tardes de domingo, para não deixar de assistir o futebol pela televisão.

Futebol amazonense - nem pensar! Dá tristeza ir ao estádio, como foi no caso do torneio início (que antes era uma grande festa) e assistir um técnico de futebol despreparado psicologicamente, invadir o campo e acabar num ato de extrema infelicidade, para não dizer idiotice, com a decisão em pênaltis da última partida e melar toda a beleza da festa, que tinha por objetivo principal atrair a atenção do torcedor para o campeonato do ano. Significa que o torcedor deixa o estádio estressado e volta para casa aborrecido, pois sabe que essas palhaçadas normalmente não dão em nada e, por conta disso, vão se repetindo com maior freqüência..

Nesta última quarta-feira, 08.08, cheguei cedo em casa, e não foi por ansiedade de assistir o jogo depois da novela, mas acabei me interessando, pois seria uma partida entre líderes. Aliás, o meu Corinthians está entre os líderes, mas com a tabela invertida. Bem pior é a situação dos flamenguistas. Coitados!

Jogaram nessa última quarta-feira, Botafogo e São Paulo, e não precisa ser nenhum entendido para dizer que o jogo foi ridículo em todos os sentidos. Nem a casa cheia foi capaz de ajudar os jogadores a darem um bom espetáculo. Assisti na verdade cenas grosseiras, inadmissíveis, como duas agressões estúpidas e covardes: a primeira deixou um jogador com a perna fraturada; e a segunda, se o agressor tivesse atingido o seu objetivo, teria estourado conscientemente a cara do seu adversário. Obviamente que nenhum deles assumiu que praticou a agressão intencionalmente. Pelo contrário! Depois que agridem, colocam a mão na cinturinha e ficam fazendo aquela cara de vítima para o juiz, como se fossem meninos bobinhos não compreendidos pelos pais. Para piorar, os agressores são duas malas sem alça, dois tremendos pernas-de-pau, que refletem o tipo e a qualidade de jogador que vem crescendo a cada dia no futebol.

Por conta disso tudo, confesso que não me arrependo de não freqüentar mais os estádios. Aliás, quando é pela televisão, se o leitor anda também desiludido, acredite: qualquer programa, de qualquer canal - serve!

3 de agosto de 2007

Falta-nos atitude!...

Sempre que acontece uma tragédia nesse país, temos a oportunidade de constatar o quanto falamos demais, porém pouco se faz de fato para mudar a realidade. Ficamos no grito da garganta e esquecemos de tomar atitudes. No caso do último acidente no aeroporto de São Paulo, foi muito interessante a atitude de uma determinada organização que, em solidariedade às vítimas e protesto às condições precárias de segurança do sistema como um todo, tomou a decisão de que nenhum dirigente, nenhum funcionário daquela empresa, sairá mais em viagem de serviço, embarcando ou desembarcando no aeroporto de Congonhas.

Provavelmente outras empresas tomem essa mesma iniciativa, assim como muitas outras pessoas, individualmente, já devem também ter tomado essa atitude, ou seja – ninguém voa mais por Congonhas. Se formos esperar pelas autoridades constituídas, é bom lembrarmos que a estratégia é sempre empurrar a tragédia com a barriga, até que o povo esqueça, ficando apenas para os familiares das vítimas a dor da perda eterna de entes queridos.

Os interesses individuais e econômicos em torno dessa coisa chamada aeroporto de Congonhas, são incalculáveis e inimagináveis. A ponto inclusive de colocarem o aeroporto para operar 50% acima de sua capacidade operacional, antes da última tragédia. De frente para as câmaras eles todos choram conosco. Quando se fecham as cortinas e as luzes se apagam, volta tudo ao normal. Se não houver uma real mobilização da sociedade, jamais se chegará à verdade e nunca teremos aquela estrutura dotada das condições de segurança indispensáveis. Aliás, seja o que façam em nome dessa obscura segurança do aeroporto de Congonhas, diante do que já existe em sua volta, vamos estar sempre com a seguinte pergunta em nossas mentes: qual será o próximo vôo? qual prédio vai estar no caminho?

Eu, pessoalmente, por amor à minha própria vida e em solidariedade às famílias enlutadas e aquelas que já não conseguem mais dormir morando nas redondezas, nunca mais desembarcarei ou embarcarei no aeroporto de Congonhas.

24 de junho de 2007

A CMM e o TRAQUE

Os jornais locais anunciaram que um vereador quase teve um enfarte depois que um colega lhe assustou com o estampido de um TRAQUE dentro do parlamento. Maravilha! Viva São João!
De cara lembrei do meu tempo de criança, quando minha irmã pedia dinheiro de nosso avô para comprar foguetes e ele muito sério dizia:
- Nada de bombinha, nem catolé - compre só estalinhos.
Para quem não lembra ou não teve infância, estalinhos nada mais é do que o tal TRAQUE, mas que a meninada do meu tempo preferia chamar de peido-de-velha. Uma outra diferença é que naquele tempo o traque servia para divertir as crianças e os adolescentes. Hoje, pelo noticiário, vem sendo aproveitado também para ocupar o tempo inútil de algumas autoridades que não sabem ou não encontram coisa mais apropriada para a própria idade e para o local de trabalho.
No meu entendimento, o que de fato chama a atenção nesse episódio é a resposta dada pelo vereador que levou o susto na brincadeira. Resumindo, segundo noticiário, disse o ilustre vereador que a CMM estava virando uma casa de moleques.
Gente! Cá entre nós... O cara podia estar nervoso com o susto e pode até ter exagerado no seu pensamento, mas com certeza não faltou com a verdade. Se ainda não é de fato, tem muita gente contribuindo consciente e inconscientemente para esse barco chegar lá – CMM (Casa de Moleques e Molecagem ou Casa de Malandros Moleques ou Moleques Malandros).
Traduzindo a declaração do vereador, significa o reconhecimento e a institucionalização do TRAQUE na Câmara Municipal de Manaus, que só agora assustou um deles (são mais de 30), mas que há muito tempo vem assustando, incomodando, irritando e envergonhando uma população inteira. Vejamos a seguir:
Tem o TRAQUE do sistema de transporte, onde a tarifa foi elevada e até hoje não houve nenhuma contrapartida em benefício dos usuários. É bom lembrar que a maioria silenciou diante do aumento, preferindo se juntar à tropa de choque do prefeito e aplaudir as suas promessas de licitação, novos ônibus, mais linhas, blá-blá-blá, blá-blá-blá e blá-blá-blá. E nada aconteceu! Silenciaram diante do espancamento de estudantes que foram para a porta da Prefeitura pedir explicações para o aumento da tarifa e, pasmem, muitos vereadores justificaram a atitude omissa com o discurso de que o protesto era um movimento político de estudantes moleques e baderneiros. Se os estudantes não venceram aquela batalha contra o aumento das tarifas, pelo menos aparece agora um vereador para deixá-los de bem e de alma lavada com a opinião pública, com a declaração e o reconhecimento explícito de que a molecagem e a baderna de que foram acusados os estudantes, tem vida e prática em outra morada (CMM).
Vamos ao TRAQUE da Lei Orgânica do Município, onde muita coisa séria não é cumprida, nem mesmo por parte dos vereadores que ocupam uma obra que até bem pouco tempo não tinha o HABITE-SE e que provavelmente continua sem. E daí! Quem vai lá fazer diferente? Se isso não é uma brincadeira, se isso não é mais um TRAQUE, do que vamos chamar?
E o TRAQUE da convocação dos secretários municipais para se explicarem das acusações do ex-secretário e escudeiro do Prefeito? Eu escrevi que isso era uma balela e que só havia duas alternativas: empurrar com a barriga até o povo esquecer ou arriscar convocar os secretários que não iam conseguir qualificar com seus depoimentos o ex-secretário de MENTIROSO. Antes do vexame a tropa de choque entrou em ação e: traque! traque! traque! – apertaram a descarga e mandaram a convocação para as profundezas do Rio Negro. Traduzindo: tudo bem gente! O cara (ex-secretário) ficou nervoso, falou o que não devia, apesar de ter falado a verdade, mas deixa isso para lá – o povo vai continuar reclamando, se envergonha, mas depois esquece!
E qual é o mais novo TRAQUE? Esqueceram o Orçamento Participativo que está sendo anunciado? O deste ano de 2007, que também foi anunciado como participativo, foi aprovado sem abrigar nenhuma emenda dos vereadores, que no ano passado empolgados foram para suas bases reunir com os eleitores e discutir as prioridades das comunidades, mas que no final terminaram todas atiradas no vaso. É ou não é um TRAQUE? O mais irritante agora é constatar certos vereadores bancarem o garoto propaganda do anunciado orçamento participativo depois de já terem ido à tribuna ou declarado publicamente que tal peça (orçamento participativo) é pura ficção (o mesmo que enganação).
Esses episódios aqui narrados não deixam dúvidas do quanto precisamos nos conscientizar de que, quando votamos, estamos diante de uma urna e não diante de um vaso. Se a coisa está ruim, nós temos a nossa parcela de contribuição. O que não significa dizer que todos os vereadores da CMM, por exemplo, sejam ruins. Pelo contrário! Tem gente boa, séria, competente, bem intencionada, mas que infelizmente sempre acabam assustados ou abatidos pela turma do TRAQUE.

19 de junho de 2007

ALDENOR - O guerreiro partiu!...

Neste último domingo de junho, 17.06.2007, fui acordado pelo barulho do meu celular. Do outro lado da linha, Saraiva, um velho e estimado amigo, me deu a triste notícia do falecimento do nosso colega de trabalho, Aldenor Rafael. Ao desligar o telefone, já abatido com a perda de um colega e irmão, deitei outra vez e logo me veio na mente uma breve história que eu relato a seguir.

Eu cheguei à SUFRAMA na metade da década de 80 e vim para ser coordenador da coordenação de atividades agropecuárias, antiga COAP. Quando aqui cheguei, por força da minha formação e das atividades que eu exercia na empresa que acabará de sair, confesso que cheguei conseguindo pelo menos distinguir bem um boi de um pé de couve, o que decididamente não era o suficiente para comandar uma equipe formada por técnicos e engenheiros competentes e experientes do setor agropecuário da SUFRAMA.

Sem nunca ter sofrido qualquer tipo de resistência por parte dessa equipe, em pouco tempo eu passei a dominar as informações e o conhecimento do setor com muita naturalidade. Passei a falar do Distrito Agropecuário como se lá já trabalhasse há muitos anos. Tudo facilitado por conta de um grupo de pessoas (técnicos e engenheiros) que passaram a me olhar não só como chefe, mas com uma pessoa que demonstrava interesse em aprender, dividir os ônus e os bônus das atividades, e principalmente conquistar a amizade e o respeito de cada um deles.

Nas atividades de campo, especificamente, fiscalizando e acompanhando os projetos do Distrito Agropecuário, eu contava naquela época com os técnicos: Carlos Alberto, Arnoldo, Saraiva, Paulo Roberto, Aldenor e Flávio Augusto. Junto com eles eu palmilhei cada metro de estrada vicinal do Distrito Agropecuário, nos tempos em que sair para um trabalho de fiscalização, era muito mais do que cumprir com uma obrigação. Era uma missão arriscada, por conta das condições precárias das estradas, principalmente da BR-174, que dava acesso ao Distrito, porém ainda não era asfaltada. Se não era a poeira a secar nossas gargantas e embaçar a nossa visibilidade durante os deslocamentos, era a chuva, os buracos e a lama a nos exigir atenção redobrada, pois o perigo era permanente.

O dia-a-dia de trabalho no campo, que na medida do possível eu procurava sempre estar presente, era a única alternativa que eu tinha para me tornar tão bom quanto eles. Isso me levou a uma aproximação maior com toda a equipe. Nas horas de descanso, além das brincadeiras que nos ajudavam passar o tempo nos dias em que ficávamos trabalhando direto no campo, também tínhamos aqueles momentos dedicados a trocar idéias, contar das nossas experiências de vida e ouvir conselhos uns dos outros.

Dessa equipe de campo, da qual falo com muito orgulho e só guardo boas lembranças, quem nos deixou primeiro - a convite de Deus - foi o nosso colega Flávio Augusto, que conhecia a SUFRAMA desde o dia da publicação do decreto que a criou. Era só perguntar e ele contava a história por inteiro. Partiu do nosso convívio deixando muita saudade, boas lembranças e bons exemplos de vida. Apesar de ser o mais velho da equipe, tinha energia de sobra, era um brilhante contador de histórias, bom cozinheiro para uns e razoável para outros. Tinha o dom de infernizar (no bom sentido) a vida do grupo a hora que desejasse. Dizia ter orgasmo quando conseguia infernizar a vida dos engenheiros Eduardo Coutinho (já falecido) e Adão Ladeira, quando estes iam juntos a campo.

Flávio Augusto tinha como companheira inseparável, uma máquina datilográfica manual (pé duro) que carregava com ele para o campo. Quando ia para a Ilha da Marchantaria, onde as condições de trabalho eram mais difíceis naquela época, arrumava uma mesa qualquer, colocava debaixo de uma árvore, pendurava à altura das mãos um cacho de banana madura e, a cada cadastro realizado/datilografado, uma banana era caprichosamente traçada e degustada. Voltava de lá empachado, mas com os seus trabalhos e relatórios praticamente prontos com a ajuda da inseparável máquina.

Agora - atendendo o chamado de Deus - foi a vez de Aldenor Simões Rafael nos deixar. O bom e incansável guerreiro partiu. Lembro que em dado momento da sua vida, creio que no início da década de 90, foi alertado pelos médicos para um problema cardíaco que passou a lhe exigir cuidados especiais. Depois de muita luta, conseguiu apoio para viajar e buscar melhor assistência médica para o seu tratamento. Desse momento em diante, sempre teve consciência da gravidade do seu problema e dos cuidados que tinha que ter com a sua alimentação e medicação. Seguia todas as orientações e prescrições médicas e, por várias vezes, sempre bem humorado, me confidenciou que cuidava bem da saúde porque tinha muita vontade de viver e muitos planos ainda por realizar.

Na primeira vez que falamos desse assunto, Aldenor já estava acometido do problema cardíaco e era apenas um tecnólogo. Dizia que tinha o sonho de fazer uma faculdade e que ia batalhar para isso. Passado algum tempo, entrou na minha sala e timidamente disse-me:

– Chefe, vou começar o curso de engenharia florestal.

Era simplesmente indisfarçável a sua alegria e parecia estar ali para me dizer algo mais que a sua timidez não lhe permitia:

- Viu só cara! Eu falei que ia conseguir e consegui.

Daí para frente Aldenor sempre voltava na minha sala para trocar idéias, principalmente sobre o tema da sua monografia para a conclusão do curso. Eu tinha o prazer de recebê-lo em minha sala, não só por ser meu amigo, mas para observar a sua luta e determinação para concluir o trabalho e o curso de engenharia florestal. No dia da sua defesa, eu, com muito orgulho e satisfação, estava lá presente como um dos membros da banca examinadora.

Aldenor começou a sua apresentação sem disfarçar o seu nervosismo e timidez. Mas, aos poucos, foi relaxando e nos proporcionando uma verdadeira aula sobre o tema escolhido e que falava da terra, do chão, da mata, da vida, dos problemas e das alternativas para a melhoria de vida de famílias que vivem numa determinada área do Distrito Agropecuário da SUFRAMA. Exatamente o Distrito Agropecuário, que nós aprendemos a conhecer na palma na mão e onde começamos uma amizade que com o tempo nos tornou irmãos. E quando falo de irmãos, eu falo de todos que formavam aquela minha equipe de campo, pois é desta forma que eu os reconheço para sempre.

É importante dizer que além do curso de Engenharia Florestal, Aldenor também concluiu o curso de pós-graduação em Desenvolvimento Sustentável e ainda queria mais. Tinha sonhos e planos para 100 anos. Sabia das suas limitações em termos de saúde, mas a vontade de viver e de realizar fazia dele um guerreiro incansável. Um guerreiro que nunca foi abatido e que agora apenas descansa, atendendo a vontade de Deus. O meu amigo partiu. O bom guerreiro se foi. Descanse em paz!...
Emmanuel de Aguiar

1 de junho de 2007

Decência & Transparência

Nesta quinta-feira passada, logo cedo, dei de cara com uma matéria que levantou um pouco o meu astral, pois tratava de um assunto que eu abordei recentemente neste humilde blog e dei conhecimento a alguns vereadores de nossa cidade. Na falta de um retorno ou de uma breve manifestação, eu já estava disposto a voltar a escrever um novo comentário, sobre o mesmo tema, pedindo aos nossos ilustres vereadores que explicassem para a população qual tem sido a real utilidade da Lei Orgânica do Município.
Uma parte dos artigos que estão inseridos nessa Lei, até prova em contrário, é só balangandã, ou seja, não vem servindo para coisa alguma. Era o caso, por exemplo, do artigo que reza que as empresas permissionárias devem, obrigatoriamente, apresentar suas contas também à Câmara Municipal.
Lendo atentamente o que declarou o presidente da CMM, Leonel Feitosa, e que está registrado nos jornais, o que eu tinha quase certeza, agora se consolidou em certeza absoluta. Segundo palavras do próprio presidente, há anos as empresas não cumprem o que determina a Lei. Na verdade todos eles (vereadores) conhecem perfeitamente essa realidade. E vou mais além. Se as empresas não prestavam contas para a CMM, onde lá estão confortavelmente assentadas (a sede é nova, apesar de não ter Habite-se) aquelas pessoas que são eleitas pelo povo para, entre outras coisas, fiscalizar e zelar pelo fiel cumprimento da Lei Orgânica, será que existe quem acredite que essas empresas não prestavam contas à CMM, mas vinham cumprindo essa exigência religiosamente junto à Prefeitura? Tô apostando gente!...
Diante desses fatos, podemos concluir que essas empresas, com a benevolência da Prefeitura e a omissão dos nossos ilustres representantes, há anos prestam serviço à Prefeitura e à sociedade local, de forma irregular e sem que nada lhes aconteça. Ora, como se explica o fato dessas empresas, diante de tantas e graves inadimplências que se acumulam ano a ano, conseguirem manter e prorrogar seus contratos de prestação de serviços com o poder público municipal? Quem se dispõe a esclarecer esse mistério?
A triste constatação é de que a impunidade reina soberana e tem muitos padrinhos.
Num dos jornais a matéria começa dizendo que o presidente Leonel, que foi meu aluno, e bom aluno, diga-se de passagem, quer dar uma solução para essa questão, pois se diz preocupado com a transparência em relação às empresas concessionárias de serviços públicos.
Diante dessa declaração, agora quem ficou preocupado mesmo fui eu, pois na política local os verbos querer e poder, quando inseridos nos discursos das nossas autoridades, seja do executivo ou do legislativo, há muito tempo não interagem nem se completam de forma positiva, de modo a nos proporcionar um momento de alegria ou de orgulho, principalmente com relação à tão desejada transparência.
Se levarmos em consideração os anos que as empresas não prestam contas, comparado com o tempo que os vereadores atuais têm ainda de mandato a cumprir, o máximo que o presidente Leonel pode conseguir na busca da tal transparência (eu vou ficar torcendo), é deixar quem sabe uma semente germinada e rezar para que a próxima bancada (Deus permita renovada para melhor) continue regando e perseguindo aquilo que as manchetes e os escândalos do dia a dia nos fazem imaginar quase impossível – mais decência e transparência na vida pública nacional.

29 de maio de 2007

Placa de Obra Pública.

Não faz muito tempo, encaminhei para alguns políticos locais, deputados federais e até senadores, um comentário sobre uma coisa que ninguém sabe explicar convincentemente qual é a sua real utilidade. Estou falando de algo que me irrita quando eu vejo nas ruas e principalmente nas estradas. É a tal PLACA DE OBRA PÚBLICA, que na verdade só serve como marketing de governo. Quando colocadas, intencionalmente, salvo melhor juízo, não trazem ou não oferecem qualquer tipo de ajuda e/ou facilidade para que o cidadão comum, exercitando o seu direito de cidadania, possa de alguma forma participar e/ou contribuir com a fiscalização das obras.
Além dos valores de investimentos anunciados e o marketing em cima da imagem do governo que está patrocinando a obra, lamentavelmente nada mais sobra de útil. Se formos levantar quantas dessas placas inúteis existem hoje espalhadas no Brasil, de obras abandonadas e/ou em execução, e se formos somar quanto foi gasto na confecção dessa tralha, teremos então a idéia do que é jogar dinheiro no ralo. Engana-se quem acha que só a corrupção é quem engole o dinheiro público. Perdemos também muito dinheiro público para coisas inúteis, como é o caso das placas de obras públicas.
A placa de obra pública só terá utilidade pública, no dia em que aparecer alguém que se disponha a exigir que todas, indistintamente, tragam informações de fato úteis e que possibilitem a participação do cidadão na sua fiscalização. É simples: pode ser um número de telefone ou um endereço eletrônico. Qual a dificuldade de se inserir essas alternativas para que o cidadão, ao constatar qualquer irregularidade, denuncie?
Hoje, se alguém passar por uma obra sendo construída com recursos públicos, seja na cidade ou na estrada, e identificar algum tipo de irregularidade, se depender da placa que lá está fincada, com certeza encontrará de tudo, menos orientação sobre o que fazer ou a quem se dirigir em caso de denúncia. Insisto: até prova em contrário, é nítida a enorme falta de boa vontade em criarem facilidades para que o cidadão possa ajudar na fiscalização das obras públicas. A Gautama, líder em número obras públicas - agradece.

28 de maio de 2007

Espantou - e só!...

Recentemente uma deputada interrompeu uma reunião da Câmara de Deputados e aos prantos contou ao presidente da mesa que foi ofendida pelo seu colega da casa, o deputado Clodovil. Com todo respeito, confesso que fiquei muito mais espantado do que comovido com os prantos da ilustre deputada. O que não significa que eu aprove o que fez o seu agressor, que todos ali naquela casa, e no Brasil inteiro, já conhecem o perfil. Ele não costuma durar muito por onde passa e aqueles que estão aterrorizados com o poder de fogo da sua língua dentro da Câmara Federal, com certeza não querem arriscar a idéia de provar do veneno e já pensam em aproveitar a situação para mandar o deputado de volta para casa. Difícil vai ser explicar para a sociedade uma possível cassação de Clodovil, depois de perdoarem a maior parte da turma do mensalão. A ofensa do deputado à colega na verdade não teve a repercussão proporcional à sua gravidade, provavelmente por ter sido praticada contra um membro do Congresso Nacional, cuja imagem e credibilidade perante a sociedade é ruim demais há algum tempo e só tem piorado.
É o que eu disse: espantou – e só!
Tivesse sido praticada contra qualquer outra pessoa de outro ambiente, a reação popular com certeza teria sido bem mais contundente. Cabe com certeza uma rigorosa advertência ao deputado, que não é nenhum bobinho, nem santinho, e que depois de mais esse barraco, quem sabe não vai pensar duas vezes antes de arrumar outro babado.
Até este momento, como deputado, e até prova em contrário, o Clodovil já mostrou ser um exótico decorador de gabinete e um exemplo claro do que significa ser um peixe fora d’água. Por enquanto, salvo melhor juízo, em termos de Congresso Nacional, o deputado Clodovil está igual aquele sujeito escolhido para ser um secretário de agricultura, mas que não conseguia distinguir um boi de um pé de couve. Porém, considerando o estágio atual em que chegou a imagem do Congresso, faz menos mal ao povo se estressar com os ataques e barracos do deputado Clô, do que com os ataques ferozes aos cofres públicos praticados por um punhado de deputados e outros homens públicos que estão afogando o nosso Brasil na corrupção.
Por último, eu gostaria de entender porque os deputados no Congresso só conseguem atingir o ápice da sua sensibilidade e emoção, soluçar e derramar lágrimas frente às câmeras, quando é para se autodefender do indefensável ou para se lamentar de supostas ofensas pessoais praticadas por outros colegas de parlamento. E quando uma nação inteira é ofendida e estrupada por alguns deles, como foi no caso do mensalão e agora na operação navalha, porque será que não aparece ninguém correndo aos prantos até a mesa da presidência ou até a tribuna, para interromper os trabalhos e pedir aos seus parceiros, em nome do povo brasileiro, mais respeito, mais dignidade e mais vergonha na cara?

22 de maio de 2007

Dentro das Normas - Me engana, vai!...


De acordo com o noticiário local, o superintendente da Imtrans assegura que todos os radares instalados em Manaus estão sinalizados e visíveis aos motoristas. O superintendente obviamente tem todo o direito de falar o que bem entendi, só não pode é brincar com a inteligência da gente. Dizer que os radares estão todos sinalizados não quer dizer nada. Pode até ser que todos estejam de fato sinalizados. O problema é a qualidade dessa sinalização. Desculpem a sinceridade, mas a sinalização em boa parte é imoral, é de péssima qualidade e, no horário noturno, tornam-se ainda piores. Tem quem ache que a sinalização está perfeita e de acordo com todas as exigências da tal resolução do Contran, como é o caso do depoimento do superintendente do Imtrans. Eu até entendo sua postura, pois se ele não elogiar a própria cria – quem vai fazer isso por ele?

O mais triste nessa situação, é que o Superintendente vai para a mídia falar o que lhe convêm e fica por isso mesmo. Já li inúmeras críticas à qualidade dessa sinalização e não muda nada, absolutamente nada. Nem mesmo os nossos ilustres vereadores, supostos fiscais do povo, e que também são alvos desses radares e da péssima sinalização que aí está, conseguem chamar a atenção da Prefeitura para a porcaria que é essa sinalização espalhada na cidade. Pelo jeito é mais fácil aos vereadores legislarem em causa própria criando o AVANÇA LIVRE RADAR, do que conseguirem que a Prefeitura faça uma sinalização de fato decente para os usuários.

Pensando bem, em termos de trânsito em Manaus, quem dera o problema fosse apenas a sinalização dos radares. Não é mesmo? Na realidade o projeto dos radares é o único que avança e tem uma explicação. Funcionando é uma máquina de fazer dinheiro para a Prefeitura. E só!

O que está em discussão na verdade é a qualidade dos serviços de sinalização dos radares, que nada mais é do que o reflexo do descaso em que se encontra o sistema de trânsito/transporte na cidade. Aqui ninguém cumpre nada e ninguém respeita ninguém. Vejamos o caso dos transportes urbanos. As empresas até hoje mantêm os ônibus circulando com placas de outros estados; usam veículos velhos, cacarecos, caindo aos pedaços e fica por isso mesmo; até hoje não instalaram as câmaras de segurança no interior dos coletivos, supostamente exigida por uma lei furreca que ninguém dá bola; ganharam de presente o aumento da tarifa de ônibus e a qualidade dos serviços aos usuários e os salários dos motoristas e cobradores continuam uma m.... De parte da Prefeitura a coisa não é lá muito diferente: aumentou a tarifa de ônibus fazendo mil promessas; mandou dar porrada nos estudantes que reclamaram do aumento; prometeu licitação e ônibus novos e não aconteceu nada por enquanto; porém não esqueceu de instalar os radares para dar uma melhorada na arrecadação. Para uma Prefeitura que, segundo dizem, anda de saco vazio, acabam nem podendo negar que os radares estão dando aquela mãozinha na arrecadação. Digam que não, vai! Enganem-me que eu já estou ficando acostumado!

21 de maio de 2007

Nem as amizades sobrevivem!...

No estágio em que a política nacional e os políticos chegaram, é mais do que evidente de que convívio entre eles virou uma onda permanente de conflitos de toda ordem, onde sobreviver vale qualquer sacrifício, inclusive passar por cima e enterrar as velhas amizades que pareciam eternas.
Aqui no nosso pedaço de chão, quem acompanhava os noticiários e as entrevistas de jornais, rádio e televisão, com certeza não se surpreendeu com os resultados da relação que se desgastou paulatinamente entre o Prefeito, seu filho e assessores de um lado, e o ex-secretário de obras do outro.
O que mais chama a atenção agora nesse triste episódio, é o Prefeito, tendo a maioria absoluta dentro da Câmara Municipal, assistir o ex-secretário de obras ser convidado para prestar depoimento naquela casa. Quem tem uma bancada dessa como aliada, com certeza não precisa de inimigos. E não venham com a conversa fiada de que apoiaram a convocação do ex-secretário em nome do dever, da verdade e da transparência prometida em campanha. Todos sabem que são raros aqueles que de fato tentam, se esforçam, mas nem assim conseguem colocar em prática essa conduta de dever, verdade e transparência na política brasileira.
Só quem não conhece o perfil do ex-secretário, imaginava que a sua presença na CMM para prestar depoimento, seria apenas mais um entre tantos outros depoimentos que acontecem naquela casa, hilários, insignificantes ou bombásticos, e que quase sempre não resultam em nada que possamos aplaudir nesses últimos tempos.
O secretário de obras, que ainda no cargo mostrava certa independência quando era para falar o que achava que tinha que falar, e isso pelo jeito vinha incomodando, aproveitou o momento que a CMM lhe concedeu para abrir a conjugação de todos os verbos. Como diz o ditado - deitou e rolou!
Independente da sua responsabilidade em tudo aquilo que denunciou, com clareza e documentos inclusive, o secretário acabou revelando existir um desencontro entre certos membros do primeiro escalão, que para algumas pessoas não é novidade, mas que para muitos surpreendeu.
E agora? O que será que os aliados do Prefeito dentro da CMM (a maioria) pretendem fazer? Será que terão coragem de ir fundo e investigar tudo o que disse o ex-secretário? Diante da realidade presente, onde as conveniências políticas falam mais alto do que o interesse público - tenho as minhas dúvidas!
São duas as alternativas hoje: tratar de enterrar o assunto e esperar que o povo esqueça o mais rápido possível, pois as eleições estão próximas; ou então chamar os secretários citados no depoimento para iniciar um processo perverso de desqualificação de todas as afirmações e documentos apresentados pelo ex-secretário, ou seja, transformá-lo, a qualquer custo e sacrifício, num traidor, infiel e MENTIROSO. E mais! Sem direito a uma nova chance de voltar à CMM para replica e/ou defesa de sua honra. E bom não descartarmos essa hipótese.
Que isto nos sirva de exemplo, no sentido de jamais envolvermos ou levarmos as nossas amizades pessoais para o convívio político, seja em qual esfera for, principalmente aquelas amizades mais próximas e mais queridas. Possa ser que um dia voltemos a ver o ex-secretário, prefeito, filho e assessores, abraçados e sorridentes em cima de um palanque político pedindo voto. É bom lembrar que por aqui, politicamente, até boi voa. Porém, fiquem certo de que se isso acontecer, essa nova união não será fruto do perdão sincero entre as partes envolvidas, tampouco a continuação de uma amizade plena que nasceu numa infância distante e feliz. Com certeza será apenas uma acomodação de possíveis interesses comuns, que fazem parte de um jogo bem maior onde a amizade é o que menos conta - é apenas um simples detalhe.