25 de agosto de 2007

Vândalos!...


A sociedade amazonense viveu mais um momento de indignação, mas com certeza não está surpresa com o novo ataque dos vândalos (?) na cidade de Manaus. O mais certo é que a impunidade com relação ao caso ocorrido no ano passado, serviu como um convite para mais uma noite de terror e destruição, praticada por um bando de idiotas, que encontram proteção em casa para as imbecilidades que praticam nas ruas. Por conta desse novo ataque, o caso passado foi relembrado e o nome dos envolvidos divulgados em um jornal local. Para minha surpresa, entre os vândalos do ataque passado, existe uma mulher. Eu que imaginava que todos os imbecis eram apenas mauricinhos, me enganei redondamente. Daí eu ficar imaginando qual teria sido a participação da patricinha naquela noitada de ataque ao patrimônio alheio. Vejamos: teria sido ela quem escolhia os alvos do ataque? Será que cuidava do reabastecimento da munição de destruição? Na minha imaginação, eu acho que a pivete devia só comandar os gritinhos histéricos de comemoração da galera, a cada alvo destruído no caminho.

Tem quem acredite, e não são poucos, que o caso atual vai ter o mesmo destino do primeiro. Vai ser investigado, vão descobrir quem são os imbecis, mas o processo vai mofar em algum lugar, como vem mofando o primeiro. O secretário de segurança do estado disse na rádio que a polícia fez a sua parte, ou seja, de investigar e apontar quem foi que destruiu o patrimônio público. Fica entendido que o processo, depois de concluída a fase de investigação policial, está emperrado em algum lugar. E qual seria o motivo? Ninguém vem a público, ninguém coloca a cara de fora para esclarecer a sociedade em que pé está esse processo e porque está demorando tanto a ter uma conclusão.

Essa situação nos leva a pensar: será que o problema dessa lentidão são as falhas ocorridas no processo na etapa de investigação? Digo isso porque estou careca de ouvir que os processos ficam encalhados na justiça por serem mal conduzidos e/ou mal instruídos. Traduzindo, significa dizer que a demora é fruto de incompetência profissional, o que de certa forma não se justifica, pois nossos delegados, aqueles que conduzem o processo na fase inicial de investigação, são todos, salvo engano, formados em direito e são contratados mediante concurso público e não pelo antigo método do QI (quem indica).

Tem também a questão dos cartórios. Salvo engano, é por onde passam os processos para serem distribuídos. Recentemente tivemos um escândalo na justiça local por conta dessa distribuição de processos. Sei não – será!... Do jeito que as coisas andam, temos que começar a desconfiar até da própria sombra. Mas, como esse segundo atentado contra o patrimônio público e privado está ainda na fase de investigação policial, vamos dar um voto de confiança para a policia e aguardar os resultados (sentados de preferência).

Vamos torcer também para que a investigação desse novo caso não venha a ser transformada numa investigação ultra-secreta, caso um ou mais dos imbecis envolvidos no atentado venha a ser um mauricinho ou uma patricinha desajustada, que saem às ruas para descontar no patrimônio público e privado os seus recalques, em lugar de fazer isso na louça e nos bens da própria casa, ou seja, no patrimônio do próprio papai e mamãe, que certamente, na maioria dos casos, foi construído com muito sacrifício. Dito isso, reflitam e observem que de bobinhos esses imbecis não têm nada. Entre destruir o que possuem dentro de casa e correrem o risco de levarem uma baita surra, é bem melhor destruir o que é dos outros na rua, pois além da proteção e influência de papai e mamãe para não ter o nome da família na lama, ainda existe a garantia da morosidade dos processos e da impunidade.

23 de agosto de 2007

A novela continua!...


O sistema de transporte de Manaus continua dando ibope. A indignação não cresce só com o que presenciamos nas ruas, mas no que é publicado nos jornais, onde o cidadão, principalmente o usuário do sistema, é sempre tratado como bobo. Nessa novela de capítulos intermináveis, acreditem - não existe nenhum bobo. Mocinho, nessa história – nem pensar! É o tipo de novela em que o tranco e a coisa ruim está sempre reservada exclusivamente para o expectador.

Depois do último capítulo dramático dessa novela, quando uma turma resolveu tocar fogo no que não presta mais de uma empresa e quebrar o que presta de outra, os jornais trouxeram notícias e entrevistas que mexeram com a indignação e a paciência de qualquer cidadão. Lembremos o que foi escrito nos jornais:

“O sindicato dos rodoviários prometeu realizar uma manifestação com as catracas dos ônibus livres na próxima terça-feira...”

Vejam que até o sindicato agora brinca de fazer de bobo o usuário do sistema. Avisaram que circulariam com a catraca livre numa tal próxima terça-feira, só não disseram qual próxima terça-feira seria essa. Só mesmo um bobo acreditaria nessa chance de andar de graça nos ônibus, nem que fosse só por algumas horas, por conta de uma operação de greve de sindicato, supostamente preocupado com o bem comum. O risco, caso essa operação tivesse acontecido, era o usuário, ao descer do ônibus sem pagar, ser recepcionado pela polícia da mesmo forma como foram recepcionados os estudantes que foram até a Prefeitura debater o aumento da tarifa. No fundo só não acontece nada com os maus gestores do sistema e os maus prestadores do serviço.

Todos lembram que a tarifa foi elevada sem nenhuma discussão prévia. O povo, e em particular o parlamento municipal, coitado, não teve a menor chance de questionar. Quem questionou e se arriscou a ir para a porta da Prefeitura acabou apanhando. E da parte do sistema, ou melhor, da parte das empresas que estão operando na cidade, qual foi a contrapartida oferecida por conta do aumento da tarifa? Eu não sou usuário do sistema, mas pelo que escuto de quem usa, a resposta é - nenhuma! Continuam oferecendo um serviço ruim e o usuário que agüente o tranco. E não venham com a conversa fiada de que estão tendo prejuízos, pois nesse ramo, traduzindo palavras do governador no seu programa de rádio, não existe bobinho e com certeza nenhum deles pratica caridade com a sua frota em troca de prejuízo. Prova disso é o depoimento de um dos empresários do sistema, que disse ter condições de participar da futura licitação, pois tem condições financeiras para isso. Sinal de que enquanto as suas empresas prestam um mau serviço para a população, não pagam ninguém, não pagam os impostos, não recolhem FGTS, tampouco INSS (segundo o presidente da IMTU) ele (empresário), presidente do GRUPO, sabe muito bem o que fazer com os lucros, com o dinheiro das férias dos empregados e dos impostos não recolhidos.

Coisa feia sô! – como diz um velho amigo. Já imaginaram se todos os outros fossem crias dessa mesma escola? Viche Maria! – exclamaria Ribamar Freire.

Toda essa triste realidade poderia pelo menos ser minimizada, se a Prefeitura e a CMM de Manaus fizessem a sua parte em termos de acompanhamento e fiscalização, como manda a legislação pertinente. Acontece que a Prefeitura e a CMM na verdade não estavam cumprindo bem suas funções. O resultado é esse que aí está. Eu disse “não estavam” porque, não faz muito tempo, saiu uma matéria nos jornais onde o presidente da Câmara mostrava-se preocupado com essa falta de fiscalização de parte da CMM, e disse que ia tomar as devidas providências. Ficou só nisso e, salvo engano, de lá para cá nada mais foi dito nem publicado sobre as providências adotadas pelo presidente. Já está em tempo dele nos dizer como é que anda essa promessa.

Finalizando, quero dizer que, independente desse comentário, continuo acreditando que Marcelo Ramos, com a sua juventude e capacidade, pode contribuir para mudar esse cenário. Deus lhe proteja (de colete, preferencialmente) e lhe dê a luz e a inteligência necessária para - como diria um bom mineiro - arrumar esse trem.