SISTEMA DE TRANSPORTE - o açoite continua...

Fonte: manausdeantigamente.blogspot.com

Nem precisa conferir para afirmar que o Sistema de Transporte Urbano de Manaus é matéria permanente em todas as mídias da cidade. Pena que sejam matérias, na maioria dos casos, só para falar de coisa ruim, onde, obviamente, a vítima é sempre o usuário do sistema.

Hoje eu não dependo do transporte urbano, mas, andei muito indo e vindo da Escola que estudava, quase em frente ao Estádio da Colina. Há 50 anos atrás, eu saía de casa na Getúlio Vargas, esquina com a Ramos Ferreira, para  pegar o ônibus numa parada em frente ao Clube Rio Negro. Era mais fácil eu me atrasar do que o coletivo atrasar. Quando eu perdia o ônibus, havia a KOMBI que fazia o transporte alternativo rápido, muito usado nas décadas de 60 e 70.

A pergunta agora é sempre a mesma: - até quando o usuário do sistema de transporte de Manaus vai continuar sofrendo com a má qualidade de praticamente tudo: as péssimas condições dos veículos, grande parte deles caindo aos pedaços e se desmantelamento no meio do trânsito; a espera excessiva, digo, abusiva, nos pontos de ônibus, sem nenhum conforto ao usuário que enfrenta o sol, a chuva e as ameaças permanentes de assaltos fora e dentro dos coletivos; o despreparo de parte dos motoristas dos coletivos que dirigem com se estivessem levando uma manada e não pessoas que estão pagando pelo serviço.  

Essa mazela funciona como um chicote nas mãos de prefeitos, governadores e politicos, açoitando dia após dia as costas daqueles que dependem desse perverso sistema de transporte urbano de Manaus. Evidentemente que não é justo generalizar, mas, sinceramente, são raros, raríssimos, aqueles que podemos considerar fora do balaio. A maioria está dentro, não se envergonha disso tudo e só tiram proveito. 

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA SUFRAMA

O Conselho de Administração da Suframa - CAS foi o destaque da mídia local na semana passada. Só agora em julho, finalmente, tivemos a realização da primeiro reunião ordinária do ano de 2019. Os motivos da demora já foram todos esclarecidos, em particular a necessidade de refazer a composição do CAS devido a extinção de alguns ministérios, incluindo o MDIC, ao qual a Suframa era subordinada. Agora, a Suframa está sob o guarda-chuva do ME - Ministério da Economia, porém, diretamente subordinada à SEPEC - Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade. A presidência do CAS passa a ser do Ministro do ME.

Bem diferente da última reunião do CAS de 2018, com o auditório praticamente esvaziado, a primeiro reunião de 2019 movimentou a cidade e trouxe para Manaus o presidente da República, Jair Bolsonaro, juntamente com alguns ministros, inclusive o Ministro do ME, Paulo Guedes, que agora preside o Conselho. Foi um evento de muita relevância, com a aprovação de um número expressivo de projetos, incluindo a aprovação/atualização de alguns instrumentos relevantes do marco regulatório da ZFM.  

A primeira reunião do CAS de 2019, como todos sabem, foi adiada por mais de uma vez. Esses adiamentos nos faz lembrar os bons tempos da Suframa e da ZFM, quando o CAS era presidido pelo próprio Superintendente da Suframa. É curiosa essa amnésia em relação às reuniões do CAS. 

Foi na era COLLOR, entre 1990 e 1992, que a Suframa sofreu o golpe fatal. Foi arquitetado por pessoas que tinham interesses e investimentos diretos na ZFM. Entre eles, um era Secretário, com status de Ministro, e o outro era seu irmão, empresário boa pinta que, sem receber um único voto, chegou a senador da república pelo Amazonas. Em resumo, arrancaram a presidência do CAS, que era exercida pelo Superintendente da Suframa e, quando foram embora, não trataram de desfazer o golpe que haviam  praticado contra a ZFM.  Daí para frente as reuniões do CAS ficaram a mercê da agenda, do humor e da boa vontade do Ministro para com a Zona Franca de Manaus.  Lamentavelmente, temos caso de Ministro que entrou e saiu do governo e não presidiu uma única reunião do CAS.  

Dos Ministros que presidiram o CAS, destacaria o Ministro Furlan. Entre 2003 e 2007, ele presidiu várias reuniões e fez essa reunião acontecer com sucesso em todos os Estados de atuação da Suframa.

Tomara que o novo CAS faça das reuniões futuras, não só um fórum para discutir e aprovar projetos para o Polo Industrial de Manaus, mas, principalmente,  para discutir, debater e deliberar sobre temas, programas e projetos relevantes para o desenvolvimento da região como um todo.