Comecei a
estudar inglês muito cedo. Meu tio Manoel dava aulas particulares de inglês em
casa e me colocava para assistir as aulas. Mais adiante, ganhei uma bolsa para
estudar inglês no ICBEU, de Miss Helena e Prof. Rui Alencar, que começou ali na Praça do Congresso, nas proximidades do IEA.
Estudei nos livros Let’s Learning
English e o Practice Your English.
No último ano
do curso, tínhamos um “teacher” que chamava um(a) aluno(a) para frente da turma
para ser sabatinado pelos colegas. Era escolhido um tema e esse aluno era
sabatinado, tudo em inglês.
Quem
respondia rápido, passava a ideia de que estava afinado e compreendendo bem o
idioma. Entendendo rápido e respondendo rápido as perguntas, isso contava ponto
na avaliação do professor. Na turma tínhamos alguns alunos que eram afinados e
um deles era uma garota que tinha muita facilidade com o idioma. Mal a pergunta
estava sendo concluída e ela já vinha com a resposta.
Lembro que no
dia em que foi chamada para ser sabatinada, o assunto tinha a ver com alimentação.
Esse dia ficou gravado na memória de toda a turma.
As perguntas
vinham e ela, muito desinibida, devolvia as respostas de forma rápida e com riqueza
de detalhes. Precisava o professor intervir para passar para a próxima pergunta.
Nesse dia, a
colega acabou sendo traída pelo seu ímpeto em responder rápido, antes mesmo da
pergunta ser encerrada.
Um dos
colegas fez então a seguinte pergunta:
- What do you
cook?
E ela já
disparou sem pestanejar: - My Mother!
O professor arregalou
os olhos e reagiu na hora: - What?!
Muito
inteligente, a colega percebeu que havia cometido uma gafe e já corrigiu a
resposta.
- I don’t cook. My mother cooks for
me.
Mas, já era tarde! A ficha da turma já
tinha caído e a gargalhada era geral.
A partir
desse dia, de tanto tentar justificar a gafe, nossa colega acabou ganhando o
apelido de “maimadre”. Daqueles apelidos que chega, bate e fica. Eu nunca mais
tive oportunidade de encontra essa colega que era muito querida, mas, guardo
com carinho a sua lembrança de sala de aula.