28 de outubro de 2017

CMM - legislando em causa própria...

De modo a permitir que um vereador posso se licenciar (abandonar o mandato conquistado com o voto do povo) para ocupar um cargo em outra esfera de governo (resultado de conchavos, acordos políticos ou troca de favores pré-eleitorais), os vereadores da CMM criam emenda que atende exclusivamente a interesses políticos/partidários, poucos preocupados com o que pensa o eleitor dessa emenda que favorece/estimula o troca-troca e o leilão de cargos. Para piorar, tem gente chamando isso de renovação. 
Por conta dessa emenda, a mídia anuncia que um dos titulares do cargo de vereador de Manaus, vai virar ou já virou secretário de estado, e que um suplente vai ocupar a sua vaga na CMM. Na verdade, o único favorecido nesse processo é o titular que, além de não perder o cargo, passará a ter nas mãos uma secretaria de estado e um orçamento que pode lhe render muitos dividendos políticos como parte de uma estratégia de reeleição para o próprio cargo abandonado. É uma concorrência de certa forma desleal com aqueles vereadores que, em respeito ao eleitor e ao mandato recebido do povo, decidem honrá-lo do começo ao fim, sem submeter o seu cargo a qualquer tipo de leilão ou troca-troca.   
E o suplente? Ora bolas, o suplente sabe que a vaga não é dele. E mais! Sabe que, dependendo do humor do governante, dos políticos e dos partidos que dão sustentação ao governo, o seu tempo de permanência na vaga pode ser até menor do que a gestação de um preá ou de um porquinho da índia. É uma corda bamba permanente e, como não tem a titularidade do cargo, acaba muitas das vezes tendo que se sujeitar a aprovar ou se omitir diante daquilo que não concorda, sob pena de ser defenestrado do cargo.
Do jeito que está, o titular do cargo, enfim, pode tudo. Pode, por meio de conchavos políticos e partidários, resolver ir bem ali esquentar outra cadeira qualquer, inclusive em qualquer outra esfera de governo, sabendo que pode voltar ao cargo a qualquer momento, sem nenhum tipo de risco ou prejuízo, cabendo ao suplente nessa hora apenas arrumar a sua trouxa e tomar seu rumo.  

O sujeito que recebe um mandado do povo deve honra-lo do começo ao fim. Se no meio do caminho deseja ser outra coisa, então que seja digno, seja homem, pegue o boné, renuncie e deixe que o suplente assuma em paz e exerça o mandato com tranquilidade e a segurança indispensável. Isso sim é renovação, moralização e resgate da atividade político, hoje mergulhada numa lama que engrossa a cada dia que passa.  

22 de outubro de 2017

O medo ajuda prevenir...

Um dia que era para ter sido só de alegrias, terminou em tragédia para um empresário local que, creio eu, decidiu pular do barco nas águas do Rio Negro no momento e no local errado. Salvo engano, tentava mostrar às pessoas que o acompanhavam que não havia problemas ou riscos de pular no rio naquele ponto.  
Confesso que esse tipo de tragédia jamais acontecerá comigo. Meu medo de cair no rio não me permite esse tipo de ousadia. Nesse sentido, como diz o caboclo, eu sou frouxo e vou continuar frouxo. Se meus amigos ou familiares dependerem de mim para criar coragem e pular de um barco no rio negro para tomar banho, com certeza voltarão sem ter tomado banho. Meu medo é maior, bem maior...
Essa é uma situação muito triste, irreversível, e que deixa marcas indeléveis nas pessoas mais próximas da vítima. Um jovem empresário, por conta de uma iniciativa imprudente, perdeu a vida. Simplesmente decidiu pular no rio e pulou. Ao mostrar destemor aos amigos, desprezou os riscos que existiam de fazer aquilo naquele local e naquele exato momento. Pelo que temos lido nos noticiários, ele não imaginava que o barco em que estava, iniciara um procedimento de ré no exato instante em que decidiu pular no rio. Em resumo, aquele local onde aconteceu a tragédia, pelo movimento de barcos e os riscos inerentes, não deve ser usado como local para as pessoas pularem na água para se banhar. 
Lamentável! Deus conforte o coração de familiares e amigos da vítima dessa tragédia. Que ela sirva de alerta para tantas outras pessoas que, aos finais de semana, passeiam de barco pelas águas do Rio Negro e, levados pelo destemor, arriscam desnecessariamente suas próprias vidas. Alerta também para as autoridades e proprietários/exploradores desses locais, no sentido de criarem sinalizações e alertas para os riscos de acidentes de toda ordem, inclusive fatais.


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