14 de agosto de 2012

Política & Religião




Em período eleitoral é impressionante como os nossos políticos ficam extremamente sensíveis e voltados de corpo e alma para as coisas de Deus e de Jesus Cristo. É como um verdadeiro milagre, mas com data certa para começar e para terminar. Dedicados aos mais pobres e mais humildes, faça chuva ou faça sol, os políticos passam o dia caminhando incansavelmente pelas áreas mais carentes, sempre sorrindo, dialogando, prometendo, beijando e abraçando velhinhos, velhinhas, criancinhas e quem mais aparecer pela frente. 

Essa coisa aumenta mais ainda agora com o anúncio de que cresceu estatisticamente o número de evangélicos em todo o país. Essa é uma informação que merece uma ação estratégica. Os partidos estão atentos a este detalhe e, obviamente, não vão deixar de planejar, investir e apostar alto no poder das igrejas evangélicas nas eleições de outubro próximo. Alguém tem duvida disso?

Fique atento! Quem você nunca viu com uma bíblia na mão, rezando um pai-nosso, ajoelhado num confissionário ou fazendo o sinal da cruz, agora você pode encontrar por aí anunciando em discurso que é o ESCOLHIDO. Onde vai, prega aos quatro cantos da cidade que recebeu uma missão especial que Deus veio lhe trazer pessoalmente em sonho - servir aos mais pobres e aos mais necessitados. E, para completar, pasmem - tem acredite nisso! É isso mesmo... Tem quem acredite no discurso dessa galera!

Interessante observar que cresce também o número de religiosos, de todas as Igrejas, padres e pastores, interessados em disputar uma cadeira no parlamento e em todos os níveis, municipal, estadual e federal. É possível que estejam decepcionados com aqueles que supostamente confiavam e escolheram até então para represntá-los. Quem sabe cansaram também de fazer escada para os outros e resolveram construir a própria escada. Tudo em nome de Deus e dos legítimos interesses da sociedade, obviamente. Não custa tentar acreditar né!...

Vereador também é assaltado...




Segundo noticiário, um dos nobres vereadores (PT) de Manaus teve a sua casa assaltada recentemente. Indignado com a violência sofrida, o vereador subiu à tribuna da CMM para mandar bala contra a segurança da cidade de Manaus e para reclamar que não recebeu a ajuda de quem esperava receber, ou seja, a ajuda do poder público e das autoridades competentes. Um segundo vereador (PDT) presente, fez um aparte e aproveitou a ocasião para dizer que também fora assaltado e que até aquele momento não havia tido nenhum retorno das autoridades quanto às investigações do caso.  
Na verdade, caros leitores, o nobre vereador do (PT), que é de um partido aliado ao poder executivo estadual, juntamente com o segundo vereador (PDT) que fez o aparte, simplesmente acabaram sentindo na própria pele aquilo que o cidadão comum de Manaus já vem sentindo no seu cotidiano e há muito tempo.
Quanto ao desabafo do vereador (PT), primeiro eu espero sinceramente que nesse dia em que ele subiu à tribuna para desabafar o drama vivido, o mesmo tenha tido a sorte de ter pelo menos 1/3 dos seus colegas de parlamento ali presentes para ouvi-lo. Afinal, estamos em pleno período eleitoral e a preocupação agora é bem outra. A segunda questão, tão interessante quanto à primeira, é sabermos se o vereador assaltado, antes de ser assaltado, já havia subido à tribuna para, com toda sua indignação, e em nome do povo, reclamar da situação de segurança em que vive o cidadão comum desta cidade, que há muito tempo está entregue à própria sorte. A terceira questão, bem mais simples, seria sabermos quantos pronunciamentos e/ou requerimentos, em nome da população, já foram enviados do gabinete do vereador às autoridades de segurança deste estado, questionando a violência e a insegurança que vem reinando nesta capital. Obviamente que estamos falando de pronunciamentos e requerimentos dos ilustres vereadores do (PT) e do (PDT), feitos antes de terem sido vítimas dos assaltos.
Por último, lembrar mais uma vez que o partido do nobre vereador que subiu à tribuna, de longa data, é um aliado fiel do poder executivo estadual, portando, corresponsável pelas políticas e pelas ações que efetivamente não estão surtindo os efeitos desejados pela população, incluindo as de segurança pública. Tá na hora de fazer alguma coisa né...