18 de junho de 2009

Dia dos Namorados no Lenhador!...


No dia dos namorados, um casal amigo meu tomou a iniciativa de convidar outros dois casais amigos para comemorar a data com um bom jantar no restaurante LENHADOR, na estrada do turismo. O casal que teve a idéia foi o primeiro a chegar ao restaurante e nos garantir uma mesa. Eu, ainda a caminho do restaurante, recebi nada menos do que três ligações no meu celular.

- Onde anda você? Vem logo! Você precisa ver o que tem para comer. Tá louco! Eu nunca vi coisa igual! Tem tartaruga, carne de jacaré, pato no tucupi, vários peixes e música ao vivo.

Para quem ainda não tinha almoçado, os comentários do amigo a respeito do cardápio do LENHADOR para o Dia dos Namorados soavam como música. Começei a salivar e sentir o cheiro da comida antes mesmo de chegar. O único contratempo era o transito maluco que não ajudava em nada.

Chegando ao restaurante, cumprimentei o casal de amigos que nos aguardava e já fui direto para a mesa apreciar os pratos especiais oferecidos aos clientes em comemoração ao dia dos namorados. De cara o meu desejo era matar a saudade dos pratos de tartaruga, que há pelo menos 5 ou 6 anos eu não degustava. Tudo ia muito bem depois de nos servirmos. De repente notarmos a presença extremamente incomoda de fumaça branca sob nossas cabeças e mais aquele irritante mau cheiro de cigarro. Bem próximo à nós, em outra mesa, um casal conversava e o sujeito curtia numa boa o seu cigarro, dando explosivas baforadas para cima, sem se incomodar com o rumo que a fumaça tomava. Nada que se possa dizer proposital, mas, de repente, a nossa comida e o meu picadinho maravilhoso de tartaruga, por exemplo, ganhou o aroma de pura nicotina.

Diante daquela situação, meu amigo chamou o garçon e pediu a ele que conversasse com o sujeito fumante, pois a fumaça do seu cigarro estava nos incomodando e não era pouco. Eu, sentado de frente para a mesa do dito cujo, percebi claramente que ele não ficou nada satisfeito quando o garçon lhe falou do incomodo que estava causando, com a fumaça do seu cigarro pairando sobre nossas cabeças, como nuvem negra e mortal. Depois de gesticular bastante para o garçon, o sujeito fechou a cara e de lambuja deu uma bronca na sua acompanhante, que me pareceu ter dado apoio ao apelo do garçon feito em nosso nome. Em lugar de apagar o cigarro, o sujeito simplesmente resolveu foi acender outro, olhando com cara feia em nossa direção. Meu amigo ficou irritado, cobrou novamente do garçon e até ameaçou ir ele próprio pedir ao sujeito que tivesse o bom senso de apagar o cigarro, pois, apesar de ser um ambiente supostamente aberto, a fumaça em lugar de ir no rumo de fora, estava se acumulando sob as nossas cabeças.

A solução para o impasse coube a nós. Os incomodados que se mudem! Não é o que diz o ditado? Decidimos exigir outra mesa, bem longe do pitbulzinho fumante e enfurecido. Expliquei aos amigos que não valia a pena nos estressarmos. Aquele dia era só para comemorações. A minha satisfação era a certeza que nós estávamos ali felizes comemorando o dia dos namorados, enquanto que o pitbulzinho fumante estava ali não só comemorando o dia dos namorados, mas certamente alguns anos a menos de vida pela frente, não só dele como de sua acompanhante, na condição azarada de fumante passiva e omissa. A cada baforada que o pitbul dava nos olhando de cara feia, eu só lembrava as fotografias que hoje são estampadas nos maços de cigarro. A sua falta de bom senso e ignorância não nos deixava dúvidas do caminho que está escolhendo. O azar é só dele e, obviamente, daqueles que junto a ele fumam por tabela.

Quanto ao restaurante LENHADOR, é recomendável que seu proprietário reveja imediatamente essa idéia de que o ambiente é aberto e que por conta disso o cigarro é permitido. Não é bem assim! O fato ocorrido conosco deixou claro que o fumo gera problemas e que a fumaça do cigarro não se dissipa tão facilmente e, enquanto não se dissipa, na verdade fica pairando sob a cabeça dos clientes não fumantes, gerando constrangimentos desnecessários. Volto lá quando tiver a certeza de que não vou ter na mesa ao lado um pitbulzinho metido a macho, fumando feito uma chaminé e com a benevolência dos garçons e do proprietário.