16 de maio de 2008

Estacionamento - Tolerância Zero!


Foi destaque no jornal local a seguinte notícia: "Depois do Amazonas Shopping, chegou a vez do Millenium reduzir de 30 para 15 minutos o tempo de carência no estacionamento. MPE/AM vai analisar se mudanças ferem os direitos do consumidor (Em Tempo/página Economia, de 14.05.2008)"

Essa questão dos estacionamentos em Shoppings é algo que vem irritando e mexendo com a paciência de qualquer cidadão. Até aceito que queiram nos fazer de bobos, porém não me venham agora querer nos transformar em otários. Diminuir para 15 minutos o tempo de carência no estacionamento dos shoppings é brincar com a inteligência dos seus usuários. Se querem acabar com a carência desse jeito, é bom não esquecer que estão acabando é com a tolerância das pessoas. Se imaginam aumentar a receita com os estacionamentos, então que sejam mais dignos, mais honestos e mais responsáveis com os usuários. Acabem com a tal carência definitivamente, mas não façam isso que estão fazendo, reduzindo para um tempo que na verdade é a mesma coisa que acabar com a carência. Deveriam era se envergonhar de atitudes e medidas dessa natureza. Isso que está anunciado, repetindo, é brincar com a inteligência do cidadão, e não nos adianta apelar aos políticos, tampouco à justiça. Quando os políticos tentaram intervir em benefício dos usuários, criando a lei que desobrigava o freqüentador dos shoppings a pagar o estacionamento a partir de um determinado valor de compras, a justiça acatou o recurso impetrado pela direção dos shoppings e os usuários e os políticos ficaram chupando o dedo. A única saída, já que vamos pagar pelo estacionamento, com ou sem carência, é cobrar bem cobrado para que a segurança seja atuante e que o atendimento e os serviços desses estabelecimentos (shoppings), em todas as suas dependências, particularmente os banheiros, sejam bem limpos, não falte material e não fiquem fedorentos.

O próprio Millenium, citado na matéria de Em Tempo, e que está anunciando reduzir o tempo de carência, devia se preocupar mais com os serviços oferecidos aos seus freqüentadores. Os banheiros, por exemplo, quando o movimento de pessoas é grande, principalmente no horário noturno, ficam sujos, fedorentos, pois o serviço de limpeza/manutenção, que deveria ser mais presente nessas ocasiões, é ruim e ineficiente. Sem falar nos cinemas, onde uma das salas tem os assentos numerados. Se você entrar depois que fecham as luzes, com certeza não consegue mais enxergar a letra da fila, tampouco o número da cadeira. Não faz muito tempo assisti um filme que foi interrompido por 4 vezes devido falhas no sistema de som. Sem falar na pipoca, cujo preço cobrado é mais caro do que a entrada do cinema - um verdadeiro assalto ao bolso dos freqüentadores.


14 de maio de 2008

Manaus dos Buracos


Tenho ouvido os programas de rádio no caminho do trabalho e ontem um assunto me chamou a atenção: a polêmica em torno dos buracos nas ruas do distrito industrial. Ano político e todo mundo quer tirar proveito dessa situação. Na verdade esse é um assunto de embrulhar o estômago para quem conhece e sabe o que acontece nesse processo. O vereador Massami Miki, por exemplo, por ter trabalhado na Suframa como assessor técnico (conforme currículo publicado no site da Prefeitura), sabe perfeitamente o que está por trás de tudo isso. É nítida a intenção de se desviar e concentrar as críticas nos buracos do distrito industrial e, do outro lado, maximizar na mídia, em particular na televisão, a falsa idéia de que existe uma ação colocada em prática para resolver o caos das vias públicas da cidade de Manaus, dominada pelos buracos de todos os tamanhos e de todas as naturezas. Entretanto, o convívio com os buracos não é só um problema de quem transita nas vias do Distrito Industrial, mas sim um problema de toda a nossa cidade de Manaus.

Eu já convidei o vereador do PT, José Ricardo, bem como o vereador Massami Miki, para tirarem um dia para acompanhar a tal campanha de tapa-buracos que dizem estar tomando conta da cidade. Pedi que acompanhem "in loco"as operações, marquem um determinado lugar e voltem com uma semana depois para verificar em que estado estão os buracos supostamente tapados. Em alguns casos eu adianto que vão estar até piores do que antes, pois a operação é feita praticamente na marra. Passam uma vassoura nos buracos, tiram a água, jogam o piche, lascam um bocado de asfalto por cima, espalham e passam o rolo em cima. Em seguida vem os carros e coletivos, desmancham tudo em poucas horas ou em poucos dias. Pergunto: adianta isso? Tem coisa que exemplifique melhor o que é jogar o dinheiro do contribuinte no ralo, ou melhor no buraco do buraco? Será que o povo é tão rude para não perceber que isso é apenas uma operação para amansar o espírito e a revolta da população com os buracos que atormentam o dia a dia de todos nós? Algumas equipes de trabalho até tentam fazer algo mais decente, pelo menos preparando e maquilando melhor o buraco antes de jogar o piche e depois passar o rolo por cima. Mais ainda assim não resistem e logo ficam até pior do que antes.

Quanto ao Distrito Industrial, a Suframa na verdade nunca se omitiu de cuidar das suas vias. A situação tornou-se difícil a partir do contingenciamento dos recursos da Autarquia por parte do governo federal. Diferente dos poderes estadual e municipal, que não enfrentam problemas de contigenciamento de suas contas e cujas receitas crescem ano a ano a partir do faturamento cada ano melhor do Pólo Industrial de Manaus. Curioso ver políticos e empresários atacarem a Suframa por conta dos buracos do Distrito, omitindo-se covardemente, por outro lado, de cobrarem dos poderes municipal e estadual que ajudem ou façam a sua parte. As empresas do Distrito, para quem não sabe, não estão isentas do IPTU e das taxas de serviços. Tem dinheiro para as coisas mais esdrúxulas, mas não tem dinheiro para priorizar e ajudar a manter as vias da galinha dos ovos de ouro (Distrito Industrial). É mais facil transferir a responsabilidade e o ônus político para a Suframa. O que não é surpresa nem novidade, considerando o perfil preponderante da classe política em rede nacional. Em ano político ninguém se dispõe a dividir ônus, mas faz qualquer coisa para ficar e tirar proveito do bônus. É triste, mas é a realidade.

Não bastasse isso, é lamentável assistirmos ONGs anunciarem que vão denunciar a Suframa para o MP por conta dos buracos. ONGs que, por outro lado, se omitem, se acovardam, e não fazem a mesma coisa para denunciar no MP o caos da vias da cidade, dos postos de saúde, da segurança em todos os sentidos, seja nas ruas ou dentro de casa, as invasões orquestradas por grupos organizados, a prostituição e a inoperância dos conselhos tutelares por falta de apoio e investimento do poder público, as alagações por falta de política de saneamento básico nas áreas mais carentes, a educação que sempre vem nos envergonha no processo de avaliação nacional, a idéia de aumentar o número de vereadores em lugar de primeiro lutarem para resgatar a honra e a dignidade da casa, etc, etc, etc. Vou parar por aqui, antes que apareça outra ONG achando que tudo isso que falei também é culpa exclusiva da Suframa e corra para o MP para denunciar e cobrar providências. Duvido não!...