25 de novembro de 2007

Goleiro JUVENAL


A mídia todos os dias nos enchem os olhos e os ouvidos com as notícias que falam de tragédias, miséria, fome e outras tantas mazelas e injustiças que acontecem de norte a sul desse nosso país. Uma dessas últimas notícias mexeu com o coração e a sensibilidade de todos os brasileiros que amam o futebol. O Brasil inteiro ficou sabendo da situação dramática em que vive um ex-ídolo do futebol brasileiro. Um atleta que teve a honra de vestir a camisa mais bela, mas sagrada e mais respeitada do futebol mundial - a camisa da seleção brasileira.

Quando JUVENAL jogava futebol eu ainda não havia nascido. Eu não sofri com a tragédia da final de 1950, mas por tudo que eu já li a respeito do futebol, foi uma das mais belas equipes que o Brasil já formou. JUVENAL fazia parte daquele time que encantou o mundo, mas que acabou sofrendo aquele inesquecível castigo uruguaio em pleno maracanã.

O que nos deixa profundamente indignada vendo essa situação de JUVENAL, é sabermos que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), tem dinheiro para encher um avião de convidados para assistir uma copa do mundo com tudo pago, mas não tem dinheiro para ajudar um ex-atleta da seleção a cuidar da sua saúde e oferecer-lhe uma condição de vida mais digna. O dinheiro do torcedor e dos clubes que vão parar nos cofres da CBF, deveria ter uma destinação mais transparente e honrosa. Se não é uma obrigação da CBF ajudar ex-atletas da seleção, é seu dever sim respeitar o torcedor brasileiro e dar uma destinação transparente e digna aos recursos que são arrecadados e que são gastos de forma esquisita e leviana, como por exemplo, para proporcionar viagens com tudo pago para apaniguados em épocas de copa do mundo.

Lamentavelmente o nosso congresso se acovardou e não quis realizar a CPI do futebol, da CBF, permitindo assim que tudo permaneça do mesmo jeitinho, com os clubes cada dia mais falidos, pois passaram a ser administrados por espertalhões, por pessoas mal intencionadas e que fazem dos clubes um meio de vida e, na maioria dos casos, um trampolim político. O Congresso está cheio desses espertalhões do futebol (com raríssimas exceções) e a CBF continua sendo uma caixa preta, cheia de lodo e sem nenhuma transparência.

Felizmente surgiram pessoas dignas e com disposição para ajudar JUVENAL. Aliás, o presidente do Flamengo, pressionado pela repórter da Globo, disse que o clube vai fazer a sua parte no caso de Juvenal. Que parte é essa ninguém sabe, mas espera-se que ele cumpra a palavra, se é que palavra de dirigente de futebol esteja valendo ainda alguma coisa.