26 de março de 2011

Professor - Ser ou não Ser?

kcbelmont.blogspot.com
Muito interessante o artigo de hoje, no D24am, publicado pelo ilustre deputado do PT, José Ricardo. É vergonhoso e profundamente lamentável saber que o professor no Amazonas não recebe auxílio-alimentação, vale-transporte e plano de saúde. Daí eu entender, em parte, o que acontece nas campanhas eleitorais. De um lado assistimos um número expressivo de professores buscando a chance de um mandato político e, do outro lado, um grupo de políticos lutando ferozmente pela reeleição para não ter que voltar à sala de aula e à condição de professor estadual ou municipal. A vida de deputado sem dúvida alguma é bem mais gratificante em todos os aspectos.

Se de um lado o professor de sala de aula não recebe auxílio-alimentação, auxílio-jaleco, auxílio transporte e plano de saúde digno; do outro lado, o professor, quando eleito deputado, recebe, além do bom salário (este ano acréscido de 65%), mais auxílio-alimentação, mais auxílio-gasolina e mais auxílio-paletó, entre outros. Este último (auxílio-paletó), pasmem, é uma verba extra-salário de mais de R$ 24.000,00 por ano, beirando R$ 100.000,00 em 4 anos de mandato. Com este valor estabelecido dá para comprar um carro novo todo ano ou uma casa após 4 anos. O assalariado, coitado, outro ferrado, para conseguir fechar essa conta de 100 mil reais, sem conseguir guardar um único centavo, precisa trabalhar 14 anos e somar salário mais décimo terceiro. Para que a coisa fique ainda bem mais clara, observem: o valor que deputado recebe do contribuinte, extra-salário, só para comprar paletó por ano (R$ 24.772,00), é bem mais do que recebe por ano o professor de início de carreira (R$ 14.088,00) para dar conta de todos os seus compromissos familiares (alimentação, vestuário, educação, transporte, saúde/remédio).

Ora bolas! Se existe dinheiro/orçamento para pagar tudo isso aos nossos políticos, por que não tem para pagar aos nossos professores pelo menos o básico: auxílio-alimentação, auxílio-transporte. Todo ano tem dinheiro para Boi, para futebol falido, ciranda, festival de opera, festival de cinema, natal na praça, etc. Pô! - será que não sobra uma ponta no orçamento nem que seja para garantir o Mototaxi ou a Kombi-lotação do professor? Se o político consegue legislar em causa próprio um valor de auxílio-paletó no valor de R$ 24.772,00/ano, por que será que é tão difícil se empenhar e legislar para conseguir um “auxílio-jaleco” para os nossos professores da rede pública? Tudo bem, a gente sabe que nenhum deles ou quase todos (governantes e políticos com mandato) não tem os filhos matriculados na escola pública, mas não custa nada lutar e se empenhar para que os professores dos filhos dos seus eleitores recebam algum tipo de ajuda para exercer a sua profissão com maior dignidade. O discurso tem sido muito bonito. Todos preocupados com a vida e o salário do professor, mas solução justa que é bom não acontece.

O deputado José Ricardo tem toda razão em dizer que para mudar precisamos cobrar as promessas dos governantes. Perfeito! É isso mesmo! Só não podemos esquecer que em campanha não são apenas os candidatos a governantes que prometem o céu aos professores, entre outras coisas. Os políticos fazem exatamente o mesmo. Prometem! E como prometem. Precisamos de fato cobrar dos governantes as promessas de campanha, mas precisamos também cobrar dos políticos que passem a olhar pelos benefícios/auxílios dos professores, da mesma forma, garra e disposição como eles olham para os próprios benefícios/auxílios e que não são poucos.

Em tempo: desde o seu mandato como vereador, o deputado José Ricardo sempre se manifestou contrário ao auxílio-paletó e outros auxílios esdrúxulos que ninguém consegue dar um fim nas casas legislativas. Levantou a poeira sobre o tema e eles tratam logo de se fazerem de mortos.

21 de março de 2011

Parque Amazonense








Parque Amazonense - Aqui neste local aconteciam os grandes clássicos do futebol amazonense. A primeira vez que atravessei esse portão, levado por um irmão de criação, foi para assistir o jogo entre Fast x São Raimundo. Neste mesmo dia, no intervalo do jogo, provei pela primeira vez o sanduiche do Seo Vasco. Um sanduiche famoso, no pão redondo, recheado com picadinho de carne com batata. Tempos bons, quando dava gosto ir ao campo de futebol torcer pelo seu time do coração. Eu sou fastiano.  

SUFRAMA - Dor e Indignação!

O dia amanheceu mais triste para os funcionários da Suframa. Nesta madrugada, faleceu o servidor São Juíso das Luzes Menezes. Para tristeza e indignação de todos nós, a morte do colega Menezes é mais uma derrota das autoridades locais para a violência que vem tomando conta da cidade de Manaus. Aos 64 anos de idade, Menezes era um cidadão de muita energia, um servidor público exemplar e admirado por todos os colegas.

Perdemos um amigo para a violência que assusta todos nós nesta cidade. Perdemos um amigo covarde e estupidamente assassinado por três marginais frios e perversos. Um deles, de nome Mayko Souza Macedo, depois de preso, aparece em foto de jornal sorrindo atrás das grades, sem demonstrar nenhum remorso com a dor e a tragédia que deixou para trás, depois de atirar mortalmente num homem indefeso, acompanhado de duas filhas também indefesas. Quantos atos de tremenda brutalidade e covardia acontecem todos os dias na nossa cidade? Quantas mortes ainda haveremos de chorar por conta dessa insegurança? Até quando vamos suportar omissos e calados essa onda de violência?

O mais triste e preocupante com essa tragédia, é que esses assassinos, sob o amparo da lei, agora vão colocar toda a culpa dos disparos da arma contra Menezes, no suposto menor que fez parte do assalto. Repito! São elementos frios, covardes e perversos. Farão isso com a maior naturalidade e cinismo doentio, pois sabem que por esse caminho logo estarão soltos e de volta às ruas. O suposto menor, apesar de toda a sua explicita maldade e perversidade, receberá tratamento diferenciado, amparado por uma lei que precisa urgentemente ser reavaliada. Um sujeito com 17 anos e uma arma de fogo nas mãos, assaltando e matando de forma covarde, não pode ter privilégios depois das barbaridades que cometi. É um assassino, tem que ser tratado como um assassino comum e exemplarmente condenado. 

Encerro este comentário com as palavras de nossa colega Arlete Cavalcante: que Deus possa consolar cada coração quebrantado pelar dor da perda, pois só ele pode renovar as forças daqueles que perdem um ente querido; nossos sentimentos a todos os que estão sofrendo essa aflição e que a paz de Cristo possa nos ajudar a aceitar essa imensurável perda.

Fica a saudade, a admiração e a certeza de que Menezes sempre estará em nossas lembranças.