18 de fevereiro de 2011

Vida de Pobre!


Milton de Oliveira Sena, cidadão humilde, pobre, foi atropelado em Manaus, na Avenida Brasil, por um desses motoristas que tem por hábito abandonar a vítima no local. Aliás, quantos já não foram vítimas desse mesmo animal. Milton foi atropelado no dia 05 de fevereiro e levado para o SPA de São Raimundo. De lá, foi transferido para o Hospital 28 de Agosto, onde ficou constatado que estava com uma perna fraturada. Foram realizados apenas os curativos e em seguida sua perna foi enrolada com uma tala para mantê-la imobilizada, creio eu.

Do Hospital 28 de Agosto foi mandado para uma consulta no Getúlio Vargas, já que fora constatada uma fratura na perna. Chegando lá, o médico que o atendeu nada pode fazer, pois, segundo esclarecimentos dados, não havia material para executar a cirurgia necessária. Até aí nenhuma novidade, pois faltar material em hospital público não é exceção, é regra, é de praxe.

Agora, Milton Sena está vivendo, além do drama das dores na perna, o drama de não conseguir uma vaga para uma nova consulta médica, afinal, continua com a fraturada, precisando da cirurgia que deixou de ser marcada e feita por que não havia material. Somado a essa angústia, Milton não tem a quem recorrer; não tem padrinho forte; e, para azar seu, foi atropelado em ano sem eleições, o que certamente faria a diferença. Alguma dúvida quanto a isso?

Este é o momento de Milton Sena: pobre, atropelado e desassistido. Com certeza não é o único nessa situação, devendo existir outras dezenas ou centenas de pessoas humildes vivendo situações bem mais graves e angustiantes por falta de assistência por parte do poder público. Mas, quem puder ajudar Milton, pode solicitar aqui do Baladeira o telefone de contato dele (Milton), que nós fornecemos. Eu estou fazendo a minha humilde parte. Já lhe doei um par de muletas e estou fazendo esse apelo aqui no meu blog e FB. Gostaria de ter o apoio dos leitores do meu blog e dos amigos do FB, distribuindo essa mensagem ao maior número de pessoas. Milton está pedindo apenas a oportunidade de uma vaga para consulta no Hospital Público indicado e encaminhamento para cirurgia.

Finalizando, volto a insistir que o poder de indignação de nós brasileiros, devia ser proporcional ao nosso poder de solidariedade. Nós, brasileiros, nos mobilizamos extraordinariamente para ajudar nossos irmãos quando vivem situações difíceis, como as recentes catástrofes provocadas por chuvas e enchentes, mas não conseguimos nos mobilizar da mesma forma para irmos às ruas manifestar a nossa indignação e revolta com as mazelas produzidas pelos poderes constituídos, destacando o caos da educação e saúde, os mensalões da vida e os rombos nos cofres públicos e no bolso dos contribuintes. Não há único dia nesse país que não tenhamos, em algum lugar deste país, notícias de jornais ou revistas, anunciando atos graves de corrupção e desmandos de todas as naturezas. Quando vamos finalmente deixar de sermos tão omissos e ajudar a mudar esse país mais rápido e antes que seja tarde?

Um comentário:

  1. Triste essas coisas. Mas ele ainda teve mais sorte que um parceiro meu de baralho, que foi atropelado por um bêbado, teve fratura exposta, foi para o 28 de agosto, teve a perna enfaixada e depois de 4 dias, quando foram abrir o "curativo", descobriram que já havia uma infecção grave no local. Ainda amputaram sua perna, mas não evitaram sua morte por infecção generalizada, dois dias depois. Lamentável.

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