Eu vou comentar especificamente sobre o
abrigo Moacyr Alves, mas o comentário vale para todas as Instituições locais
que lutam muito para conseguirem sobreviver e exercer as suas atividades. É
triste ver essas Instituições eternamente com o pires nas mãos (apesar de muitas delas serem entidades de responsabilidade do estado) tentando conseguir apoio e recursos de todas as maneiras para se manterem.
O abrigo Moacyr Alves tem um
papel importante na cidade, pois, entre outras coisas, cuida do resgate de
crianças e jovens desassistidos em todos os sentidos: socialmente,
espiritualmente, materialmente, etc. São seres humanos que, se não receberem a
atenção e o tratamento adequado, serão embrutecidos pela vida das ruas e as
consequências todos nós sabemos e assistimos acontecer todos os dias.
Na falta da presença do Estado, o que preferir: uma criança no sinal da esquina
fazendo malabarismo para conseguir um trocado, ou com uma arma de fogo apontada
para a sua cabeça pedindo que você entregue os seus pertences? O bom seria nada disso existir ou acontecer. Mas, diante da falta da presença efetiva do Estado e de uma sociedade mais atenta aos problemas sociais que nos cercam, esse quadro perverso tende a se agravar cada dia mais.
Enquanto um abrigo como esse não
consegue ter os recursos necessários para exercer as suas atividades do dia a
dia, não faltam recursos para o Boi-Bumbá, para a Ciranda, para o Festival da
Ópera e Cinema, para o Carnaval e o Futebol de Campo, Futebol de Areia, etc. Enquanto
um abrigo como este não consegue recursos para dispor de uma infraestrutura física
e de material adequada ao trabalho de funcionários e voluntários abnegados, não
falta recursos para uma Ponte de mais de 1 bilhão, para uma ARENA de mais de ½ bilhão
e que já imaginamos qual será o seu fim, e tantas outras coisas que não fazem
parte das prioridades de uma cidade como Manaus, mas fazem parte do interesse
de políticos e governantes preocupados apenas com o próprio umbigo.
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