Já fui um apaixonado pelo
futebol amazonense.
Nos anos 60 e 70 eu ia
a todos os jogos do campeonato amazonense, seja no Parque Amazonense ou no
Estádio da Colina. Eu assistia a todas as partidas do campeonato. Não perdia o jogo
América e Sul América, tampouco São Raimundo e Sul América. Eu chegava cedo
para assistir ao jogo preliminar entre os clubes, que muitas vezes eram até
mais atrativos do que os jogos principais.
Nos jogos noturnos que aconteciam
no Estádio da Colina, eu era um dos primeiros a chegar e sentar na área coberta,
bem antes mesmo do pessoal das rádios começarem a chegar para preparar a transmissão
dos jogos. Carregava comigo um pequeno radio de pilha para ouvir a transmissão e os
comentários. Tinha preferência pelo Jaime Barreto narrando os jogos,
reconhecendo que Arnaldo Santos também era craque narrando uma partida de futebol. Como
comentarista, Orlando Rebelo era imbatível.
Feito esse comentário inicial,
ainda que eu seja um torcedor do FAST CLUBE, quero aqui lembrar de um goleiro que
marcou a história do futebol amazonense. Dia desses acessei o facebook desse
goleiro e, vendo as fotos que lá estão, passou um filme na minha cabeça. Estou
falando de CLOVIS, goleiro do RIO NEGRO, que era chamado de ARANHA NEGRA,
lembrando o goleiro russo Lev Yashin, considerado o maior de todos os tempos. Quem
viu Clovis jogar, vai reconhecer que o apelido de Aranha Negra era merecido.
Clóvis foi um excelente goleiro. Um arqueiro
com extrema habilidade. Era sem dúvida um malabarista entre duas
balizas e um travessão. Clóvis
simplesmente voava. Fazia defesas inacreditáveis que encantava os torcedores do
seu time, o Rio Negro, e matava de raiva os torcedores dos times rivais, em
particular do Nacional.
Foi Clóvis que criou sem querer a lenda da toalha
vermelha. Quando ele entrava em campo todo de preto e com essa toalha vermelha
em volta do pescoço nos jogos contra o Nacional, os torcedores nacionalinos mais fanáticos recebiam
isso como provocação e iam a loucura. Assisti muitos torcedores tentando
invadir o campo para retirar a toalha vermelha. Os nacionalinos mais
supersticiosos achavam que a toalha não fechava só o corpo do goleiro Clóvis,
mas o próprio gol onde ele ficava. Era um motivo a mais para animar esse
clássico inesquecível entre Nacional e Rio Negro.
O
meu reconhecimento ao goleiro Clóvis, o Aranha Negra - Tempos bons!
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