19 de fevereiro de 2019

O ARANHA NEGRA

Já fui um apaixonado pelo futebol amazonense. 
Nos anos 60 e 70 eu ia a todos os jogos do campeonato amazonense, seja no Parque Amazonense ou no Estádio da Colina. Eu assistia a todas as partidas do campeonato. Não perdia o jogo América e Sul América, tampouco São Raimundo e Sul América. Eu chegava cedo para assistir ao jogo preliminar entre os clubes, que muitas vezes eram até mais atrativos do que os jogos principais.
Nos jogos noturnos que aconteciam no Estádio da Colina, eu era um dos primeiros a chegar e sentar na área coberta, bem antes mesmo do pessoal das rádios começarem a chegar para preparar a transmissão dos jogos. Carregava comigo um pequeno radio de pilha para ouvir a transmissão e os comentários. Tinha preferência pelo Jaime Barreto narrando os jogos, reconhecendo que Arnaldo Santos também era craque narrando uma partida de futebol. Como comentarista, Orlando Rebelo era imbatível.
Feito esse comentário inicial, ainda que eu seja um torcedor do FAST CLUBE, quero aqui lembrar de um goleiro que marcou a história do futebol amazonense. Dia desses acessei o facebook desse goleiro e, vendo as fotos que lá estão, passou um filme na minha cabeça. Estou falando de CLOVIS, goleiro do RIO NEGRO, que era chamado de ARANHA NEGRA, lembrando o goleiro russo Lev Yashin, considerado o maior de todos os tempos. Quem viu Clovis jogar, vai reconhecer que o apelido de Aranha Negra era merecido.
Clóvis foi um excelente goleiro. Um arqueiro com extrema habilidade. Era sem dúvida um malabarista entre duas balizas e um travessão.  Clóvis simplesmente voava. Fazia defesas inacreditáveis que encantava os torcedores do seu time, o Rio Negro, e matava de raiva os torcedores dos times rivais, em particular do Nacional. 
Foi Clóvis que criou sem querer a lenda da toalha vermelha. Quando ele entrava em campo todo de preto e com essa toalha vermelha em volta do pescoço nos jogos contra o Nacional, os torcedores nacionalinos mais fanáticos recebiam isso como provocação e iam a loucura. Assisti muitos torcedores tentando invadir o campo para retirar a toalha vermelha. Os nacionalinos mais supersticiosos achavam que a toalha não fechava só o corpo do goleiro Clóvis, mas o próprio gol onde ele ficava. Era um motivo a mais para animar esse clássico inesquecível entre Nacional e Rio Negro.
O meu reconhecimento ao goleiro Clóvis, o Aranha Negra - Tempos bons!

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