20 de dezembro de 2020

BARRACO na casa do Dedé...



As redes sociais estiveram ouriçadas esses dias com o barraco que barraqueiros e barraqueiras aprontaram na Casa do Dedé, ou melhor, na Cachaçaria do Dedé no Shopping da Ponta Negra. Uma turma de barraqueiros barbados e de barraqueiras assanhadas, tudo grandinho e supostamente todos com a cabeça cheia de mel do capeta, resolveram medir forças e animar o ambiente da cachaçaria. 
 
Não importa o que motivou aquela merda toda. Qualquer que tenha sido o motivo, uma coisa ficou como alerta para o Dedé e todos os proprietários de restaurantes chiques neste fim de ano. Nunca coloquem próximas, mesas de confraternização de barraqueiros barbados, com mesas de confraternização de barraqueiras assanhadas. Está ai o resultado - não só dá merda, como prejuízo também. Outro coisa! Segurança privada não resolve. Apanham não só os seguranças com os coitados dos garçons. Assim, solução para barraqueiros e barraqueiras é simples e rápida – LINHA DIRETA da ROCAM.

Enquanto os barraqueiros trocavam carícias as avessas, com socos, tapas, chutes e caneladas, uma galera em volta, como se estivesse numa arena de MMA, filmava tudo e relatava animadamente os acontecimentos nas redes sociais, alguns até cobrando mais ação e sangue entre os barraqueiros em guerra.

Numa das cenas mostradas nas redes, uma mulher aparece arrastando um dos barraqueiros pelo colarinho. Fiquei na dúvida se ela estava tentando impedir dele continuar apanhando ou de continuar batendo em alguém.

Em outra cena, cliente sentado numa mesa à parte, degusta o seu prato despreocupadamente, como que protegido por uma couraça de aço, sem fazer a menor ideia dos cacos e garrafas que estavam voando em sua volta. Espero que tenha saído inteiro de lá.

Fico agora imaginando os comentários entre as barraqueiras e os barraqueiros no dia seguinte, sem nenhum remorso do que aprontaram:

Entre as barraqueiras:

- Tu viu só bicha a bicuda que eu dei no saco daquele FDP que arrancou o meu aplique?

E entre os barraqueiros:

- Tu viu só cara a peruca que eu arranquei da cabeça daquela baranga que deu uma bicuda no meu saco?

Também fico imaginando se esse merda toda tivesse acontecido no Barraco do Zé Galinha lá da periferia. Uma coisa é certa. Rapidinho a ROCAM já chegava no pedaço baixando o porrete no couro dos barraqueiros e barraqueiras. Socava todos numa única viatura e colocava todo mundo para dormir amontoado no xilindró da Delegacia mais próxima, um cheirando o rabo e o bafo do outro.

No dia seguinte, as equipes de Plantão de Policia passam na delegacia, recolhem o nome de cada um dos barraqueiros e, em seguida, os apresentadores dos programas de rádio e tv matinais, abrem espaço para que tudo venha a público, com a fotografia, ficha corrida completa, raio X e o escambou de um a um.

Essa é a diferença entre barraco criado por gente simples na periferia e barraco criado por gente bacana no Shopping da Ponta Negra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário