27 de junho de 2020

MÃOS LIMPAS & LAVA-JATO

Foi anunciada a saída de 3 procuradores que estavam trabalhando na Operação Lava-Jato, com justificativas pouco transparentes.
Essa situação me faz lembrar uma avaliação feita por um ex-procurador da Operação Mãos Limpas, Italiana, Piercamillo Davigo. Segundo ele, os corruptos venceram a guerra contra a corrupção. No âmbito político, o ex-procurador disse que após a Operação Mãos Limpas, os políticos não pararam de roubar, só teriam parada de ter vergonha de roubar.
Qual será a opinião dos três procuradores brasileiros que abandonaram recentemente os trabalhos da Operação Lava Jato? Será que ainda existe quem acredite que a Operação Lava-Jato vai ter um fim diferente da operação italiana?

23 de junho de 2020

Vá ser FEIO assim lá em ATIBAIA

Fala sério!
Chamar essa figura de ANJO é uma ofensa a LÚCIFER que contam que era um anjo belíssimo. 
Conhecido por ser vingativo, o Anjo LÚCIFER pode não estar gostando nada dessa brincadeira e resolva dar o troco fazendo com que a qualquer momento o Anjo de ATIBAIA apareça por aí dando entrevistas com um par de chifres na testa. É bom não duvidar. Com LÚCIFER não se brinca né.
Mas, como estamos falando do Anjo de Atibaia, isso nos remete ao QUEIROZ, ressurgido das profundezas do inferno. Essa história de amizade do QUEIROZ com políticos, me faz lembrar o que meu avô dizia da amizade com e entre políticos, lembrando um pensamento de Victor Lasky - Na política não há amigos, apenas conspiradores que se unem.
O sujeito se aproxima do político, passa a receber um tratamento diferenciado, ganhar algumas regalias para si próprio e para os seus, e aí já se acha amigo do peito do político, insubstituível, inatingível, irmão de fé e camarada, e pau para toda obra. 
Se não bastasse isso, acreditando na falsa amizade e nas suas benesses, o sujeito passa a fazer o que não devia e a se comportar e atacar de forma agressiva e gratuita os adversários e os inimigos do suposto amigo e irmão político. Aquele conversa manjada do mexeu com ele, mexeu comigo.
Daí, quando acontece uma merda e a amizade que parecia eterna é colocada em jogo, na hora que a corda aperta o político posa de honesto, diz que vai provar tudo nos autos, morre jurando que é inocente e não pensa duas vezes em entregar o suposto amigo e fiel escudeiro para os leões famintos. É vero!

11 de junho de 2020

MANDATO POLÍTICO


Nenhum político deveria permanecer no mesmo cargo político por mais de 2 mandatos. Como seria bom ver isso se tornar realidade. Aquele que quiser cumprir mais de 2 mandatos, em qualquer dos cargos, primeiro acerte as contas com o homem lá de cima para assegurar a sua reencarnação.

Vejam que para presidente, governadores e prefeitos a regra já existe. Esperar agora que os políticos tomem a iniciativa de legislar para moralizar essa questão de tempo de mandato também para os cargos de vereador, deputado e senador, é algo que eu diria impensável de acontecer com essa galera que está hoje no Congresso Nacional.


Antes de eleitos, eles defendem qualquer coisa, qualquer causa. Nessa hora o que importa é conquistar a sua simpatia e o seu voto. Depois de eleitos, aí é que você vai conhecer quem é quem. 

Na reforma política que tanto se espera, não espere que os políticos criem qualquer coisa que lhes tire a oportunidade de viver eternamente de mandatos e de suas benesses e mordomias.

Essa é uma questão que o eleitor vai ter que resolver na boca da urna. Basta decidir não dar mais seu voto para nenhum político que já vestiu o pijama e agora quer voltar como salvador da pátria. É fria! Basta não dar mais seu voto para nenhum político que já tenha cumprido mais de 2 mandatos para o cargo que esteja ocupando ou postulando reconquistar. Dessa forma tiramos de circulação quem já deu o que tinha para dar e abrimos oportunidade para uma nova geração de políticos. Pior do que está, certamente não fica.

Essa coisa chamada EMENDA PARLAMENTAR

Observe o seguinte:
Durante 4 anos o político se utiliza de verba pública, por meio dessa coisa chamada de emenda parlamentar, para se promover e, de forma velada ou descaradamente, fazer campanha para sua reeleição. É fato!

O político não perde a oportunidade de encher a boca para dizer que destinou milhões em verba pública para isso ou aquilo. Vai para a mídia ocupar os espaços e aproveita o quanto pode para se promover com essa coisa. É uma forma cínica de fazer política e de se promover. A emenda parlamentar, agora impositiva, é o que tem de mais imoral nesse sentido.

Pense como um candidato novo, debutante, sem grana para fazer sua campanha, vai conseguir disputar voto com esses políticos que são agraciados com verba pública/emendar parlamentar e, durante 4 anos, usam isso para se promover e fazer suas campanhas para reeleição.

No interior do estado, nas comunidades e nos bairros mais distantes e carentes de tudo, em quem você acha que o caboclo desinformado vai votar: em mim, em você que estaria tentando entrar para a política, ou no candidato com mandato que usa da verba pública e só aparece em ano de campanha para dizer que vai continuar empenhado em mandar verba de emenda para ajudar a comunidade a melhorar de vida?

Usando dessa arma no interior do Estado, principalmente, temos político que já foi reeleito por mais de 7 vezes.

25 de maio de 2020

O Estagiário

 Nos anos 90 o Superintendente da Suframa recebia muitas pessoas em seu gabinete, principalmente empresários de outras regiões e de outros países. Vinham conhecer a ZFM, a Suframa, e buscar maiores informações sobre as vantagens de se instalar e produzir em Manaus.

As audiências eram diárias, concorridas e as vezes demoradas. Quando a audiência era com visitantes estrangeiros, havia a necessidade de intérpretes, o que demandava um tempo maior de atendimento.

Certa oportunidade, um empresário brasileiro aguardava na recepção a sua audiência marcada para as 10 horas da manhã. Imaginando que a sua conversa com o superintendente demandaria no máximo 1 hora, marcou o seu retorno num voo que saia de Manaus no início da tarde.

A audiência que antecedeu a do empresário começou um pouco mais tarde e durou um tempo além da conta. Quando entrou no gabinete para conversar com o superintendente, o empresário discretamente já manifestou a sua preocupação com o horário do seu voo de retorno. Havia a exigência de se apresentar para o embarque 2 horas antes.

Vendo a inquietação do empresário, o superintendente cordialmente lhe colocou uma viatura do órgão para transportá-lo até o aeroporto assim que a audiência terminasse.

E assim aconteceu. Encerrada a audiência, a secretária do gabinete ligou para o setor de transporte para que uma viatura se deslocasse até a entrada da Suframa para levar o empresário até o aeroporto. O Sr. Moreira, motorista do próprio superintendente, foi designado para fazer o transporte. Pegou a viatura e se dirigiu até a escadaria na entrada principal da Suframa.

Chegando na escadaria, já estava lá uma pessoa de pé esperando. Imediatamente essa pessoa abriu a porta de trás do carro e entrou, sem dar uma palavra, nem mesmo um boa tarde. Como fora informado que ia levar alguém ao aeroporto que estaria atrasado para o voo, Sr. Moreira não pensou duas vezes e saiu no rumo do Eduardo Gomes.

Na descida da avenida em frente a Suframa, Sr. Moreira olhou pelo retrovisor e achou algo estranho no cidadão sentado no banco de trás, sempre de cabeça baixa. Já estava escabreado, pois o sujeito entrara no carro sem sequer dar boa tarde ou dito para onde iria. Já passando pelo Bairro do Japiim, o Sr. Moreira desconfiou de vez e resolveu interpelar o seu passageiro. Nesse momento, aproveitando que o carro estava parado esperando o sinal abrir, o suposto empresário simplesmente abriu a porta do carro e saiu numa desabalada carreira.

Só aí então Sr. Moreira deu conta que o seu passageiro não era a pessoa que deveria levar ao aeroporto. Quem estava no carro era um estagiário que trabalhava no gabinete ajudando nas atividades de secretariado.

Felizmente Sr. Moreira descobriu a tempo que estava com o passageiro errado dentro do carro. Retornou rápido à Suframa e, chegando na escadaria, lá estava o verdadeiro empresário ansioso esperando pelo transporte. Conhecendo bem os atalhos, conseguiu chegar a tempo do empresário embarcar no seu voo sem maiores dificuldades.

Essa é só uma das peripécias que marcaram a passagem do estagiário pela Suframa. Depois eu conto mais.

21 de abril de 2020

O Analista dos Barés



Manaus, primeiros anos do novo milênio. Boas lembranças! 

Nesse tempo, um grupo de amigos do trabalho tinha por hábito, após o encerramento do expediente, se reunir para jogar conversa fora. Era um verdadeiro happy hour. Ficávamos conversando e vendo a hora passar, esperando o fluxo de transito melhorar na saída do Distrito Industrial e assim voltarmos para casa com maior tranquilidade. 

Era um grupo bem animado, com alguns gozadores natos, chatos e até irritantes. Os temas de discussão preferidos dentro do grupo eram a política e o futebol. Vou contar umas das histórias inesquecíveis dessa confraria, preservando os nomes dos atores.  

Um desses amigos queridos do grupo, infelizmente já falecido, gostava de fazer suas análises da conjuntura política e, principalmente, fazer os prognósticos. Adorava ser provocado sobre esse tema e defendia como ninguém as suas percepções do jogo político. Era o nosso inconfundível Analista dos Barés.  

Daí então, sempre que havia uma disputa política acontecendo, em qualquer nível, não podíamos deixar de reunir a confraria e pedir a análise e o prognóstico do nosso analista. O fato curioso é que tudo aquilo que ele analisava e prognosticava, normalmente não acontecia.  

Vejamos um exemplo: imaginemos que os nossos saudosos e queridos Boca de Bilha, Lauro Goiaba e Macaxeira entrassem numa disputa política. Se o nosso Analista dos Barés, depois da sua análise, desse como prognóstico a vitória de Macaxeira, podíamos ter a certeza que o resultado ia dar Boca de Bilha ou Lauro Goiaba, nunca, jamais, em tempo algum, Macaxeira seria o vitorioso.

Na nossa Instituição de trabalho, também havia as disputas políticas pelos cargos. De praxe, os cargos mais relevantes eram leiloados e preenchidos por indicação de parlamentares, no tradicional troca-troca entre o executivo e o legislativo. Uma dessas disputas pelo cargo na Instituição, ficou na história da Confraria. Lembro que Lula havia assumido o seu primeiro mandato presidencial nos primeiros anos do novo milênio. Logo após a sua posse começaram as especulações sobre quem ia ser o novo superintendente da Instituição.

Sabemos que nesses momentos de disputas políticas, sejam quais forem, brotam boatos de todos os lados. Um desses boatos estava provocando um tremendo buchicho dentro da Instituição. Começou a circular que uma servidora da casa estava bem cotada e seria a nomeada para o cargo maior. Como dizia um dos amigos da confraria – o babado era forte! 

Se verdade esse boato, teríamos a quebra da hegemonia dos homens no cargo de Superintendente, coisa que não se imaginava acontecer naquele momento, considerando o poder de fogo e o apadrinhamento daqueles que estavam no páreo. Só tinha afilhado de cobra grande na disputa. Como imaginar uma servidora da casa conseguir vencer essa batalha. Mas, tínhamos um amigo sempre muito otimista no grupo que levantou uma hipótese – e se o padrinho dela for uma Anaconda! 


Diante das tantas especulações e novidades na disputa, não podíamos deixar de convocar uma reunião extraordinária da confraria para ouvirmos a análise e o prognóstico do nosso Analista dos Barés. Feita a convocação, todos reunidos, sai o primeiro comentário provocativo no grupo:  

- Vocês já estão sabendo né! O buchicho dos corredores é que “Lurdinha” é a mais cotada para ser a nossa Superintendente.

Ao ouvir esse comentário, nosso Analista dos Barés franziu a testa e, como sempre fazia, primeiro puxa o lenço do bolso, passa lentamente de um canto ao outro da boca, mete de volta o lenço no bolso, arruma o colarinho, e aí começa a falar:

- Vocês não vão me dizer agora que estão acreditando mesmo nessa sandice. Quem é esse visionário desatento que apareceu com essa história. Não tem o menor cabimento. Essa senhora resolveu sonhar alto demais. Com todo respeito, não tem cacife para ser a superintendente. Não adianta! Não vai emplacar! Se conseguir alguma coisa, se conseguir, é uma Adjunta e olhe lá. 

Para tocar logo fogo na discussão, alguém completa:

- Como não! A nomeação já é dada como certa. Só está faltando o chamegão do Lula.

- Peralá gente! Porra! Deixa de sacanagem. Vocês não vão querer agora me convencer dessa coisa inimaginável. 

A turma, vendo que a discussão ia prosperar, continuou insistindo que a nomeação de “Lurdinha” era dada como certa. Já estressado, o nosso Analista dos Barés perde a elegância natural e dispara:

- Seguinte, porra, dou meu cú na guarita se essa senhora for nomeada.

O espanto foi geral. Ninguém imaginava que o macho alfa do grupo, de repente, numa aposta, se dispusesse a dar o fiofó na guarita, caso Lurdinha vencesse a disputa pelo cargo de superintendente. Ficamos deveras preocupados. O prognóstico do nosso Analista dos Barés era que Lurdinha não seria nomeada. Assim, como tudo que ele prognosticava não acontecia, a chance de Lurdinha emplacar no cargo era real. O que tornava real também a chance do nosso Analista dos Barés ter que cumprir a infeliz promessa de dar o fiofó na guarita. Só restava então esperar os acontecimentos. 

Passaram-se poucos dias e “Lurdinha”, para surpresa dos incrédulos, foi nomeada. Imediatamente começou o cuchicho no grupo. E agora, como fica. Nosso Analista dos Barés vai ou não vai cumprir o que havia prometido com tanta convicção, caso Lurdinha lograsse êxito na sua indicação.

Nesse mesmo dia da nomeação, um dos amigos da confraria saiu da sua sala para fazer um xixi e encontra nosso Analista dos Barés no banheiro tirando a água do joelho. Lembrando da promessa que ele havia feito, posta-se ao seu lado, dá bom dia e, enquanto aliviava a bixiga, pergunta:

- E aí meu caro, já comprou a vaselina?

Cara amarrada, nosso analista retruca falando grosso – não entendi a sua pergunta.

Esqueci, depois a gente fala – respondeu o alemão da turma e foi saindo de mansinho. 

Depois desse episódio, o grupo continuou se reunindo ainda por um bom tempo, falando de politica e, obviamente, ouvindo atentamente as análises e prognósticos do nosso Analista dos Barés.

A única coisa que na realidade mudou dali para frente, e que nunca mais veio a acontecer, foi do nosso Analista dos Barés, em defesa dos seus prognósticos, colocar em risco outra vez o seu fiofó na guarita. 


O nosso Analista dos Barés era um ser humano especial. Cara de machão durão, mais de uma afabilidade que cativava os amigos. Vociferava muito, mas também sorria, brincava, dava gargalhadas e chorava. Com suas virtudes e defeitos, tinha o carinho de todos aqueles que o cercavam, Assim, não poderia concluir essa história sem dizer do meu imenso carinho por essa pessoa, que me tinha como filho, que ia todos os dias na minha sala para perguntar se eu estava bem, e que eu amava e respeitava como se meu pai fosse. Pena que não esteja mais aqui entre nós para relembrar e rirmos juntos de momentos da nossa confraria, que nem esse que acabo de relatar.