18 de setembro de 2006

Juiz Trapalhão (Parte II)

Gente! Eu pensei que o juiz Ataíde fosse só um trapalhão. O sujeito, como diz o caboclo, ficou tiririca e resolveu se transformar num homem bomba, digo, juiz bomba. Em lugar de se defender do que fez, afiou a língua e mandou veneno para tudo quanto é lado. Começou colocando todo mundo dentro do mesmo balaio, do governador até os procuradores do ministério público, e concluiu – “juiz que pede benção a quem quer que seja para decidir, não é juiz”.
Sinceramente eu não sei de onde foi que ele tirou essa conclusão de efeito, mas já fico arrepiado só em imaginar que possam existir outros Ataídes de plantão por aí pensando e agindo igualzinho. Ave Maria!...
Para justificar a decisão de soltar os bandidos, o juiz Ataíde não perdoou ninguém - chamou a justiça de paralítica e o Ministério Público de moroso. Como ele faz parte desse meio há algum tempo e já está pensando até em aposentadoria (segundo noticiário), com certeza tem muita gente achando que ele esteja falando com conhecimento de causa. Eu prefiro acreditar que o juiz Ataíde anda meio atrapalhado das idéias, principalmente pelo fato de que não conseguiu justificar de forma convincente a sua atitude de mandar soltar bandido perigoso. Pior ainda quando diz que a segurança pública não é um problema dele, mostrando total descaso com a situação de insegurança e violência que a sociedade vem enfrentando em toda a cidade de Manaus.
Para uma sociedade que vive num clima de insegurança cada dia pior, as declarações do juiz Ataíde acabam funcionando de fato como uma bomba, levando muita gente a se sentir numa situação de desespero total. É só imaginar um Estado que tem um juiz plantonista soltando preso de roldão (segundo ele por incompetência de quem formata mal os processos), uma justiça paralítica, um ministério público moroso e uma segurança pública falida, que aliás até agora não deu conta ainda nem dos meninos danados que passaram uma madrugada inteira brincando de destruir as vitrines das lojas da cidade. Se for isso aí mesmo – só nos resta ajoelhar e pedir a proteção de todos os santos.
Outros destaques interessantes das entrevistas do juiz Ataíde aos jornais da cidade, foram o bigode que ele arrumou para o governador e o novo nome que ele deu para o desembargador Domingos Chalub – o Tal Chalub. Tudo isso, creio eu, depois de já ter recebido o castigo de 30 dias de suspensão.
Vejam a que ponto chegamos. Um JUIZ, em lugar de contribuir para resolver aquilo que ele classifica de paralisia da justiça e morosidade do Ministério Público, simplesmente faz a opção pelo pior. Aproveita-se das supostas falhas de processo, paralisia e morosidade das instituições e promove uma festa no seu plantão de trabalho, dando liberdade na calada da noite para bandidos de alta periculosidade. Resumindo – o povo que se lasque!...
A preocupação maior agora é que este não seja mais um escândalo que vai ser cozinhado em banha maria por algum tempo, a espera que a memória curta do povo se encarregue de enterrar. É importante destacar que a justiça, o ministério público, autoridades do executivo e do judiciário foram duramente atingidas por declarações explicitas do juiz Ataíde. Vamos ficar atentos aos próximos acontecimentos e esperamos que este não seja mais um escândalo a ser vergonhosamente varrido para debaixo do tapete. Àqueles que vão tratar de investigar, analisar e julgar esse caso (seja lá de onde for), o nosso apelo dramático – pelo amor de Deus não nos decepcionem! Será que é pedir muito?

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