14 de setembro de 2006

Juiz Trapalhão!...

Recentemente ficamos todos revoltados com a atuação dos nossos ilustres deputados estaduais, que optaram pela calada da noite para aprovar um projeto de aposentadoria precoce. Agora é a vez de um determinado juiz que, segundo a mídia local, resolveu também aproveitar a calada da noite para autorizar a soltura de presos perigosos. Diz o noticiário que teve bandido solto às 22 horas do feriado. De certa forma não deixa de ser um horário ideal para soltar bandido perigoso. Simplesmente ele não precisa esperar escurecer para agir – já sai direto à caça de suas próximas vítimas.
Por conta dessa atitude do juiz trapalhão, a polícia local se diz obrigada a fazer o monitoramento dos passos dos bandidos que são soltos sem justificativas convincentes, de modo a impedir que cometam novos crimes. E eles chamam isso de trabalho de inteligência - É brincadeira!...
A verdade é que a sociedade tem que reagir. E logo! – antes que caia no esquecimento. Não podemos mais nos omitir e silenciar diante de situações dessa natureza. Basta de explicações e justificativas idiotas, na expectativa de que a memória curta do povo se encarregue do resto. Chega! Vamos começar acabando com essa coisa de soltar bandido durante a noite. Porque esse privilégio? Se alguém tem ser libertado, seja um bacana, um traficante ou ladrão de galinha, que isso aconteça à luz do dia e não na calada da noite.
Segundo o secretário de segurança do Estado do Amazonas, o mesmo não poderia fazer nada diante de uma decisão equivocada do juiz. Ora bolas!... A sociedade não pode ficar a mercê de decisões equivocadas de juiz nenhum, principalmente em se tratando de libertação de bandido perigoso. Se não tem segurança e/ou competência para dar um despacho correto durante o plantão, então que gaste o tempo e a caneta jogando velha ou fazendo palavras cruzadas. Até isso tem o seu lado bom – o povo vai dormir tranqüilo, sem nenhuma quadrilha solta irresponsavelmente no escuro.
Vejamos algumas declarações dadas à imprensa por autoridades da Justiça do Amazonas sobre esse caso: “o plantonista só pode mandar soltar presos que foram recolhidos a mando dele” – “os presos só poderiam ser soltos após pedido de habeas corpus feito pelos advogados a uma das Câmaras Criminais do TJAM” – “ um plantonista só pode decidir quando ele é designado pelo Tribunal, mas isso em situações especiais”. Tomando por base essas declarações, o juiz plantonista que libertou os bandidos, de equivocado na verdade não tem nada. Ou ele é totalmente desinformado sobre o que pode ou não pode fazer durante o seu plantão, ou então resolveu testar até onde vai a desinformação dos seus parceiros de justiça, sistema prisional e de segurança pública. Pelo jeito – arrumou foi sarna para se coçar.
Diz um jornal que, pelo ritual, cabe ao Ministério Público oferecer representação contra o tal juiz. Sempre que acontece de uma autoridade jurídica estar envolvida em algum tipo de irregularidade, é comum muita gente colocar o rabo entre as pernas e esperar que outro corajoso tome a iniciativa. A verdade é que quando se trata de denunciar e/ou cobrar algo das autoridades judiciais, todo mundo gagueja e se enche de dedos e de desculpas para não fazer nada. Não precisamos ir muito longe. Aí está o caso do quebra-quebra ocorrido na cidade, onde ninguém cobra mais nada, ninguém fala mais nada, em função da suposta participação de um filho de autoridade judicial e de empresários bacanas. Isso é o tipo de coisa que tem que acabar o mais rápido possível - doa a quem doer!...
Diante desses fatos, gostaríamos de ver não só a mídia, mas também os legítimos representantes do povo, tanto da Assembléia Legislativa como da Câmara Municipal de Manaus, subindo na tribuna para exigir não só explicações, mas a aplicação das penalidades cabíveis, caso fique comprovado que a autoridade de plantão agiu incorretamente. Quero ver vereador e deputado cuspindo fogo na tribuna, igualzinho como fazem quando é para criticar e/ou denunciar os seus adversários. Não podemos aceitar a idéia de que um juiz de plantão pode tudo, inclusive atentar contra a segurança e a tranqüilidade da população, mandando soltar bandidos comprovadamente de alta periculosidade. Se ele errou vai ter que pagar, mas para isso é preciso que as autoridades competentes façam a sua parte. É o que estamos esperando que aconteça – quem sabe!...

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