18 de dezembro de 2008

Não foi só vandalismo?

A nota emitida pela Associação dos Magistrados Brasileiros, em solidariedade ao juiz Jorsenildo Dourado Nascimento, deixa claro de que a notícia do saque praticado à sua residência e as ameaças deixadas registradas nas paredes, está muito longe ser o que foi publicado, ou seja, que teria sido um suposto vandalismo praticado por adolescentes desocupados da sede do município de Autazes, que depois de tomarem emprestadas algumas motocicletas abandonadas nas ruas, resolveram brincar com a polícia local de esconde-esconde. Para colocar mais adrenalina nas coisas e mostrar que a brincadeira era para valer, os pivetinhos decidiram então escolher a casa do juiz Jorsenildo para se esconderem, sem obviamente perder a oportunidade de saqueá-la e, antes de ir embora, deixar uma mensagem boba de ameaça na parede ao dono da casa. Em resumo foi isso que eu entendi, depois que eu li o que foi publicado na imprensa a respeito desse episódio. Salvo engano, informações resultantes de investigações policiais.

Ora bolas! Se a coisa toda foi só uma brincadeira de vandalismo, porque então o juiz vai ter que voltar à cidade protegido pela polícia e envolto num colete a prova de bala? É o que se ouve falar que vai acontecer. É uma inversão total de valores! Aqueles que não se intimidam em defesa da lei e da sociedade, agora vivem sob ameaças de todas as naturezas. Enquanto isso, nada acontece com quem devia estar recolhido atrás das grades para pagar pelo que fazem de ruim para a sociedade.

A minha opinião, independente se existe uma conotação política ou não nessa história, é que esses moleques, pivetes, vândalos, ou qualquer outra coisa ruim que queiram chamar, cometeram crimes graves numa única noitada. Não é porque são adolescentes que não devem pagar pelo que fizeram. Como normalmente são covardes quando pegos, vai ver estão todos debaixo da saia da mamãe ou da asa de alguém, chorando e pedindo proteção. No mínimo mereciam uma boa surra de galho de goiabeira ou de um bom cinto de couro molhado. Se é que em casa existe alguém para cobrar alguma coisa desses malandros. Aliás, esse episódio nos faz lembrar também o caso dos filhinhos de papai que saíram quebrando tudo aqui na cidade de Manaus, e que até hoje não se sabe no que terminou, depois que o assunto passou para a competência da polícia e da justiça. A coisa ficou tão esquisita que nem mesmo as vítimas dos filhinhos de papai ousaram levar o assunto até as últimas consequências, com os malandros punidos exemplarmente e os papais obrigados a pagar pelos prejuízos até o último centavo. Será que em Autazes vai ser assim também?

Encerro me solidarizando com o juiz Jorsenildo Dourado Nascimento, na certeza de que não lhe faltará coragem, determinação e proteção de Deus para continuar honrando o compromisso assumido perante a sociedade e dignificando a sua classe que, desculpem a sinceridade, anda tão desacreditada pelos episódios desagradáveis que estão espocando Brasil a fora envolvendo autoridades do judiciário nacional em todos os níveis. Com exemplos como do juiz Dourado, eu mantenho a fé de que um dia a coisa muda.

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