10 de janeiro de 2009

Descaso!...

O exemplo que vou relatar é uma gota no rio de problemas e desmandos com a coisa pública, notadamente no que diz respeito às condições das vias públicas de nossa cidade. Não faz muito tempo, na chamada estrada do V8, em frente ao campo society construído ao lado do posto de gasolina onde funciona uma Casa de Picanha, fizeram um rasgo no asfalto que ia da calçada até a passarela no meio da pista. Salvo engano o rasgo foi feito para puxar água da tubulação no meio da pista. Depois de feito o rasgo e atendido interesses particulares, esqueceram o interesse coletivo, o interesse público. Deixaram o rasgo aberto no asfalto sem um reparo imediato por muitos dias e, com o tráfego intenso naquele local, começou a ficar cada dia pior.

Como usuário daquela via todos os dias, comecei a ficar incomodado com o problema, pois cada buraco que nasce nessa cidade, e já são milhares e milhares, quem paga pelo prejuízo e depreciação dos carros somos nós mesmos. Consciente dos meus direitos de cidadania, tomei então a iniciativa de cobrar providências enviando mensagens para a Prefeitura, tendo esta informado que ia verificar a minha queixa e providenciar a recuperação.

A solução dada ao problema é de causar extrema indignação e mostra o descaso com a coisa pública. O rasgo que ficou na pista, depois de atendido um interesse privado, foi transformado numa mini-lombada. Pergunto: qual a diferença do rasgo que fizeram, para a mini-lombada que lá deixaram, em termos de prejuízos para quem passa com o seu carro ali todos os dias. Nenhum! Antes eu estava passando em cima de um buraco, agora estou passando em cima de uma mini-lombada. Ambos são nocivos aos nossos carros e aos nossos bolsos. Uma pista que era perfeita naquele ponto, construída com o dinheiro do contribuinte, foi rasgada para atender um interesse privado e depois recuperada e devolvida de qualquer jeito aos seus usuários.

Está lá a imundice para quem quiser ver, ajudando a depreciar os veículos que por ali passam todos os dias. Sem falar que o pagamento desse serviço porco já deve ter sido pago e com o dinheiro do contribuinte. Quem fez a imundice? Quem autorizou pagar? Quanto custou? São perguntas que ninguém parece estar preocupado em saber, muito menos em responder. O exemplo oferecido pode até parecer um exemplo idiota, diante tantos outros problemas mais graves. Mas é um exemplo do que acontece e se repete todos os dias em nossa cidade. É o descaso com a coisa pública, alimentada pela omissão de todos nós, autoridades, políticos e cidadãos. A expectativa é que a nova administração pública e o novo parlamento municipal olhem com mais carinho e responsabilidade para a coisa pública e nós, o povo, deixemos a leseira de lado e passemos a cobrar com mais intensidade os nossos direitos. Não custa acreditar que ainda tem jeito!

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