9 de janeiro de 2009

Tapa-buraco!


Se o contribuinte tivesse consciência de quanto sai do seu bolso para o ralo chamado tapa-buraco, certamente teria uma atitude mais digna e mais responsável como cidadão. Podem existir outras, mas com certeza “tapar buracos” é sem dúvida uma das atividades mais interessantes (para alguns privilegiados) de ganhar dinheiro fácil nesta cidade e em todo o Brasil. É só olhar nas ruas e constatar que o serviço é mal feito, é porco, é mal acompanhado, é mal fiscalizado, ninguém mede nada e não duram 30 dias. De nada adianta várias equipes espalhadas pela cidade fazendo tapa-buracos, se cada uma dessas equipes tapa do jeito que bem quer e entende.

Pasmem! É comum você assistir uma operação onde eles chegam, passam a vassoura para tirar o lixo ou a água do buraco, jogam o piche, arremessam a massa em cima do buraco, espalham, vão embora e deixam para que os nossos carros venham atrás e façam o resto, ou seja, espalhar a massa para começar um novo buraco. Quem ainda não viu isso? Pois é! Isso tudo é simplesmente deplorável, imoral! É dinheiro público atirado no lixo. É mais que um ralo. É a garganta profunda dos cofres públicos.

O mais triste a constatar é que essa mazela já atingiu também as obras de recuperação e recapeamento das ruas espalhadas pela cidade. Veja a situação em que estão as ruas recém recuperadas e/ou recapeadas e que dão acesso à Cidade Nova indo pelo Parque do Mindu. É de fazer chorar de raiva e indignação. Foram feitas e entregues há bem pouco tempo. Alguns meses de muita aporrinhação, com os usuários dessas vias tendo que enfrentar lama e muita poeira, porém confiantes na entrega de uma obra digna de aplausos e reconhecimento. Pergunto: quem aplaude a qualidade da pavimentação que foi feita? Qual nota você daria para a qualidade do serviço de acabamento geral (pista e meio-fio) que foi deixado? De 0 a 10, será que uma nota 3 de reprovação seria uma nota injusta? E uma última pergunta: por acaso alguém sabe dizer qual foi a empresa responsável e quanto custou?

A única coisa certa é que os serviços foram executados sem o cuidado e sem o carinho que as obras de interesse público devem merecer. Como é público – então que seja de qualquer jeito. E daí! Ninguém reclama mesmo! Porque esquentar a cabeça? Depois a Prefeitura se encarrega de contratar a mesma empresa que fez a porcaria na obra de recapeamento e coloca para ganhar dinheiro fazendo o tapa-buraco. Também ninguém vai reclamar! E se reclamarem, é simples – basta colocar a culpa na chuva ou em São Pedro. O povo acaba acreditando que é apenas a vontade de Deus e não vai se importar de pagar mais impostos para fazerem tudo de novo e do mesmo jeito.

A expectativa é que a atual administração da Prefeitura monte uma estrutura séria de acompanhamento dessas operações tapa-buracos e crie mecanismos facilitadores para que as pessoas possam participar dessa fiscalização. Em cada local em que estiver ocorrendo uma operação tapa-buraco ou de recapeamento, os trabalhadores devem estar identificados com o nome da empresa responsável. Nos cavaletes de proteção tem que estar lá disponível, em letras garrafais, legíveis, um número de telefone ou e-mail, para onde o cidadão possa enviar suas sugestões, criticas, denúncias, etc. Nos outdoors, em lugar de fazerem apenas propaganda do governo - “aqui tem obra desse ou daquele governo” - incluam também informações que possibilitem as pessoas participarem e contribuírem com a fiscalização das obras públicas. É apenas uma questão de vontade política. É hora de tomar vergonha!...

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