26 de abril de 2009

País dos golpistas e caloteiros


Não bastassem os políticos, lobistas e empreiteiros aplicando golpes nos cofres públicos, agora surge mais uma classe denunciada por aplicar calote no erário público, o que não deixa de ser também um duro golpe no bolso do contribuinte, que é quem paga a conta no final de tudo. Estamos falando dos ex-bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico, que pegaram a grana do contribuinte para fazer cursos no exterior e simplesmente deram cano. Sumiram, não devolveram um único centavo e não deram a menor satisfação. É calote sim! É golpe também! Eles (bolsistas) quando recebem a bolsa para estudar estão conscientes do compromisso assumido. Na verdade deixam de cumprir porque acreditam, a exemplo dos políticos e de todos aqueles acostumados a usar e se lambuzar com o dinheiro público, que a chance da impunidade é quase certa. Muitos deles (bolsistas) se escafederam, ou seja, foram fazer seus cursos fora do país e não voltaram mais. Em se tratando de Brasil, obviamente, não há motivos para muito espanto. Faz parte!

De acordo com as matérias publicadas sobre esse assunto, a partir de informações do TCU, AGU e CGU, de 2002 a 2008 a dívida dos bolsistas caloteiros já supera a 97 milhões de reais. O mais triste nessa história é que uma parte dessa dívida é de bolsistas que não concluíram os cursos ou não defenderam suas teses. É dinheiro público sacado do bolso do contribuinte e atirado no ralo sem o menor constrangimento. Estamos falando de pessoas que recebem bolsas para ir lá fora absorver conhecimentos e voltar para disseminarem esses conhecimentos nas respectivas organizações, universidades e em prol da sociedade brasileira. A conclusão é que estamos ruins não só na hora de escolher nossos políticos. Nas urnas é fácil colocar a culpa no povo pela más escolhas e dizer depois que cada povo tem o político e governante que merece. E na seleção dos bolsistas? Quem nos explica as más escolhas?

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