6 de janeiro de 2011

PISCICULTURA no Distrito Agropecuário da Suframa (DAS)

Autor: Weber Medeiros

Historicamente, a prática da piscicultura é muito antiga. Documentos originários da China, Egito e Roma atestam que eram praticadas criações de peixes e moluscos nessas regiões entre 3.000 e 4.000 anos.

No Amazonas o ex-governador, advogado Plínio Coelho, iniciou um trabalho em piscicultura e criação de quelônios ali onde hoje é a Avenida Torquato Tapajós do lado oposto à entrada do bairro da Cidade Nova. Em 1968, o chefe do Posto Agropecuário de Itacoatiara, da Secretaria de Estado de Produção, o engenheiro agrônomo Fiúza já começava a fazer no lago de Serpa seus primeiros ensaios com tambaqui e matrinxã em cativeiro. Deve haver outros que desconheço, mas estes foram projetos pioneiros que “morreram”, seja por falta de melhor conhecimento técnico seja pela desistência dos proprietários.

De qualquer forma a piscicultura é uma atividade relativamente nova no Distrito Agropecuário da SUFRAMA - DAS, pelo menos de forma organizada e associativa. Em 1976 foi quando efetivamente as empresas iniciaram a implantação de projetos no DAS e a maioria dos projetos de piscicultura teve origem em áreas destinadas inicialmente a outras atividades que lamentavelmente não tiveram sucesso ou devido a problemas de mercado (cacau e guaraná) ou a problemas de doença (seringueira). Como a maioria dos projetos envolvia seringueira e a maioria deles já havia tentado de forma infrutífera a enxertia de copa, não restava outra saída senão buscar uma nova alternativa econômica para ocupar a área. Aí então restavam aos empresários do DAS à olericultura, a citricultura, a dendeicultura e a piscicultura que já se haviam revelado como alternativas viáveis, como atividades principais.

Mas, deixando de lado as várias possibilidades, vamos nos ater aqui à piscicultura que é praticada no DAS através de criações em barragens de igarapé, em tanques em canais de igarapé ou em tanques escavados, sendo esta a modalidade técnica mais utilizada pelos empresários, e que vem ganhando vários adeptos.

Temos, dentre os maiores projetos, a Oriente Agropecuária Ltda. na estrada vicinal ZF-09, com 60 ha de área inundada para produção de tambaquis e tartarugas, a P.R.F. Lopes Agroindústria e Comércio na rodovia AM-010, com 56 ha para produção de tambaquis, a Guaporé Agropecuária Ltda. na estrada vicinal ZF-1, com 33 ha para produção de tambaquis e matrinxãs, Ricardo Poveda Moreno na estrada vicinal ZF-1, com 25 ha para produção de tambaquis, a Agropecuária Vitória Régia na estrada vicinal ZF-6, com 5,5 ha com produção de tambaquis e Aluísio Rodrigues da Costa na estrada vicinal ZF-7, com 7,5 ha para produção de matrinxãs. São ao todo 57 piscicultores com 266 ha para produção de tambaqui, matrinxã, pirarucu, quelônios, além de uma pequena quantidade de tilápia, cará-açu, jaraqui, tucunaré, tamuatá e carpa e existem ainda 27 produtores com 50 ha de barragens e tanques prontos para receberem peixes. Estas últimas são espécies que além de criarem uma série de problemas que vão da produção de alevinos à deficiência de informações na tecnologia de manejo, continuam a receber dos criadores a melhor dedicação e que futuramente, com exceção da tilápia e da carpa por questões legais, deverão oferecer bons resultados.

Com exceção de 2 criadores na estrada vicinal ZF-1, margem esquerda, com 25 ha de tanques, os outros são piscicultores que se estabeleceram no município de Rio Preto da Eva, em função de uma série de condições favoráveis. Assim, de uma área inundada de 315 ha, 241 ha estão no município de Rio Preto da Eva e apenas 46 ha encontram-se prontos para receber peixes. Da área disponível são produzidas anualmente 1.598 t de tambaqui, matrinxã, pirarucu e quelônios, sendo que os dois primeiros em quantidade significativamente maior.

Esta é uma das maneiras de ocupar o Distrito Agropecuário de forma produtiva e rentável, e dadas as condições atualmente vigentes é possível aumentar significativamente a produção e o número de produtores. O município de Rio Preto da Eva apresenta condições razoavelmente satisfatórias para a manutenção e até mesmo de ampliação do nível de produção, que gira em torno de 93% do total. Esta é uma atividade que apresenta excelentes perspectivas de produção e de rentabilidade, desde que razoavelmente bem conduzida, e que deixa claro a importância da atividade para a região, em termos de geração de riquezas, emprego de mão-de-obra, aumento da produção de alimentos de qualidade, defesa do meio ambiente, geração de tecnologias, etc.

Nenhum comentário:

Postar um comentário