20 de maio de 2011

CORRUPTO & CORRUPTOR


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Ainda nesse tema de combate à corrupção, é muito comum as pessoas acharem que a solução está, entre outras coisas, na educação. Não há o que questionar. É isso mesmo! Entretanto, existem coisas que podem perfeitamente serem feitas a partir de agora e, em curto espaço de tempo, já nos apontar bons resultados e avanços no combate a essa perversa mazela.

É importante lembrar que não existe a figura nociva do corrupto, sem existir concomitantemente outra figura nociva que é a do corruptor. É aquele sujeito que tem a grana para pagar pela corrupção, e paga sem fazer a menor cerimônia. A ira e a indignação das pessoas acabam se concentrando mais na figura do corrupto, esquecendo que a figura do corrupto só existe por que existe o corruptor, ou seja, aquele que se dispõe a pagar a propina.

É preciso ter cautela e atentar para a hipocrisia embutida nos discursos acalorados contra a corrupção. É comum você ouvir determinados empresários, comerciantes e outros, esbravejarem contra as autoridades e agentes públicos por conta de corrupção. Cobram! Exigem! Pedem punição! Entretanto, não fazem direito a sua parte. São eles mesmos que acabam, na verdade, ajudando a alimentar esse processo, pois se rendem a pagar propinas. Eles criam e engordam um mostro que tende a ficar indomável e insaciável. E é aí que o bicho pega!

História a mim contada por pequeno empresário do ramo de alimentação serve para ajudar a confirmar o que acabei de escrever. Por algum tempo, para não ter seu negócio lacrado, esse empresário teve que se render às cobranças de propina por parte de um determinado agente público. A situação foi ficando difícil em função da insaciabilidade do tal agente, que além de cobrar a sua parte, intimidava dizendo que outros fiscais, de outras áreas e de outros órgãos, poderiam de uma hora para outra aparecer e encontrar mais irregularidades.

Atentem que este é apenas um caso simples que estou relatando. Imaginemos quantos casos, similares a este, estão acontecendo neste exato momento?

Prosseguindo a minha história, encorajado pela esposa que não agüentava mais aquela situação, o empresário resolveu parar de pagar a propina, que inclusive já estava incorporada aos apontamentos do seu caderno de compromissos a pagar, com o título curioso de – “gorjeta”. Procurou uma instituição local e pediu ajuda/assessoramento para colocar o seu negócio, logo num primeiro momento, dentro das exigências sanitárias que o agente corrupto usava para alegar inconformidade e cobrar propina. O que gastou para corrigir o que havia de errado, segundo o empresário, empatou com o que já havia pago de propina. A decisão de reagir à situação de refém do agente desonesto, ajudou o empresário a dar um salto de qualidade não só no seu negócio, mas na forma dele tratar e lidar com situações criadas por elementos corruptos e nocivos à sociedade. E se todos fizessem assim?

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