Senador da República, infelizmente da nossa região, revoltado com a possibilidade da perda do seu 14º e 15º salário, resolveu brincar com a nossa inteligência. Foi para a tribuna dizer que político ganha pouco. Tudo por conta do fato de que ele e seus parceiros estão ameaçados de perder algo que eles com certeza nunca pagaram aos seus empregados, ou seja, 14º e 15º salários.
Como desculpa idiota para seus argumentos, o senador da república apelou feio. Disse que não pode deixar de atender os eleitores que batem na sua porta pedindo ajuda para remédios, por exemplo.
O senador, cá entre nós, é mais um daqueles que acha que está falando para um bando de idiotas. Atender um eleitor que bate à sua porta para pedir ajuda para remédios ou qualquer outra coisa, é algo que ele faz se quiser. E, quando o faz, com certeza faz aborrecido, pois não tem garantia alguma de que a retribuição virá com o voto, que é o começo, o meio e o fim de tudo nessa relação. Na maioria das vezes deve mandar dizer que não está em casa ou coisa parecida. Depois de eleito, é de praxe o político passar a ter outras prioridades e, com certeza, entre essas prioridades não está a de receber seus eleitores em casa para fazer caridade. Outra coisa! Também não está escrito em lugar algum que o político tenha a obrigação de pagar o remédio dos seus eleitores.
A única obrigação que o político tem com os seus eleitores é a de honrar o seu mandato. Em contrapartida, pasmem, é obrigação de todo cidadão honrar com os políticos certos compromissos esdrúxulos como, por exemplo, ajudar a pagar a renovação anual do guarda-roupa de trabalho (auxilio-paletó, bolsa-paletó, 13º e 14º salários, etc). E se não bastasse isso, depois que o senador é reprovado no Congresso por não atender mais os anseios de seus eleitores, o povo é obrigado a bancar o seu plano de saúde pelo resto da vida. É isso mesmo! Pelo resto da vida... Tudo isso, meus caros, criado e aprovado por eles, entre eles, sem uma consulta previa à sociedade para saber se ela está de acordo e disposta a bancar todas essas mazelas. Depois acham injusto chamá-los de Caras de Pau...
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