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Os jornais estão noticiando um suposto escândalo com os salários dos dirigentes administrativos daquela casa. Nesse episódio cabe fazermos uma reflexão para que as coisas sejam avaliadas com mais objetividade e transparência. O argumento dos funcionários é de que os supostos pagamentos irregulares realizados estão sendo feitos de acordo com a legislação, ou seja, de conformidade com o que os próprios vereadores aprovaram, e não os funcionários. Já o presidente da CMM alega que foram feitos “gatilhos” para promover os aumentos de salários e isso é inconstitucional. Afinal, com quem está a verdade?
A pergunta inicial seria: não teria faltado mais dedicação, mais empenho e mais tempo dos vereadores e de seus assessores de gabinete na análise e apreciação desses assuntos antes de serem aprovados em plenário? Afinal, envolve dinheiro público e o povo não aguenta mais pagar tantos impostos para dar conta de despesas dos três poderes que, ultimamente, através de escândalos, resolveram apostar qual deles causa mais desgosto e indignação à sociedade. Está na hora de dar um basta!
Agora que a coisa veio a público, é obvio que fica mais fácil transferir a responsabilidade para os servidores. Afinal, meus caros, a corda sempre rompe do lado mais fraco e não será a CMM que vai mudar esse paradigma em pleno ano eleitoral.
Vejamos o seguinte: a lei que supostamente aumentou os salários, segundo os noticiários, foi aprovada em dezembro de 2011 pelos nobres vereadores. Daí fica a dúvida: terá sido a proximidade dos festejos natalinos que acabou impedindo uma análise mais apurada e criteriosa da citada lei que trata de incorporação de salário e que simplesmente não cuida de distinguir clara e objetivamente o funcionário que está ocupando o cargo daquele que já passou pelo cargo, sabe Deus quando? Não parece um esquecimento esdrúxulo?
Nesse episódio divulgado nos jornais, também chamou atenção a observação do presidente da CMM ao dizer que a incorporação do servidor só pode ser feita uma vez, e que os beneficiados agiram de forma ilegal. Poxa, como seria bom se o presidente pensasse da mesma forma quando o assunto é em causa própria, como é o caso do auxílio-paletó, o famigerado bolsa-paletó, que se de um lado é legal, de outra é profundamente imoral, pois é mais uma daquelas mordomias aprovadas na manha, sem nenhuma preocupação de consulta à sociedade para saber se ela está disposta a bancar. E aí temos que concordar de fato com o presidente – haja ironia! Haja zombaria! Haja desrespeito à inteligência do povo. Mas, é sempre bom lembrar o que dizia o inesquecível Henfil: - até podemos ser bobos, mas não somos otários.
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