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Celso Piacentini - JETRO/JAPÃO - 2007 |
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O polo industrial de Manaus perdeu um
excelente profissional. Além da competência reconhecida, Celso Piacentini era uma pessoa
simples, muita simpática e alegre. O momento é de tristeza pela sua partida, porém, quem conheceu Celso, sabe que ele, de onde estiver, quer na verdade nos ver bem e
alegres, como ele era no convívio com os amigos.
Assim,
gostaria aqui de lembrar de um episódio alegre vivido com Celso, durante uma viagem que
fizemos ao Japão, no ano de 2007, onde ele, representando a FIEAM, fez uma apresentação a
empreendedores e consultores japoneses interessados no modelo ZFM, falando do
ponto vista das indústrias, em particular da questão logística que ele tinha
pleno domínio. Essa apresentação, contou também com a presença do nosso amigo Sr.
Teruaki Yamagishi, falando da experiência das empresas japoneses que
acreditaram na ZFM e aqui estão instaladas. Eu e Jânio Bittar, pela Suframa,
fazíamos a exposição do modelo ZFM, dos incentivos disponíveis às indústrias e,
por meio de planilhas, demonstrava-se as vantagens competitivas de produzir na
ZFM e não em São Paulo, por exemplo. Depois desse evento, seguiam-se reuniões
que aconteciam na sede da embaixada brasileira, onde se atendia aqueles empresários
e consultores interessados em maiores detalhes.
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Celso Piacentini e Teruaki Yamagishi - JETRO/JAPÃO 2007 | |
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Mas, vamos agora
ao episódio que eu de fato gostaria de relembrar com saudade dessa viagem com a participação do nosso amigo Celso Piacentini.
Essa
apresentação ocorrida no Japão, a convite da JETRO (Japan External Trade Organization) e o apoio da embaixada
brasileira, aconteceu no mesmo instante em que participávamos de um grande
evento internacional e anual (FOODEX) que acontece na cidade de CHIBA, situada a cerca de 40km de Tóquio. É uma feira
de alimentos e bebidas conhecida mundialmente e onde tínhamos um estande próprio na ala do Brasil.
Os grandes fabricantes de alimentos e bebidas espalhados pelo mundo se fazem presentes nessa feira, lançando e divulgando os seus produtos.
No final dessa
feira, normalmente no último dia, uma boa parte dos expositores costumam distribuir
gratuitamente os seus produtos/sobras, evitando assim todos os contratempos e os custos
de levá-los de volta para seus países de origens.
Entre os
estantes mais procurados e visitados na feira, estão os dos fabricantes de azeite,
onde os mais importantes sempre marcam presença. Assim, no final do evento, os
azeites se transformam num dos brindes mais cobiçados para se ganhar e levar para
casa.
No penúltimo
dia da feira, conversávamos com Celso no nosso estande e tocamos nesse assunto
do azeite, ou seja, sobre a possibilidade de, no dia seguinte, último dia do
evento, termos a sorte de ganhar alguma
garrafa de azeite para trazermos para casa. Nesse ano, um fabricante italiano
estava na feira lançando um azeite especial, puro, orgânico e
em garrafa de 1 litro. Era a nossa cobiça.
Depois de nos
ouvir, Celso nos perguntou porque íamos esperar o último dia para tentar ganhar
uma garrafa de azeite. Era a primeira vez dele naquele evento e explicamos que os
expositores de azeite não davam brinde para ninguém, exceto para os potenciais
compradores e após muita conversa. Nos estandes podíamos provar o sabor dos azeites com pequenos pedaços de pão, cada um mais gostoso do que o outro, principalmente os italianos.
Celso então lançou-nos
um desafio. Pediu que nós o levássemos nos estandes em que a gente gostaria de ganhar
uma garrafa de brinde e ele ia conseguir as garrafas de azeite para trazermos. Em troca nos
responsabilizaríamos em trazer para Manaus o que ele arrebatasse, inclusive a que
ele viesse a escolher.
Como Celso
era muito brincalhão, não levamos muito a sério o desafio, porém, não custava
nada visitar os estandes junto com ele e ver no que ia dar. Pelo menos uma coisa era certa - íamos comer muito pão para provar dos azeites.
Chegando no
primeiro estande, do cobiçado azeite puro e orgânico, o expositor ficou logo
muito empolgado. Celso já se apresentou sorridente, falando italiano e se mostrando interessado
nos produtos. Trocou cartão, fez perguntas sobre os produtos e preços, fez até
cálculos de frete, tamanho de container e tipo de transporte. Eu e Jânio, enquanto Celso conversava com o expositor, fazíamos a prova dos azeites com os pedacinhos de pão. Depois de quase
meia hora, Celso encerrou a conversa pedindo ao expositor um exemplar dos azeites
em exposição para ele levar para casa. Foi de cara atendido e arrebatou
a primeira garrafa.
Fomos em
frente e, em todos os estandes visitados, Celso ao final da conversa convencia o expositor a lhe dar
de brinde uma garrafa para ele levar para casa.
Ficamos satisfeitos. Foram seis estandes visitados e seis garrafadas arrebatadas. Mas, no final
de tudo, sobrou para nós a missão de trazer as garrafas de azeite. Jânio trouxe
3 com ele e eu mais 3. Entre elas, a cobiçada garrafa de azeite puro, italiano, que Celso decidiu que essa seria a dele.
Com certeza
existem muitas outras histórias alegres que os amigos de Celso gostariam de contar.
Significa que vamos sempre lembrar com muito carinho desse amigo que agora descansa
em paz em outro plano espiritual.