1 de novembro de 2008

TERNO E GRAVATA NO PARLAMENTO!...

Pelos recentes noticiários, observa-se que resolveram discutir sobre o uso ou não do terno e gravata no parlamento. Curioso que a discussão parece girar apenas em torno do uso do terno e gravata. Não vejo nenhuma disposição em discutir se devem ou não continuar metendo a mão no bolso do contribuinte para que os parlamentares tenham uma verba gorda e extra para comprar e renovar todos os anos o tal terno e gravata para trabalhar.

Tudo bem que o terno e a gravata são mais elegantes. Alguns apelam para a tradição dos parlamentos. Nada contra! Sem dúvida que dá uma imagem e um visual mais sério para as casas legislativas, apesar de que por baixo de muitos ternos e gravatas se escondem alguns homens públicos que não demonstram qualquer preocupação com honrar as calças que vestem e que são pagas pelo contribuinte com muito sacrifício através dos impostos.

A questão não é deixar de usar terno e gravata. O que é feio, ridículo e imoral nessa história é colocar o contribuinte para pagar pelo terno e pela gravata todos os anos. Difícil acreditar que um vereador, deputado ou senador não possa tirar do próprio bolso ou do próprio salário, o dinheiro para pagar o terno e a gravata para ir ao parlamento trabalhar por algumas horas. Difícil acreditar que precisam meter a mão no bolso do contribuinte para comprar terno e gravata, enquanto que milhares de contribuintes que pagam essa conta todos os anos, não possuem o suficiente para comprar a cesta básica para alimentar a família todos os meses. Muitos dos parlamentares que são vestidos pelo contribuinte, além do mandato e do salário de político, possuem outras rendas de suas atividades profissionais (médicos, empresários, comerciantes e outros), sendo difícil acreditar que não sobra uma pontinha para comprar um ou mais paletós completos todos os anos e aliviar o contribuinte de mais esse sacrifício. Curioso que alguns parlamentares, quando questionados com relação a essa verba extra para vesti-los e calçá-los para trabalhar no parlamento, manifestam-se contrários a esse privilégio, mas não deixam de embolsar todos os anos a tal verba. Tem aqueles que, envergonhados com essa mazela, destinam a verba do terno e gravata para atender programas sociais. Mas se o dinheiro é para comprar terno e gravata, como é que fica a prestação de contas dessa verba? Pode mentir dizendo que usou para outra coisa?

Difícil acreditar que essa discussão resulte em algo positivo para o contribuinte. Mas no caso da Câmara Municipal de Manaus, renovada em mais de 50% nesta última eleição, onde vários dos novos parlamentares eleitos espalharam pela cidade outdoors prometendo honrar e dignificar o mandato recebido, fica a esperança de que comecem bem, batalhando para acabar com essa coisa feia de meterem a mão no bolso do contribuinte para ter uma verba extra para comprar terno e gravata. Quem sabe a coisa não começa a mudar agora. Não custa sonhar!...

A Polícia que mete medo!...

O caso recente divulgado por A Critica, onde a industriaria Elizângela Abrantes foi perseguida na direção do seu carro e baleada com um tiro na nuca, não pode ter como resultado o esquecimento proposital ou representar apenas mais um dado estatístico negativo da ação de supostos policiais covardes e despreparados. O mais grave nessa questão é que são supostos policiais atuando no escuro, sem farda e na direção de um veículo com placa falsa. Seriam eles membros daquilo que chamam de serviço de inteligência da polícia ou de policiamento velado? Que inteligência seria essa? Que policiamento velado é esse? Como explicar a polícia no uso de carros com placas falsas, onde seus ocupantes atiram e perseguem pessoas inocentes?

De acordo com a matéria de A Critica, o Coronel Oliveira Filho reconhece que a Parati é da Polícia e que policiais suspeitos estão sendo investigados. Aliás, a família de Elizângela Abrantes, que não tem condição de bancar um advogado para acompanhar esse caso, deposita toda a sua confiança na ação do Coronel Oliveira, do Ministério Público Estadual e do Delegado responsável pelo inquérito. Destaque-se, também, que a família não tem condição de bancar o tratamento de recuperação da vítima. A bala não foi retirada do local e as primeiras seqüelas já surgiram. Daí o nosso apelo ao Ministério Público no sentido de exigir do poder público estadual a cobertura do tratamento da vítima e uma indenização justa pelas seqüelas que irá carregar pelo resto da vida. Sem falar que está afastada do emprego e com o risco de ser demitida a qualquer momento que voltar.

Quando se trata de falar de ações negativas de maus policiais, por medo a omissão prevalece. A sociedade local, entretanto, tem que estar atenta para esses casos e cobrar transparência e punição para os criminosos. Nossos deputados estaduais, por exemplo, como representantes e fiscais do povo, não podem se omitir de acompanhar e exigir explicações. Trata-se da segurança da população, onde diante da presença de policiais não sabemos mais se o melhor a fazer é pedir socorro ou correr, como fez a industriaria. Desta feita a vítima foi a industriaria Elizângela Abrantes, amanhã pode ser qualquer um de nós. Curiosamente, através da mídia, já sabemos de toda a vida da vítima, da mãe da vítima, dos irmãos, familiares e até de supostas dívidas pessoais da industriaria. Nessas horas, para proteger os supostos policiais, vão surgir histórias até do outro mundo. O importante é desacreditar a vítima e livrar a cara dos responsáveis pelo atentado.

Já de parte dos supostos policiais, ninguém se dispõe a divulgar o nome dos elementos que por pouco não acabaram com a vida de uma pessoa inocente. Sob a desculpa de que não há provas contra os suspeitos, os nomes são omitidos e com certeza já devem ter construído suas falsas versões para dizer que agiram em nome da lei e que só atiraram revidando os tiros desferidos pela vítima e seu acompanhante. Mais um pouco e a vítima, que nunca portou uma arma, pode ser transformada numa pistoleira.

Por último convocamos a sociedade para ficar atenta a esse caso. Um de nós pode ser a próxima vítima se não forem tomadas as providências cabíveis e aplicadas as punições severas. Estamos confiantes na PM, no Ministério Público Estadual e no Delegado responsável pelo inquérito. Mas não basta! Convoco a Assembléia Legislativa, através dos seus deputados, para não só acompanhar esse caso, como investigar e analisar os procedimentos do que chamam de policiamento velado, que se utiliza de carros com placas falsas/frias e seus elementos demonstram despreparo para as missões e saem por aí perseguindo e baleando pessoas inocentes.

31 de outubro de 2008

Educação Municipal!...


Uma dos assuntos que chamou a atenção durante os debates entre aqueles que disputavam a Prefeitura de Manaus , foi a questão da educação no âmbito no município. Sem dúvida que é lamentável e extremamente vergonhoso, tanto para o Estado como para o município, os resultados das últimas avaliações efetuadas. Mais triste ainda é assistirmos algumas autoridades buscarem desculpas esdrúxulas para explicar o que não tem explicação. A verdade é que o Estado e o Município precisam urgente rever suas políticas para a educação, de modo a colhermos melhores resultados dos investimentos que eles dizem fazer nesse segmento.
Até não colocamos em dúvida os investimentos que eles afirmam realizar. A questão é que esses resultados que temos a olho nu nos levam a uma outra interpretação. São resultados que estão indiscutivelmente muito distantes daquilo que se espera para o volume de recursos que supostamente são investidos. De nada adianta soltar foguetes anunciando que foram construídas novas escolas, com todas as salas refrigeradas, refeitório, merenda farta, carteiras novas e banheiros decentes, se essas escolas não são devidamente aparelhadas com professores capacitados e com o material necessário e indispensável para uma boa preparação e formação dos alunos. Com a arrecadação invejável que o Estado e o Município possuem, não se justifica mais que em Manaus, por exemplo, ainda existam Escolas que não possuem um laboratório de informática e sinal de internet. Mesmo aquelas escolas que possuem, os laboratórios na maioria dos casos são subutilizados ou mal utilizados, carecem de uma manutenção preventiva adequada, os professores não estão preparados e/ou capacitados para utilizá-los, etc.

No caso específico da educação, o prefeito eleito anunciou algumas ações que são estratégicas para dar um novo rumo para a educação promovida pelo município. Entretanto, para que isso seja possível, a primeira medida a ser tomada pelo prefeito precisa estar à altura do que prometeu ao povo. Vai precisar deixar de lado os conchavos e compromissos políticos e partidários de campanha e escolher a pessoa certa para conduzir o destino da educação municipal. Em 4 anos dá sim para promover ou pelo menos começar uma revolução que seja motivo de orgulho num futuro breve.
Tudo isso acontecer passa a ser uma questão apenas de vontade política. Amazonino sabe disso! Outra coisa importante na escolha de quem vai conduzir esse projeto, é que não basta escolher um profissional experiente da área de educação. Experiência conta, mas nesse contexto não é tudo! É preciso que essa pessoa esteja também familiarizada com a modernidade, conhecedora das novas ferramentas disponíveis e que o poder público pode perfeitamente adquirir e se utilizar para promover a educação. Precisa ser um profissional tocador de projetos, assessorado por “pessoas” que queiram de fato engajar-se nessa proposta de mudar a cara da educação do município. Essas “pessoas” existem e com certeza a maioria pode ser encontrada e escolhida dentro do próprio quadro de servidores e educadores da secretaria municipal de educação. Vamos aguardar e torcer para que o prefeito eleito leve em frente de fato aquilo que ele prometeu em termos de educação para o município.

Transporte Coletivo de Manaus

O vereador José Ricardo, do PT, está chamando a atenção para as notícias que dão conta de que vem por aí mais um aumento da tarifa dos serviços de transporte coletivo da cidade de Manaus. Louvável a preocupação do vereador e assim deve ser a preocupação de todos aqueles que formam o parlamento municipal e que acabaram de sair de uma eleição prometendo de tudo um pouco, principalmente dignidade e responsabilidade no trato das coisas públicas. Apesar do descrédito que existe hoje da política e dos políticos, não podemos perder a esperança de que as coisas possam mudar. É um novo parlamento, não tão renovado como alguns dizem, mas que pode fazer a diferença e começar a resgatar a dignidade e a honra da casa (CMM)

Voltando à questão da tarifa do transporte público, começo lembrando o que disse o Desembargador Ari Moutinho durante o pleito ocorrido recentemente. Pode ser que agora, diante do pronunciamento do desembargador, que é um homem sério, não apareça nenhum idiota e baba-ovo para dizer que é exagero e que o sistema de transporte coletivo de Manaus melhorou muito. É bom lembrar também que no último reajuste da tarifa de ônibus, tivemos o episódio do espancamento de estudantes na porta da Prefeitura, que lá foram para debater a planilha de reajuste e foram recebidos com cacetetes. Aliás, o Sr. Mario Frota, agora vereador, conhece bem essa história, pois foi com ele que os estudantes espancados haviam marcado uma audiência para discutir o assunto e deu no que deu. Agora como vereador, na hora de discutir a planilha com os estudantes, em lugar de ir para casa com dor de cabeça, esperamos que ele junte-se aos estudantes e faça valer o interesse maior da coletividade.

Quando do último reajuste, foram feitas muitas promessas por parte do poder público municipal. No final das contas o único beneficiado acabou sendo apenas os proprietários das empresas que já atendiam mal a Manaus, mas que conseguiram se reunir num único grupo para ganhar a nova licitação e continuar servindo mal ou até pior os usuários amazonenses. Os ônibus articulados, coitados, estão velhos e tão abandonados como as paradas milionárias construídas nos canteiros centrais. É ridículo vermos as ruas asfaltadas, sinalizadas e, no meio delas, as paradas do falido sistema expresso, abandonadas e caindo aos pedaços. É o dinheiro do contribuinte atirado no ralo e que pelo jeito não tem sensibilizado aqueles que têm o dever de fiscalizar e cobrar o bom uso do dinheiro público. Aliás, vereador eleito Mário Frota prometeu que também vai colocar esse assunto, junto com a questão do cimento, em pratos limpos durante o seu mandato. Não custa nada acreditarmos na disposição do parlamentar. Se seus parceiros vão lhe ouvir e ajudar é outra história, afinal de contas cabeça de político depois de eleito...

Por último, é bom não esquecer os chamados transportes alternativos. É outra vergonha na cidade. Fazem o que bem entendem. É um sistema perverso de disputa pelo usuário, onde vale de tudo e não respeitam ninguém. Dirigir por onde circulam os chamados alternativos é um estresse e um risco permanente. Andam lotados, quando deviam circular apenas com os usuários transportados sentados. Como não tem fiscalização, eles transportam os usuários como carga e pagando mais caro, sem falar que param em qualquer lugar, doa a quem doer, e fica por isso mesmo. A redondeza da Bola da Suframa, ponto preferido de espera dos alternativos, é um verdadeiro caos.

Vamos ver se dessa vez o sistema de transporte coletivo de Manaus cria vergonha muda para melhor. Vamos abrir esse crédito ao novo prefeito e ao novo parlamento municipal.