26 de agosto de 2006

Olha o Abafa!...


É com profunda e indisfarçável indignação que a sociedade amazonense assisti o comportamento lamentável da polícia e das autoridades, diante de acontecimentos criminosos praticados pelos chamados filhinhos de papai. Não faz muito tempo, empresários e comerciantes de Manaus foram vítimas desses elementos, quando tiveram seus empreendimentos destruídos a tiros, paus e pedras. Parecia ser coisa de bandido e, por conta disso, já havia quem imaginasse ter sido uma ação articulada por algum braço do PCC em Manaus. Erraram feio!...
Com a demora na divulgação das investigações, começaram as desconfianças com relação ao comportamento da Polícia. Daí então surgiram os boatos e as notinhas de jornais afirmando que a onda de terror e quebra-quebra havia sido praticada pelos chamados filhinhos de papai e que a policia já conhecia o pedigree de todos os envolvidos.
A não divulgação das investigações passou a ter uma imoral explicação: não expor filhinhos de juizes e/ou empresários envolvidos na noitada de terror, onde muita gente acredita que não deva ter rolado só tiro, paus e pedras. Esses moleques não praticaram esse tipo de crime, tendo na cabeça apenas a certeza da impunidade, por conta do poder e do status social do papai ou da mamãe. O pano sujo colocado pela polícia e pelas autoridades em cima desse acontecimento, dá o direito à sociedade a pensar e imaginar de tudo. A classe de juízes de Manaus, por exemplo, deveria se indignar com as notas publicadas sobre esse episódio, pois quando saem falam na participação do filho de um determinado juiz. Como ninguém aparece, é compreensível que a sociedade coloque a todos os juízes como suspeitos de ser o provável pai do moleque malvado.
Mas se no lugar dos filhinhos de papai estivessem filhos de outros cidadãos comuns praticando esse tipo de crime, com certeza a foto de todos (pais e filhos) já teriam ilustrado a página policial de todos os jornais e TVs da cidade. Os moleques seriam presos, espancados, atirados nus no fundo de uma cela imunda qualquer e expostos à mídia como marginais irrecuperáveis. As notinhas de coluna social, cujos autores normalmente se acovardam na hora de colocar o nome do filhinho de papai (bandido), com certeza agiriam diferente e publicariam tudo: nome, sobrenome, filiação, folha corrida, preferência sexual, etc. É a velha história do vale quanto pesa. Sempre foi assim e não será agora que irá mudar!...
Enquanto a sociedade aguarda por uma explicação confiável da polícia e das autoridades sobre esse caso, a impressão que fica é que eles (policia e autoridades) estão apostando na chamada memória curta do povo. Logo todo mundo esquece e fica por isso mesmo. Mais adiante eles (filhinhos de papai) voltam a aprontar outros crimes, confiantes de que papai e mamãe vão estar de prontidão para oferecer proteção e garantir um novo abafa.

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