31 de janeiro de 2007

Tem gente comemorando!

Acreditem! Tem gente comemorando o aumento da tarifa de ônibus.
Na rádio difusora, hoje, logo cedo, um cidadão ligou para dizer, com outras palavras, o seguinte:
- A passagem de ônibus vai passar para 2 reais e acabar com o problema do troco de 20 centavos. Os estudantes não tem razão de reclamar. São todos baderneiros e fazem bagunças dentro dos ônibus.
O apresentador, com certeza sem jeito diante daquelas afirmações, foi breve nos seus comentários e passou adiante.
É inacreditável que alguém que anda de ônibus em Manaus, faça o que fez esse cidadão. Comemorar o aumento da passagem, não por que melhorou ou vai melhorar os serviços, mas apenas por que vai resolver o problema do troco. Só faltou pedir para o prefeito mandar bater mais nos estudantes que estão lutando contra esse aumento. Se agradou, com certeza deve ter agradado aos empresários do sistema de transporte. Quem sabe não ganha um passe livre por alguns dias.
Existe o problema do troco? Claro que existe. Mas existe por conta da falta de pulso e fiscalização de parte da Prefeitura e da passividade da grande maioria dos usuários, que acha que tudo isso é a vontade de Deus e que um dia vai melhorar. De fato sempre melhora! Mas para os bacanas do sistema. A passagem vai para 2 reais (?) e o serviço continua ruim, muito ruim. Sem falar que nós contribuintes já estamos pagando uma conta de 150 milhões por conta de supostas melhorias no sistema de transporte de Manaus. Onde? Quando? Cadê?
Quanto aos estudantes que fazem badernas nos ônibus, o cidadão que ligou para a rádio tem absoluta razão, mas precisa ter noção das coisas. Barderna em ônibus é baderna mesma. Isso ninguém defende em hipótese alguma. Vou mais além: esse comportamento mostra falta de educação, de peia em casa e de bolo de palmatória da professora. Entre esses baderneiros, a maioria não soma 2 + 2, pois o tempo deles é dedicado só para baderna. Quando resolvem ser educados, não pedem "com licença" - pedem "licensa meo". Estudantes conscientes, educados e que sabem que os pais não dão moleza para esse tipo de comportamento, com certeza não fazem esse tipo de coisa. Infelizmente uma boa parte desses estudantes baderneiros (maioria formada de menores de idade), que estão mais para moleques baderneiros do que para estudantes, além de terem a conveniência e/ou total omissão dos pais, existe agora uma lei que os protegem de tudo. Eles são os intocáveis! Nos resta pressionar o Congresso para mudar a lei, ou vamos ter que nos conformar com isso, pois para defender o cidadão de bem dificilmente aparece alguém, mas quando é para dar proteção para criminosos, menores baderneiros ou menores criminosos, aí tem gente até demais. É Brasil! E tem quem ache isso lindo e maravilhoso. Dizem até que temos a legislação mais avançada e moderna do mundo. Não sei se choro ou me escondo.
Bem diferente desses baderneiros, existem os estudantes que participam de movimentos estudantis e que lutam por questões de interesse não só dos estudantes, mas da sociedade de um modo em geral. Como é o caso da tarifa de ônibus, que o cidadão que ligou para a difusora hoje cedo, achou legal passar para 2 reais, pois vai resolver o problema do troco. Temos que valorizar esses movimentos, pois é desses movimentos que surgirão as futuras lideranças desse país, que precisa promover urgente uma renovação em todos os seus poderes ou vamos nos transformar na república dos crimes organizados, ou seja, a república do medo, da corrupção, da prostituição infantil, da malandragem, do tráfico de drogas, do tráfico de mulheres, do sequestro, dos mensalões, da impunidade perpétua e outras mazelas mais.
Dentro dos movimentos estudantis, também existem os baderneiros. Coisa ruim existe em qualquer lugar. São aqueles que se aproveitam do clima tenso que sempre acompanha as manifestações e os atos públicos e acabam conseguindo jogar manifestantes contra a polícia. E normalmente não são eles que apanham da polícia. Não que sejam covardes e fujões. Pelo contrário! São espertos demais e alguns deles muitas das vezes estão a serviço de partidos e não da causa do movimento.

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