19 de abril de 2007

O comunicador GAROTINHO.

Tenho por hábito todos os dias, ao me dirigir ao trabalho, ouvir o programa do Garotinho, de quem guardo sempre aquela imagem de narrador esportivo, daquele tempo em que você tinha o prazer de ir a campo de futebol assistir um jogo do campeonato amazonense. Tempos bons, quando tínhamos a satisfação e a disposição de ir aos estádios para assistir desde o clássico Rio Negro e Nacional até América e Sulamérica. Eu e muitos outros esportistas, por exemplo, chegávamos cedo ao Parque Amazonense ou Colina, pois fazíamos questão de assistir os jogos preliminares, de onde normalmente despontavam os craques do nosso futebol.
Mas esse na verdade não é o motivo do assunto que pretendo tratar aqui. No programa do dia 17.04.2007, me chamou a atenção duas pessoas que ligaram ao Garotinho na rádio para tratar de dois casos que, no meu entendimento, mostram claramente o descaso com que o cidadão comum é tratado. Felizmente existem aqueles que não desanimam e buscam os meios de fazer prevalecer os seus direitos e ainda encontram espaços, como o do programa do Garotinho, onde os assuntos são tratados com responsabilidade, sem aquele sensacionalismo oportunista e barato, o que garante ao programa, e em particular ao seu apresentador, um grau de confiança e credibilidade de fazer inveja a muita gente. Destaco, antecipadamente, que não tenho procuração, tão pouco amizade com o apresentador. O que digo e escrevo, está baseado no que tenho visto e ouvido todos os dias em que ouço o programa enquanto me dirijo ao trabalho.
O primeiro caso é de uma senhora que ligou para reclamar que na escola de sua filha não existe carteira para atender aos alunos canhotos. Segundo declarou ao programa, são vários alunos canhotos vivendo a mesma situação, ou seja, estudando em carteiras inadequadas para aqueles que usam a mão esquerda para escrever. Eu sou canhoto, fui aluno também, e sei o quanto é desconfortável essa situação. Lamentável a resposta dada à mãe da aluna, ao questionar o desconforto que vem enfrentando a sua filha e outros colegas seus da escola. Situação que não deve ser muito diferente nas outras unidades de ensino. Pelo que entendi, se a mãe da aluna pretende resolver o problema do desconforto que a sua filha enfrenta na escola, vai ter que se reunir com as outras mães que enfrentam o mesmo problema, programarem uma manifestação pública que sensibilize as autoridades a resolver a situação de imediato, pois as aulas já estão acontecendo. Outra saída é juntarem as economias para desembolsarem a confecção de carteiras apropriadas para seus filhos. Em último caso, deixar que seus filhos e filhas, passem o ano inteiro vivendo o desconforto, o constrangimento e a discriminação por terem nascido canhotos.
O segundo caso, tão grave quanto o primeiro, diz respeito a um cidadão que vem lutando para conseguir que troquem a lâmpada de identificação/localização de uma determinada torre que, segundo entendi, fica nas proximidades da cabeceira da pista do aeroporto. Como o cidadão ainda não conseguiu encontrar o responsável pela troca da lâmpada, vai acabar tendo que comprar do próprio bolso, subir na torre e ele mesmo fazer a troca da lâmpada. E Deus permita que essa brincadeira de desafiar o perigo e a sorte, não termine em tragédia, em função de não encontrarem quem é o responsável para trocar ou mandar trocar a maldita lâmpada queimada.
Quando chego a noite em casa, ligo a televisão para assistir o jornal e dou de cara com a polícia federal levando para a cadeia, nada menos do que juizes, desembargadores, etc, sob a acusação de estarem envolvidos com corrupção braba, apontando inclusive em direção ao Supremo Tribunal. Significa dizer que a corrupção já se enraizou em todos os poderes constituídos, nos levando a concluir que estão certos aqueles que entendem que a solução para o Brasil, só virá com uma revolução e, inevitavelmente, com muita tristeza, dor e sangue.

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