16 de setembro de 2007

Eu quero meu quinhão!...

Neste último fim de semana, mais uma vez o leitor amazonense deu de cara com páginas inteiras de jornal local revivendo denúncias que há pouco tempo atrás ocuparam inclusive outdoors espalhados na cidade de Manaus. O autor da denúncia é o mesmo – Sr. José (Zeca) Nascimento.

Explicitamente o denunciante continua apelando ao governador do Estado do Amazonas e para as autoridades locais, pedindo providências para os fatos denunciados publicamente. Considerando quanto custa ocupar outdoors e páginas inteiras de jornais aos domingos, nenhum idiota gastaria essa grana para fazer denúncias bobas ou vazias. Pelo tamanho da encrenca que envolve os fatos denunciados, de bobo e de idiota o denunciante não tem nada. Está claro que estamos presenciando uma briga de cachorro grande, dispostos a levar essa luta até as últimas conseqüências ou até alguém chamar a corrocinha (ou seria melhor chamar o camburão?).

O denunciante insiste em alertar ao governador do Amazonas e às autoridades locais, que a área de terra em discussão pública nos jornais e outdoors pertence ao Estado. Ora, se pertence ao Estado, pertence ao povo do Amazonas. Pô! Se isso é verdade, tem malandro metendo a mão no que é meu. Aí a coisa pega! Se eu tenho participação – eu quero o meu quinhão! Como não tenho grana para pagar outdoors, tampouco para pagar página inteira de jornal, o jeito é botar a boca no trombone:

- Devolvam a minha parte – eu quero o meu quinhão.

Na verdade essa disputa de terras no Amazonas, e em particular no município de Manaus, é coisa antiga e muito nebulosa. Bote nebulosa nisso! Eu, particularmente, já ouvi coisas cabeludas a respeito dessa questão. Mas, na falta de provas concretas, nos resta ouvir e calar. Se levarmos em conta os comentários a respeito dessas disputas de terras na cidade de Manaus, lamentavelmente chegaremos à conclusão que algumas fortunas em termos de patrimônio (glebas de terra) foram forjadas em cima de ilegalidades e de práticas de crimes que, num país sério – dá cadeia.

O que nos deixa indignado é que essa discussão em torno desse assunto é antiga, mas até hoje não apareceu ninguém com disposição para explodir essa caixa preta. Na verdade não sabemos dizer até que ponto o Sr. Zeca Nascimento está interessado em ver essa caixa preta de fato explodida. Aliás, não sabemos sequer quais são os reais motivos dessa atitude extrema do denunciante. Será que ele está agindo exclusivamente em defesa da verdade e do bem comum? Será que o cara se lembrou que foi meu colega de Dom Bosco e resolveu defender o meu quinhão? Pô, legal brother - brigadão!...

Várias autoridades locais são citadas na denúncia do Sr. Zeca Nascimento e, ao mesmo tempo, são convocadas também a adotarem providências. Por enquanto, salvo melhor juízo, está todo mundo se fazendo de cego, surdo e mudo. Mas, considerando que a denúncia fala de uma suposta apropriação indevida de um patrimônio que, segundo o denunciante, pertence ao Estado, consequentemente pertence ao povo amazonense, essas autoridades estão sim no dever de esclarecer direitinho essa denúncia para a sociedade. É lamentável, mas não chega a ser surpresa, o silencio que impera nessa questão. No caso do MP Estadual, apesar do prestígio baixo perante a população, quem sabe não faz alguma coisa para esclarecer o cidadão, afinal, a esperança continua sendo a última que morre. O que não pode é continuar essa pouca-vergonha. Fica a impressão que querem nos fazer (cidadãos) de bobos e eu confesso que não tenho mais paciência de acompanhar essa pouca-vergonha por meio de jornais e outdoors.

Repito! Se for verdade o que diz o Sr. Zeca Nascimento, eu não abro mão de minha parte – eu quero o meu quinhão.

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