4 de fevereiro de 2008

BB - Banco do Brasil

Todos nós sabemos que existe uma lei que trata da questão do tempo de espera nas filas dos bancos. O que nós não sabemos é se algum dia, algum banco, de fato pagou as multas que lhe foram aplicadas. Eis aí uma coisa que os nossos políticos poderiam exigir explicações e mais transparência. Quanto será que os Bancos já recolheram em multas pelo não cumprimento da lei em 2007, por exemplo? Quem se dispõe a dar essa informação à sociedade?

A questão do tempo de espera é crônico e eu aproveito para narrar um fato recente. Devido um problema na transferência de valores que a minha esposa havia feito antes de sairmos de férias, ao retornarmos tivemos que voltar ao banco BB (agência da Marcílio Dias) para anular o processo de transferência. Deu zebra! Segundo o funcionário do banco, os dados fornecidos não conferiam. Tudo bem! Aceitamos as explicações e a opção era cancelar a operação.

Quando da ida ao banco para efetuar a transferência de valor, a minha esposa já havia me comentado sobre o chá de cadeira, entre idas e vindas, que ela tomou até conseguir ser atendida e cumprir as exigências burocráticas da instituição. A sua preocupação, já que a operação não se concretizou, passara a ser o fato de ter que tomar outro chá de cadeira para reverter o processo e ter de volta o dinheiro em sua conta.

Como eu ainda estava de férias, a patroa não perdoou:

– Dessa vez você vai comigo! E, obviamente, mesmo contrariado, lá fui eu.

Chegando ao banco, BB (Ag. Marcílio Dias), subimos as escadas, pegamos a senha e sentamos para esperar o atendimento. Felizmente não foi preciso perguntar nada a ninguém. Se fosse preciso - pelo menos durante o tempo que lá estivemos - não havia ninguém do banco naquele ambiente disponível para prestar qualquer tipo de informação. Quem precisava de alguma informação, tratava de encostar-se à mesa de um dos funcionários e, na cara de pau, interrompia o atendimento que estava sendo feito e pedia as suas explicações. Na máquina de retirar a senha para o atendimento, por exemplo, aqueles que chegavam e não sabiam operá-la, apelavam para a boa vontade de quem estava por perto ou recorriam ao agente de segurança. Aliás, o tal agente de segurança bem que merece uma gratificação extra pelo trabalho de relações públicas, orientando e encaminhando os usuários e clientes que a ele recorrem.

Diante desse quadro colocado, passei a prestar a atenção no funcionário do banco que iria atender a minha esposa. Era o mesmo que lhe atendeu na vez anterior. Até porque não parece existir outro para fazer o que ele faz. Eu vou aqui chamá-lo de “zen” e vocês vão entender os motivos. Observei que esse funcionário de nome bíblico, sozinho, atende telefone, dá explicações para quem está do outro lado da linha lhe consultando, atende o cliente que está ali à sua frente, digita, levanta incontáveis vezes para tirar xerox de documentos e para conferir outros. Esse funcionário, repetindo, sozinho atende as pessoas interessadas em fazer transferência de valores, recebimento de remessas externas, troca de moedas, presta informações e tira dúvidas via telefone, e sei lá mais o quê. Pensando bem, são atendimentos que, dependendo da situação, exigem certo tempo para acontecer. É lamentável e vergonhoso que essa agência do BB coloque uma única pessoa para executar esses serviços, pouco se importando com as pessoas submetidas ao constrangimento e ao chá de cadeira diário. Essa demora, que acaba não sendo culpa do funcionário, termina estressando a todos. A situação só não é mais grave porque lá está o “zen” fazendo o atendimento. Um funcionário cuja eficiência e atenção oferecida ao cliente, acaba minimizando o estresse da espera. Até quando não sei!

Nesse mesmo dia, por exemplo, em dado momento o funcionário (zen) levantou, olhou para as pessoas sentadas a espera de atendimento, perguntou quem estava ali para trocar dólar e disse – não tem dólar!

Ao meu lado, uma das pessoas que estava há mais de 40 minutos esperando exatamente para fazer uma troca de reais por dólar, respirou fundo, levantou muito contrariado e foi embora. Ainda bem! Se descarregasse ali um monte de desaforos contra o funcionário, seria compreensível a sua conduta. Não bastasse a demora do atendimento, o banco ainda submete seus clientes a situações esdrúxulas, deixando pessoas/clientes sem atendimento porque em dado momento alguém do banco se lembra de avisar aos presentes que não tem dólar para trocar.

Quanto ao nosso assunto, cancelamos a operação e o “zen” deu a garantia de que em 2 dias o dinheiro estaria de volta na conta de minha esposa. Até sábado de carnaval, 4 dias depois da promessa de “zen”, o dinheiro não voltou, porém as taxas e os impostos pela operação não concretizada, o banco já engoliu há muito tempo e também já avisou que não devolve. Banco do Brasil – que belo exemplo! Se os de casa não cumprem, qual a moral do governo para cobrar das instituições privadas?

Alguém deseja conferir o relato? Então, quando precisar trocar seus dólares ou efetuar uma transferência de valores – vai lá! BB, Agência Marcílio Dias. Logo na entrada, suba as escadas à sua direita e, para ir mais rápido, procure o agente de segurança, pergunte onde deve ir para trocar seus dólares (se for o caso), pegue a sua senha, sente relaxado para esperar e cuide de rezar para que não apareça ninguém anunciando que o banco não tem dólar para trocar. Boa sorte! Ah! Eu ia esquecendo – reze também para que o “zen” não esteja doente ou de férias. É a única garantia de que você vai esperar muito, mas pelo menos vai ser bem tratado.

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