6 de maio de 2009

CMM - Contagem Regressiva!

A questão agora é: até quando o presidente da CMM vai resistir à pressão para mudar a forma de apresentação da prestação de contas dos seus parceiros?

Tudo isso acontecendo por conta da comilança de alguns nobres parlamentares. Mas, sejamos justo nesse caso, alertando que não são apenas os vereadores que freqüentam os restaurantes da cidade e pagam a conta com a verba destinada a esse fim. A diferença é que a CMM assumiu o desafio e os riscos de tornar público as despesas. Já é um mérito! Aplausos!

Analisando bem essa questão, sem dúvida alguma de que é duro para o assalariado saber que um parlamentar, em alguns minutos de comilança, consegue gastar mais do que aquilo que ele ganha (salário mínimo) depois de um mês inteiro de trabalho duro. E o que é pior: saber que é ele (contribuinte), e não o parlamentar, quem na verdade paga a conta todos os dias do restaurante visitado pelos parlamentares e convidados. A partir daí, já fico imaginando a cara do esperto sonegador, diante de uma matéria dessa natureza, olhando cinicamente para os amigos contribuintes honestos e dizendo: - Bem feito otário! Presta bem atenção no que eles fazem com o teu dinheiro (almoços caros, paletós, gasolina, passagens aéreas, etc, etc). Diante desse cenário, surge a pergunta: qual será o estímulo do cidadão de entrar numa loja qualquer e exigir do balconista a emissão da nota fiscal? Quantos agora não vão se juntar àqueles que acham melhor barganhar um desconto do que destinar o seu dinheiro, através dos impostos, para determinados fins de interesse da sociedade? Pode até parecer exagero, mas essa é a realidade dos fatos que estão acontecendo.

Agora, para ficar mais claro, imaginem comigo a seguinte cena: um ilustre parlamentar acompanhado de amigos, correligionários ou assessores de gabinete, sentados na mesa de certa churrascaria. Vejamos: (i) o vistoso kit paletó completo que o parlamentar está usando, com certeza é você quem ajudou a pagar; (ii) a gasolina do carro do parlamentar e provavelmente de alguns dos assessores parados na porta da churrascaria, é você que está ajudando a financiar; (iii) o salário do parlamentar, deixando de lado a comida e o paletó, é você que ajuda a bancar direitinho e sem atrasos todos os meses; (iv) o salário dos assessores presentes à mesa, provavelmente é você que está ajudando a pagar religiosamente; (v) a conta total da comilança ao final de tudo, com direito a sobremesa, também é você quem ajuda a pagar numa boa e sem direito de reclamar de coisa alguma. Mas, como disse o presidente da CMM: está tudo de conformidade com aquilo que está previsto no instrumento que eles (políticos) construíram de acordo com as próprias conveniências e sem ouvir, obviamente, o que pensa o povo sobre o assunto. Agora, seguindo a tradição, é só deixar o tempo passar, pois o povo reclama, reclama, reclama e depois entrega a Deus. Se ele (Deus) acha que tem que ser assim, quem vai contrariá-lo? Eu prefiro deixar Deus fora dessa história e confesso que já estou de saco cheio. Por fim, pergunto: entenderam agora por que os mandatos, em todos os níveis, são disputados até no tapa?

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