3 de dezembro de 2009

Felicitações Natalinas!


O natal se aproxima e eu já estou vendo a minha caixa postal abarrotada de belos e coloridos cartões, desejando-me feliz natal e próspero ano novo. A curiosidade que eu coloco nesse assunto, é que parte dos cartões que recebo todos os anos, são cartões de pessoas com as quais não tenho nenhuma ligação de amizade ou proximidade. É isso mesmo! A maioria são cartões enviados por políticos de todas as idades e correntes. Alguns deles, coitados, morreriam de fome se dependessem do meu voto. Mas, acontece que estamos em período natalino. Agradar e felicitar as pessoas se constitui num desejo latente de todo mundo. Assim sendo, nada melhor do que fazer isso com cartões natalinos criados, produzidos e postados com o dinheiro do contribuinte.

Mas, sejamos justos! Não são apenas os políticos que possuem esse hábito de desejar feliz natal metendo a mão no bolso do contribuinte para criar, produzir e postar os seus cartões. Isso é comum no âmbito dos poderes judiciário e legislativo. No poder legislativo, por exemplo, se não estou enganado existe inclusive verba específica para esse fim, ou seja, dinheiro público para cartões de mensagens natalinas, que nada tem de interesse público e só servem para a promoção pessoal do parlamentar. É a utilização de recursos públicos para atender interesses meramente pessoais, e que observado o que diz o Art. 9º da Lei da Improbidade Administrativa, constitui ato de improbidade administrativa. Mas, e daí! Alguém vai pular e dizer - É de praxe! Todo mundo faz igual! Sendo assim, se é de praxe e todo mundo faz, a lei que se dane e o povo que se lasque para continuar pagando essa conta.

Desejar por meio de cartões, paz, alegria e felicidade aos amigos e parentes no final de ano é sem dúvida algo extremamente gratificante. Pesa no bolso, mas nos deixa felizes. Imagine então a felicidade de quem pode fazer isso tirando a grana do bolso dos outros, para desejar tudo de bom não só aos amigos e parentes, mas também aos vizinhos, cabos eleitorais, eleitores, conhecidos, desconhecidos, financiadores de campanha, potenciais eleitores, etc. Pensando bem meus caros, dá até para mandar cartão para os inimigos e desafetos – não custa nada mesmo!

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